Jornal Folha Regional

Jovens de programa social da Marinha regressam de Mundial no Havaí

Mudar a vida das pessoas às vezes é uma tarefa árdua, assim como superar os próprios limites. Mas isso é possível, e a prova disso são as 10 jovens, de comunidades carentes do Rio de Janeiro, que disputaram o Campeonato Mundial de Canoa Havaiana, em Hilo, no Havaí. Nesta quarta-feira (28/8), às 7h, essas meninas retornarão ao Brasil. Elas chegarão ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), trazendo na bagagem a experiência de quem realizou um sonho de ter saído de favelas como Acari, Complexo da Maré, Quitungo, Kelson, Cidade Alta e Cordovil para competir na meca do surfe mundial.

Os profissionais de imprensa estão convidados para conhecerem melhor as meninas, de 15 e 19 anos, que são integrantes do Programa Forças no Esporte (PROFESP), realizado no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN). Elas mostraram na prática como a dedicação, somada ao incentivo de instituições como a Marinha do Brasil (MB), pode mudar a vida de uma pessoa.

Atletas são provenientes de comunidades carentes do Rio de Janeiro – Foto: Marinha do Brasil
Atletas são provenientes de comunidades carentes do Rio de Janeiro – Foto: Marinha do Brasil

Para a jovem Vitória Cristini Nogueira Chagas, de 18 anos, que participa do PROFESP desde 2019, foi um momento único. “O PROFESP agiu como uma mudança de vida pra mim, tanto no esporte quanto no estudo. Em 2023, entrei na Canoa Havaiana, participei do Campeonato Brasileiro, em Brasília, e conquistei a vaga no mundial. Agora, no Havaí, tive a oportunidade de conhecer novas culturas, novas técnicas (dos melhores do mundo) e representar o Brasil”, afirmou com orgulho.

Desde 2003, o CEFAN conduz o Programa Forças no Esporte (PROFESP), que visa a promover a valorização do indivíduo, a redução de riscos sociais, o fortalecimento da cidadania e a integração social de seus beneficiários, por meio do acesso a práticas educacionais, esportivas, físicas e culturais.

Jovens da Canoa Havaiana fazem apresentação de capoeira no Havaí – Foto: Marinha do Brasil
Jovens da Canoa Havaiana fazem apresentação de capoeira no Havaí – Foto: Marinha do Brasil

Atualmente, o PROFESP atende cerca de 830 crianças e adolescentes, na faixa etária de 10 a 18 anos, que se encontram em situação de vulnerabilidade social, estudantes da rede pública de ensino, oriundos das comunidades do entorno do CEFAN, sendo elas: Acari, Cordovil, Costa Barros, Penha, Vila do João, Amorim, Marcílio Dias, Quitungo, Parada de Lucas e Brás de Pina.

Os alunos são divididos em dois turnos (matutino e vespertino) e são fornecidas duas refeições diárias. As seguintes atividades são oferecidas: físicas, de reforço escolar, preparatório para concursos públicos, cursos profissionalizantes, psicoterapia, reunião com as famílias, palestras sobre valores e temas de interesse, passeios, eventos culturais, esportivos e festivos.

Grupo conquistou a vaga para o Mundial no Campeonato Brasileiro – Foto: Marinha do Brasil
Grupo conquistou a vaga para o Mundial no Campeonato Brasileiro – Foto: Marinha do Brasil

Dentre as atividades esportivas, os alunos do PROFESP podem participar de Futebol, Futsal, Atletismo, Remo escaler, Karatê, Taekwondo, Boxe, LPO, Orientação, Kickboxing, Esgrima, Natação, Judô, Canoa Havaiana, Voleibol, Golfe, Remo Costal, Pentatlo Moderno, Futevôlei, JiuJitsu, Capoeira, Ginástica Rítmica e Dança.

Serviço

Retorno das alunas do PROFESP do Mundial de Canoa Havaiana no Havaí

Data: quarta-feira (28/8)
Horário: 7h
Local: Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão)
Contato: Capitão-Tenente (T) Fabrício Costa (61) 98164-1045

Incêndios no Havaí: moradores enfrentam o luto dos mais de 100 mortos e milhares de desabrigados

Sobreviventes dos incêndios mortais em Maui, no Havaí, lutam contra a falta de energia e serviço de telefonia instável enquanto tentam reconstruir suas casas. Ao mesmo tempo, equipes de resgate trabalham na árdua tarefa de encontrar os mortos e identificá-los, em um momento em que o número de vítimas ultrapassa 100 pessoas.

Uma unidade móvel de necrotério com legistas adicionais chegou ao Havaí na terça-feira, 15, para ajudar a separar os restos mortais das 106 vítimas já contabilizadas. O governador Josh Green alertou que uma nova tempestade poderia complicar a busca e recuperação de vítimas.

Incêndio florestal

Uma semana depois de um incêndio florestal quase incinerar a cidade histórica de Lahaina, a comunicação na ilha ainda era difícil. Algumas pessoas caminhavam de tempo em tempo até uma área com um paredão quebra-mar, onde as conexões telefônicas eram mais fortes, para fazer ligações. Voando baixo, um avião de pequeno porte usava um alto-falante para emitir informações sobre onde moradores poderiam obter água e suprimentos.

