Período chuvoso já registra 24 mortes em Minas Gerais – Foto: reprodução
Onze pessoas morreram na madrugada do último domingo (12) em decorrência do temporal que atingiu os municípios de Ipatinga e Santana do Paraíso, no Vale do Aço. Com essas mortes, o número de vítimas durante o período chuvoso em Minas Gerais chega a 24, segundo dados da Defesa Civil.
Em um dia, na virada de domingo para segunda (13), o número de pessoas desabrigadas, que são aquelas que precisaram de abrigo público ou habitação temporária em função de danos ou ameaça de danos em seus domicílios, também subiu e passou de 222 para 279.
Já o número de pessoas desalojadas, que saíram de seus domicílios e se abrigaram em casa de familiares ou amigos, se manteve em 1.497.
Desde o início do período chuvoso, em 27 de setembro do ano passado, três pessoas morreram em Ipanema e duas pessoas morreram em Raul Soares, no Vale do Rio Doce, enquanto os municípios de Uberlândia, Maripá de Minas, Coronel Pacheco, Capinópolis, Alterosa, Carangola, Nepomuceno e Tombos tiveram uma vítima cada. A esses 13 casos, somam-se as dez vítimas em Ipatinga e uma em Santana do Paraíso.
Cidades que registraram problemas nas últimas horas
Na madrugada de domingo, o município de Ipatinga registrou 204 mm de precipitação em apenas um bairro, o Bethânia. No local, sete pessoas perderam a vida, sendo as vítimas uma criança de 8 anos, que morreu soterrada na rua Boston e cinco pessoas de uma mesma família, com idades entre 8 e 75 anos, que foram vítimas de um deslizamento na rua Turim, na altura do número 40. O corpo de uma mulher idosa, de 68 anos, também foi encontrado na mesma rua, em residência de número 225.
No mesmo bairro, na rua Tucanuçu, dois idosos foram vítimas de um deslizamento de encosta. A mulher, de 69 anos, morreu no local, enquanto o homem, de 78, foi resgatado com vida, mas morreu no hospital. Já no bairro Granjas Vagalume, um homem de 31 anos foi encontrado morto por moradores da região.
As fortes chuvas também causaram o alagamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que teve o atendimento comprometido; além de diversos pontos de deslizamentos e a interdição de uma das principais avenidas da cidade. Até o momento, a Defesa Civil contabiliza 40 desabrigados. Já os números de pessoas desalojadas e feridas estão sendo atualizados. A cidade decretou situação de emergência.
Na cidade vizinha a Ipatinga, Santana do Paraíso, as águas da madrugada causaram a morte de uma mulher de 36 anos. Ela chegou a ser resgatada com vida, mas morreu posteriormente. O município também decretou situação de emergência.
Já em Espinosa, na divisa do Norte de Minas com a Bahia, as fortes chuvas que atingiram o município na manhã de domingo provocou alagamentos nos bairros JK, Bela Vista, Arapongas e na zona rural.
Uma barragem d’água em uma propriedade particular também provocou inundação em povoado rural, com danos materiais, vias interditadas e estradas e pontes danificadas. Ao todo, 17 pessoas ficaram desabrigadas. Assim como Ipatinga e Santana do Paraíso, a cidade também decretou situação de emergência.
Cinco pessoas morreram em um acidente grave no início da tarde da última quinta-feira (3), no km 413 da BR-135, próximo à Bocaiuva (MG). As vítimas são dois adultos e três crianças.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as cinco vítimas são da mesma família e viajavam em um Fiat Uno. No trecho entre Engenheiro Navarro e Bocaiuva, o veículo se chocou com uma picape Fiat Toro, ocupada por duas pessoas, que tiveram apenas ferimentos leves.
De acordo com PMRv, o motorista do Uno perdeu o controle do carro, que saiu desgovernado e entrou pela contramão, atingindo violentamente a Toro. O Fiat Uno saiu da rodovia e ficou totalmente destruído, causando a morte instantânea dos ocupantes. Para os militares, a chuva, que deixou pista escorregadia, pode ter contribuído para a colisão.
