
Nesta quarta-feira (21), comemoramos o Dia do Radialista, e não teria outro nome para homenagearmos nesta data especial.
A ‘lenda’ do rádio e líder da comunicação regional, foi referência para muitos que hoje seguem como comunicadores, a exemplo o diretor do Jornal Folha Regional Romulo Leandro, que desde criança espelhou no ícone Vivaldo Piotto.
Vivaldo Nascimento Piotto, filho de João Piotto e Arabela Nascimento Piotto, nasceu dia 19 de novembro de 1937 em Passos (MG), sendo o mais velho dos 4 irmãos, os quais são, Vanido Nascimento Piotto, Cleide Piotto Assunção e Maria Luiza Piotto Corrêa.
Vivaldo começou a trabalhar aos 12 anos de idade, ajudando os pais, e ingressou no rádio ainda jovem, trabalhando em um curto período na Radio Record AM, posteriormente, retornou para a cidade natal a pedido de sua mãe.
Sempre ligado a arte, conheceu a futura esposa, no teatro, Ada Maria Esper com quem casou e tiveram 3 filhos, Marcelo Esper Piotto, Maria Cristina Piotto e Ricardo Piotto.
O comunicador fundou a quarta emissora de FM no Estado de Minas Gerais, sendo a primeira FM na cidade de Passos. Posteriormente, a primeira retransmissora de televisão da região, a TV Independência (atualmente TV Indsol). Logo em seguida presenteou a cidade com mais uma FM em 1989, a Rádio Alternativa e Comunicação de Passos, tendo sua filha, como sócia na emissora .
Vivaldo foi o primeiro a inaugurar a programação sertaneja no rádio FM, que até então era um estilo musical visto somente voltado para o rádio AM, o qual também inovou o FM com uma programação diversificada introduzindo o jornalismo, serestas, ritmos regionais, momento da saudade (tangos e boleros) e MPB, tudo isso em 1978.
Sua vida foi pautada por grandes realizações. Atuou como vereador em Passos durante 10 anos, quando ainda não existia salário para este cargo, tendo deixado grandes contribuições para a cidade.
O mestre do rádio foi um grande empreendedor no ramo da comunicação, porém sobretudo , um apaixonado radialista. Dividiu a história da comunicação social da região em duas fases, como fundador da quarta FM de minas, seguindo da TV e de mais uma FM, como também iniciou vários profissionais na radiodifusão, hoje eminentes cidadãos militando na comunicação ou destacando-se em outras atividades profissionais.
Ele dirigiu por dois anos e meio a Rádio Passos, escreveu para o Jornal Gazeta e o Sudoeste, além de ter divulgado gratuitamente os jornais Vale do Rio Grande e Folha da Manhã em suas primeiras edições.
Trabalhou intensamente nos seus 47 anos de carreira, servindo com amor a cidade de Passos, através dos seus relevantes serviços prestados, que lhe renderam vários cartões de prata, troféus, diplomas de Honra ao Mérito, inclusive títulos de cidadão Alpinopolense, da querida cidade de Alpinópolis (MG) e também “cidadão Guapeense” da cidade turística de Guapé (MG).
Muito querido em toda região, ele participou de vários eventos nas cidades de Cássia, São João Batista do Glória, Piumhi, Itaú de Minas, São Sebastião do Paraiso e outras várias cidades, onde ele fez amigos e também colegas de profissão.
Vivaldo foi o primeiro cidadão civil convidado para ser padrinho de uma turma de formandos militares no 12⁰ Batalhão de Policia Militar em Passos, quando somente podia apadrinhar se fosse Militar.
Excelente pai de familia e um marido dedicado, em dezembro de 1991, sofreu um AVC jogando bola – vindo a cair no campo, um esporte que ele gostava muito. Foi socorrido pelos amigos que ali estavam e encaminhado para o Hospital São José, em seguida para a Santa Casa de Misericórdia de Passos, recebeu prontamente em ambos os hospitais um excelente atendimento quando então seguiu para Belo Horizonte e foi realizada a cirurgia na cabeça, porém, após um dia de cirurgia, devido a acomodação das artérias cerebrais, até hoje inexplicado, Vivaldo sentiu fortes dores e entrou em coma, voltando após três dias e recobrando a consciência, porém sem os movimentos das pernas, ficando assim doze anos em uma cadeira de rodas.
Após onze anos, sofreu outro aneurisma e desta vez na artéria aorta, pertinho do coração, passando por uma cirurgia de colocação de uma prótese em Ribeirão Preto (SP). Ele estava se recuperando bem e já planejava voltar aos microfones, até que em 1⁰ de maio de 2002, sofrendo outro derrame na cabeça, diferente do que já havia sofrido à onze anos atrás, veio a falecer em 4 de maio de 2002.
Partiu então o homem da voz ímpar, que conquistou muita gente, de presença marcante nos palangues da cidade de Passos e região, como apresentador de festividades, ou nos comícios políticos da época.
Comunicador por excelência, agraciado com o dom de Deus, que lhe valeu a homenagem do então amigo e teatrólogo, já falecido, Gustavo José Lemos que escreveu assim no jornal Folha da Manhã, edição de 8 maio de 2002: “Por todo o sempre a voz de Vivaldo, vai ressoar nas tardes mineiras, bem junto ao crepúsculo, encantando e perfumando ruas, casas, serras, vales e campos adormecidos pelo sereno. Na verdade, não existem palavras ou expressões calculadas para exprimir ou ecoar sentimentos sobre a viagem de Vivaldo Piotto a bordo de um metálico e colorido microfone estelar”.
Para os filhos, sua presença será sempre marcante. Agradou a muitos (principalmente o povão), mas desagradou a alguns (principalmente alguns da elite coronelista ou intectualista), porém, sua presença nunca nos foi tirada mas transformada, pois acreditamos que Jesus Cristo leva todos os cidadãos imperfeitos para junto Dele.
Saudades eternas e nossa homenagem de todos do Jornal Folha Regional para este grande homem.
Texto escrito pelo filho Marcelo Esper Piotto com adaptação de Romulo Leandro.