Jornal Folha Regional

Profissionais da enfermagem não recebem o piso salarial por falta de repasse da prefeitura, afirma Santa Casa de Passos

Santa Casa de Passos - Foto: reprodução
Santa Casa de Passos – Foto: reprodução

Os profissionais da enfermagem, que atuam na Santa Casa de Passos (MG), ainda não receberam o piso salarial, segundo o comunicado, divulgado pela instituição na última quinta-feira (6). O documento ainda relata que o pagamento não foi realizado devido a ausência de repasse por parte da Prefeitura de Passos, que possui saldo positivo em conta, destinado a essa finalidade.

”É importante destacar que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais já confirmou oficialmente que o saldo existente pode e deve ser utilizado para esse fim”, frisou o texto.

Conforme o comunicado, nos meses anteriores, a instituição realizou o pagamento do piso aos profissionais, com saldo que ainda havia em conta, complementando com recursos próprios.

”Para não deixar os profissionais desassistidos, a Santa Casa efetuou o pagamento do piso da enfermagem referente ao mês de agosto (de 2024) com o saldo remanescente que ainda havia em conta especifica destinada a este fim. No mês de setembro, ainda havia nesta conta um saldo relativo ao repasse do piso, então, o hospital complementou com seus próprios recursos. Na tentativa de receber o valor do repasse, referente aos meses de agosto a dezembro, incluindo o décimo terceiro salário, oficiamos o Município por três vezes, além de diversas reuniões presenciais, solicitando providências urgentes, mas, até o momento, não obtivemos resposta efetiva”, relata o comunicado.

A Santa Casa informou, que marcou uma reunião com a Secretaria Estadual Adjunta de Saúde, para tratar do assunto.

”Na próxima semana, a direção da Santa Casa se reunirá com a Secretária Estadual Adjunta de Saúde para tratar desta pauta. Caso não haja uma resolução definitiva nesta ocasião, a Irmandade adotará imediatamente as medidas judiciais cabíveis para assegurar os direitos dos profissionais e garantir o cumprimento das obrigações legais”.

O Sintrasaude/MG e o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais, divulgou uma nota, destinada aos profissionais da enfermagem de Passos, repudiando a situação. Confira:

CARTA ABERTA AOS TRABALHADORES DA ENFERMAGEM DE PASSOS

O Sintrasaude/MG e o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Minas Gerais, sindicatos que representam os trabalhadores da saúde e da enfermagem vêm a público repudiar a grave situação que atinge nossa categoria na Santa Casa de Misericórdia de Passos. O pagamento do Piso Nacional da Enfermagem segue atrasado, mesmo havendo recursos disponíveis para essa finalidade.

Conforme documentos oficiais da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o saldo existe e pode ser utilizado para pagar os trabalhadores. No entanto, até o momento, a Santa Casa e o Município de Passos não garantiram o repasse correto dos valores. Isso demonstra, mais uma vez, o descaso e a falta de respeito com os profissionais que sustentam a saúde pública e privada dessa cidade.

Não aceitaremos mais desculpas. Os trabalhadores da enfermagem não podem pagar a conta da incompetência administrativa ou da falta de compromisso dos gestores. A categoria está sendo lesada, e essa situação precisa ter um fim imediato.

Diante disso, os sindicatos já estão tomando providências junto ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público do Trabalho para que os responsáveis sejam cobrados e os valores devidos sejam pagos sem mais delongas. Mas deixamos claro: se não houver uma solução rápida e concreta, não restará alternativa senão a paralisação total das atividades.

É momento de união e mobilização. Nenhum direito a menos! A luta pelo piso salarial da enfermagem é uma luta por respeito, dignidade e justiça. Contamos com o apoio de todos para que juntos possamos garantir o que nos é devido.

Seguimos firmes na defesa dos direitos da enfermagem!

SINDICATO DOS TRABALHADORES EM SERVIÇOS DE SAÚDE DE MINAS GERAIS – SINTRASAÚDE MG

SINDICATO DOS ENFERMEIROS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Prefeito se pronuncia

Na última quinta-feira (6), o prefeito de Passos, Diego Oliveira, divulgou um vídeo em suas redes sociais, informando que já está ciente do caso e que irá se reunir com a equipe técnica, para encontrar uma solução. Diego disse ainda que se o dinheiro estiver na conta, vai sim ser repassado aos profissionais.

