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Incêndios criminosos em SP e Minas podem impactar produção e preço de açúcar e etanol

Incêndios criminosos em SP e Minas podem impactar produção e preço de açúcar e etanol - Foto: reprodução
Incêndios criminosos em SP e Minas podem impactar produção e preço de açúcar e etanol – Foto: reprodução

Os incêndios criminosos que assolam várias regiões do Brasil, incluindo São Paulo e Minas Gerais, podem trazer prejuízos significativos para o setor sucroalcooleiro e influenciar a produção e o preço de açúcar e etanol no país. Ainda sem estimativas oficiais, a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) diz que o Triângulo Mineiro – principal polo de cana-de-açúcar do Estado -, foi a área mais afetada e que parte da safra que não havia sido colhida – cerca de 35% – foi queimada.

“A cana que ia ser cortada em outubro foi queimada e os produtores precisaram colher antes do tempo e processá-la de forma rápida. Então, pode ser que a matéria-prima esteja impura, o que vai impedir a cristalização e a produção do açúcar. Isso significa impacto na produção da atual safra – que começou em abril e vai terminar em novembro,” explica o presidente da Siamig, Mário Campos.

Mário destaca ainda que o período de seca em que vive o Estado deve ter efeitos sobre o resultado da próxima safra. “Ainda não temos como mensurar. Porém, estamos falando de regiões em que não chove há mais de 120 dias. E a cana precisa rebrotar. Mas sem chuva fica muito difícil essa rebrota. Então, a estiagem pode afetar a produção da cana-de-açúcar, bem como a de etanol, ainda que somente 20% do biocombustível seja derivado da cana.” 

Conforme o presidente, o setor passou por um momento complicado, principalmente entre a última quinta-feira (22/8) e domingo (25/8). “A situação só não foi mais grave do que a que vivemos em 2021. Por isso, investimos em uma robusta estrutura de prevenção e combate a incêndios, incluindo mais de 500 caminhões-pipa e mais de 2.000 colaboradores capacitados pelo Corpo de Bombeiros para prevenir e lidar com os incêndios rurais. Precisamos destacar que os produtores de cana-de-açúcar e as usinas também são vítimas desses incêndios, provocados – a maioria das vezes – por ação humana.” 

Os impactos no Brasil 

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que os incêndios – que deixaram quase 50 cidades paulistas em alerta – devem gerar mais de R$ 1 bilhão em prejuízos ao Estado. Ele também disse que as queimadas estão sendo investigadas pelas autoridades de segurança, uma vez que há a hipótese de participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na propagação do fogo. 

O território paulista é considerado o maior produtor de açúcar do Brasil. Por isso, a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) prevê que as queimadas devem trazer efeitos diretos sobre os preços do produto cristalizado, além do etanol. “Percebemos uma redução na produtividade na ordem de 50%, até por essa perda de biomassa que acabou sendo incendiada. Com isso, já temos impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar e no canavial do próximo ciclo”, afirmou o CEO da organização, Guilherme Nogueira.

Suspeito é identificado durante investigação da Polícia Civil contra incêndios em Passos

A Polícia Civil conseguiu identificar um suspeito durante uma investigação contra casos de incêndios em Passos (MG). O homem é suspeito de de atear fogo em uma área de mata na área urbana da cidade.

Segundo a Corpo de Bombeiros, durante o fim de semana, os militares combateram diversas queimadas em áreas rurais do município. A estimativa é que pelo menos 3 mil hectares tenham sido consumidos pelas chamas.

De acordo com o Sindicato Rural de Passos, os incêndios começaram na última sexta-feira (23) pela manhã, atingindo principalmente os bairros da Mumbuca, das Águas, Morro do Café e Julieira foram os mais atingidos. Além dos incêndios na zona rural, uma área de mata também foi queimada na área urbana.

Conforme a Polícia Civil, o suspeito de atear fogo no bairro Jardim Panorama, onde foi o foco, já foi identificado por meio de testemunhas e filmagens feitas por câmeras de monitoramento da vizinhança.

Conforme o delegado Paulo Queiroz, o autor teria sido vítima de um furto e ele teria desconfiado de um local de mata que poderia estar sendo utilizado por criminosos para esconder materiais e ele teria o objetivo de incendiar aquele local para que não permitisse que fosse mais utilizado por criminosos. Porém, o tempo seco e o vento fez com que o fogo viesse a se alastrar e houve uma queima considerada de mata

O suspeito e a testemunhas devem ser ouvidos nos próximos dias.

