Jornal Folha Regional

STF encerra batalha de 20 anos e autoriza criação do 5.569º município brasileiro

STF encerra batalha de 20 anos e autoriza criação do 5.569º município brasileiro – Foto: reprodução

Depois de mais de 20 anos de luta pela emancipação, Boa Esperança do Norte (MT) foi desmembrado das cidades de Nova Ubiratã e Sorriso e se tornará o mais jovem município do país.

A criação da cidade foi autorizada após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em sessão virtual realizada em 6 de outubro. Com isso, tornou-se o 5.569º município brasileiro e será o caçula das eleições de 2024, quando pela primeira vez vai eleger prefeito e vereadores.

Com cerca de 7.000 habitantes, Boa Esperança do Norte tem o agronegócio como principal pilar de sua economia e há ao menos duas décadas vinha lutando por sua emancipação. O então distrito fica a 132 km da zona urbana de Sorriso e a 73 km de Nova Ubiratã.

Na eleição do ano passado, as duas cidades deram ampla maioria ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja votação chegou a 74% no segundo turno em Sorriso e a 60% em Nova Ubiratã.

Boa Esperança do Norte chegou a ser emancipada em março de 2000 após a aprovação de uma lei pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Contudo, naquele mesmo ano, o Tribunal de Justiça declarou a lei inconstitucional após um mandado de segurança impetrado pelo município de Nova Ubiratã.

A decisão foi revertida na última semana, quando o STF julgou uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) movida pelo MDB e validou por 8 votos a 3 a lei que criou o município.

O relator da ação, ministro Luís Roberto Barroso, votou contra a emancipação do município e destacou jurisprudência que aponta para a inexistência de Lei Complementar Federal que trate do assunto, o que impediria a criação, fusão, incorporação ou desmembramento de novos municípios.

Mas prevaleceu no julgamento a divergência aberta pelo ministro Gilmar Mendes, para quem a lei estadual que criou o município em 2000 preencheu todos os requisitos exigidos pela legislação vigente na época.

Natural do estado de Mato Grosso, onde sua família atua na política local, Gilmar já teve posição semelhante ao relatar ações que resultaram na criação de novos municípios no estado, casos de Ipiranga do Norte e Itanhangá.

Em seu voto, o ministro argumentou que Tribunal de Justiça de Mato Grosso não poderia declarar a inconstitucionalidade da criação da cidade por meio de mandado de segurança e disse que Boa Esperança do Norte reúne condições sociais e econômicas para se tornar um município.

“A pretensão de instalação do município de Boa Esperança do Norte não aparenta ser irrefletida ou motivada pelo mero intuito de aumento da máquina pública para a criação de novos cargos e a captação de recursos públicos em âmbito local”, afirmou.

O entendimento foi acompanhado pelos ministros Dias Toffoli, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Cristiano Zanin e Rosa Weber, que deixou a corte em 30 de setembro.

O pleito de emancipação foi apoiado pelo município de Sorriso, que deve contribuir com cerca de 20% do território da nova cidade. Os demais 80% são uma área de 360 mil hectares que pertenciam à cidade de Nova Ubiratã.

Prefeito de Sorriso, Ari Lafin (PSDB) celebrou a emancipação: “A partir de agora, Sorriso passa a deixar de nutrir uma relação de mãe e filha com Boa Esperança, e passa a vivenciar uma relação de cidades irmãs, que seguem se apoiando mutuamente e crescendo em bloco, junto aos outros municípios da região”.

O prefeito de Nova Ubiratã, Edegar José Bernardi, conhecido como Neninho da Nevada (PRTB), não fez comentários públicos sobre a emancipação do distrito.

Até então, a cidade mais jovem do Brasil era Pescaria Brava (SC), que teve a sua emancipação confirmada em 2012. O município foi criado por uma lei estadual de 2003, que resultou em uma batalha judicial que perdurou por quase uma década. A cidade elegeu seu primeiro prefeito em 2012.

A Constituição Federal aprovada em 1988 previa que a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios serão feitos por lei estadual.

Cada estado tinha uma lei própria que definia os critérios para criar novas cidades, o que levou a um aumento acelerado no número de prefeituras. Uma em cada cinco cidades brasileiras foi criada após a Constituição de 1988.