Os corpos ainda não foram identificados. O Fiat Uno envolvido na tragédia tem placa de Bocaiuva, mas as autoridades ainda não confirmaram se os tripulantes moravam na cidade. Os ocupantes da Toro viajavam da Bahia para São Paulo.
Em três dias, quatro crianças e adolescentes morreram por complicações da Covid-19 em Minas Gerais. Boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (14) pela Secretaria de Estado de Saúde mostra que os óbitos foram de um bebê menor de um ano, uma criança de 1 a 9 anos, e dois entre a faixa etária de 10 a 19 anos.
As mortes foram registradas entre sexta-feira (11) e o informe divulgado nesta segunda. A SES não detalha em quais municípios as vítimas moravam. Somente em 2022, Minas já notificou 13 mortes entre crianças de 0 a 9 anos. Desde o início da pandemia foram 91 óbitos para esta idade.
Já entre as crianças, adolescentes e jovens de 10 a 19 anos foram 74 óbitos contabilizados desde 2020, segundo a SES. No Estado, a cobertura vacinal entre crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 está em 26,35%. Ao todo, 490.256 pequenos receberam a primeira dose da vacina.
Na noite do último domingo (13), um acidente envolvendo um caminhão baú com placas de Contagem (MG), e um Fiat Palio Weekend com placas de Piumhi (MG), deixou três vítimas fatais e uma com ferimentos graves, na MG-050, KM 202, entre Pimenta e Formiga (MG).
Segundo informações do Corpo de Bombeiros de Formiga, o caminhão seguia sentido a Pimenta, quando em uma curva se deparou com o veículo Fiat Pálio que vinha pela contramão da pista, não sendo possível evitar a colisão.
Com o impacto o carro foi arremessado para fora da rodovia.
Três piumhienses, de 23, 17 e 31 anos, não resistiram aos ferimentos e vieram a óbito ainda no local. Os jovens são João Victor, Ruan Costa e Lara Ferreira.
Outro passageiro que também estava no carro, um jovem de 22 anos, sofreu ferimentos graves e foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), ao hospital de formiga.
O motorista do caminhão, de 34 anos, não se feriu.
A pista foi interditada no momento do acidente e liberada posteriormente por orientação do investigador plantão da DP de Formiga.
Duas crianças morreram asfixiadas durante incêndio a uma casa na zona rural de Monte Santo de Minas (MG). De acordo com a Polícia Civil, o pai das vítimas teria saído para levar a namorada ao trabalho e a residência estava em chamas quando ele retornou. O caso ocorreu nesta terça-feira (8).
Ainda segundo a Polícia Civil, os dois meninos, um de quatro e o outro de cinco anos, estavam no quarto quando o incêndio teve início.
Segundo a perícia da Polícia Civil de São Sebastião do Paraíso, o fogo teria começado na sala e se alastrado pela residência.
A perícia da Polícia Civil também destacou que as crianças morreram asfixiadas durante o incêndio.
Por volta de 12h30, do último sábado, 8, um paredão de rochas se soltou nos canyons do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), e atingiu quatro embarcações com dezenas de turistas, vitimando fatalmente 10 pessoas.
Turistas aproveitavam o dia em passeios de lancha no Lago, quando perceberam a rachadura em um dos paredões. Nas imagens registradas no momento do ocorrido, dá para ouvir quando as pessoas comentam:
‘’Isso é normal pai?’’, “Aquele bloco está saindo lá”, “Aquele pedação ali vem caindo”, “Aquele pedaço vai cair”, “Gente, saí daí”, “Tá caindo muita pedra”, “Esse trem vai cair”, “Corre, vamos embora”.
Foram diversas observações até que o paredão veio abaixo enquanto testemunhas filmavam tudo. Em questão de segundos, uma rocha gigantesca despencou e atingiu pelo menos quatro lanchas que estavam mais próximas ao local, duas ficaram destruídas e afundaram.
Na hora do acidente, pelo menos 50 pessoas estavam nas lanchas, entre elas crianças.
Representantes dos Bombeiros, Defesa Civil e policias militares e civis que participaram da operação investigam o que teria provocado o acidente.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, que conhece bem a região, falou sobre o desabamento.
