Jornal Folha Regional

Patrimônios religiosos de Minas recebem R$ 23 milhões

Igreja São Francisco de Assis, em São João del-Rei - Foto: reprodução
Igreja São Francisco de Assis, em São João del-Rei – Foto: reprodução

Rico em patrimônio cultural, com um conjunto arquitetônico barroco reconhecido internacionalmente, Minas tem, à sombra desse cenário de fé e beleza, igrejas interditadas por questão de segurança, capelas em situação precária de conservação e muitos templos sob ameaça ou já em fase de ruína. Para trazer um alívio a esse quadro, a direção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anuncia a liberação de cerca de R$ 23 milhões para projetos de restauração no estado.

Conforme divulgado pela autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, os recursos serão aplicados em São João del-Rei, na Região do Campo das Vertentes, e em Mariana, na Região Central. Ontem, o presidente do Iphan, Leandro Grass, e o diretor do Departamento de Ações Estratégicas e Intersetoriais (DAEI) do instituto, Daniel Sombra, iniciaram visita a Minas, começando por São João del-Rei, para reuniões com autoridades locais e corpo técnico do Iphan, além de acompanhamento de obras em andamento.

À tarde, em São João del-Rei, na Igreja São Francisco de Assis, foi anunciada a destinação de recursos para o restauro de quatro igrejas, incluindo esse templo, que receberá um investimento de R$ 7,79 milhões. Ele é tido como uma referência turística da cidade. Também serão contempladas as igrejas São Gonçalo Garcia (R$ 4,17 milhões) e Nossa Senhora do Rosário (R$ 4,27 milhões), e a Capela Nosso Senhor do Bonfim (R$ 2,42 milhões).

Em Mariana, primeira vila, cidade e diocese de Minas, a cerimônia será hoje, às 13h, na Capela Nossa Senhora Sant’Ana, que receberá investimento de R$ 4,05 milhões para sua restauração. Fica no Centro Histórico e foi tombada pelo Iphan em 1939.

Quatro templos

Leandro Grass está na cidade acompanhado da superintendente do Iphan em Minas Gerais, Luciana Féres. A programação teve início às 10h30, com uma visita às obras da Catedral Basílica do Pilar, estando presentes o prefeito Aurélio Suenes, o vice-prefeito Rogério Cury e o secretário Municipal de Cultura e Turismo, Caio Andrade. Antes da visita à Igreja São Francisco de Assis, houve reunião no gabinete do chefe do Executivo, quando foram discutidos detalhes das obras.

“Receber, em São João del-Rei, o presidente do Iphan para um anúncio histórico como a restauração de diversas igrejas de nossa cidade, reafirma a importância do nosso patrimônio cultural e garante a preservação da riqueza arquitetônica para as futuras gerações. Celebro essa conquista que fortalece nossa identidade e impulsiona o turismo e a economia local”, afirma o secretário Municipal de Cultura e Turismo, Caio Andrade.

Intervenções

A agenda de Grass em Minas inclui ainda visita às obras da Igreja do Bom Jesus de Matosinhos, em Ouro Preto (na Região Central do estado), que já conta com um investimento de R$ 7 milhões. Na mesma cidade, duas novas obras devem começar em breve: a drenagem e o reforço estrutural da encosta da Capela do Padre Faria e a restauração da Capela de São João Batista.

Mais cinco intervenções se encontram em fase de revisão de projeto para futura licitação, envolvendo as capelas de Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora de Santana, São Sebastião e a Igreja de São Francisco de Assis. Além disso, pelo PAC Seleções, será executado o projeto de restauro para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Além dessas intervenções, conforme divulgado, o Iphan segue com projetos de restauração em outras cidades mineiras. Em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, estão em andamento obras na Intendência, Casa da Cultura, Praça de Esportes e Hotel Roberto, além da previsão de restauração da Igreja do Carmo e requalificação da Praça Dom Joaquim.

No município vizinho do Serro, há três obras em andamento, incluindo a Matriz Nossa Senhora da Conceição, estando previstas três novas intervenções que totalizam aproximadamente R$ 10 milhões. Já em Congonhas, na Região Central, segue a obra do Parque da Romaria, com conclusão prevista para 2025. Estão previstas também as obras de restauração do Casarão do Museu da Imagem e Memória e da Antiga Câmara dos Vereadores. 