A redação do Jornal Folha Regional entrou em contato com a prefeitura de Passos, para esclarecimento dos fatos, mas até o fechamento da matéria, não obteve retorno.

Confira o comunicado complete, divulgado pela Santa Casa

Profissionais da enfermagem não recebem o piso salarial devido falta de repasse da prefeitura, afirma Santa Casa - Imagem: divulgação
Profissionais da enfermagem não recebem o piso salarial devido falta de repasse da prefeitura, afirma Santa Casa – Imagem: divulgação
Profissionais da enfermagem não recebem o piso salarial devido falta de repasse da prefeitura, afirma Santa Casa - Imagem: divulgação
Profissionais da enfermagem não recebem o piso salarial devido falta de repasse da prefeitura, afirma Santa Casa – Imagem: divulgação

Piso salarial dos professores tem reajuste acima da inflação

Com aumento de 6,27%, o valor mínimo que professores da rede pública da educação básica devem ganhar no Brasil passa a ser de R$ 4.867,77. Como os salários são pagos pelas redes de ensino, cada estado e município precisa oficializar seu valor

Piso salarial dos professores tem reajuste acima da inflação - Foto: reprodução
Piso salarial dos professores tem reajuste acima da inflação – Foto: reprodução

Piso Salarial Profissional Nacional do magistério público da educação básica foi reajustado em 6,27%. O valor mínimo definido pelo Ministério da Educação (MEC) para o exercício de 2025 é de R$ 4.867,77 para a rede pública de todo o país, com jornada de 40 horas semanais. A Portaria nº 77/2025, que define o novo piso salarial dos professores da educação básica, foi publicada nesta sexta-feira, 31 de janeiro, no Diário Oficial da União (DOU). Como os salários dos professores são pagos pelas redes de ensino, cada estado e município precisa oficializar o valor por meio de norma própria.  

As remunerações dos profissionais da educação básica são pagas por prefeituras e estados a partir de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), bem como de complementações da União. 

Reajuste – O aumento está acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Ele é usado para reajuste salarial de diversas categorias de trabalhadores e foi de 4,77% no acumulado de 2024. O reajuste também está acima da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o ano passado em 4,83%. 

O piso salarial é o valor mínimo que professores devem ganhar no Brasil inteiro. O reajuste anual do piso para os profissionais do magistério público da educação básica foi definido pela Lei nº 11.738/2008. De acordo com a norma, o piso é a base estabelecida para professores com formação em nível médio.  

Todos os anos, cabe ao MEC realizar os cálculos do índice de reajuste e publicar a portaria com os novos valores, conforme a lei prevê. Por determinação legal, o MEC calcula o reajuste do piso utilizando o mesmo percentual de crescimento do Valor Anual Mínimo por Aluno (VAF mínimo), publicado na terceira atualização do Fundeb. Para chegar a 6,27%, o MEC calculou a variação percentual entre o VAF mínimo publicado na terceira atualização do Fundeb de 2024 e de 2023. 

“O piso foi criado em 2008. Foi uma forma de assegurar que o magistério tivesse uma referência mínima de remuneração equivalente a 40h. Em geral, ele tem assegurado, desde então, ganho real ao professor. Essa trajetória de valorização da carreira foi possível nos últimos 15 anos em função da lei do piso”, destaca o secretário substituto da Secretaria de Articulação Intersetorial e com os Sistemas de Ensino (Sase), Armando Simões. 

Como os salários dos professores são pagos pelas redes de ensino, cada estado e município precisa oficializar o valor por meio de norma própria. As remunerações dos profissionais da educação básica são pagas por prefeituras e estados a partir de recursos do Fundeb e de complementações da União.  

MEC oficializa reajuste de 3,6% no piso salarial de professores; valor será de R$ 4.580,57

MEC oficializa reajuste de 3,6% no piso salarial de professores; valor será de R$ 4.580,57 – Foto: reprodução

O Ministério da Educação (MEC) reajustou nesta quarta-feira (31) o piso salarial nacional de professores da educação básica. A portaria, que prevê um aumento de 3,62%, foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União”.

O valor mínimo definido pelo governo para 2024 foi de R$ 4.580,57. Em 2023, vigorou um piso de R$ 4.420,55.