“Ela já apresentava algumas situações, uma perda dessa coesão. A gente já começa a ver esses primeiros blocos de terra se desprendendo, o que mostra realmente que aquela falha estava aumentando. A gente tem um movimento de aumento desse afastamento dessa falha pré-existente, até que chega um momento que a gente tem um colapso daquele estrutura, o deslocamento repentino de toda aquela massa de água, decorrente daquela colisão com a rocha, ele provoca uma onda que lança algumas pessoas à altura de três, quatro metros, e são lançadas na água. É basicamente como se fosse um atropelamento por uma locomotiva ou por um trem”, explica.
Após o desabamento, equipes da Delegacia da Marinha de Furnas (DelFurnas) se deslocaram para o local e informaram, por meio de nota, que um inquérito será instaurado para apurar as causas do acidente.
Nas redes sociais, o governador de Minas, Romeu Zema, se solidarizou com as famílias das vítimas. Zema também decretou luto de três dias em todo o Estado de Minas Gerais em respeito às mortes causadas pelo acidente, e pelas pessoas que estão sofrendo com as chuvas intensas.
“O governador Romeu Zema assinou decreto de luto oficial de três dias em todo o Estado de Minas Gerais, em sinal de pesar às vítimas da tragédia em Capitólio e em respeito aos mineiros afetados pelas fortes chuvas dos últimos dias”, disse o governo de MG em nota.
Vítimas identificadas
As dez vítimas do acidente de Capitólio já foram identificadas pela Polícia Civil. Os últimos quatro corpos foram identificados nesta segunda-feira (10). São eles: Geovany Teixeira da Silva, de 37 anos; Geovany Gabriel Oliveira da Silva, 14 anos; Thiago Teixeira da Silva Nascimento, 35 anos; Rodrigo Alves dos Anjos, 40 anos e Carmem Pinheiro da Silva, de 43 anos.
A 9ª vítima a ser identificada foi o piloto da lancha, Rodrigo. Geovany Teixeira e Geovany Gabriel eram pai e filho. Thiago era primo de Geovany Teixeira. Todas as vítimas do acidente estavam na mesma lancha que tinha o nome de “Jesus”.
A 10° vítima identificada foi Carmem Pinheiro da Silva, de 43 anos, natural de Cajamar. Ela acompanhava o namorado Geovany Teixeira da Silva, 37 anos, na embarcação e estavam com ela também a filha Camila da Silva Machado, 18 anos, e o namorado da garota. Todos morreram no acidente.
De acordo com informações da Polícia Civil, eles estavam hospedados em um rancho em São José da Barra (MG). O proprietário da imóvel era dono da lancha e também parente das vítimas. O piloto era funcionário dele.
A primeira vítima foi identificada na manhã do último domingo (9). Outras quatro vítimas foram identificadas no mesmo dia durante a noite e outras na madrugada desta segunda-feira (10).
Veja quem são as vítimas
Júlio Borges Antunes, 68 anos, natural de Alpinópolis (MG). Foi enterrado em São José da Barra.
Maycon Douglas de Osti, 24 anos, nascido em Campinas. Será enterrado em Sumaré.
Camila da Silva Machado, 18 anos, nascida em Paulínia. Será enterrada em Sumaré.
Sebastião Teixeira da Silva, 64 anos, natural de Anhumas. Será enterrado em Serrania.
Marlene Augusta Teixeira da Silva, 57 anos, natural de Itaú de Minas. Será enterrada em Serrania.
Geovany Teixeira da Silva, 37 anos, natural de Itaú de Minas. Será enterrado em Serrania.
Geovany Gabriel Oliveira da Silva, 14 anos, natural de Alfenas. Será enterrado em Serrania.
Thiago Teixeira da Silva Nascimento, 35 anos, nascido em Passos. Foi enterrado em São José da Barra.
Rodrigo Alves dos Anjos, 40 anos, nascido em Betim (MG). Ele era o piloto da lancha.
Carmem Pinheiro da Silva, de 43 anos, natural de Cajamar.
Marlene e Sebastião eram casados e pais de Geovany Teixeira, que era pai de Geovany Gabriel. Eles também eram tios da vítima Thiago. Mykon era namorado de Camila e Júlio era amigo da família.