A polícia informou que segue investigando para identificar possíveis autores de outros incêndios.

Com quase 160 mil clientes prejudicados, número de ocorrências por queimadas mais que triplica em Minas Gerais

Aumento exponencial foi registrado em julho, quando comparado com o primeiro semestre deste ano

Com quase 160 mil clientes prejudicados, número de ocorrências por queimadas mais que triplica em Minas Gerais - Foto: reprodução
Com quase 160 mil clientes prejudicados, número de ocorrências por queimadas mais que triplica em Minas Gerais – Foto: reprodução

Com mais de 120 dias sem chuvas em boa parte de Minas Gerais, as queimadas estão se intensificando e prejudicando o cada vez mais o fornecimento de energia elétrica no estado, além de causar danos à flora e fauna. De acordo com levantamento da Cemig, apenas em julho, 159.505 unidades consumidoras tiveram o serviço interrompido pelas queimadas. Esse número é mais de três vezes superior ao de clientes interrompidos no primeiro semestre deste ano, quando os incêndios provocaram falta de energia para pouco mais de 45 mil consumidores.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, em comparação ao período que compreende janeiro a julho de 2023,  o número de ocorrências é quase quatro vezes maior em 2024:  se no ano passado a companhia registrou quase 55 mil unidades consumidoras interrompidas em 112 incidentes provocados por incêndios até o sétimo mês, neste ano o número já ultrapassa 205 mil clientes em 184 ocorrências no sistema elétrico da Cemig. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados mais de 16 mil focos de incêndios em Minas Gerais. O engenheiro de Sustentabilidade da Cemig, Demetrio Aguiar, explica como as queimadas prejudicam o sistema elétrico da companhia e causam interrupção no fornecimento de energia elétrica para os clientes.

“As chamas danificam equipamentos – como postes, cabos e torres – e tornam o restabelecimento do serviço mais demorado, o que pode trazer transtornos para os clientes das distribuidoras. Além disso, o alto volume de fumaça pode trazer sérios danos à saúde, principalmente nesta época do ano em que doenças respiratórias são mais comuns. As pessoas precisam se conscientizar dos impactos causados por suas ações, pensar de forma coletiva e evitar dar início a focos de incêndio que podem tomar grandes proporções e causar muitos estragos”, afirma.

Além disso, normalmente as queimadas são feitas em locais de difícil acesso, o que torna complicado o trabalho das equipes de manutenção da companhia, dificultando o restabelecimento do serviço à população.

Com quase 160 mil clientes prejudicados, número de ocorrências por queimadas mais que triplica em Minas Gerais - Foto: reprodução
Com quase 160 mil clientes prejudicados, número de ocorrências por queimadas mais que triplica em Minas Gerais – Foto: reprodução

“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo. Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas, torna ainda mais complexa a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, explica Aguiar.

Em relação ao primeiro semestre, a Região Oeste do estado teve um acréscimo de 22 mil unidades consumidoras interrompidas por incêndios. Somente no Oeste de Minas, a Cemig registrou 14 ocorrências em julho. Mas a região que teve o maior salto foi a Zona da Mata, que teve pouco mais de 66 mil consumidores interrompidos apenas em julho.

Experimento demonstra os perigos dos incêndios à rede elétrica

Para ressaltar os problemas causados pelas queimadas e buscar conscientizar a população do risco dessa prática, a Cemig realizou um experimento no Laboratório de Ensaios Elétricos de Alta Tensão (LEATEP), em sua base no Anel Rodoviário, em Belo Horizonte. Em um ambiente controlado, especialistas da companhia simularam uma queimada sob uma linha de alta tensão, como explica o técnico do Sistema Elétrico da Cemig, Vitor Daniel Bento Lima.

“Na simulação feita no LEATEP, a tensão aplicada foi sendo gradativamente aumentada até o nível de tensão das linhas de transmissão, onde foi observado a formação de arcos elétricos, proveniente da ionização do ar motivada pelo fogo que aqueceu o meio externo. Dessa forma, o sistema de proteção age e desliga a linha para evitar ainda problemas maiores”, explica.