Em 1996, foi aprovada uma emenda à Constituição que condicionou a criação de novas cidades à aprovação de uma lei federal, que definiria critérios para verificar a viabilidade do município.

Desde então, o Congresso aprovou várias normas para regulamentar a questão, mas que acabaram vetadas pelo Poder Executivo.

O último veto se deu em 2014, na gestão Dilma Rousseff. Em 2015, a proposta foi ressuscitada, mas não chegou a ser aprovada pelo Congresso.

Em 2008, uma nova emenda constitucional convalidou os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios cuja lei tivesse sido publicada até 31 de dezembro de 2006, desde que atendidos os demais requisitos estabelecidos na legislação estadual na época de sua criação.

Desde então, a emenda regularizou a situação de 63 municípios brasileiros que podiam ter sua emancipação anulada por terem sido criados em desacordo com a Constituição.

Entre as regras previstas estavam a necessidade de a população do novo município e do que foi desmembrado ser de, pelo menos, 6.000 habitantes no Norte e Centro-Oeste; 12 mil no Nordeste; e 20 mil no Sul e Sudeste.

Em 2019, o governo Bolsonaro apresentou um pacote para controlar as despesas públicas que previa que municípios pequenos sem autonomia financeira podiam ser fundidos a cidades vizinhas a partir de 2025.

Pela proposta, cidades com menos de 5.000 habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total teriam que fundir a estrutura administrativa (prefeitura e Câmara) com municípios vizinhos.

Na época, a CNM (Confederação Nacional dos Municípios) estimou que a medida afetaria 1.220 cidades. O pacote, contudo, irritou deputados e senadores e acabou não prosperando.

Prefeitura de Alpinópolis realiza distribuição de kits escolares para rede municipal de ensino

O prefeito de Alpinópolis (MG), Rafael Freire, visitou todas as escolas da rede municipal de ensino para realizar a distribuição de kits de materiais escolares para alunos e professores. 

Segundo Rafael, a medida é importante para aliviar o orçamento familiar, principalmente para aquelas famílias com mais de um filhos na escola.

Entre os materiais estão: livros sobre educação financeira, cultura, educação ambiental, inglês, além das disciplinas básicas obrigatórias, como matemática e português. Ainda de acordo com o prefeito, apenas a mochila será entregue nos próximos dias.

Esse ano, as escolas municipais irão iniciar um trabalho com dois materiais extras: o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) que melhora o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e o conteúdo exclusivo de alfabetização, pensado para aqueles alunos que não conseguiram se alfabetizar.

Rafael disse que ficou emocionado com tamanho carinho das crianças.

‘’Ver a alegria estampada em cada rosto e toda essa euforia é a resposta de que vale a pena acreditar na educação pública. Quando ouvi de um garoto que ele ‘nunca teve um caderno de capa dura’ e que estava ‘emocionado’ por isso, eu senti ali a minha maior motivação para fazer ainda mais. Como é bom ver a alegria das nossas crianças ao receber um material escolar de qualidade, preparado com muito carinho para auxiliar no seu processo de aprendizado’’.

A distribuição dos kits começou pela Escola Municipal Domingos Gonçalves de Lima, depois a Escola Municipal Horácio Pereira Damásio, no período da manhã. Já no período da tarde, na Escola Municipal Cônego Vicente Bianchi, na Escola Municipal Stella da Silva, e no CEMEI Professor José Gilberto Damasceno.

Ainda conforme Rafael, nunca se investiu tanto na educação pública de Alpinópolis como atualmente.

‘’Depois de adotar os materiais didáticos da FTD, de distribuir uniformes para todos os alunos, de reajustar em mais de 50% o salário dos professores, de comprar vários utensílios novos para as escolas, de adquirir uma biblioteca para cada escola, de iniciar a instalação das telas interativas, de construir e reformar várias escolas, vamos também entregar o kit de material escolar’’.

Vereador solicita instalação de creche em São José da Barra

O vereador Mateus Junior Rodrigues de Oliveira (PL), teve sua indicação atendida pelo legislativo de São José da Barra (MG), a qual solicita a instalação de uma creche no município. 