Segundo a Polícia Civil, as dez vítimas foram identificadas por meio da datiloscopia (sistema de identificação humana, por meio das impressões digitais). “A equipe da PCMG atuou na identificação de sete vítimas e contou com o apoio da Polícia Federal na identificação de outras três vítimas”, informou a Polícia Civil.
Feridos
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que 32 pessoas foram atendidas por decorrência do acidente, das quais 27 foram atendidas e liberadas, 23 delas da Santa Casa de Capitólio e outras 4 do Hospital Municipal de São José da Barra.
Um jovem, de 26 anos, residente de Pimenta (MG), está internado na Santa Casa de Passos e deve ser operado nesta segunda-feira (10). Outra pessoa que também estava internada em Passos foi levada para um hospital particular e está estável.
2 pessoas, atingidas pelas pedras e que estão com fraturas expostas foram encaminhadas para a Santa Casa de Piumhi.
O que diz o prefeito de Capitólio
O prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva (PP), afirmou em entrevista coletiva no último domingo que nunca havia ocorrido acidente deste nível, por isso, não há um estudo ou análise geológica sobre os paredões.
“Meu pai vive aqui há 76 anos e nunca viu um desligamento de rocha desses. Acredito que, daqui para a frente, a gente precisa fazer uma análise [geológica]. Aquelas falésias estão ali há milhares de anos. Essa formação rochosa de quartzito tem essas fendas e fissuras. Já foram feitos vários estudos geológicos. Se tinha algum risco, tinha de ser emitido por um órgão superior”, explicou.
No domingo, o prefeito determinou o fechamento das entradas dos cânions e também da Cascatinha.
“A Marinha tem as suas legislações que regulamentam o ordenamento costeiro. Então, todos esses pontos já estão sendo trabalhados pela Marinha em relação ao ordenamento”, acrescentou, em seguida.
Segundo o prefeito, uma lei municipal de 2019 disciplina o turismo nos canyons, proibindo banhos na área de circulação das lanchas e limitando a 40 o número de embarcações, as quais podem permanecer por até 30 minutos na área. Além disso, normas da Marinha estabelecem o ordenamento da orla do lago.
Cristiano também comentou sobre a responsabilidade do acidente: “O ordenamento marítimo está a cargo da Marinha. Temos a Marinha na nossa região desde 2019, e o ordenamento está por conta deles.” O prefeito disse que “querer apontar um culpado agora é injustiça”.
“Dentro dos cânions temos leis que proíbem que as pessoas nadem e a ancoragem de lanchas”, completou. O prefeito informou que a fiscalização é realizada através de um fiscal utilizando jet ski.
“O caminho é buscar pessoas técnicas, e trabalhar para que tenha prevenção. O caminho é buscar pessoas especializadas, sentar com os órgãos competentes para traçar um plano buscando a segurança dos trabalhadores, da população e principalmente dos turistas”, concluiu.
Também neste domingo, Furnas Centrais Elétricas divulgou uma nota sobre o acidente. A concessionária lamentou as mortes e disse se solidarizar com as famílias. Furnas esclareceu ainda que “utiliza a água do lago para a geração de energia elétrica e que a fiscalização dos demais usos, incluindo o turismo, competem à Marinha e aos poderes públicos locais”.
Família do piloto
Milenna Rodrigues Alves dos Anjos, filha de Rodrigo, piloto vítima do acidente, lamentou a morte do pai e disse que ele ‘não iria nessa lancha inicialmente. Pediu para trocar porque queria ir com Jesus’ (nome da embarcação envolvida no acidente).
Pai de Milenna, avô de Maria Alice e marido de Marileide, Rodrigo era um amante da navegação. Ele pilotava a lancha ocupada pelas 10 pessoas que morreram na tragédia.
“Meu pai era uma pessoa única. Ele amava isso aqui. Suas maiores paixões eram as embarcações e a família, principalmente a neta”, disse a filha.
Rodrigo vivia em Capitólio com a esposa, Marileide Fátima Rodrigues, de 37 anos. Os dois estavam casados há quase 25 anos e vieram para o “Mar de Minas” com intuito de seguir o sonho do piloto.
