
A Polícia Civil fez na manhã da última terça-feira (22) a reconstituição da morte da professora de educação infantil Leidiane Cristina Germano Reis, de 31 anos, encontrada morta na semana passada em Bom Jesus da Penha (MG). O caso, que a princípio entrou para a polícia como suicídio, é investigado agora como homicídio.
Após negar por duas vezes, o marido da professora, Marcelo da Silveira Reis, de 36 anos, acabou confessando o crime e foi preso. Ele participou da reconstituição desta terça-feira.
Moradores, amigos, familiares e alunos da professora se reuniram em frente à casa dela com cartazes pedindo justiça. Logo em seguida, os cartazes foram afixados na casa onde ela morava.
Segundo a polícia, no dia do crime, o marido chamou o cunhado e a sogra pedindo ajuda dizendo que havia encontrado Leidiane com uma corda no pescoço no quintal de casa. Ela ainda estava com vida.
Leidiane deu entrada no hospital da cidade na última quinta-feira (17) levada pelo marido e um irmão, com parada respiratória. Ela foi reanimada e entubada, mas não resistiu e faleceu.

Caso era tratado como suicídio
No boletim de ocorrência, em um primeiro momento, o caso havia sido tratado como suicídio, pois ela foi encontrada no quinta de casa com uma corda presa ao pescoço.
No entanto, após o corpo ter sido liberado para a funerária para enterro, uma ligação anônima ao hospital informou que a morte poderia ter sido criminosa, pois ela seria vítima de violências do marido.
Os médicos então reavaliaram o corpo e os hematomas, encontrando lesões no pescoço, arranhões nas mãos e no peitoral, além de marcas roxas em volta dos olhos.
O agente funerário também confirmou que encontrou fraturas no crânio da mulher. O corpo, então, foi enviado para o IML de Guaxupé para uma nova autópsia.
Marido disse que matou por ciúmes
A Polícia Civil abriu inquérito e as investigações chegaram até o marido da vítima. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Nova Resende, onde, segundo a polícia, prestou depoimento e confessou que matou a esposa.
“Ele foi mudando uma versão, depois deu duas, na terceira versão nós achamos melhor parar com a entrevista no local dos fatos e conduzi-lo até a Delegacia de Polícia. Lá na delegacia a gente tomou ciência que as lesões que a Leidiane apresentava eram incompatíveis com suicídio e sim com homicídio. Ele foi interpelado a respeito disso, no começo ele negou apresentando mais uma informação, mas no final, tocado pela presença da família e sobretudo pela maneira que ele estava apresentando o depoimento, que estava completamente divergente do que o corpo da vítima estava dizendo, ele preferiu confessar a prática do crime, mas à sua maneira”, disse o delegado Manoel Nora.

A justificativa, conforme a Polícia Civil, foi de que ele não aceitava o fim do relacionamento. Ele disse, ainda, que tinha ciúmes dos homens que trabalhavam com ela, que era monitora de educação infantil. A prefeitura emitiu nota de pesar, lamentando a morte.
“Então o trabalho hoje na casa onde o crime aconteceu, foi um trabalho para que nós possamos reviver tudo aquilo que se passou e para que nós possamos nos aproximarmos o máximo possível da verdade real dos fatos”, concluiu o delegado.
O suspeito deve responder por feminicídio com outros agravantes. Já a professora deixa um filho de 7 anos e uma menina de 2, que inclusive, ainda estava sendo amamentada.
O corpo da vítima foi sepultado na noite de sexta-feira (18), no cemitério de Bom Jesus da Penha. O marido dela foi enviado para o presídio em Guaranésia.