Exportações do agro em Minas somam US$ 17,1 bilhões em 2024, melhor resultado desde 1997

Exportações do agro em Minas somam US$ 17,1 bilhões em 2024, melhor resultado desde 1997 - Foto: reprodução
Exportações do agro em Minas somam US$ 17,1 bilhões em 2024, melhor resultado desde 1997 – Foto: reprodução

As exportações do agronegócio mineiro alcançaram o valor recorde de US$ 17,1 bilhões em 2024. O resultado foi o melhor das vendas externas dos produtos com origem no campo desde 1997. O desempenho superou em 2,5% a receita da mineração, segmento tradicionalmente dominante das exportações do estado, que alcançou US$ 15,7 bilhões no ano passado.

No acumulado de janeiro a dezembro, a receita teve acréscimo de 19,2%, na comparação com o mesmo período de 2023. Os embarques de produtos agropecuários de Minas Gerais representaram cerca de 42% da pauta mineira de exportação, conforme balanço divulgado pelo governo do estado.

Além do valor, o volume cresceu 8%, com o embarque de 17 milhões de toneladas, também se destacando como o maior já comercializado, de acordo com o Executivo. No ranking nacional dos estados exportadores de produtos agropecuários, Minas Gerais subiu uma posição e agora ocupa o quarto lugar, ultrapassando o Rio Grande do Sul.

Em relação ao comércio com a União Europeia, o estado foi o principal fornecedor de produtos do agro, contabilizando US$ 4,4 bilhões de dólares, superando o estado de São Paulo. A pauta exportada pelo agronegócio mineiro engloba um mix de 644 diferentes produtos agropecuários, que foram enviados para 175 países.

Os principais destinos foram a China (US$ 4,1 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,9 bilhão), Alemanha (US$ 1,4 bilhão), Bélgica (US$ 788 milhões) e Itália (US$ 726 milhões).

Café segue tradição
O café manteve a escrita e foi o carro-chefe das exportações do agro mineiro. A valorização do dólar e a redução dos estoques dos principais países produtores puxaram para cima a cotação na bolsa, influenciando o cenário de comercialização.

Em 2024, o café registrou seu melhor desempenho em receita e volume embarcados com US$ 7,9 bilhões e 31 milhões de sacas. A commodity representou 46,1% do total comercializado no ano passado, afirmou o governo.

Outras culturas

O complexo soja (grão, farelo e óleo) registrou queda de 10,2% na receita e aumento de 7,1% no volume. O resultado foi de US$ 3,2 bilhões e 7,2 milhões de toneladas. O complexo sucroalcooleiro manteve-se na terceira posição, entre os principais produtos do agro, com a marca de US$ 2,5 bilhões e 5,2 milhões de toneladas.

No caso das carnes, todas as proteínas – bovina, frango e suína – obtiveram crescimento em receita e volume. O setor alcançou US$ 1,7 bilhão e 502 mil toneladas. Já no setor florestal, o setor atingiu o recorde em receita de US$ 1,1 bilhão e 1,7 milhão de toneladas.

MG é o 2º Estado com mais membros do PCC e só um presídio conta com bloqueador

MG é o 2º Estado com mais membros do PCC e só um presídio conta com bloqueador – Foto: Angelo Pettinati

Com 4.000 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) listados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), Minas Gerais pode ser considerada a “segunda casa” da organização, um dos maiores cartéis de drogas do mundo. Para piorar a situação, os criminosos, que surgiram e costumam arregimentar “soldados” no sistema carcerário, encontram o caminho livre para a criação de uma verdadeira “central telefônica” nos presídios mineiros, já que só uma das 182 unidades prisionais do Estado conta com bloqueador de sinal de celular.

Para se ter ideia, São Paulo, Estado que foi berço do “Sindicato do Crime”, teria entre 12 mil e 15 mil membros, enquanto, em todo o Brasil, a estimativa do MPSP é que existam aproximadamente 40 mil pessoas envolvidas. Com isso, Minas estaria abrigando em 2023, quando a organização completou 30 anos, cerca de 10% de todos os seus membros.

Em 2018, durante o chamado “Salve Geral” – ataques ordenados de dentro dos presídios pelo PCC -,  Minas e o Rio Grande do Norte registraram uma série de atentados. Na ocasião, pelo menos 50 ônibus foram queimados nas regiões Sul e Triângulo Mineiro.