Esse salário é válido para profissionais que lecionam na rede pública de ensino e cumprem jornada de ao menos 40 horas semanais.

O reajuste percentual está abaixo do acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, no último ano — 4,62%.

A atualização no salário dos professores é obrigatória, com base em uma lei sancionada em 2008, e ocorre anualmente, em janeiro.

O percentual reajustado nesta quarta já era aguardado por entidades da educação desde o fim de 2023, quando o MEC e o Ministério da Fazenda publicaram o reajuste do Valor Aluno Ano do Fundeb (VAAF).

Isso porque o cálculo da atualização do piso é baseado na diferença percentual do VAAF de dois anteriores. Neste ano, o reajuste foi calculado com base nos valores de 2022 (R$ 5.129,80) e de 2023 (R$ 5.315,56).

Pagamento do piso

O piso salarial, que é o valor mínimo que determinada categoria profissional deve ganhar, é definido pelo governo federal, mas os salários são pagos pelas prefeituras e pelos governos estaduais.

pagamento não é automático. Com a publicação do aumento pelo MEC, cada estado e município precisa oficializar o novo valor por meio de uma norma própria.

Nos últimos anos, contrariados com o percentual de reajuste, municípios chegaram a ignorar o aumento. Em 2023, por exemplo, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) orientou os gestores municipais a ignorar o aumento anunciado pelo governo federal.

Os salários da educação básica são pagos pelas prefeituras e estados, a partir de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) repassados pela União, além da arrecadação de impostos.

Polêmica do reajuste em 2023

No ano passado, o reajuste definido pelo MEC foi de 14,95% com relação ao piso de 2022, valor considerado abusivo e questionável pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que orientou as prefeituras a não dar o reajuste.

Na mesma ocasião, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) defendeu que o reajuste era respaldo por lei, enquanto o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que reúne as secretarias estaduais, ponderou que as regras que definem o aumento eram conhecidas desde a implementação legal do piso.

Como as gestões municipais e estaduais têm liberdade para estabelecer seus reajustes, a saída foi variada. Enquanto em São Paulo, tanto a rede estadual quanto a municipal da capital autorizaram o reajuste integral recomendando pelo Ministério, em Campo Grande (MS), foi fatiado em três reajustes de 5%, 5% e 4,95% até atingir o aumento definido.

Em alguns lugares, como Fortaleza (CE), professores a rede municipal chegaram a fazer uma paralização até que a prefeitura concordasse com o reajuste de 14,95%.

SES-MG discute soluções para tornar mais eficiente o processo de pagamento do Piso da Enfermagem

SES-MG discute soluções para tornar mais eficiente o processo de pagamento do Piso da Enfermagem - Foto: Fábio Marchetto
SES-MG discute soluções para tornar mais eficiente o processo de pagamento do Piso da Enfermagem – Foto: Fábio Marchetto

 A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou, na última sexta-feira (19), em Belo Horizonte (MG), encontro para alinhar orientações e tornar mais eficiente o processo de pagamento do piso salarial nacional para profissionais da enfermagem: enfermeiros, técnicos e auxiliares. Também a atividade de parteira foi contemplada. Além disso, o encontro discutiu a gestão das informações e a prestação de contas dos recursos.  

“O objetivo da reunião foi discutir o que foi estabelecido e alcançado em 2023, avaliando os percalços vivenciados para operacionalizar o pagamento do piso em Minas”, explicou a secretária adjunta de Saúde, Poliana Cardoso Lopes.  

Poliana acrescentou ser necessário um olhar para frente, definindo estratégias para melhorar o processo em 2024. “Já avançamos muito, e precisamos alinhar com todos os envolvidos no processo para avançarmos ainda mais”. 

Iniciativa

Participaram da iniciativa mais de 50 profissionais responsáveis por operacionalizar os pagamentos em 12 órgãos do Poder Executivo estadual: secretarias de Estado de Saúde, de Planejamento e Gestão, de Justiça e Segurança Pública e de Fazenda, Advocacia-Geral do Estado, Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Fundação Hemominas, Fundação Ezequiel Dias (Funed), Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), Unimontes, Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM) e Polícia Civil. 

Segundo Poliana Cardoso, a SES-MG tem buscado otimizar, corrigir os erros e tornar o processo mais eficiente. 

