Peregrinos percorrem 76 km, de Passos a Guapé, em devoção à Nossa Senhora Aparecida – Foto: divulgação
Peregrinos saíram às 5h da manhã desta terça-feira (13), de Passos (MG), com destino à Igreja de Nossa Senhora Aparecida na comunidade Aparecida do Sul no município de Guapé (MG). O motivo: devoção à Nossa Senhora Aparecida, e participação na Festa da Assunção de Nossa Senhora, celebrada na próxima quinta-feira (15).
Serão 76 quilômetros a serem percorridos até quarta-feira (14) com previsão de chegada às 12h, onde participarão da missa aos devotos. A peregrinação iniciou em 2013, e a cada ano conta com mais fieis, que abraçam esta devoção e penitência.
Este ano nem o frio impediu que as nove pessoas começassem a caminhar. Três pessoas estão no carro de apoio onde está a alimentação, roupas, água, colchões e medicamentos.
Durante a caminhada eles rezam o terço, fazem orações e relembram histórias vividas com seus familiares. Os devotos, terão a primeira parada próximo ao pedágio Passos/Furnas para tomar café. E às 13h em São José da Barra parada para almoçar, o jantar e repouso será em uma pousada próximo ao porto Barra/Guapé.
Contrariado com a instalação de uma estátua de Nossa Senhora Aparecida na entrada de Bastos, cidade do interior paulista a 550 km da capital, um pastor evangélico chamou um dos maiores símbolos do catolicismo nacional de “Satanás fantasiado de azul”.
Líder na igreja Vida Nova, Sérgio Fernandes se disse “indignado com usarem dinheiro público” na escultura. O episódio de intolerância religiosa, registrado em vídeo, aconteceu durante um culto no domingo (1º).
“Colocaram uma imagem de escultura na entrada da nossa cidade que não nos representa”, disse em sua pregação. “Não tem nada a ver com a gente”.
A fé evangélica não admite a veneração de santos, equiparada à idolatria. Para esse segmento cristão, o único mediador da humanidade com Deus é Jesus Cristo. Fiéis poderiam, então, admirar Maria e outros nomes canonizados pela Igreja Católica, sem lhes atribuir santidade.
O pastor afirmou que até entenderia uma homenagem à comunidade japonesa, vasta no município. Mas não o ícone católico.
“Quando a pessoa entra em Bastos e olha lá a bandeira do Brasil, a bandeira do Japão, o obelisco, beleza, é cultura japonesa, parabéns. Põe ovo, põe galinha, põe o que quiser, mas não vem pôr o Satanás fantasiado de azul na entrada da cidade. Não traz maldição para a nossa cidade. Aquilo é ponto de contato com o inferno. Ora, porque o espírito de idolatria não vai ficar aqui. Eu não aceito”.
Ataques similares, no passado, já desgastaram a relação entre os dois maiores blocos religiosos do Brasil. O auge da animosidade foi em 1995, quando um bispo da Igreja Universal desferiu pontapés numa estátua de Aparecida. Sérgio Von Helder a descreveu, na ocasião, como “um bicho tão feio, tão horrível, tão desgraçado”.
Conhecido como “chute na santa”, o arroubo dominou o noticiário de um Brasil ainda predominantemente católico e chegou a motivar ataques a templos da Universal.
O prefeito de Bastos, Manoel Rosa (MDB), reagiu à fala do líder religioso. “Não precisava polêmica nenhuma diante de uma situação pra nós tão normal”, afirma, apontando que a maioria dos municípios brasileiros “têm homenagens aos santos, a Jesus Cristo, ao Espírito Santo”.
A estátua que enervou Fernandes foi colocada num gramado bastense na semana passada. Rosa diz que alguns evangélicos, reclamando que até há uma praça da Bíblia na cidade, porém pequena demais, propuseram um tributo ao livro sagrado do cristianismo.
E de fato o pedido foi atendido: além de Aparecida, há na chegada a Bastos a escultura de uma Bíblia e de uma pomba branca, representação do Espírito Santo.
“Tentamos fazer o melhor possível num espaço ecumênico por entendermos que as religiões podem e devem conviver pacificamente”, afirma o prefeito. Ele ressalta ter sofrido ameaças judiciais em razão da imagem católica.
Pastor pede desculpas
O pastor se desculpou com a comunidade católica em uma carta pública. No texto, Sérgio Fernandes disse que a intenção da sua fala era mostrar o descontentamento com uso do dinheiro público em um símbolo restrito a apenas uma religião.
A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi instalada pela prefeitura no local, que informou repudiar qualquer tipo de intolerância e que respeita todas as religiões.
Na carta, divulgada nas redes sociais nesta quarta-feira (4), o pastor diz que “na ocasião, meu foco era expor a reprovação ao fato de que o poder público municipal havia erigido como monumento um ícone religioso que não representa a totalidade da população de Bastos. Ao meu ver, verbas públicas devem ser guardadas pela laicidade do Estado, não promovendo nenhuma vertente religiosa em particular, seja católica, evangélica ou outra qualquer”, afirma.
Sobre os termos utilizados, ele reconhece que ofendeu as pessoas que consideram a imagem sagrada.
“Venho por meio desta nota reconhecer que me excedi nos termos e argumentos usados, sendo ofensivo, ferindo a sensibilidade e a fé sincera de muitas pessoas.”
“Por reconhecer e me arrepender disso, venho publicamente me retratar e pedir perdão à comunidade católica e a todos os que se ofenderam com minha argumentação”, completa.
O pastor ainda reforça que nem ele e nem a comunidade evangélica que representa já estiveram envolvidos em casos de intolerância religiosa.
Pastor chama Nossa Senhora Aparecida de ‘Satanás fantasiado de azul’ – Imagem: redes sociais
Vândalos destruíram imagens de Nossa Senhora Aparecida que ficavam em um oratório na entrada da cidade de Fortaleza de Minas (MG). As imagens foram quebradas na madrugada da última terça-feira (10).
O local é simples, porém é considerado cartão postal da cidade. Moradores e visitantes frequentam o lugar para fazer orações e apreciar a beleza do lugar e da natureza em torno.
O local foi construído por um senhor há muitos anos e desde então vem sendo cuidado por moradores devotos de Nossa Senhora Aparecida, os quais necessitam de ajudas para manter o local.
A moradora Renata Cristina, que também é devota da Santa, disse que é provável que seja usuários de drogas que queriam o dinheiro que os moradores deixam no oratório.
‘’Tem gente inclusive relacionando o vandalismo com aquela questão de Brasília, mas não sei se vem ao caso se pode ser isso mesmo ou se são só loucos drogados, que não tem o que fazer e destruíram o local pra pegar algumas moedinhas, que as pessoas deixam lá. Penso que independente de religião devemos ser respeitados’’.
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