Vítima de Sumaré faria 25 anos no domingo
Uma das vítimas faria 25 anos no último domingo. Maycon Douglas, que estava com a namorada, Camila, além de outras pessoas da família dela. O casal, que morava em Sumaré (SP), morreu na hora com a queda do paredão.
O casal foi enterrado na manhã desta segunda-feira (10), na cidade onde residiam.
Como é a formação rochosa da região?
A região de Capitólio é basicamente formada por rochas sedimentares que possuem uma resistência menor.
“A entrada de água nessas áreas podem fazer a rocha perder a coesão, que é a resistência interna. E pode haver uma ruptura como essa”, explicou o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
Gustavo Cunha Melo, especialista em gerenciamento de risco, disse que a rocha aparentava estar com muita erosão. “A tromba d’água pode explicar o desabamento neste momento? Pode, assim como também não precisava nada – ela ia desabar em algum momento por erosão, por um processo natural”, disse.
O tenente explicou que o desmoronamento de rochas é comum em Capitólio, mas o que agravou a situação foi o tamanho e modo como as pedras caíram. “Nesse caso, como a gente teve esse tombamento perpendicular, e pelo tamanho da rocha, a gente acabou tendo essas pessoas diretamente afetadas”, disse.
Geralmente, esse tipo de desmoronamento acontece com as rochas caindo até mesmo ‘de pé’, e não perpendicular, como foi neste acidente.
A diretoria executiva da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG) emitiu uma nota considerando que a tragédia expõe um problema provocado pela falta de laudos geológicos e geotécnicos para identificar os riscos geológicos de locais a serem visitados por turistas. A SBG “rechaça qualquer tentativa de negar a gravidade dos fatos e de impedir a apuração das responsabilidades por essa tragédia que poderia ter sido evitada”.
A SBG considerou ainda que as autoridades devem ter mais atenção no período chuvoso. “Fenômenos como inundações, deslizamentos, fluxo de detritos, entre outros, representam um desafio às capacidades dos governos, nas esferas federal, estadual e municipal, para responder antecipadamente, com rapidez e eficácia, aos problemas decorrentes dos seus efeitos a uma determinada região do país”.
Para a SBG, há uma ausência de profissionais qualificados da área de Geociências nas prefeituras para conduzir estudos de avaliação dos lugares turísticos e monitoramento de áreas de riscos. São profissionais que poderiam avaliar restrições de uso e determinar procedimentos de segurança.
“A indicação de obras de contramedidas e o monitoramento geotécnico aliados com a percepção de risco pela população são ações eficazes para mitigar o risco e prevenir desastres”, diz a nota.
Os turistas podiam estar no local?
Após o incidente, a área foi isolada e não pode mais receber turistas por tempo indeterminado. Os bombeiros disseram que cabe à Marinha informar se os turistas poderiam estar no local.
O prefeito de Capitólio disse que nenhuma norma impedia as lanchas de estar naquele local, próximas do paredão.
Investigações
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da tragédia. A informação foi divulgada pelo delegado Marcos Pimenta, da regional da Delegacia em Passos nesta segunda-feira (10).
“Em relação a uma obra do parque de lazer no cânion ter influenciado deslocamento da rocha, é muito prematuro afirmar qualquer tipo dessas ideias que estão circulando. Entretanto, a Polícia Civil não irá descartar nenhuma hipótese. Mas, com cautela, e a serenidade que o caso impõe, estamos ouvindo na data de hoje [segunda-feira], em três grupos distintos, no núcleo em Piumhi e no núcleo em Alpinópolis. Ambos estão colhendo informações do proprietário da lancha Jesus, que não estava na embarcação quando houve o choque”, pontuou Pimenta.
Testemunhas e pessoas que sofreram ferimentos leves também serão ouvidas pela instituição. O delegado detalhou, ainda, que um geólogo especialista auxilia no inquérito. No primeiro momento, frisou, a Polícia Civil “almeja dar conforto aos familiares” e “celeridade na identificação” da última vítima.