Queimada é crime

Além de deixar hospitais, comércios e escolas sem energia, realizar queimadas pode ser considerado crime e dar cadeia. De acordo com o art. 41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa. Além disso, é proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas, preservação permanente e parques florestais.

Sabendo da importância de unir esforços para combater as queimadas em todo o estado, a Cemig e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais estão juntos em uma campanha para conscientizar a população sobre o tema.

Em caso de incêndios, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados o mais rápido possível.

Incêndios atingem rede elétrica e abastecimento de água em Passos

Incêndios atingem rede elétrica e abastecimento de água em Passos - Foto: reprodução
Incêndios atingem rede elétrica e abastecimento de água em Passos – Foto: reprodução

Focos de incêndio e tempestade de vento afetaram 27 postes da Cemig, causando interrupção no fornecimento de energia elétrica, e no abastecimento de água em Passos (MG) no fim de semana e início desta segunda-feira (26). O vendaval ocorreu na noite de sábado (24).

Segundo Alexandre Silveira Castro, da gerência de Relacionamento com o Poder Público da Cemig em Passos, a queda na transmissão de energia foi causada por problemas na fiação devido aos fortes ventos e focos de incêndio. Ele afirma que foi necessário interromper o fornecimento para alguns pontos da cidade, como a região do Saae, para que os reparos fossem feitos.

“Este fim de semana o sistema elétrico que alimenta a região de Passos (zona urbana e rural) foi afetado por diversos focos de incêndio e também por uma tempestade de vento, onde 27 postes foram danificados/queimados prejudicando o abastecimento de energia elétrica principalmente em algumas regiões rurais. Ocorre que as bombas de captação do Saae são alimentadas por um desses alimentadores rurais. A situação foi normalizada no fim da tarde dessa segunda-feira”, completou Alexandre.

Na segunda-feira, o Saae e a Cemig informaram que os problemas no fornecimento de energia elétrica e no abastecimento de água foram solucionados e que os serviços seriam retomados em toda a cidade. O Saae e a Cemig alertam a população para que fique atenta às redes sociais das empresas para acompanhar possíveis ocorrências.

De acordo com o Saae, a principal área afetada foi a região das bombas de tratamento, que ficaram desligadas até a Cemig resolver o problema.

Segundo o diretor do Saae de Passos, Esmeraldo Pereira Santos, o vendaval que aconteceu no sábado acarretou problemas em decorrência da interrupção no fornecimento de energia elétrica, a captação e o tratamento de água ficaram comprometidos e a população ficou sem os serviços durante o domingo, 25. Na manhã desta segunda-feira, em regiões como o centro, a abastecimento foi normalizado por volta das 15h.

“A energia chegou no Saae com baixa tensão causando dificuldade na captação de água do Ribeirão Bocaina e, também, do Rio Grande. Desde sábado os nossos servidores estão trabalhando para sanar a situação. Nesta segunda-feira, 26, o serviço está com instabilidade para vários bairros”, disse Esmeraldo, pedindo a compreensão da população e que os consumidores economizem água. (Clic Folha)

Alerta máximo para queimadas atinge 48 cidades paulistas

O governo de São Paulo anunciou na noite do último domingo (25) que subiu para 48 o número de cidades em alerta máximo para queimadas, conforme dados de monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil. O número de cidades aumentou em relação ao último comunicado feito pelo Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

De acordo com o boletim, o número de cidades com focos ativos de incêndio baixou para seis (veja listas abaixo). Além disso, o governo anunciou que todas as rodovias paulistas que estavam interditadas devido à fumaça que atrapalhava a visibilidade também foram liberadas.

Ainda segundo o comunicado, o governo estadual dará continuidade, no início desta semana, às atividades do gabinete de crise e do posto avançado em Ribeirão Preto para coordenar o combate às queimadas no interior do estado. Ao todo, 15.335 pessoas estão envolvidas nos trabalhos de combate às chamas e orientação.

O fogo começou nessa quinta-feira (22), mas se espalhou nesta sexta-feira (23). Uma Área de Preservação Permanente (APP), plantações de cana e pasto foi atingida por um incêndio de grandes proporções, na Estrada Vicinal Adriano Pedro Assis, no município de Votuporanga.