Retirada de bloqueadores

Há cinco anos, existiam cinco unidades prisionais equipadas com bloqueador de sinal de celular. De lá para cá, quatro deles acabaram sendo desativados, restando, conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), apenas o equipamento instalado no Complexo Penal Público-Privado (PPP), localizado em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A secretaria argumenta que a desativação dos dispositivos ocorreu devido ao rápido avanço das tecnologias de rede de celular. O que, conforme a pasta, acaba aumentando o custo dos equipamentos sob rápida obsolescência, sendo, então, uma opção desvantajosa para os cofres públicos e para o cumprimento de sua função.

O único equipamento instalado, inclusive, está em uma unidade prisional da Grande BH onde o PCC teria pouca influência. Ludmila Ribeiro, professora do Departamento de Sociologia da UFMG e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp), explica que a facção encontra dificuldade para se fortalecer na região metropolitana principalmente por causa da perda do chamado “poder de matar”, já que conflitos com outros criminosos precisam ser levados para os líderes da facção.

Atuação no Triângulo e no Sul de Minas

“Já no Triângulo e no Sul de Minas, as nossas pesquisas mostram que as pessoas são muito vinculadas quase a uma ideia de ‘ser paulista’, por conta da proximidade. Portanto, elas estão mais suscetíveis a essa ideia de que, se não tiver morte, não vai chamar atenção da polícia e o lucro será maior. Por isso, temos uma maior expansão, maior presença do PCC nestas regiões”, detalha a pesquisadora do assunto.

Apesar disso, nenhuma das cadeias dessas duas regiões mais afetadas pelo “Comando” tem o dispositivo. O Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, já teve uma ala para o PCC. O presídio foi um dos que tiveram o dispositivo retirado desde 2018, e a Penitenciária de Francisco Sá, no Norte de Minas, que é a única apontada como de segurança máxima no Estado, também não conta com o bloqueador.

Segundo ex-PCC, bloqueadores nunca funcionaram

Apesar do objetivo de que os bloqueadores reduzissem o comando da criminalidade de dentro das cadeias, segundo Marcos*, ex-integrante do PCC entrevistado pela reportagem na última semana, os equipamentos nunca impediram a ação dos criminosos encarcerados.

A pesquisadora Ludmila Ribeiro corrobora a declação da fonte. “Basta você ver os presídios federais, que têm toda uma estrutura tecnológica e, ainda assim, as informações circulam. A informação circula, seja por pessoas dos serviços de manutenção e limpeza ou por meio de policiais corruptos, que são os mesmos que deixam entrar o celular, um problema muito mais dramático”, argumenta.

Questionada sobre a possibilidade de policiais penais facilitarem o acesso e o uso de aparelhos telefônicos nas penitenciárias, a Sejusp informou que não compactua com desvios de conduta. “Todas as medidas são tomadas quando há o conhecimento de supostas práticas irregulares por parte dos seus profissionais – esta é, inclusive, uma das prioridades da gestão da Sejusp: o combate à corrupção”, finalizou a secretaria.

Dispositivo afeta vizinhança dos presídios

Desde 2007, há a discussão de leis que determinem prazos para a instalação de bloqueadores de celulares em presídios. No entanto, desde 2021, o tema está parado no Congresso. Existe uma lei federal que estabelece o uso dos equipamentos, porém o texto não estipula prazos para a implantação. 

A Sejusp argumenta que a remoção dos bloqueadores ocorreu por causa da interferência dos dispositivos nos celulares das pessoas que moram perto de presídios, “ocasionando transtornos àqueles que moram próximo às unidades – principalmente aquelas unidades localizadas em áreas urbanas”.

Doutoranda em sociologia pela UFMG e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp), Isabela Araújo também destaca a discussão em torno dos bloqueadores e sua interferência sobre as comunidades do entorno das unidades prisionais.

“Tem uma interferência em um raio de pelo menos 1 km, não existe a possibilidade de bloquear só dentro da unidade. Também há a informação de que ele pode prejudicar a comunicação via rádio, que é como os próprios policiais penais se comunicam dentro das unidades prisionais”, pondera a pesquisadora.

Por nota, a Sejusp destacou ainda que a Polícia Penal do Estado conta com profissionais preparados para fazer revistas de rotina, para retirar celulares e drogas das unidades prisionais, como para impedir a entrada desses materiais. “Para isso há a utilização de scanner corporal, esteiras de raio-x, atividades da área de inteligência, rastreamento aéreo por meio de drones, ações rotineiras de rastreamento por meio do Grupamento de Operações com Cães, entre outros”, completa a secretaria.

