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Minas Gerais inicia vacinação contra a influenza

Minas Gerais inicia vacinação contra a influenza - Foto: reprodução
Minas Gerais inicia vacinação contra a influenza – Foto: reprodução

Com a proximidade do período de baixas temperaturas e aumento da circulação de vírus respiratórios, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a importância da vacinação contra a influenza (gripe). A campanha será realizada de 25 de março a 31 de março, mas vários municípios mineiros darão início à vacinação ainda nesta semana. O dia D de mobilização nacional está previsto para 13 de abril.

O estado recebeu, em 15/3, 844 mil doses da vacina contra a influenza, que já foram distribuídas às regionais de saúde do estado. De acordo com o Ministério da Saúde, mais doses serão disponibilizadas em remessas ao longo do período de vacinação. A estimativa é de 8,7 milhões de pessoas incluídas nos grupos prioritários para a vacinação no estado.

A imunização tem como objetivo a redução das complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus. A vacina é segura e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde de todo o estado.

A campanha será realizada segundo a população prioritária para a vacinação: pessoas com 60 anos de idade ou mais, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e puérperas (mulheres no período pós-parto), indígenas, quilombolas, trabalhadores da saúde, professores, pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, além das Forças Armadas, de segurança e salvamento, entre outros.

Segundo a coordenadora estadual do Programa de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Josianne Gusmão, a vacinação contra a influenza é uma das medidas de prevenção mais importantes para proteger contra a doença, suas complicações e óbitos, além de contribuir para a redução da circulação viral na população, especialmente nos indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco.

“A vacina influenza trivalente utilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 e tipo B. A detecção de anticorpos protetores se dá entre duas e três semanas depois da vacinação e apresenta, geralmente, duração de seis a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre após quatro a seis semanas e a proteção conferida pela vacinação é de aproximadamente um ano, por isso ela deve ser realizada anualmente”, explica.

“A meta é imunizar 90% de cada um dos grupos prioritários para vacinação contra influenza. Para os demais grupos, considerando a indisponibilidade de denominadores, serão disponibilizados os dados de doses administradas durante a campanha”, informa.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023 foram aplicadas 7.452.798 doses da vacina contra a influenza em Minas Gerais nos grupos prioritários (crianças, trabalhadores na saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores). A cobertura foi de 68,8% desse público.

Influenza em Minas

Em 2023 foram notificados 549 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) por influenza e 51 óbitos. Em 2024, até fevereiro, foram 11 casos notificados da doença e um óbito. A SES-MG reforça que os dados são parciais e estão sujeitos à alteração.

A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade. É causada pelos tipos A, B, C e D do vírus, sendo os tipos A e B responsáveis por epidemias sazonais.

Segundo o coordenador de Programas de Vigilância de Doenças Transmissíveis Agudas da SES-MG, Gilmar José Coelho Rodrigues, a transmissão ocorre principalmente de pessoa para pessoa, por meio de gotículas respiratórias produzidas por tosse, espirros ou fala da pessoa infectada para uma pessoa suscetível.

“Os principais sintomas da gripe são febre, dor no corpo, dor de garganta, tosse e dor de cabeça e se assemelham com os sintomas da covid-19. Por isso, a vacinação é uma das medidas de prevenção mais importantes para proteger contra essas doenças. A vacina contra a influenza pode ser administrada junto com a vacina da covid-19, então recomendamos aproveitar a oportunidade da campanha de vacinação para atualizar a situação vacinal também para covid-19 nos grupos elegíveis”, alerta Rodrigues.

Prevenção

Além da vacina, outras medidas podem auxiliar na prevenção. São elas: 

– Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel, principalmente antes de consumir algum alimento;

– Utilize lenço descartável para higiene nasal;

– Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir;

– Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca;

– Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;

– Mantenha os ambientes bem ventilados;

– Evite contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;

– Evite aglomerações e ambientes fechados (procure manter os ambientes ventilados);

– Adote hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.

Mais informações sobre a gripe podem ser acessadas em: https://saude.mg.gov.br/gripe.

Público prioritário para vacinação contra influenza:

– Crianças (6 meses a menores de 6 anos);

– Gestantes e puérperas;

– Trabalhadores de saúde;

– Povos indígenas;

– Quilombolas;

– Professores;

– Pessoas com comorbidades;

– Pessoas com deficiência permanente, a partir de 12 anos;

– Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbano e de longo curso;

– Trabalhadores portuários;

– Forças de Segurança, Salvamento e Forças Armadas;

– Pessoas em situação de rua;

– População privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade;

– Adolescentes menores de 18 anos sob medidas socioeducativas.

Passos tem cinco crianças internadas com Influenza na UTI da Santa Casa; outras 13 estão internadas em leitos de enfermaria

A Santa Casa confirmou a internação de cinco crianças na UTI devido à Influenza, em Passos (MG). Conforme o hospital, outras 13 também estão internadas em leitos de enfermaria por conta do vírus.

O hospital destaca, ainda, a média de atendimentos por mês no atendimento pela doença subiu para 70. Segundo a Santa Casa, as vítimas não são só de Passos, mas de outras cidades da região.

“A gente acredita que o cenário é completamente diferente do cenário da Covid-19. Na Covid as crianças foram ‘poupadas’ dos casos graves, a gente não tem grandes repercussões na saúde das crianças em relação à Covid. De um mês pra cá a gente tem sentido um aumento crescente de atendimentos no pronto-atendimento e também nas internações. As crianças estão evoluindo de uma forma mais grave, muitas delas necessitando UTI para suporte ventilatório, por conta, provavelmente, da Influenza, que é a gripe, que vem fazendo uma alteração importante no quadro clínico dessas crianças”, disse a pediatra da Santa Casa de Passos, Rosana Porto.

“Eu acredito que seja uma alteração também na própria resposta imunológica delas, porque elas ficaram bastante tempo sem ter contato social e não tiveram, então, contato com micróbios. Como elas ficaram por um período grande em isolamento social, eu acredito que a resposta imunológica está mais retardada e elas estão fazendo um quadro respiratório mais agudo e mais intenso, necessitando muitas vezes de internação e suporto respiratório”, completou.

A especialista salientou, também, que as crianças precisam dos mesmos cuidados em relação à Influenza do que as pessoas que chegaram na fase adulta.

“Eles precisam ter os mesmos cuidados que são relacionados a vírus. Estar sempre de máscara, evitar beijos na mão e no rosto, manter um distanciamento e poupá-las de ambientes fechados e aglomerações”, falou.

A campanha de vacinação do ano passado ainda não contemplava a cepa H3N2. A pediatra ressalta a importância da vacina e destaca que a variante será contemplada pelo Ministério da Saúde.

“A nossa vacina de 2021 não contemplou essa nova cepa de Influenza. O Ministério da Saúde a gente tem visto que está se mobilizando para que a vacinação seja feita o mais breve possível, que ainda no mês de janeiro a gente consiga iniciar”.

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