Incêndio registrado na região de São José do Rio Preto (SP) — Foto: TV TEM / Rogério Pedrozo
Incêndio registrado na região de São José do Rio Preto (SP) — Foto: TV TEM / Rogério Pedrozo

“O governo federal, por meio das Forças Armadas, enviou sete aeronaves, incluindo um KC-390, para ajudar no combate às queimadas. Também estão em operação outras dez aeronaves da Polícia Militar, além de 614 viaturas do Corpo de Bombeiros e 1.936 caminhões-pipa, entre mais de 3 mil veículos empregados na operação, contando equipamentos do estado e fornecidos por empresas da região”, diz o comunicado.

Incêndios criminosos:

A Polícia Civil está mobilizada para investigar todos os casos de incêndio criminoso no estado, com foco especial nas regiões afetadas pelas queimadas. Até o momento, duas prisões foram efetuadas.

Na manhã deste domingo (25), um homem de 42 anos foi denunciado por moradores após atear fogo em uma área de mata no bairro Central Park, em Batatais, na região de Franca. A equipe do 15º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM-I) chegou ao local quando as chamas já estavam se alastrando e prendeu o criminoso, que havia tentado fugir. O homem possui antecedentes criminais por roubo, furto, homicídio e posse de drogas.

Em São José do Rio Preto, um idoso de 76 anos foi detido após atear fogo em lixo em uma área de mata no Jardim Maracanã, na manhã de sábado (24). O caso foi registrado no plantão da Delegacia Seccional da cidade. Além disso, a Polícia Civil está investigando outro incidente no município envolvendo um motociclista que teria incendiado uma área de mata. Embora o caso ainda não tenha sido oficialmente registrado, a polícia está analisando imagens divulgadas nas redes sociais e realizando diligências para identificar o responsável.

Cidades com focos ativos de incêndio:

  • Poloni
  • Tabatinga
  • Pedregulho
  • Pradópolis
  • Altinópolis
  • Paulo de Faria

Cidades em alerta máximo para incêndio:

  • Monte Alegre do Sul
  • Alumínio
  • Santo Antônio do Aracanguá
  • Piracicaba
  • Pontal
  • Monte Azul Paulista
  • Sertãozinho
  • Torrinha
  • Santo Antônio da Alegria
  • Nova Granada
  • Iacanga
  • Taquarituba
  • Coronel Macedo
  • Ubarana
  • Pompeia
  • Boa Esperança do Sul
  • Pitangueiras
  • Salmourão
  • Lucélia
  • Poloni
  • Dourado
  • Sabino
  • Jaú
  • Pirapora do Bom Jesus
  • Itápolis
  • Itirapina
  • Bernardino de Campos
  • São Simão
  • Presidente Epitácio
  • Bebedouro
  • Bananal
  • São Luís do Paraitinga
  • Ibitinga
  • Tabatinga
  • Brodowski
  • Luís Antônio
  • Pedregulho
  • Tambaú
  • Urupês
  • Turiúba
  • Arealva
  • Pradópolis
  • Altinópolis
  • Paulo de Faria
  • Águas da Prata
  • Morro Agudo
  • Batatais
  • Barrinha

Bombeiros se prepararam para possíveis incêndios e afogamentos

Bombeiros se prepararam para possíveis incêndios e afogamentos – Foto: reprodução

Minas está entre os estados afetados pelas fortes temperaturas provenientes de uma onda de calor que já está atuando em boa parte do país. Os alertas emitidos pelo Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge) indicam que os termômetros poderão chegar a 39ºC em algumas regiões do estado.

O Governo de Minas, por meio do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), preparou uma série de ações para a prevenção de acidentes e mitigação de catástrofes neste período. Dois cenários entram no ponto focal de atuação da corporação: as ocorrências de incêndios em vegetação; e os afogamentos.

Incêndios em vegetação

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais segue acompanhando as mudanças no cenário climático e ambiental em Minas e no mundo, visando sempre aprimorar as técnicas e oferecer práticas eficientes e condizentes com contexto da realidade mineira.

O CBMMG se preparou para o período de estiagem, durante todo o primeiro semestre, com ações de prevenção para minimizar os efeitos das queimadas. Uma das ações mais emblemáticas neste sentido é a Operação Alerta Verde, criada há dois anos, com o objetivo de reduzir os focos de incêndio por meio da fiscalização em lotes vagos.

