Sétimo voo de repatriação de 219 brasileiros partindo de Israel, com a aeronave KC-30 (Airbus A330 200), da FAB – Foto: Governo Federal/FAB
Mais de 1.100 brasileiros foram resgatados após o início do conflito entre Israel e o Hamas no dia 7 de outubro. Segundo o Itamaraty, essa é a maior ação de repatriação de brasileiros em zona de conflito.
O sexto voo da FAB, Força Aérea Brasileira com 219 passageiros, decolou de Tel Aviv, Israel, nesta quarta-feira (18), com previsão de chegada ao Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta (19).
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez nesta quarta-feira um balanço da Operação Voltando em Paz.
Mauro Vieira disse que nove países demonstraram interesse em trazer seus cidadãos em aviões brasileiros. O ministro adiantou que um voo deve ser disponibilizado para transporte de 15 passageiros da Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai.
Uma aeronave da Presidência da República está em Cairo, no Egito, para repatriar cerca de 30 brasileiros que estão na Faixa de Gaza. O grupo espera a abertura da fronteira egípcia, que agora depende de negociações diplomáticas, como explicou o ministro Mauro Vieira.
Cento e cinquenta brasileiros aguardam retorno ao país: 120 em Israel e 30 em Gaza.
Nesta quarta-feira (18), o Itamaraty e o presidente Lula condenaram o ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli, em Gaza que matou mais de 500 pessoas.
Lula disse que o ataque é uma tragédia injustificável e inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra.
O primeiro avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com brasileiros repatriados de Israel após os ataques do Hamas está programado para pousar em Brasília às 4h desta quarta-feira (11).
A aeronave chegou a Tel Aviv, em Israel, às 9h41 desta terça-feira, tendo deixado o país às 14h12 (horário de Brasília), com 211 passageiros. Antes, o avião modelo KC-30 havia feito escala em Roma, na Itália.
A segunda aeronave KC-30 decolou de Brasília na segunda-feira (9) às 16h20 (horário de Brasília) – levando também cinco médicos, dois enfermeiros e um psicólogo – para auxiliar no resgate, em ação batizada de Operação Voltando em Paz.
Ela deve chegar ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (11) à noite.
Israel: primeiro avião com brasileiros repatriados deve pousar em Brasília às 4h desta quarta – Foto: reprodução
O terceiro avião da FAB, modelo KC-390, decolou do Brasil nesta terça-feira (10). Com capacidade para 60 passageiros, ele deve retornar ao país às 11h de sexta-feira (13), no aeroporto de Guarulhos (SP).
Sul Mineiro em Israel relata trabalho voluntário para ajuda a vítimas de conflito: ‘Bombas explodindo’ – Foto: arquivo pessoal
O sul-mineiro Jonas Rafael Carvalho Xavier, de 25 anos, de São Lourenço (MG), que está na capital de Israel, Tel Aviv, relatou nesta segunda-feira (9) o trabalho voluntário que está sendo feito para ajudar necessitados da zona de conflito.
O jovem está em Israel há cerca de um mês e desde os ataques do Hamas, no último sábado (7), publica nas redes sociais relatos sobre a situação no país.
Tel Aviv está a cerca de 90 quilômetros da chamada “zona quente”, no Sul do país, na fronteira com o território palestino da Faixa de Gaza.
“Estamos fazendo um trabalho um voluntário onde estão chegando caminhões para esse local onde a gente está com mantimentos, alimentação, utensílios pessoais, coisas para crianças, colchonetes, para atender o pessoal que está na área de risco, no Sul, onde está acontecendo a guerra e tem caminhões saindo cheio de mercadorias para atender esse pessoal”, contou o sul-mineiro.
Segundo o mineiro de São Lourenço, os momentos são de tensão, com barulhos de bombas explodindo a todo momento.
“Estamos vivendo esse momento de tensão, todo mundo fazendo esse trabalho, esse ato de solidariedade, a gente está tentando apesar de todas as dificuldades, fazer o nosso melhor. Bombas explodindo neste momento, em cidades vizinhas, porque sirene não está tocando aqui, então é assim, muita tensão e dificuldade neste momento”, relatou.
Primeiras horas após ataque
Nas redes sociais, o mineiro de São Lourenço (MG) contou como foram as primeiras horas após o ataque. Jonas conseguiu se abrigar em um prédio antibomba e está bem.
“Hoje foi um dia muito difícil. A gente acordou sobre os ataques do grupo terrorista do Hamas. Seis horas da manhã, a família aqui da casa onde eu estou hospedado bateram aqui na minha porta. Foi uma loucura, gente. Eu acordei assustado, barulho de sirene tocando muito alto, várias sirenes”, compartilhou.
“É tudo muito tenso, tudo muito rápido, e ver essa situação toda, todo mundo assustado, isso acontecendo, nunca vivenciei, é a primeira vez que eu tô passando por isso. É de verdade, é uma loucura”.