Definição sobre política de drogas determinará futuro da facção

Questionado sobre o que poderia levar ao fim do PCC, o procurador Márcio Sérgio Christino, do MPSP, que também é autor do livro “Laços de Sangue: A História Secreta do PCC”, disse duvidar que a organização criminosa deixe de existir. Segundo ele, o Brasil precisa pensar em definir o que quer com relação às drogas.

“O PCC é tráfico. Enquanto ele for fomentado, ou for combatido, é a mesma medida de força que eles vão ter. Nós vamos liberar as drogas? Ótimo, mas só se tiver o fornecedor. Se isso não ocorrer, estaremos dizendo aos criminosos: sejam bem-vindos. Mas o que for decidido com relação à política de drogas vai decidir o futuro do PCC e das outras facções”.

Promotor de Justiça do MPSP e coordenador do livro “10 Anos da Lei das Organizações Criminosas: Aspectos Criminológicos, Penais e Processuais Penais”, Fábio Ramazzini Bechara argumenta que, apesar de importante a discussão sobre a descriminalização das drogas, ele não acredita que isso possa levar a um enfraquecimento da facção criminosa.

“O criminoso busca a oportunidade dentro de um ambiente para explorar atividades que sejam economicamente ilícitas. Portanto, eu diria que, em uma situação como essa (descriminalização), no final teríamos uma migração de determinado tipo de atividade ilícita para outras”, ponderou.

Já a pesquisadora Isabela Araújo, da UFMG, concorda que a regulamentação estatal do consumo das drogas é uma forma de diminuir o poder do PCC. “Sociólogos, advogados, criminalistas sempre discutem soluções, e elas sempre esbarram no encarceramento em massa, e só uma discussão muito séria sobre isso poderia resolver”, disse a estudiosa do assunto.

Turismo em Minas cresce 720% em relação à média nacional, aponta pesquisa

Turismo em Minas cresce 720% em relação à média nacional, aponta pesquisa – Foto: redes sociais

Minas Gerais tem conquistado posição de liderança no cenário turístico brasileiro. O estado obteve o maior volume de atividades turísticas, além de registrar crescimento superior a 720% em relação à média nacional.

Segundo o IBGE, a variação do volume das atividades turísticas de Minas Gerais, em abril de 2023, correspondeu a 10,1% no comparativo com o mesmo período de 2022, enquanto a variação do volume nacional foi de 1,4%.

De acordo com o relatório do Observatório de Minas Gerais, o faturamento do turismo no acumulado de janeiro até abril de 2023 foi de R$ 73 bilhões, sendo o maior montante contabilizados em 8 anos pelo Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP).

Com relação à demanda por turismo rural, 74% dos turistas optam pelo segmento para contemplar a natureza e 73% pela comida caseira. Minas também lidera a lista de estados mais procurados para visitação, sendo apontada por 42% das respostas, seguido por São Paulo com 35% e Rio Grande do Sul com 23%. Os dados são da 2ª edição da pesquisa Demanda Turismo Rural realizada pela SPRINT Dados.

De acordo com o economista e coordenador do curso de economia do IESB, Riezo Almeida, é necessário encarar o turismo como uma política de estado. Para ele é necessário integrar esforços governamentais para preservar o turismo local brasileiro. 

“O turismo brasileiro tem um potencial enorme e não adianta ser feito só pelo governo, só pela organização da sociedade civil ou só pelas famílias. Há uma unanimidade em saber que o turismo e o potencial dele tem que estar agregado com vários setores. Não adianta um local ser muito bonito e não conseguir prestar um bom serviço. Então os governos municipais se preocupam com a sua preservação e conservação e exploração turística. Mas isso tudo tem que ser aliado a uma política mais governamental, trazendo os parceiros econômicos e sociais”, afirma. 

Emprego e Renda

Dados do Novo Caged indicam um saldo positivo de 2.306 empregados no setor de turismo em Minas Gerais em maio de 2023. Esses números alcançam um estoque de empregos formais de 382.375 no setor turístico, o que sinaliza um aumento de 8,5% em relação a maio de 2022. Já o estoque de empregos ligados à cultura foi de 353.854 em maio. O segmento teve um aumento de quase 0,6% quando comparado ao mês de abril.