Em 2023, o Corpo de Bombeiros Militar ampliou a ação de vistorias, implementando a segunda fase da operação Alerta Verde, finalizada em agosto, o que permitiu a realização de 18.325 vistorias em todo o estado somente nos meses de referência da operação. Considerando os esforços desde o início do ano, as fiscalizações já ultrapassam 29 mil. Ou seja, a instituição investiu na disseminação da cultura de prevenção, orientando os proprietários para a devida limpeza dos terrenos, reduzindo riscos potenciais para o período mais intenso da estiagem.

O programa Minas Contra o Fogo de treinamento de brigadas municipais, implementado pelo Governo de Minas em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar, tem sido primordial para otimizar a primeira resposta, reduzindo a possibilidade de propagação dos pequenos focos, atenuando os incêndios até a chegada do apoio do Estado. Por outro lado, o treinamento prevê um melhor emprego dos recursos, equipamentos e assegura mais proteção aos brigadistas.

Paralelamente a estas ações, o CBMMG investe na inteligência do planejamento que permite uma melhor gestão dos recursos para o período de fortes temperaturas:

  • Reforço operacional com o treinamento e emprego do efetivo da administração;
  • Emprego de 17 Núcleos de Incêndios Florestais com equipes habilitadas para o combate em todas as regiões do estado;
  • Locação de caminhonete e utilização de aeronaves, incluindo a nova aquisição da corporação, o avião modelo Air Tractor, que tem capacidade para espargir três mil litros de água de forma fracionada ou apenas em um ponto específico, facilitando o combate em locais de difícil acesso.
  • Rápida mobilização e resposta de acordo com os níveis de alerta.

Dicas para evitar incêndios

Bombeiros se prepararam para possíveis incêndios e afogamentos – Foto: reprodução
  • Ao realizar a limpeza de seu lote ou terreno, dê preferência sempre pela capina, nunca utilize o fogo para esse fim;
  • Não solte fogos de artifício próximo a áreas de vegetação;
  • Quando for acampar, confeccione o fogo em uma área limpa (longe da vegetação), e ao deixar a área de acampamento, tenha certeza de ter apagado o fogo, de preferência, com abundância de água e terra.

Minas registra 500 mortes por afogamento desde 2022

Os anos de 2022 e 2023 já somam quase 500 mortes por afogamento atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar em Minas. Para reduzir estes números e oferecer um atendimento mais personalizado, o CBMMG, com utilização de dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), monitora os afogamentos no estado adotando medidas preventivas, utilizando como base o perfil sociodemográfico das vítimas.

O setor técnico da corporação calcula a taxa de mortes por afogamento de cada município e de cada área de atuação das unidades operacionais. A partir desses dados, a unidade consegue atuar preventivamente iniciando o atendimento pelo local mais crítico.

Ao localizar o município com maior taxa de afogamento, a unidade operacional consegue entender o perfil das vítimas daquela localidade realizando atuações preventivas conforme o maior público vitimado. Os gráficos a seguir apresentam o perfil das vítimas do estado como um todo, sendo 28.25% turistas:

Observando-se um município como Felixlândia, que é banhado pela represa de Três Marias, o perfil é completamente diferente (81,25% de turistas ou residência não identificada):

Já a partir da análise dos dados de Belo Horizonte, por exemplo, é possível perceber alta incidência de crianças como vítimas (43,75% turistas ou residência não identificada):

Planejamento

Com base nesse perfil de afogamento, a corporação monta o planejamento do atendimento respeitando as particularidades de cada região do estado. Além disso, trabalha ações de prevenção contínuas como os projetos Prodinata, Golfinho e Primeiros Socorros, todos voltados para treinar as comunidades.

Dicas para evitar afogamentos

Com a chegada da onda de calor, as pessoas buscam balneários e piscinas para se refrescarem, e com isso, aumentam os números de afogamentos no estado. Então, fique atento as nossas dicas de prevenção:

  • Observe a placa de sinalização e evite nadar em locais desconhecidos;
  • Nunca salte de locais elevados para dentro da água, sobretudo em piscinas nas quais não é possível ver a profundidade real;
  • Não deixe as crianças nadarem sozinhas, seja qual for o local;
  • Não tente, sem o devido treinamento, salvar pessoas que estejam se afogando;
  • Evite nadar se tiver feito uso de bebida alcoólica;
  • Evite brincadeiras como ‘caldos’.

