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Filho invade julgamento e atira em homem acusado de matar seu pai; réu sobreviveu e está solto

Câmeras de segurança flagraram o momento em que um homem atira contra o réu durante um júri em São José do Belmonte, no sertão de Pernambuco. O caso ocorreu em 29 de novembro de 2023, mas as imagens só foram publicadas na última segunda-feira (1º).

De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco, o atirador, identificado como Cristiano Alves Terto, está preso preventivamente. Em março deste ano, a defesa entrou com um pedido de habeas corpus. O advogado de Cristiano alegou que “não há qualquer indício” de que a liberdade dele ofereça risco à garantia da ordem pública ou à instrução criminal, mas a Justiça negou o recurso.

O ataque aconteceu na Vara Única da Comarca da cidade quando a vítima, Francisco Cleidivaldo Mariano de Moura estava sendo julgado pelo homicídio do pai de Cristiano. A gravação mostra quando o suspeito, que estava sentado ao lado de uma mulher, se levanta e vai em direção ao réu. A moça tenta impedi-lo, mas não consegue. O atirador se aproxima do homem que estava sendo julgado e dispara várias vezes. Ele também dá coronhadas na cabeça da vítima. Um tumulto é registrado. Testemunhas, jurados, advogados, juiz e demais pessoas que estavam no local saem correndo da sala.

Além do réu, ninguém ficou ferido. O homem sobreviveu e está solto. Ele foi encaminhado inicialmente para o Hospital de São José de Belmonte. Depois, foi transferido para o Hospital de Serra Talhada. De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco, o júri não foi feito novamente e ainda não há uma nova data para que isso ocorra.

Segundo a Polícia Militar, o suspeito foi preso em flagrante e teve um revólver calibre 38 apreendido com o suspeito. Em audiência de custódia, realizada no dia 30 de novembro de 2023, a Justiça converteu o flagrante em prisão preventiva. Sobre a segurança nos prédios do Judiciário estadual, o TJPE disse que todos os 179 contam com policiamento ostensivo e sistema de monitoramento por câmeras.

“Atualmente, está em fase de finalização o processo de licitação para contratação de empresa que modernizará e ampliará todo o sistema de videomonitoramento dos 30 maiores prédios do Tribunal, com a instalação de sensores de presença, botão de pânico e portais com detectores de metais”, disse em nota.

O assassinato do pai do atirador, Francisco Alves Terto, ocorreu em 2012. No processo, consta que ele morreu no dia 23 de outubro daquele ano após 18 dias internado por ter sido atingido por disparo de arma de fogo.

O réu, Francisco Cleidivaldo Mariano de Moura, teria atirado contra a vítima por causa de um desentendimento envolvendo um burro que teria fugido de sua propriedade. Um dos disparos atingiu Francisco Alves Terto no abdômen. 

Air France e Airbus vão a julgamento 13 anos após acidente aéreo que matou 228 pessoas

Mais de 13 anos depois que um avião da Air France caiu no oceano Atlântico, matando todas as 228 pessoas a bordo, a companhia aérea e a fabricante de aeronaves francesa Airbus serão julgadas em um tribunal de Paris na próxima semana com parentes buscando “luz no fim de um longo túnel”.

O voo 447, que fazia a rota do Rio de Janeiro a Paris, desapareceu na escuridão durante uma tempestade em 1º de junho de 2009.

Após uma busca de dois anos pelas caixas pretas do A330, investigadores franceses descobriram que os pilotos lidaram mal com a perda temporária de dados dos sensores, que ficaram congelados, e levaram a aeronave de 205 toneladas para um estol aerodinâmico, ou queda livre, sem responder aos alertas.

Mas a agência de acidentes BEA também divulgou que a Air France havia expressado preocupações sobre o aumento dos incidentes de congelamento antes do acidente e começou a receber sondas de velocidade aprimoradas. Especialistas dizem que os papéis relativos do erro do piloto ou do sensor, bem como exibições erráticas ou fadiga, serão fundamentais para o julgamento histórico.

A audiência de abertura na segunda-feira marcará a primeira vez que empresas francesas serão diretamente julgadas por “homicídio involuntário” após um acidente aéreo, em vez de indivíduos.

Embora a reputação corporativa e uma catarse há muito esperada para as famílias estejam em jogo, o julgamento de nove semanas não deve levar a penalidades financeiras significativas. No entanto, especialistas dizem que quantias maiores foram pagas em indenizações ou acordos no âmbito cível.

Mesmo assim, o AF447 provocou um amplo repensar sobre treinamento e tecnologia e é visto como um dos poucos acidentes que mudaram a aviação. Mas as reformas seguiram o ritmo metódico da regulamentação global ou ficaram atoladas em desacordos da indústria.

Entre dezenas de recomendações de segurança, especialistas dizem que a investigação levou a mudanças críticas na forma como os pilotos são treinados para lidar com problemas no ar ou perda de controle.

Embora as caixas pretas forneçam pistas importantes, o julgamento pode reacender uma longa disputa sobre privacidade sobre se as cabines dos pilotos também devem ser monitorados visualmente para decifrar futuros acidentes, especialmente agora que as câmeras de segurança fazem parte da vida cotidiana.

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