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Período da piracema começa a valer em Minas com restrições à pesca para proteger reprodução de peixes nativos

Período da piracema começa a valer em Minas com restrições à pesca para proteger reprodução de peixes nativos - Foto: divulgação/Polícia Militar
Período da piracema começa a valer em Minas com restrições à pesca para proteger reprodução de peixes nativos – Foto: divulgação/Polícia Militar

Começou a valer, desde a última sexta-feira (1), a restrição de pesca de peixes nativos nas bacias hidrográficas de Minas Gerais devido ao período da piracema. Nesta época do ano ocorre o movimento de várias espécies de peixes em direção às cabeceiras dos rios com o objetivo de continuarem o ciclo reprodutivo. As restrições vão até 28/2/2025, conforme prevê as portarias 154, 155 e 156, publicadas em 2011 pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF).

Na manhã desta sexta-feira (1/11), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) realizaram uma coletiva de imprensa para reforçar as recomendações deste período.

Durante a piracema, a pesca só é permitida para espécies exóticas (espécies não nativas que foram introduzidas pelo homem) e híbridas, no limite de três quilos diários mais um exemplar. A atividade pesqueira também só pode ser realizada em determinados trechos com distâncias mínimas estabelecidas nas portarias a montante e a jusante da confluência e desembocadura de rios, represas, barragens, lagoas, corredeiras, entre outros pontos, para garantir a reprodução dos peixes na cabeceira dos corpos d’água.

Os equipamentos permitidos durante a piracema são: linha de mão com anzol, vara, caniço simples, carretilha ou molinete de pesca, com iscas naturais ou artificiais. Fica proibido o uso de redes e demais equipamentos que possam capturar diversos espécimes. Para portar o pescado e equipamentos de pesca, no entanto, ainda que em situações em que a atividade é autorizada, é importante que o pescador porte e mantenha atualizada a carteira de pesca. O documento pode ser obtido a partir do preenchimento do formulário disponível no site do IEF.

Já quem comercializa, explora, industrializa e armazena peixes deve se registrar junto ao IEF. Os estoques de peixe in natura, congelados ou não, provenientes de águas continentais, existentes nos frigoríficos, peixarias, colônias e associações de pescadores, devem ser informados ao órgão até o dia 5/11.

A exigência também incide sobre os estoques armazenados por pescadores profissionais, entrepostos, postos de venda, depósitos e câmaras frias, em posse de feirantes, ambulantes, bares, restaurantes, hotéis e similares.

Operações preventivas

A atenção da Semad e da Polícia Militar ao período da Piracema tem início mesmo antes deste período de defeso. No mês de outubro, as instituições iniciam um trabalho preventivo, com intuito de orientar os pescadores e comerciantes sobre as restrições.

Exemplo deste cuidado preventivo é a Operação Colônia, coordenada pela Unidade Regional de Fiscalização Central Metropolitana, mas que percorre todo o estado. Acompanhados da Polícia Militar, os fiscais vão até as colônias de pescadores e promovem reuniões e palestras.

“O objetivo é explicar sobre as regras neste período de restrições. Com isso, a gente quer evitar a pesca nesse período, que é muito danosa ao meio ambiente e evitar as multas também, pois se o pescador seguir as regras, não vai sofrer sanções. Mantemos um contato muito próximo em diversas colônias do estado, em diferentes bacias hidrográficas”, destaca o superintendente de Fiscalização da Semad, Gustavo Endrigo de Sá Fonseca.

“O trabalho conjunto entre Policia Militar e Semad é essencial para o sucesso das ações. Fiscalizar, responsabilizar, mas principalmente educar é o foco das instituições. O pescador consciente e cumpridor das restrições do período de defeso é nosso principal objetivo”, relata o Tenente Coronel Lages, Comandante do Batalhão da Policia Militar de Meio Ambiente.

Fiscalização no Sul de Minas

Policiais Militares ambientais e Fiscais da Unidade Regional de Fiscalização Sul de Minas promoveram, na sexta-feira (1), uma blitz educativa em Varginha, considerando a expressiva relevância no cenário pesqueiro da região, devido ao Rio Sapucaí e o Reservatório de Furnas Centrais Elétricas.