Via: Clic Folha

Minas Gerais tem 90% das cidades sem uma unidade do Corpo de Bombeiros

Setenta quilômetros separam Santo Antônio do Monte, na região Centro-Oeste do Estado, do batalhão do Corpo de Bombeiros mais próximo, localizado em Nova Serrana, na mesma região. A chamada pode demorar até duas horas para ser atendida no município. São, ao todo, 50 fábricas de fogos de artifício e zero bombeiros. Santo Antônio do Monte é uma das 767 (90%) cidades mineiras que não têm uma unidade da corporação. No entanto, o lugar tem um diferencial: cerca de 1.500 habitantes trabalham em indústrias de fogos de artifícios. Nessa quarta-feira (17), dois deles morreram após uma explosão de uma fábrica.

“Eles (bombeiros) demoram cerca de duas horas. Quando eles chegam, não tem mais o que socorrer. A presença dos bombeiros aqui é urgente”, afirma Roberto Gonçalves da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Fábricas de Fogos de Artifícios.

Na cidade, nesta época de mudança da temperatura, os incidentes costumam aumentar, já que os itens usados na confecção dos produtos reagem a essas transformações no tempo, o que pode causar combustão.

“Seria melhor todo mundo ficar em casa. Nesta época do ano, tem barracão (local de trabalho), que pega fogo sozinho”, comenta o sindicalista. Enquanto sobrevivem a um verdadeiro barril de pólvora, os funcionários têm medo de denunciar os patrões, já que a atividade é a “força de trabalho da região”.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, a instalação das unidades da corporação segue parâmetros técnicos, como a população municipal. As cidades com mais de 30 mil habitantes são elegíveis para essa instalação – Santo Antônio do Monte tem aproximadamente 30 mil, conforme informações da prefeitura da cidade.

“A classificação quanto à ordem de prioridade é definida a partir do Índice de Vulnerabilidade de Risco (IVR), que é calculado por meio da ponderação de características dos espaços urbanos que influenciam no risco de desastres”, afirma o Corpo de Bombeiros, em nota.

Mesmo sem os mais de 30 mil habitantes, a presença de uma unidade do Corpo de Bombeiros em Santo Antônio do Monte seria muito importante, conforme o prefeito Léo Camilo (Avante). Ele destaca como razões para essa relevância o porte da cidade, além de o município ser considerado a capital latino-americana dos fogos de artifício.

“Deveríamos ser priorizados. No que depender do município, teremos uma unidade do Corpo de Bombeiros. Qualquer incêndio nos preocupa. Temos caminhão-pipa, mas não conseguimos atender com a mesma celeridade e profissionalismo que os bombeiros”, afirma.

A importância da celeridade

Quando se fala em fogo, o tempo é mesmo algo de grande valor. Conforme explica o engenheiro de segurança contra incêndio Fabrício Nogueira. Estudos norte-americanos mostram que o tempo de resposta a esse tipo de tragédia deve ser de 7 minutos – o que, segundo ele, é uma realidade distante em todo o país.

Diversos acontecimentos recentes no Estado, inclusive, mostram o quanto essa falta de resposta quase imediata pode resultar em perdas e mortes. No último dia 5 de agosto, um menino perdeu a vida após a casa onde morava ter sido incendiada no distrito de Santa Maria do Baixio, em São João do Oriente, na região do Rio Doce. Na época, o tenente do Corpo de Bombeiros Luamós afirmou que, se tivesse uma unidade da corporação no local, o cenário seria diferente. “Com a guarnição do corpo de bombeiros na própria cidade, teria dado um atendimento muito mais rápido do que o deslocamento”, afirmou ele.

Mais recentemente, na noite da última segunda-feira (15), a cidade de Ferros, na microrregião de Itabira, na região Central de Minas Gerais, ficou sem luz após um homem colocar fogo em um ônibus, que atingiu a rede elétrica. Como o Corpo de Bombeiros está localizado há cerca de uma hora do local, quem ajudou a conter o fogo foram moradores e trabalhadores da Prefeitura.