No documento, o Mateus citou que a ‘’educação infantil para crianças menores que cinco anos é um direito garantido também pela Constituição Federal, nos termos do art. 208, IV e no Estatuto da Criança e do Adolescente (Art. 54, IV)’’.

A indicação foi enviada para o executivo e aguarda aprovação do prefeito municipal, Paulo Sérgio Leandro de Oliveira.

Empresário reclama de ações da prefeitura em relação ao turismo em São José da Barra

Na última sexta-feira (18), o empresário do ramo de hotelaria e restaurante Hélio Teodoro de Oliveira, esteve na prefeitura de São José da Barra para verificar a possibilidade em receber um ônibus e micro-ônibus com 80 turistas, neste final de semana entre dias os dias 19 e 20 de setembro, porém, foi informado que por meio de decreto, a entrada de ônibus, micro-ônibus e vans para fins de turismo estão proibidos no município.

O empresário afirmou que na última quinta-feira (16), um ônibus com diversos motociclistas entrou no município, e ficou estacionado na Rua Paraguaçu, no bairro de Furnas, em São José da Barra (MG). Sendo assim, o mesmo recorreu às autoridades municipais, para saber o por que permitiram a entrada do mesmo.

“Me informaram, que o ônibus veio somente carregado com a bagagem dos motociclistas, porém, iam averiguar a informação, e multaria o ônibus, o empresário que estaria hospedando-os, e fazendo a retirada do transporte, de acordo com Decreto Municipal. Precisamos de transparência e igualdade para todos”. Informou o empresário.

Hélio quer uma resposta, se o ônibus foi autuado, pois, pelo que se vê, as leis são diferentes para alguns empresários do município.

A redação do Jornal Folha Regional, foi ao local que o ônibus estava estacionado, e os motociclistas no momento estavam colocando suas motocicletas no mesmo, inclusive um deles circulando em via pública de cueca.

A secretaria de educação, esporte, cultura, lazer e turismo Luciene Mandelo, informou que ao comunicarem ela sobre o fato, solicitou que entrassem em contato com a equipe que atua na fiscalização e enfrentamento à Covid-19.

“Passei a esposa do empresário o número de telefone da responsável pela fiscalização da Covid-19, porém, não estou ciente da ações tomadas. Para mim, quem desobedecer às regras tem que ser multado, e arcar com as atitudes contrárias aos Decretos. Não sei se o empresário procurou a responsável pelo Setor de Vigilância Sanitária, que é a responsável por estas demandas de fiscalização.”

De acordo com Luciene, recentemente um ônibus foi denunciado, e a equipe de Vigilância Sanitária foi verificar as informações, e o ônibus era adaptado e de um empreendedor do município, e posteriormente foi esclarecido para a população.

A responsável pelo Setor de Vigilância Sanitária e Enfrentamento à Covid-19 Cássia Figueiredo, no início da semana, recebeu o contato de um dos empreendedores que hospedou os motociclistas, comunicando sobre a vinda deles, sendo assim, foi autorizado.

“Um empresário que hospedou o pessoal, informou que ônibus não trouxe turistas, e que o mesmo é adaptado para transportar as motos (Motorhome) e equipamentos de trilha, e não tem poltrona. As únicas pessoas que desceram do ônibus foram três motoristas, que revezam na viagem devido ser longa. Os proprietários das motos vieram em carros particulares, o que o decreto permite”. Informou Cássia.

A responsável pela fiscalização, afirmou que o pessoal chegou na quinta-feira (16), estacionou o ônibus na rua Paraguaçu, em frente à uma das pousadas, devido o local ser mais apropriado para embarque e desembarque das motos, e os motociclistas ficaram hospedados em dois empreendimentos de hospedagem no bairro em Furnas.

“Eles chegaram, foram para a serra, e estão indo embora hoje. Não vi problema algum em liberar, tendo em vista que o decreto proíbe apenas ônibus turístico e neste só tinha os motoristas, sem nenhum turista. O Sr. Hélio me ligou, e fui ao local, naquele momento não consegui entrar no ônibus, mas retornei e constatei que o ônibus realmente é adaptado apenas para transportar as motos”. Finalizou Cássia.

Sendo assim, o ônibus não foi autuado, e liberado a entrada no município.

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