A ação foi realizada na avenida Princesa do Sul, uma das principais vias do município e que tem alto fluxo de veículos. A estimativa é de que cerca de cem veículos tenham sido abordados durante o período da manhã.

Polícia Militar de Meio Ambiente apura morte de peixes no Lago de Furnas, em Alfenas

Polícia Militar de Meio Ambiente apura morte de peixes no Lago de Furnas, em Alfenas - Foto: divulgação
Polícia Militar de Meio Ambiente apura morte de peixes no Lago de Furnas, em Alfenas – Foto: divulgação

A Polícia Militar de Meio Ambiente está apurando a morte de peixes no Lago de Furnas, em Alfenas (MG). Segundo a denúncia feita por moradores, a suspeita é que a represa esteja recebendo esgoto de uma estação da Copasa.

Na última semana, uma equipe da Polícia Militar de Meio Ambiente esteve onde os peixes foram encontrados mortos. De acordo com uma nota enviada pela PM para a EPTV, afiliada Globo, o local onde os peixes foram encontrados mortos aconteceu perto de onde acontece o lançamento de água da Copasa.

“Se esse esgoto é 100% tratado, qual é o motivo de ter sido instalado uma tubulação da ETE até a frente do náutico para desaguar esse esgoto? Porque se este esgoto é de fato 100% tratado, ele poderia ser desaguado normalmente no fundo da própria unidade de tratamento. Se é um esgoto 100% tratado não teria problema nenhum”, questionou Claudiomir Jacinto, presidente da Associação de Pesca Esportiva de Alfenas.

A PM de Meio Ambiente informou que serão feitas análises da qualidade da água para identificar se a contaminação aconteceu por conta do descarte incorreto de esgoto ou a pulverização de agrotóxicos em uma lavoura perto do local.

“O que ta acontecendo? É agrotóxico? É esgoto? O volume do lago ta cheio, a gente agradece, mas o lago ficou muito tempo com um volume baixo. Naturalmente cresceu capim nesse fundo desse lago. Baixar o lago agora pode ter ocorrido, pode. Não posso afirmar, mas eu acho que o desafio nosso aqui hoje, vendo a mortandade, é refletir o que está ocorrendo e fiscalizar. Os grandes loteamentos que estão na região estão todos com esgoto com captação e tratamento de esgoto? A gente sabe que em alguns lugares ainda existe descarga de esgoto in natura sem tratamento pela Copasa. Então é a atenção dos órgãos locais e estaduais para que não ocorra”, afirmou o ambientalista, Guilherme Abraão.

Outra preocupação é com relação às famílias e crianças nadando no local.

“Peixe é pra nadar e viver bem. Quando o pescado, quando o peixe morre, é porque algo está errado. Agora as pessoas estão nadando em um reservatório artificial. É natural que haja um acúmulo de sedimentos de todas as categorias. Não dá pra alarmar, colocar em risco a população, mas é para se ter atenção. É um elemento indicador, porque se está tendo morte é porque alguma coisa está acontecendo”, explicou o ambientalista.

Outras denúncias contra a Copasa

Polícia Militar de Meio Ambiente apura morte de peixes no Lago de Furnas, em Alfenas - Foto: divulgação
Polícia Militar de Meio Ambiente apura morte de peixes no Lago de Furnas, em Alfenas – Foto: divulgação

Esta não é a primeira vez que a conduta ambiental da Copasa com o Lago de Furnas é questionada. Desde 2012 há denúncias semelhantes.

Algumas delas viraram inquérito do Ministério Público. Entre 2013 e 2016, a promotoria investigou a responsabilidade da companhia em um possível caso de derramamento de esgoto na represa.

Em 2022, 120 toneladas de peixes mortos foram encontradas em um reservatório. Naquela época, a Polícia Militar Ambiental registrou a ocorrência e piscicultores contrataram um laboratório para analisar a água.

Por meio de nota, a Copasa informou que o esgoto não é descartado no local. Isto porque ele passa pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Alfenas e só é lançado em Furnas depois de ser tratado. A companhia ainda esclareceu que vai colaborar com as investigações feitas pelos órgãos competentes.