Para o economista, em âmbito nacional além do aspecto diretamente ligado à arrecadação o setor se mostrou essencial para a geração de empregos.

“A contribuição do turismo doméstico na economia brasileira, ocorre na produção, na renda e no emprego dos principais pontos turísticos brasileiros. Porque fica evidente que a circulação de mais recursos financeiros e humanos nesses locais trazem um fluxo de renda para a população e o dinheiro circula tanto para o governo, que recebe mais impostos como para a população, que podem abrir mais oportunidades de emprego e gerar mais renda dentro do município onde fica esses locais  de turismo”, ressalta. 

De acordo com o Conselho Mundial de Viagens de Turismo, atualmente  o turismo possui uma participação de 7,5% do PIB nacional.  

Fraudes: operação identifica amido em requeijão cremoso em Minas e outros Estados

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Uma operação identificou fraudes por adição de amido em requeijão cremoso comercializado no mercado varejista do país.

Das 179 amostras coletadas, em 66 estabelecimentos, 9 apresentaram resultados de presença de amido.

Os resultados apresentaram problemas em 5% das amostras. O requeijão que leva adição de amido deve ter na embalagem a informação “Mistura de Requeijão e Amido”, de acordo com o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Requeijão.

E a fraude por adição de amido em requeijão é caracterizada como fraude econômica, ou seja, não correspondia com o que estava declarado no rótulo do produto.

A ação foi realizada pelo Ministério da Agricultura em nove estados: Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Nos estabelecimentos em que foram identificadas as irregularidades, os fiscais adotaram algumas ações, como a apreensão cautelar dos produtos, além da autuação em processo administrativo específico.

Número de acidentes cresce nas estradas de Minas, mas casos com vítimas caem 21%

O número de acidentes nas estradas de Minas aumentou 2,5% nos primeiros cinco meses da campanha “Ir e Vir Seguro”, lançada em novembro do ano passado para prevenir ocorrências durante o período chuvoso. Mesmo assim, os casos de batidas com vítimas reduziu. Segundo a Polícia Militar Rodoviária do Estado (PMRMG), a queda foi de 21%. O balanço foi apresentado por órgãos de segurança e trânsito nesta quinta-feira (27 de abril).

“Tivemos esse aumento por causa do maior fluxo de veículos nas estradas. O fluxo cresceu pela diminuição das interdições que tínhamos nas vias, então, mais acidentes já eram esperados”, pontua o Major Robson de Almeida Machado. Segundo o militar, atualmente em Minas Gerais há 115 interdições parciais e 6 interdições totais.

“Temos um mapa que registra todos esses pontos e com ele conseguimos avisar tanto aos órgão competentes sobre a situação da via, quanto a população para que busquem rotas alternativas”, afirma. O mapa pode ser acessado neste link.

Já para o diretor de operação viária do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), Cristiano Coelho, as principais causas de acidentes ainda têm relação com a imprudência dos condutores. “Nosso objetivo, tanto com a campanha, quanto com outras ações rotineiras, é conscientizar as pessoas e fazer campanhas educativas, melhorar as condições das vias, identificar locais de interdições e ajudar a população a desviar das rotas e reduzir acidentes”, afirma.

Com o fim do período chuvoso, o foco da campanha passa a ser a prevenção de roubos de carga. “É uma caminhada viva, o sindicato é um catalisador que une todos esses órgãos e empenha ações nas vias. Agora, vamos focar na prevenção de roubos, que é um grande problema nas nossas estradas, mas teremos também o início do período mais seco, com aumento no número de queimadas e fumaça, o que também aumenta o risco. O objetivo é cobrar de todos os responsáveis para que as ações de prevenção, melhorias e fiscalização sejam feitas”, detalha o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Lobato.

A campanha conta com apoio da Polícia Federal Rodoviária (PRF), da Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais (PMRMG), do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e do Departamento Nacional se Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Repasse de ICMS Turismo em Minas tem aumento superior a 135%

Os recursos do ICMS Turismo têm chegado a mais municípios ao longo dos anos. Para se ter uma ideia da expansão, o número de municípios beneficiados saltou de 44 para 389, entre 2011 e 2022. A transferência de recursos acompanha o movimento e cresceu de R$ 6 milhões, em 2011, para R$ 14 milhões, no ano passado, o que representa um aumento de 135% ao longo do período. Para 2023, a previsão é ainda maior, e atualmente existem 429 prefeituras cadastradas.