“Está previsto durante esta semana que uma equipe de delegados, investigadores e peritos criminais irem às imediações dos cânions com aeronaves, drones e embarcações. Nossa ideia, nosso objetivo, será estudar o local e averiguar se, nas imediações, também há outras pedras com essas características visando, juntamente com Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Marinha, e outros órgãos de fiscalização, a criação de uma saída para que outras pedras não consigam atingir aquela região, que é uma região rica do turismo e é um presente de Minas”, concluiu.
A Marinha do Brasil também abriu inquérito para investigar o acidente.
A rocha
Em 2012, um internauta publicou em seu perfil no Facebook, uma imagem de uma rocha ‘solta’ em um dos paredões, similar a que desmoronou, com a seguinte legenda: ‘’essa pedra vai cair’’.
O ‘print’ circulou nas redes sociais e causou revolta, porém não são as mesmas mesmas rochas. As duas estavam de lados opostos.
Registros
Antes de embarcarem, as vítimas registraram o momento de felicidade entre família e amigos. Confira:
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (6) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), Minas Gerais registrou apenas uma morte por Covid nas últimas 24h. Desde o início da pandemia, são 56.322 óbitos pela doença.
Também nas últimas 24h, o Estado contabilizou 114 novos casos positivos de coronavírus, que se somam aos mais de 2,2 milhões desde março do ano passado.
Atualmente, 15.018 casos estão em acompanhamento, ou seja, são casos positivos que não evoluíram para óbito, cuja condição clínica permanece sendo acompanhada ou aguarda atualização pelos municípios.
Dados divulgados pela SES mostram também que 292 adultos ocupam leitos de UTI destinados à Covid em Minas Gerais, além de sete crianças em leitos de unidade de terapia intensiva pediátricos.
Após 23 dias sem registros de óbitos por covid-19, o número de mortes em decorrência da doença subiu para 318 em Passos, segundo boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura do município nesta quarta-feira. A 317ª morte por covid-19 havia sido registrada no dia 21 de setembro, após ficar 20 dias sem óbitos no município.
Entre os dias 8 e a última quarta-feira (13) a região teve 95 novos casos de infecção pelo coronavírus e seis mortes em decorrência da covid-19, segundo boletins divulgados pelas prefeituras dos municípios. Dentre as 27 cidades que integram a Superintendência Regional de Saúde de Passos (SRS-Passos), Piumhi teve duas mortes, e Capetinga, Guapé, Nova Resende e Passos registraram um óbito cada.
Quanto aos novos casos, as cidades de Passos e Guapé, com 18 em cada, lideram o ranking de novos casos neste período. Em seguida aparecem os municípios de Piumhi (15), Nova Resende (nove), Alpinópolis (sete), Pimenta e São Sebastião do Paraíso, com seis em cada, Capitólio, Cássia e Doresópolis, com três em cada, Itaú de Minas e São Tomás de Aquino, com dois em cada, e Bom Jesus da Penha, Itamogi e São José da Barra, com um em cada.
Os municípios de Capetinga, Carmo do Rio Claro, Fortaleza de Minas, Ibiraci, Jacuí, São João Batista do Glória e São Roque de Minas não registraram novos casos de infecção e mortes por complicações da covid-19. No boletim divulgado pela Santa Casa de Passos, até ontem, o hospital tinha seis pacientes adultos internados. Cinco, estavam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid-19, que tem 10% de ocupação, e um estava na enfermaria. Dos pacientes, dois são moradores de Passos, dois de Itaú de Minas, um é de Piumhi e outro é de Fortaleza de Minas.
Subiu para 5 o número de vítimas fatais do acidente ocorrido na tarde deste domingo (19). em Carmo do Rio Claro (MG). Uma criança de 4 anos que tinha sido levada em estado grave para o hospital São Vicente de Paulo não resistiu aos ferimentos e faleceu.
O acidente aconteceu na MG 184 próximo ao Aterro Santa Quitéria. As vítimas são, 2 mulheres de Carmo do Rio Claro, 1 mulher e 2 crianças de Ilicínea, elas são mãe e filhos. Somente o pai das crianças sobreviveu.
Um carro da marca Mercedes Benz e uma caminhonete VW Amarok, bateram de frente.
Fonte: Carmo Web
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