“O avanço do incêndio, com o passar dos anos, está cada vez mais rápido, até pelos tipos de materiais que temos colocado em casa e nas indústrias, como mais plásticos. É uma corrida contra o tempo. Quando não há uma unidade do Corpo de Bombeiros, provavelmente não vai dar para contar com a equipe para combater o início do fogo. Muitas vezes, farão um trabalho posterior, para as chamas não se dissiparem ainda mais, como para outras residências”, diz o engenheiro de segurança contra incêndio Fabrício Nogueira.

O que diz o Corpo de Bombeiros

A capitão Thaise do Corpo de Bombeiros reconhece que o tempo é, sim, importante quando se trata de incêndios. Por isso, afirma ela, atualmente a corporação busca uma redução desse prazo de atendimento. Muitas vezes, conforme diz ela, as condições de algumas estradas podem ser desafiadoras, mas há artifícios para driblar esses impasses.

“Nós buscamos uma redução desse tempo, inclusive com a utilização de helicópteros”, salienta. “Estamos sempre buscando atender da melhor forma possível. Cada unidade do Corpo de Bombeiros conhece todos os municípios que serão atendidos por ela. Existe uma questão de gerenciamento e controle. As unidades fazem essa cobertura de forma estratégica. Há responsáveis por cada local”, diz.

Prevenção

Se, muitas vezes, há diversos desafios para o atendimento de ocorrências, a prevenção se torna ainda mais relevante. Professor do Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marcelo Nero destaca que é importante ações de conscientização para evitar focos de incêndio.

“Vegetação muito seca pode pegar fogo com alguma ação humana, como o descarte de cigarro. Com casas próximas, as chamas podem se expandir. Em terrenos baldios, as pessoas costumam queimar diversos materiais, que podem causar um incêndio perigoso. Ações de conscientização podem evitar essas ocorrências”, salienta ele.

Relembre os casos

Em pouco mais de um mês, foram registradas pelo menos cinco ocorrências de incêndios de repercussão em locais onde não há unidades do Corpo de Bombeiros. Em alguns, a própria população precisou agir.

Dia 1º de julho – Um idoso de 84 anos foi salvo por vizinhos após a casa onde morava pegar fogo enquanto ele dormia. O caso foi registrado no distrito de Jureia, em Monte Belo, no Sul de Minas.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, pelo menos 4 mil litros de água foram utilizados no combate às chamas. A Defesa Civil iniciou o serviço até a chegada dos militares, que partiram de Guaxupé, a cerca de uma hora do local.

Dia 5 de agosto – Um menino de cinco anos morreu após a casa em que morava ser incendiada no distrito de Santa Maria do Baixio, em São João do Oriente, na região do Rio Doce. De acordo com os Bombeiros, o corpo do menino foi encontrado debaixo de um colchão consumido pelo fogo.

Vizinhos tentaram controlar o fogo jogando água com mangueiras de jardim até a chegada das equipes dos bombeiros. O incêndio foi combatido por equipes de bombeiros de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo, municípios localizados a cerca de 54 km da casa.

15 de agosto – Um homem de 38 anos colocou fogo em um ônibus na cidade de Ferros, na microrregião de Itabira, na região Central de Minas Gerais. As chamas atingiram a rede elétrica, e os moradores ficaram sem luz. O homem foi preso.

As chamas foram contidas por moradores e servidores que trabalham na Prefeitura. Como o Corpo de Bombeiros mais próximo está localizado a cerca de uma hora, na cidade de Itabira, eles tiveram que usar extintores de incêndio, mangueiras de jardim, baldes e um caminhão-pipa. As chamas causaram diversas explosões na cidade.

15 de agosto – Um idoso de 63 anos morreu carbonizado após a casa dele pegar fogo no município de Luz, na região Centro-Oeste do Estado. Segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, a equipe da corporação foi acionada até o local. Lá, verificaram que o fogo havia sido parcialmente controlado por militares da Polícia Militar (PM), com a ajuda de um caminhão-pipa da prefeitura da cidade. Os bombeiros fizeram as ações de rescaldo no lugar, assim como a vistoria da casa.

17 de agosto – Uma explosão ocorrida em uma fábrica de fogos de artifício deixou duas pessoas mortas no município de Santo Antônio do Monte, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. O acidente ocorreu na zona rural da cidade. De acordo com informações do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o pedido de socorro foi registrado às 8h. Quando chegaram ao local, os socorristas informaram que as duas vítimas já estavam mortas.

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