O crescimento tanto dos repasses quanto da participação dos municípios reflete o trabalho desenvolvido pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, para fomentar a atividade turística de maneira descentralizada.

“Isso mostra a consolidação das políticas públicas estaduais para o turismo, que têm sido concebidas para promover estruturação do setor em parceria com os municípios e as Instâncias de Governança Regionais (IGRs), também conhecidas como circuitos turísticos. Impulsionar esse setor é garantir mais desenvolvimento social, econômico e cultural para o nosso estado, que é, hoje, o segundo destino mais procurado do Brasil”, pontua a secretária-adjunta de Cultura e Turismo, Milena Pedrosa.

Desde a implantação do ICMS Turismo já foram transferidos R$ 110 milhões. 

Somente nos últimos quatro anos, R$ 48 milhões foram distribuídos, o que representa quase 45% do total investido. 

Minas Gerais se tornou o primeiro estado do país a instituir essa estratégia como política pública voltada para o desenvolvimento da atividade turística nos municípios, a partir de uma lei publicada em 2009.

Municípios habilitados 

Os municípios precisam cumprir alguns requisitos para receberem a bonificação referente ao ICMS Turismo. Uma delas é criar e manter em funcionamento um Conselho Municipal de Turismo e um Fundo Municipal de Turismo, onde os recursos são alocados.

Também é necessário elaborar uma Política Municipal de Turismo e participar do Programa de Regionalização do Turismo de Minas Gerais. Essas e outras obrigações devem ser comprovadas anualmente, de forma que a cidade tenha direito a receber os repasses no ano subsequente.

Ações implementadas 

O ICMS Turismo fortalece o funcionamento do Fundo Municipal de Turismo, o que permite às cidades realizarem projetos que consolidam o turismo local. Festivais gastronômicos, feiras, shows, portfólios de divulgação dos destinos e estudos de mapeamento turístico são algumas das ações realizadas para este objetivo.

Para o secretário de Turismo e Cultura de Capitólio, Samuel Maia, o ICMS Turismo significa a possibilidade de materializar sonhos dos municípios.

“Cito como exemplo um ganho excelente para Capitólio, e um anseio por parte dos empresários do trade local, que foi o Calendário de Eventos, que contempla várias atividades durante todo ano”, destaca.

O gestor municipal conta que, a reboque da política pública, a prefeitura já tem o cronograma de projetos deste ano. “Fizemos um planejamento de investimento para o ano de 2023, dos recursos provenientes do ICMS Turismo, no desenvolvimento de ações para fomento do turismo”, declara Samuel Maia.

Economia

O turismo se destaca cada vez mais como setor que, além do desenvolvimento cultural e social, impulsiona o crescimento econômico. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em 2022, o setor de serviços, no qual o turismo está inserido, foi o segmento que mais cresceu no país, registrando aumento de 4,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em relação a 2021.

E Minas Gerais tem papel de destaque nesse cenário. De acordo com a Fundação João Pinheiro (FJP), em 2022 o estado teve sua maior participação no PIB brasileiro das duas últimas décadas. Minas contribuiu com cerca de 9,3% do PIB nacional, representando aproximadamente R$ 925 bilhões.

Massa de ar frio mais forte do ano chega a Minas nesta semana

Vários estados do país devem registrar uma queda de temperatura nesta semana, segundo informações da MetSul Meteorologia. Isso se deve a uma massa de ar frio que chega ao Brasil e atingirá Minas Gerais.

Trata-se da incursão de ar frio mais forte a atingir o território nacional neste ano, até agora.

Cidades das regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste do país devem registrar apenas um dígito nos termômetros. Na última quinta-feira (13/4), por exemplo, o Rio Grande do Sul chegou a registrar mínimas de até 4°C.

Um ciclone extratropical irá empurrar a massa de ar frio para o Norte do Brasil, atingindo o Centro-Oeste e o Sudeste. Isso deve causar uma medição das mínimas e máximas mais baixas de 2023.

As regiões do Sul de Minas e Triângulo Mineiro devem registrar uma queda de temperatura.

A medição aponta que regiões como a Serra da Mantiqueira, em São Paulo, e alguns pontos no Sul de Minas podem ter geadas. 

