Jornal Folha Regional

Minas Gerais reduz em 25% o desmatamento na Mata Atlântica

Minas Gerais reduz em 25% o desmatamento na Mata Atlântica - Foto: reprodução
Minas Gerais reduz em 25% o desmatamento na Mata Atlântica – Foto: reprodução

Em celebração ao Dia da Mata Atlântica, comemorado em 27/5, Minas Gerais apresenta uma notícia positiva: o desmatamento no bioma voltou a cair. De acordo com levantamento do Instituto Estadual de Florestas (IEF), entre 2023 e 2024, a área desmatada foi reduzida de 10.030 para 7.451 hectares — queda de 25%. Deste total, apenas 420 hectares tinham autorização para supressão.

Os dados foram obtidos por meio de imagens da constelação de satélites Planet, com resolução espacial de 3,7 metros, capazes de detectar alterações em áreas menores que um hectare. O monitoramento da cobertura vegetal em Minas é realizado desde 2009 pelo IEF e, em 2023, foi aprimorado com a integração da Plataforma Brasil MAIS — iniciativa do Ministério da Justiça e da Polícia Federal que utiliza imagens de alta resolução para gerar alertas de desmatamento. Com isso, o tempo médio de detecção de supressões caiu para apenas 30 dias.

A Fundação SOS Mata Atlântica, que faz monitoramento do bioma, também registrou redução no desmatamento em Minas. Segundo dados do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), a diminuição entre 2023 e 2024 foi de 24,2%, acima da média nacional, que foi de 14%.

Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), tem intensificado o enfrentamento ao desmatamento ilegal com o uso de tecnologias avançadas e ações integradas de fiscalização. O monitoramento contínuo permite identificar áreas sob maior pressão e orientar políticas públicas mais eficazes para a conservação ambiental.

A cooperação entre órgãos ambientais e de segurança pública tem sido essencial. Exemplo disso é a Operação Mata Atlântica em Pé – edição 2024, realizada em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ibama e a própria Semad.

Paralelamente à fiscalização, o Estado também investe em restauração ambiental. Um dos principais marcos é o Tratado da Mata Atlântica, assinado em outubro de 2023 no âmbito do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que prevê o plantio de sete milhões de árvores nativas em áreas degradadas até 2026.

Reconhecida como um dos biomas mais biodiversos e ameaçados do mundo, a Mata Atlântica conta com aproximadamente 11,1 milhões de hectares remanescentes em Minas Gerais, estado que possui a legislação mais rigorosa do país para sua proteção.

A secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo, destaca a importância da atuação conjunta. “A expressiva redução do desmatamento na Mata Atlântica é resultado de um esforço coletivo entre o Estado, os municípios e instituições parceiras. Investimos na modernização do monitoramento, ampliamos a presença em campo com ações rigorosas de fiscalização e fomentamos iniciativas de restauração florestal e cooperação local, reforçando o envolvimento da sociedade nesse compromisso”.

A queda de 25% nos índices de desmatamento confirma os resultados positivos dessa união de esforços em prol da preservação de um dos mais importantes patrimônios naturais do país.

Em quatro meses, Minas já cumpriu mais de 10% de meta para reflorestamento da Mata Atlântica

Em quatro meses, Minas já cumpriu mais de 10% de meta para reflorestamento da Mata Atlântica - Foto: Evandro Rodney
Em quatro meses, Minas já cumpriu mais de 10% de meta para reflorestamento da Mata Atlântica – Foto: Evandro Rodney

Em atendimento ao Tratado da Mata Atlântica e por meio do licenciamento ambiental, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) efetua a gestão e acompanhamento do plantio de mudas por diversos programas, projetos e ações de reflorestamento e restauração que incluem autorizações concedidas pelo órgão. 

Em quatro meses da assinatura de compromisso pelos governadores dos estados que compõem o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), Minas Gerais já cumpriu mais de 10% da meta de plantio de 7 milhões de mudas de espécies nativas, até o final de 2026, cerca de 184 mil mudas por mês. Desse total, a Feam foi responsável pelo direcionamento de plantio de mais de 416 mil, além de garantir a conservação de mais de mil hectares de florestas.

Para contabilizar os plantios, a Feam concentra informações em diferentes âmbitos: compensações ambientais impostas nos processos de licenciamento; intervenções ambientais em Área de Preservação Permanente; retirada de árvores protegidas por lei; compensação Ambiental Florestal Minerária; execução de Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada; e conservação de áreas de relevância ambiental. 

Áreas de preservação 

Apesar do acordo considerar apenas o número de plantios direcionados para o bioma Mata Atlântica e não contemplar as áreas de preservação e/ou conservação ambiental, o Sisema também gerencia, nesse monitoramento, as áreas que são preservadas, ou seja, as florestas mantidas “em pé”. Esse trabalho de monitoramento dos dados do Sisema é coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
 
“Esse um importante mecanismo de gestão territorial, assim como para o mapeamento dessas áreas com a conexão entre elas, na formação de corredores ecológicos, associando as áreas protegidas com os plantios a serem desempenhados”, explica o superintendente de Gestão Territorial Ambiental e Instrumentos Econômicos da Semad, Ricardo Campelo França. 

Tratado da Mata Atlântica 

O Tratado da Mata Atlântica, assinado em outubro de 2023, prevê o compromisso dos sete estados das regiões Sul e Sudeste (ES, PR, MG, SC, SP, RS e RJ) na restauração de 90 mil hectares do bioma e plantio de 100 milhões de mudas nativas até dezembro de 2026. 

Além de ser uma das medidas mais importantes adotadas pelo grupo na área de meio ambiente e desenvolvimento sustentável, o compromisso de Minas é ainda maior, por ser o estado que detém a maior área de Mata Atlântica do Brasil.

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não
Jornal Folha Regional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.