Prédios em Gaza foram bombardeados por forças de Israel nesta segunda (9) — Foto: Mohammed Salem/Reuters
A reportagem conversou com a mãe de Jonas, Aline Carvalho. Por mensagem, ela contou que o filho está há um mês em Israel a passeio.
“Que vontade de estar perto da minha família, da minha mãe, de dar um nos meus amigos, nas minhas irmãs, de estar do lado das pessoas que eu amo. Então, sintam-se abraçadas. É muito doido, quando você é colocado obrigatoriamente do lado da possibilidade da morte. Como a gente valoriza a vida nesse momento”, disse Jonas em uma de suas postagens.
A família informou que o jovem escreveu uma carta para a embaixada brasileira em Israel comunicando sua presença na área de risco.
Guerra declarada
Israel anunciou nesta segunda-feira (9) que nas últimas 48 horas convocou 300 mil reservistas, um número sem precedentes na história do país.
No sábado (7), o Hamas, um grupo islâmico extremista armado, fez um ataque-surpresa contra Israel. A partir da Faixa de Gaza, combatentes do grupo invadiram o território israelense, mataram centenas de pessoas e levaram mais de 100 pessoas como reféns. Israel declarou guerra ao Hamas e, inicialmente, atacou o território palestino com mísseis.
O balanço mais recente das autoridades locais indica que quase 1.600 pessoas morreram, sendo 900 em Israel, 687 na Faixa de Gaza e sete na Cisjordânia. Milhares de pessoas ficaram feridas.
O grupo Hamas afirma que mantém “dezenas” de soldados israelitas reféns na Faixa de Gaza
Ataque aéreo de Israel a Gaza em resposta aos ataques do Hamas – Foto: MOHAMMED ABED/AFP/JC
O serviço nacional de resgate de Israel informou que pelo menos 200 pessoas morreram e 1,1 mil ficaram feridas no confronto entre o grupo extremista Hamas e o Exército de Israel, após o Hamas ter iniciado uma invasão surpresa no Sul do país neste sábado (7), perto da Faixa de Gaza. É o ataque mais letal contra Israel em décadas
O Ministério da Saúde palestino estima que pelo menos 198 pessoas na Faixa de Gaza foram mortas e pelo menos 1.610 ficaram feridas na retaliação de Israel. Os ataques aéreos intensificaram-se na noite deste sábado (horário local), destruindo vários edifícios residenciais.
O grupo Hamas afirma que mantém “dezenas” de soldados israelitas reféns na Faixa de Gaza.
O Itamaraty informou que um brasileiro foi ferido e dois estão desaparecidos após os ataques. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse chocado e que não poupará esforços para evitar a escalada do conflito. O Conselho de Segurança da ONU, presidido pelo Brasil, fará uma reunião de emergência neste domingo (8) para debater a situação.
Arábia Saudita pede fim dos combates em Israel
A Arábia Saudita pediu o fim imediato dos combates em Israel e na Faixa de Gaza. Uma declaração feita pelo Ministério das Relações Exteriores do país também pediu que ambos os lados protejam os civis e usem de moderação.
“O reino relembra seus repetidos avisos sobre os perigos de a situação explodir como resultado da ocupação contínua, o povo palestino sendo privado de seus direitos legítimos e a repetição de provocações sistêmicas” contra eles por Israel, disse a declaração.
A Arábia Saudita há muito tempo apoia os palestinos e pede a implementação de uma solução de dois Estados com base nas fronteiras de Israel de 1967, com Jerusalém Oriental como a capital palestina.
Os EUA têm tentado negociar um amplo acordo para que a Arábia Saudita concorde em reconhecer diplomaticamente Israel, o que poderia incluir a obtenção, pelo reino, de mais garantias de segurança americanas e ajuda expansiva para seu programa nuclear.
Rússia fala em cessar-fogo
Mikhail Bogdanov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia e ex-embaixador em Israel e no Egito, disse à agência estatal Tass que Moscou está em contato com “todas as partes (do conflito), incluindo os países árabes” e pediu “um cessar-fogo imediato e paz” entre o Hamas e Israel. Bogdanov não especificou com quais países árabes os diplomatas russos estavam falando.
“Pedimos o início imediato de um processo de paz com base nos acordos existentes e reconhecidos internacionalmente”, disse Boússiagdanov. Ele acrescentou que várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito ainda não foram implementadas, mas não deu detalhes.
Legisladores iranianos cantam ‘Morte a Israel’
Os membros do Parlamento do Irã abriram sua sessão no sábado cantando “Morte a Israel” e “Israel será condenado, a Palestina será a conquistadora”.
A TV estatal mostrou dezenas de membros do parlamento reunidos no centro da câmara do parlamento.
A TV iraniana exibiu imagens de mísseis sendo lançados da Faixa de Gaza em direção a Israel e entrevistou analistas que apoiaram o ataque do Hamas.
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