Jornal Folha Regional

OMS declara mpox como emergência de saúde pública global

A mpox é uma doença zoonótica viral - Foto: KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/GettyImages
A mpox é uma doença zoonótica viral – Foto: KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/GettyImages

A Organização Mundial da Saúde declarou nesta quarta-feira (14) o surto de mpox em curso na África como uma emergência de saúde global.

A OMS convocou o seu comitê de emergência sobre mpox devido a preocupações de que uma cepa mais mortal do vírus, o clado Ib, tivesse atingido quatro províncias de África anteriormente não afetadas. Esta cepa já havia sido contida na República Democrática do Congo.

Especialistas independentes do comitê reuniram-se virtualmente nesta quarta-feira para aconselhar o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, sobre a gravidade do surto. Após essa consulta, ele anunciou que tinha declarado uma emergência de saúde pública de preocupação internacional – o mais alto nível de alarme ao abrigo do direito internacional de saúde.

Também conhecido como PHEIC, este é um estatuto atribuído pela OMS a “eventos extraordinários” que representam um risco para a saúde pública de outros países através da propagação internacional de doenças. Estes surtos podem exigir uma resposta internacional coordenada, segundo a organização.

Os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças declararam o surto uma emergência de saúde pública de segurança continental no dia anterior – a primeira declaração deste tipo por parte da agência desde a sua criação em 2017.

Desde o início deste ano, foram notificados mais de 17.000 casos e mais de 500 mortes em 13 países de África, de acordo com o Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças, que classifica o surto como um “evento de risco muito elevado”. O maior número de casos – mais de 14.000 – registra-se na República Democrática do Congo, que notificou 96% dos casos confirmados este mês.

A Mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, é uma doença viral que pode se espalhar facilmente entre pessoas e animais infectados. Pode espalhar-se através de contato próximo, como toque, beijo ou sexo, bem como através de materiais contaminados como lençóis, roupas e agulhas, segundo a OMS. Os sintomas incluem febre, erupção cutânea dolorosa, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, baixa energia e gânglios linfáticos aumentados.

Durante décadas, a doença foi detectada principalmente na África Central e Ocidental, mas também começou a espalhar-se na Europa e na América do Norte em 2022. A OMS declarou anteriormente a propagação da mpox uma emergência de saúde global em julho de 2022 e encerrou-a em maio de 2023.

A Mpox é caracterizada por dois clados genéticos, I e II. Um clado é um amplo agrupamento de vírus que evoluiu ao longo de décadas e é um grupo genético e clinicamente distinto. O clado Ib é mais transmissível e causa doenças mais graves.

Autoridades da OMS disseram anteriormente que o vírus poderia ser contido “de forma bastante simples, se fizermos as coisas certas no momento certo”. As autoridades ainda pediram a cooperação internacional no financiamento e na organização de esforços para conter o surto.

A organização já assinou o processo de Lista de Uso de Emergência para ambas as vacinas mpox e desenvolveu um plano de resposta regional que requer 15 milhões de dólares, com 1,45 milhões de dólares já liberados do Fundo de Contingência para Emergências da OMS.

OMS alerta para possível surto mais letal que Covid-19

Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, destacou a possibilidade de surgimento de outras variantes causadoras de doenças e mortes

Na segunda-feira (22), Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), alertou para a necessidade de o mundo estar pronto para enfrentar um surto potencialmente mais letal que a COVID-19.

Em seu discurso na 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), que ocorre até 30 de maio, Adhanom destacou a possibilidade de surgimento de outras variantes causadoras de doenças e mortes, bem como o risco apresentado por patógenos emergentes ainda mais mortais.

Ele ressaltou que as pandemias não são a única ameaça que enfrentamos e defendeu a criação de uma estrutura eficiente para a preparação e resposta a emergências de saúde de todos os tipos, em um contexto de crises sobrepostas e convergentes.

Durante o evento, a OMS anunciou o lançamento da Rede Internacional de Vigilância de Patógenos, cujo objetivo é aprimorar os sistemas de coleta de amostras e fornecer informações que possam orientar políticas públicas e auxiliar os gestores na tomada de decisões. A nova rede busca fortalecer a capacidade global de monitorar e responder às ameaças de saúde emergentes, contribuindo para a prevenção de futuras crises.