Minas terá 1ª fábrica de geradores de hidrogênio verde da América Latina

O grupo Neuman & Esser (NEA) lançou no último domingo (12), a pedra fundamental para construção da primeira fábrica de geradores de hidrogênio verde da América Latina. Para abrigar a fábrica, o grupo vai ampliar a unidade da empresa no bairro Olhos D’Água, em Belo Horizonte.

O investimento previsto é de R$ 70 milhões, com geração de 75 empregos diretos especializados. A fábrica do NEA ajuda a consolidar Minas Gerais como líder na transição energética no Brasil e um dos principais polos produtores de energia limpa no mundo.

“Vamos investir na extensão de nossa capacidade produtiva em Belo Horizonte, quadruplicando nossa área industrial, com foco no processo de fabricação de eletrolisadores e reformadores para geração de hidrogênio, utilizando tecnologia própria”, conta o diretor-geral da Neuman & Esser Brasil, Marcelo Veneroso.

A fábrica da NEA será capaz de fabricar e integrar equipamentos para produção de hidrogênio verde, como eletrolisadores de tipo PEM e alcalino e reformadores de etanol e biometano ou gás natural, podendo ser adaptados de acordo com a necessidade e os recursos disponíveis em cada local de produção.

Serão produzidos, inicialmente, módulos de 1 a 5 MW de potência, “containerisados”, com capacidade total de 70 MW por ano. Recentemente, a NEA entregou e comissionou o maior eletrizador do tipo PEM instalado na América Latina, 100% industrializado na unidade atual de Belo Horizonte.

Descarbonização

“Viabilizar um investimento desse é um passo importante para a descarbonização da economia de Minas, seguindo o compromisso Race To Zero, assinado pelo governador Romeu Zema, de neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Além disso, outros atores dessa cadeia da economia verde também vão se interessar em vir para Minas, gerando mais empregos e riquezas para o nosso estado, com sustentabilidade ambiental”, afirma o CEO da Invest Minas, João Paulo Braga.

O lançamento da pedra fundamental foi acompanhado por Robert Habeck, vice-chanceler da Alemanha, e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas, Fernando Passalio.

O representante do país europeu está em Minas para o 39º Encontro Econômico Brasil-Alemanha (Eeba), que será realizado nesta segunda e terça-feira (13 e 14/3), no Minascentro, em Belo Horizonte, e contará com a participação de centenas de empresas brasileiras e alemãs.

Combustível do futuro

O hidrogênio é um gás que pode ser usado em substituição a vários combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo e carvão.

Ele pode ser obtido por meio de um processo físico-químico chamado eletrólise e sua queima libera vapor d’água na atmosfera, sem qualquer agressão ao meio ambiente. Quando o processo de obtenção do hidrogênio é alimentado por fontes renováveis de energia (como solar, eólica ou hidráulica), ele recebe o nome de “hidrogênio verde”. Ele ainda pode ser usado para a produção de amônia, importante fertilizante em larga escala.

Por essas características, o hidrogênio verde está sendo usado para descarbonizar setores econômicos ou reduzir a emissão de gases de efeito estufa em setores como mineração, siderurgia, produção de cimento, transportes e agricultura, entre outros. Estima-se que este mercado possa movimentar até US$ 10 trilhões até 2050 e ser responsável pela produção de até 18% da energia consumida no mundo.

Potencial

“Minas Gerais tem um grande potencial para ser um dos principais mercados de hidrogênio verde. Primeiro pela capacidade de produção, já que temos 99% da nossa matriz energética de fontes renováveis. Segundo, pelo consumo, já que muitos dos principais setores que podem consumir o combustível têm grande presença na nossa economia. E, com essa fábrica, teremos capacidade tecnológica para oferecer soluções para toda a cadeia, incluindo a exportação desse produto”, afirma o diretor de atração de investimentos da Invest Minas, Ronaldo Alexandre Barquette.

“Dominar a tecnologia de produção de hidrogênio verde e fabricar localmente, coloca Minas Gerais e o Brasil em uma posição estratégica de produtor e exportador de hidrogênio verde, ou de produtos com baixa pegada de carbono, como aço verde e amônia verde, para todo o mercado consumidor mundial. A posição geográfica estratégica e as condições climáticas propícias de irradiação solar e disponibilidade de correntes de ar fazem do H2 Verde produzido no Brasil um dos mais competitivos do mundo”, complementa Marcelo Veneroso.