Criador de tilápias estima ter tido prejuízo de quase R$ 1 milhão com milhares de peixes encontrados mortos

O piscicultor que encontrou milhares de peixes mortos no Rio Marinheiro, em Cardoso (SP), na manhã de terça-feira (22), estima ter tido um prejuízo de quase R$ 1 milhão. Luiz Antônio Pierre tem uma criação de tilápias e conta que os peixes de 48 tanques morreram.

“O cálculo exato não foi feito ainda, mas, se for pensar em peixes e alimentação, o valor beira R$ 1 milhão”, disse.

Cerca de 20 homens trabalham para retirar os animais mortos dos tanques. Eles são levados para o aterro sanitário do município. Quem ajuda neste trabalho são amigos e pessoas voluntárias que ficaram sabendo da tragédia e foram ajudar.

Investigação

Por nota, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) disse que, durante a inspeção, não foram constatadas fontes de poluição no entorno que pudessem ter causado algum desequilíbrio.

Nesta quarta, eles fizeram uma coleta de amostras de água para análise. Os técnicos também informaram que estão investigando as outras áreas onde foram registradas mortandade.

O diretor de Meio Ambiente de Cardoso, Levi Francisco dos Santos, disse que ainda não sabe o exato motivo da mortandade dos peixes.

“Quem vai definir isso vai ser a análise. No momento, estamos de mãos atadas, simplesmente fazendo a remoção destes peixes, descartando no aterro sanitário e aguardando a análise da água para saber as atitudes que o município pode tomar a respeito”.

Em Guaraci (SP), várias espécies de peixes também foram encontradas mortas às margens do Rio Grande. Ainda não é possível saber se a mortandade de peixes registrada em Guaraci tem relação com a de Cardoso.

Os técnicos da Cetesb informaram que estão investigando os dois casos.

Peixes mortos são encontrados em rios de Cardoso (SP) e Guaraci (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Mais de 1,5t de peixes morre em lago de São Sebastião do Paraíso

Considerada o cartão-postal de São Sebastião do Paraíso, a Lagoinha enfrentou uma devastação nos últimos três dias. Mais de 1,5 tonelada de peixes de portes médio e grande morreu em decorrência da poluição da água.

Tudo por causa de uma chuva ácida que atingiu a cidade na última quinta-feira (09/09) à tarde, quando a tarde virou noite, por volta das 14h, em São Sebastião do Paraíso. O vento empurrou a fuligem de um incêndio de grandes proporções na cidade de Batatais (SP), distante 70 quilômetros da cidade, e começou a chover na cor preta, atingindo também a Lagoinha.

Na sexta-feira, a prefeitura ainda tentou colocar bombas aeróbicas na tentativa de salvar os peixes, porém, sem sucesso. No sábado, o prefeito Marcelo Morais liberou a captura por tarrafas e redes, na tentativa de não deixá-los morrer sufocados. Mesmo assim, a mortandade foi inevitável.
 Ontem, a água do lago era preta e vários peixes boiaram mortos. O mau cheiro era insuportável e só permaneciam no local os funcionários recolhendo os peixes mortos.

A Lagoinha é ponto turístico mais procurado por paraisenses e visitantes, sendo frequentada por crianças, por ter em seu redor um parque infantil, adolescentes e jovens, adultos e idosos que procuram o lugar para o lazer, seja aproveitando a estrutura de bares e lanchonetes, fazendo caminhadas, atividades físicas ao ar livre e para ter contato com a natureza.


 “O caso da Lagoinha foi por causa dessa chuva ácida, em que não houve contaminação dos peixes e sim falta de oxigenação. Nós liberamos a pessoas para retirar os peixes porque achamos que poderíamos salvá-los levando-os para outro local, mas, infelizmente, não conseguimos. Agora nós estamos terminando a limpeza, dando condição para as pessoas ficarem em um local que não tenha tanto dano, mas desde quinta-feira, por causa da chuva ácida, a gente está lutando, tentando melhorar a situação na Lagoinha”, disse o prefeito Marcelo Morais, que acompanhou parte dos trabalhos de remoção dos peixes mortos.
 Os peixes mortos foram levados para o aterro sanitário, seguindo todos os protocos sanitários.

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