Milhares de pessoas estão hospedadas em abrigos, quartos de hotéis e unidades Airbnb, ou com amigos. Cerca de 2 mil residências e empresas ainda não têm eletricidade, escreveu o condado de Maui na noite de terça-feira, depois que a empresa de energia restaurou o fornecimento para mais de 10 mil clientes. O incêndio também contaminou o abastecimento de água em muitas áreas.

Victoria Martocci, que perdeu sua empresa de mergulho e um barco planejava viajar para sua unidade de armazenamento nesta quarta-feira, 16, para guardar documentos e lembranças dadas a ela por uma amiga cuja casa pegou fogo. “Essas são as coisas que ela agarrou, as únicas coisas que ela conseguiu pegar, e eu quero mantê-las seguras para ela”, disse.

Estados Unidos interefere

Incêndios no Havaí: moradores enfrentam o luto dos mais de 100 mortos e milhares de desabrigados – Foto: redes sociais

O presidente Joe Biden e a primeira-dama Jill Biden pretendem visitar Maui na próxima semana e se encontrar com os sobreviventes, assim como socorristas e funcionários do governo, de acordo com o anúncio da Casa Branca nesta quarta-feira. Biden prometeu que “todos os ativos de que precisam estarão disponíveis para eles”.

O incêndio que atingiu Lahaina na semana passada destruiu quase todos os prédios da cidade de 13 mil habitantes. Esse incêndio foi 85% contido, de acordo com o condado. Outro incêndio conhecido como incêndio no Upcountry estava 75% contido na noite de terça-feira.

Prejuízos

O incêndio em Lahaina causou cerca de US$ 3,2 bilhões em perdas de propriedades seguradas, de acordo com cálculos da Karen Clark & Company, uma importante empresa de modelagem de riscos e desastres. Isso não conta danos à propriedade não segurada. A empresa disse que mais de 2.200 edifícios foram danificados ou destruídos pelas chamas, com cerca de 3.000 danificados pelo fogo, fumaça ou ambos.

O morador de Lahaina, Kekoa Lansford, ajudou a resgatar pessoas enquanto as chamas varriam a cidade. Agora ele está coletando histórias de sobreviventes, na esperança de criar uma linha do tempo do que aconteceu. A cena era assustadora. “Horrível, horrível”, disse Lansford. “Você já viu o inferno nos filmes? Isso é o que parecia. Fogo em todos os lugares. Pessoas mortas.”

O governador afirmou que os oficiais estão considerando cortar a eletricidade durante os temporais previstos para os próximos como uma medida preventiva. A concessionária de energia local enfrentou críticas por deixar a energia ligada enquanto ventos fortes de um furacão que passava atingiram uma área ressequida na semana passada, e um vídeo mostra um cabo pendurado em um pedaço de grama carbonizado, cercado por chamas, nos primeiros momentos do incêndio florestal. A causa dos incêndios florestais alguns dos quais ainda estão queimando, ainda está sob investigação.

O presidente e CEO da Hawaiian Electric Co. Inc., Shelee Kimura, disse que vários fatores estão envolvidos na decisão de cortar a luz, incluindo o impacto sobre pessoas que dependem de equipamentos médicos especializados e preocupações de que um desligamento em uma área de incêndio teria derrubado as bombas de água.

Incêndios no Havaí: moradores enfrentam o luto dos mais de 100 mortos e milhares de desabrigados – Foto: redes sociais

Autoridades correm com esforços para identificar corpos

Na terça-feira, o governo divulgou o nome de duas vítimas residentes de Lahaina: Robert Dyckman, de 74 anos, e Buddy Jantoc, de 79. Essas foram as primeiras pessoas a serem identificadas até o momento. Equipes com cachorros farejadores estão correndo para proteger os restos mortais, disse o governador Josh Green, antes da previsão de possíveis tempestades para o fim de semana.

“Ironicamente, eu quero a chuva, mas é por isso que estamos correndo agora para fazer toda a recuperação que pudermos, porque ventos ou chuva forte naquele cenário de desastre tornarão ainda mais difícil chegar na determinação final de quem perdemos”, disse. As equipes usando cães de cadáver vasculharam aproximadamente 30% da área incendiada, segundo os oficiais.

O chefe de polícia de Maui, John Pelletier, mais uma vez fez um apelo para famílias com parentes desaparecidos para que forneçam amostras de DNA. Funcionários federais enviaram uma unidade móvel de necrotério com legistas, patologistas e técnicos ao Havaí para ajudar a identificar os mortos, disse Johnathan Greene, vice-secretário adjunto do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA. A unidade do necrotério incluía 22 toneladas de suprimentos e equipamentos, como mesas de exame mortuário e unidades de raio-X, disse Greene.

Green disse ao Hawaii News Now que crianças estão entre os mortos. “Quando os corpos são menores, nós sabemos que é uma criança”, disse ele, descrevendo alguns dos locais de busca como “muito para compartilhar ou ver apenas de uma perspectiva humana”

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