Sobre a empresa

O grupo Neuman & Esser foi fundado em 1830 em Aachen, na Alemanha, e é um fabricante líder de soluções de compressores para aplicação em gases industriais (entre eles o hidrogênio). Compressores alternativos de pistão e compressores de diafragma são parte da tecnologia disponibilizada pela NEA.

A empresa possui atualmente 1,3 mil funcionários e está presente no mercado global com unidades em todos os continentes. Há mais de 25 anos, a Neuman & Esser iniciou sua atuação no mercado brasileiro. (Via: Agência Minas)

Secretaria de Agricultura ouve demandas de produtores rurais e prefeitos do Sul e Sudoeste de Minas

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, esteve em Nova Resende, nesta sexta-feira (10/2), cumprindo agendas de trabalho relacionadas à agropecuária regional. Pela manhã, reuniu-se com prefeitos e vices de aproximadamente 20 cidades na Assembleia Geral do Consórcio Público para o Desenvolvimento do Café no Sul e Sudoeste de Minas (ConCafé). Durante a tarde, discutiu programas de fomento ao melhoramento genético de rebanhos bovinos e à apicultura. 

O ConCafé é um consórcio que agrega 48 municípios, estado e federação em prol da cafeicultura nas regiões Sul e Sudoeste de Minas Gerais, responsáveis por grande parte do café produzido no mundo. Na assembleia desta sexta-feira, foram apresentados os resultados das ações desenvolvidas, prestadas contas de 2022 e realizada a eleição de um novo conselho fiscal. 

De acordo com Fernandes, a sinergia entre os setores público, em seus diversos âmbitos, e privado é fundamental para que o agro mineiro continue avançando. “O governador Romeu Zema tem dito: nós precisamos estar lá na ponta, perto de quem produz, ouvindo, trabalhando juntos. E essas parcerias estão sendo firmadas, com as prefeituras, com os sindicatos rurais, com a Faemg, com os parlamentares”, afirmou. 

Entre as medidas elaboradas pelo consórcio para a valorização das atividades cafeeiras, estão a celebração de contratos e acordos, a execução de projetos para o aumento da produtividade e a redução de custos, além do atendimento a demandas dos agricultores. 

Pecuária 

Em reuniões à tarde, foram discutidas ações e propostas de incentivo à bovinocultura e à apicultura das regiões. O destaque foi o Programa Mais Genética, criado em 2016, com o objetivo de aperfeiçoar a produção leiteira e de gado de corte em Minas, sem custos para o agropecuarista, e executado com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas (Emater-MG).  

O programa visa a distribuição de material genético para pequenos produtores e agricultores familiares. Atualmente, está presente em cerca de 130 municípios mineiros, a maioria deles no Sul e Sudoeste de Minas, e já contribuiu para a inseminação de 170 mil vacas, conforme estimativas da Emater-MG. A expectativa é de que o número alcance o marco de 200 mil animais em 2023.  

O investimento total na iniciativa foi próximo a R$ 5 milhões, provenientes de emenda parlamentar. 

O secretário de agricultura ressaltou os recentes avanços para pecuária bovina. “O melhoramento genético, sem dúvidas, é uma grande evolução para a produção de carne e de leite. Uma vitória nós já conseguimos, com a retirada da vacinação contra a febre aftosa neste ano. Novos mercados serão abertos e as exigências sobre os produtos serão maiores”, disse. 

Os bons resultados do Programa de Erradicação da Febre Aftosa, executados pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), permitiram que, a partir de 2023, Minas Gerais obtivesse o status de estado livre da doença sem vacinação, um feito histórico para toda a cadeia produtiva. A perspectiva é de que o reconhecimento internacional ocorra no prazo de dois anos.  

Conforme os cálculos da Seapa, a economia para a pecuária mineira, com a retirada da imunização, será de cerca de R$ 700 milhões por ano, considerados os gastos com imunizantes e aplicação. Além disso, a conquista abre oportunidades para o comércio exterior da carne produzida em Minas. 

Apicultura 

A criação de abelhas também foi pauta dos encontros. No último mês de janeiro, a Seapa participou da entrega de 91 kits de apicultura, em Muzambinho, destinados a produtores de 33 localidades. A aquisição teve aporte de mais de R$ 489 mil, advindos de emenda parlamentar, e R$ 10 mil em contrapartida do Estado. Os recursos foram formalizados via convênio pelo Ministério da Agricultura.  

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