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Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em colheita de laranja, em Ibiraci

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em colheita de laranja em Ibiraci (MG) — Foto: Divulgação/PRF

Uma ação coordenada por Auditores-Fiscais do Trabalho da Gerência Regional do Trabalho em Poços de Caldas (MG) resgatou 27 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Ibiraci (MG). Eles foram resgatados na zona rural da cidade, onde trabalhavam em uma colheita de laranja. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (30).

Ação foi realizada com participação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Rodoviária Federal. Os trabalhadores são migrantes dos estados do Maranhão; Pernambuco e São Paulo. Eles atuavam desde o final de setembro em Ibiraci.

Conforme os Auditores-Fiscais, os trabalhadores estavam alojados em dois imóveis na cidade vizinha de Claraval (MG) e foram aliciados para atuar no local com falsas promessas que teriam boas condições tanto de trabalho nas frentes de colheita como serem hospedados em um alojamento com condições dignas, o que não se concretizou.

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em colheita de laranja em Ibiraci (MG) — Foto: Divulgação/PRF

De acordo com os Auditores-Fiscais do Trabalho, as condições das frentes de trabalho e dos alojamentos foram determinantes para a realização do resgate.

“Os empregadores não haviam realizado os registros dos trabalhadores e foram alojados em edificações em péssimas condições, sem a menor possibilidade de serem utilizadas como alojamento para os trabalhadores que laboravam na colheita da laranja. Nas frentes de trabalho, não havia nenhum tipo de estrutura para o trabalho, tais como instalações sanitárias ou abrigos rústicos para refeição e proteção contra intempéries. Não foram fornecidos os equipamentos de proteção individual, sendo que garrafões com água eram trazidos pelos trabalhadores dos alojamentos e quando a água acabava à sua reposição era dificultada na fazenda”, explicaram os Auditores-Fiscais.

O empregador foi notificado pela Auditoria-Fiscal do Trabalho para regularizar os vínculos trabalhistas dos 27 resgatados, com admissão e imediata interrupção do contrato de trabalho. Conforme os auditores, os trabalhadores receberam as verbas rescisórias e retornaram para suas residências.

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em colheita de laranja em Ibiraci (MG) — Foto: Divulgação/PRF
Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em colheita de laranja em Ibiraci (MG) — Foto: Divulgação/PRF

O mesmo empregador já havia sido fiscalizado na safra passada e, naquela ocasião, houve resgate de trabalhador por condições análogas a escravidão, de acordo com os auditores.

Os Auditores-Fiscais do Trabalho emitiram as guias de Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado para todos os 27 trabalhadores, pelas quais eles terão direito a três parcelas de um salário-mínimo cada.

Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em colheita de laranja em Ibiraci (MG) — Foto: Divulgação/PRF
Trabalhadores são resgatados em situação análoga à escravidão em colheita de laranja em Ibiraci (MG) — Foto: Divulgação/PRF

Casos em 2023

Com este resgate, a Gerência Regional do Trabalho em Poços de Caldas contabiliza oito casos diferentes de trabalho análogo ao de escravidão na safra de café e de laranja no ano de 2023, sendo, até o momento, 70 trabalhadores resgatados.

Em todos os casos, os auditores destacam que são trabalhadores migrantes e alojados em condições degradantes e que arcam com parte dos custos que deveriam ser legalmente suportados pelo empregador, tais como a compra de ferramentas de trabalho e equipamentos de proteção individual (EPI).

Prefeitura de Ibiraci declara situação de emergência financeira e cria programa de limitação de despesas e contenção de gastos

Prefeitura de Ibiraci declara situação de emergência financeira e cria programa de limitação de despesas e contenção de gastos – Foto: Reprodução

A Prefeitura de Ibiraci (MG) declarou situação de emergência financeira no município e criou um programa de gestão, limitação de despesas e contenção de gastos. Segundo o decreto, o programa foi criado devido a crise econômica que atinge o pais, a queda acelerada das arrecadações municipais, a necessidade de equilíbrio das contas públicas, a importância da redução de gastos no município, entre outros motivos.

O decreto vale por 90 dias, período que serão adotadas medidas emergenciais para garantia dos serviços básicos essenciais à população. Serão contingenciadas as despesas necessárias da Administração Pública Municipal e, por conseguinte, serão adotadas as ações necessárias para a redução dos gastos públicos, tudo com o objetivo de se obter o equilíbrio e a equalização das contas e dos gastos públicos.

O prefeito Ismael Silva Cândido determinou que todos os secretários municipais procedam à imediata avaliação de todos os contratos, subvenções, convênios e congêneres, cada um na sua pasta em questão, visando reduzir ao máximo as despesas do município, mantendo-se apenas os gastos mínimos necessários ao regular funcionamento das respectivas unidades administrativas, com a finalidade de viabilizar a continuidade doo atendimento às obrigações constitucionais ou legais, e também da prestação dos serviços públicos essenciais.

O Decreto também veda o pagamento de horas extras aos servidores públicos municipais, exceto se houver extrema necessidade, as quais serão adicionadas ao banco de horas do trabalhador para futura compensação.

Os secretários deverão orientar os demais servidores a racionalizar e economizar energia elétrica, uso de telefone, combustível, papel e demais insumos. Além da economia e conservação de todos os equipamentos e veículos públicos.

O documento prioriza o pagamento dos salários dos servidores. Na impossibilidade de quitar toda a folha de pagamento mensal, serão pagos primeiramente os servidores públicos de carreira, depois os servidores que exercem carfos em comissão, e por último, os secretários, vice-prefeita e prefeito.

A prefeitura também suspendeu o pagamento de férias, abono e licença prêmio. Também foi suspenso a participação dos servidores em cursos, congressos, seminários e outros eventos dentro e fora do estado, exceto aqueles autorizados pela Comissão de Gestão, Racionalização e Redução de Gastos Públicos.

O Decreto entra em vigor a partir do próximo domingo (1°), tendo validade de 90 dias, sendo sujeito a prorrogação.

Leia o decreto na íntegra.

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