Após 3 anos, OMS declara encerrado o estado de emergência da pandemia de Covid-19

Diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Foto: Reprodução

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, nesta sexta-feira (5), que a Covid-19 não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii).

A mudança da classificação da pandemia ocorre um dia após a 15ª Reunião do Comitê de Emergência para Covid-19. O painel de especialistas se encontra periodicamente, desde janeiro de 2020, para analisar os dados da pandemia e determinar qual o momento para diminuir o nível de preocupação sobre o coronavírus.

“Aceitei esse conselho. É, portanto, com grande esperança que declaro o fim da Covid-19 como uma emergência de saúde global”, afirma Tedros.

A decisão não significa, no entanto, que a pandemia chegou ao fim, uma vez que o vírus continua a infectar pessoas em todos os continentes. “É verdade que o vírus continua circulando em todos os países e que a pandemia não acabou”, pondera.

A Covid-19 foi declarada Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (Espii) em 30 de janeiro de 2020. Naquele momento, havia menos de 100 casos da doença relatados fora da China, e nenhuma morte.

Passados três anos, três meses e cinco dias, foram registrados mais de 765 milhões de casos e 6.921.614 de mortes em todo o mundo. No Brasil, o número de óbitos passa de 700 mil. “Faz três anos. Desde então, a Covid-19 colocou nosso mundo de cabeça para baixo”, considera Tedros.

O líder da OMS lembrou que a Covid-19 não foi exclusivamente uma crise de saúde global, mas também resultou em prejuízos econômicos mundiais, expôs as desigualdades entre as nações e teve impactos na educação do jovens e no estilo de vida de milhões de pessoas.

“A Covid-19 expôs e exacerbou as falhas políticas dentro e entre as nações. Isso corroeu a confiança entre pessoas, instituições e governos alimentados por uma torrente de desinformação”, pontuou.

Tendência de queda

Há mais de um ano, os dados da Covid-19 já mostram uma tendência de queda em relação ao número de casos, pacientes internados e óbitos. A vacinação foi decisiva para diminuir a mortalidade e a pressão sobre os sistemas de saúde pública.

Vírus continua a circular

Especialistas da OMS ponderaram, durante coletiva de imprensa realizada em Genebra, que a redução do nível de preocupação da pandemia não deve ser interpretada pelas autoridades públicas como o fim do coronavírus, pois o micro-organismo continua a circular, a infectar pessoas e deixa sequelas relacionadas à Covid longa. Há ainda a possibilidade de ele sofrer mutações.

“Não significa que a Covid-19 acabou como uma ameaça global à saúde. Esse vírus veio para ficar. Ainda está matando e ainda está mudando”, considera Ghebreyesus.

Diretora da OMS diz que mundo está entrando na 4° onda da pandemia

A diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a médica brasileira Mariângela Simão, disse na última segunda-feira (22), que o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia de covid-19. A declaração foi dada na conferência de abertura de um evento realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

A médica não fez previsões específicas para o Brasil, que tem assistido nas últimas semanas a uma queda sustentada de internações e mortes, além de ver avanço significativo na vacinação. Comentou, porém, que a realização do Carnaval pode ser “extremamente propícia para o aumento da transmissão comunitária” no País.

O aumento no número de casos de covid-19 tem levado países a ampliar o cerco contra não imunizados – a Áustria, por exemplo, impôs um lockdown específico contra esse grupo. A estratégia visa a evitar o surgimento de novas cepas, como a Delta, identificada originalmente na Índia e depois responsável por acelerar o contágio em diversas regiões do planeta.

“A OMS tem o entendimento neste momento que é provável que a gente tenha uma transmissão continuada do vírus por conta das variantes”, disse a diretora. Segundo se observa nas curvas epidêmicas, a médica destacou que há países com ondas repetidas, outros com transmissão contínua e há ainda aqueles que tiveram um controle não sustentado no início da pandemia e que agora têm picos agudos de contaminação.

Entre os fatores que continuam influenciando na transmissão do Sars-Cov-2, Mariângela destacou quatro pontos. O primeiro são as variantes mais transmissíveis, como a Delta. Atualmente, conforme mapeamento genético realizado pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS), a Delta corresponde a mais de 97% das variantes em circulação no País.

O segundo aspecto é o fato de grande parte da população seguir sem acesso às vacinas. Dados da OMS apontam que menos de 5% das pessoas de países de baixa renda – grande parte na África e na Ásia – receberam ao menos uma dose de vacina anticovid, mesmo com mais de 7,5 bilhões de doses tendo sido aplicadas no mundo. “A inequidade no acesso à vacina é o maior desafio ético do nosso tempo”, disse Mariângela.

Por fim, o terceiro e quarto fatores seriam o aumento das interações sociais, com o fim das medidas de isolamento, e ainda a desinformação em relação às formas de lidar com o vírus. “A mensagem correta, no momento certo, em formato adequado, vinda da pessoa certa (…) pode auxiliar muito”, apontou a médica.

Entre domingo e segunda, conforme apontou Mariângela, foram confirmados mais de 440 mil casos em todo mundo e um total de 6 7 mil óbitos. Com isso, o planeta chegou a 255 milhões de diagnósticos positivos da doença e já contabiliza 5,1 milhões de vítimas. “É claro que isso reflete uma enorme subnotificação em vários continentes”, disse a diretora da OMS.

Futuro da pandemia

Sobre os possíveis cenários para o futuro, Mariângela destacou o papel das vacinas e disse que, mesmo não tendo impacto significativo na transmissão, elas “diminuem a severidade da doença e a mortalidade”. “A gente já tem dados robustos, como do Reino Unido, que mostram uma dissociação de casos e óbitos, por conta da vacinação”, destacou.

A diretora da OMS apontou que, pelo que se observa pelas informações de hoje, havendo altos níveis de imunidade populacional em todos os países, a mortalidade pela doença poderá reduzir significativamente. Os surtos de contaminação pela doença, acrescentou, até podem continuar acontecendo entre grupos suscetíveis, como os não vacinados, mas para este caso é necessário intensificar o processo de conscientização.

Mariângela reforçou ainda que “a vacinação sozinha não consegue conter transmissão”, o que torna também importante o monitoramento contínuo da situação epidemiológica e a adoção de medidas.

“Me preocupa bastante quando vejo no Brasil a discussão sobre o Carnaval, é uma condição extremamente propícia para o aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar as ações para 2022” disse a diretora da OMS.

Segundo Mariângela, um outro ponto é que há uma “associação forte” entre a cobertura vacinal e o uso de máscaras, o que também acaba sendo um fator de atenção até para países cuja vacinação avançou. “Quanto maior é a cobertura vacinal, menor é o uso de máscaras”, destacou.

OMS alerta para ‘taxas alarmantes’ de casos de covid na Europa

Diretor-regional da entidade destacou que novas infecções na região ultrapassaram 300 mil na semana passada: ‘É uma situação gravíssima’

A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um alerta na última quinta-feira (17) sobre a situação da pandemia do novo coronavírus na Europa e disse que vê com muita preocupação as “taxas alarmantes” de casos registrados nas últimas semanas.

Durante entrevista coletiva sobre os dados mais recentes da evolução da pandemia no continente, o diretor-regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, afirmou que os novos contágios diagnosticados na região na semana passada ultrapassaram os 300 mil.

“É uma situação gravíssima a que está ocorrendo na Europa, onde os novos casos semanais de coronavírus superaram os notificados quando a pandemia se manifestou pela primeira vez em março”, explicou.

Segundo ele, “mais da metade dos países europeus registraram aumentos de mais de 10% nas últimas duas semanas. Desses, sete nações tiveram um aumento em mais de duas vezes”. Para Kluge, estes números representam uma “tendência alarmante” e “devem ser um alerta para todos”.

Ele apelou à “coerência regional” e pediu por uma ação coordenada, ressaltando que os países só deveriam diminuir o período padrão de quarentena de duas semanas caso fosse cientificamente justificado.

Apesar disso, o diretor regional da OMS informou que a Europa foi eficaz quando “pronta e resoluta, mas o vírus se mostrou ser implacável sempre que o partidarismo e a desinformação prevaleciam”.

Desde o início da pandemia, a Europa registrou 4.893.614 casos e 226.524 mortes por covid-19.

Fonte: R7

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não
Jornal Folha Regional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.