“Estamos trabalhando para melhorar cada vez mais a gestão dos pagamentos, dando mais fluidez e celeridade ao processo para atender esses profissionais com ainda mais eficiência”. 

Metodologia 

A metodologia do encontro foi baseada em diálogos criativos entre os profissionais envolvidos no pagamento do piso. 

De forma coletiva e colaborativa, os grupos buscaram realizar um diagnóstico de cada assunto, definir acertos e erros e propor caminhos para tornar os métodos de pagamento mais eficientes.  

Após as rodadas de discussões, os responsáveis pela mesa (anfitriões) apresentaram, aos participantes, as melhores contribuições ao tema. 

“A estruturação dos trabalhos permitiu que todos os profissionais discutissem os assuntos, possibilitando a contribuição de áreas variadas para os temas propostos”, avaliou a secretária adjunta.  

As discussões foram divididas em cinco mesas temáticas, que discutiram os temas: Carga no Invest SUS, Pagamento e Rateio, Encontro de Contas, Comunicação e Gestão da informação.  

A Lei nº 14.434/2022 instituiu o piso salarial nacional para profissionais da enfermagem: enfermeiros, técnicos e auxiliares. Também a atividade de parteira foi contemplada.

Com a lei, os estabelecimentos de saúde do país devem pagar um valor mínimo único a esses profissionais em todo o país. 

A Emenda Constitucional n° 127/2022 determinou que a União prestasse assistência financeira complementar para o cumprimento do piso salarial dos profissionais de enfermagem aos estados, municípios, Distrito Federal e entidades filantrópicas, bem como aos prestadores de serviços contratualizados que atendam no mínimo 60% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Em Minas Gerais, a SES viabilizou o pagamento do piso nacional da enfermagem aos Consórcios Públicos de Saúde e às entidades públicas e privadas que estão sob a sua gestão. 

Os recursos referentes à assistência financeira complementar da União são repassados pelo Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Estadual de Saúde. 

Mais informações: https://www.saude.mg.gov.br/pisodaenfermagem.  

Governo de Minas Gerais garante pagamento do Piso Nacional da Enfermagem na folha de dezembro para servidores estaduais do SUS-MG

Estado ainda aguarda resposta efetiva da União sobre os trabalhadores não vinculados ao Sistema Único de Saúde para também poder dar previsibilidade de pagamento a esses servidores

Governo de Minas Gerais garante pagamento do Piso Nacional da Enfermagem na folha de dezembro para servidores estaduais do SUS-MG – Foto: reprodução

O Governo de Minas informa que o pagamento dos valores que asseguram o Piso Nacional da Enfermagem será feito no quinto dia útil de dezembro para os profissionais da enfermagem vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) que atuam nas unidades públicas estaduais, com base no repasse de recursos feito pela União. Na data, serão pagos os valores referentes ao atual mês corrente e o retroativo contabilizado a partir do mês de maio deste ano, data da lei 14.581/2023, que viabilizou o pagamento do piso.

Importante esclarecer que, apesar dos esforços por parte do Governo Federal, houve demora no recebimento dos recursos, tendo em vista critérios de repasse, como, por exemplo, o envio para prefeituras de valores relativos a profissionais de órgãos sob gestão estadual. Além disso, algumas indefinições relativas às regras estabelecidas para o pagamento exigiram várias tratativas junto ao Ministério da Saúde para esclarecimentos e recebimento de informações, o que dificultou a adoção das providências necessárias ao pagamento por parte do Governo do Estado.

Em relação aos profissionais de enfermagem não vinculados ao SUS, o Estado está atuando para que os recursos sejam disponibilizados pelo Governo Federal, objetivo para o qual ainda não recebeu resposta efetiva. Dessa forma, ainda não é possível precisar a data do pagamento desses profissionais. O Governo de Minas reitera, entretanto, que seguirá se empenhando para que esse retorno ocorra o mais rápido possível, para que seja viável a realização desse pagamento ainda no quinto dia útil de dezembro, junto aos demais profissionais.

Enfermeiros cobram piso salarial e anunciam paralisação na próxima terça-feira

O Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais (Seemg) anunciou que os profissionais da categoria irão paralisar as atividades na próxima terça-feira (14). A decisão faz parte de um movimento nacional que reivindica a efetivação do piso salarial. O movimento é coordenado pela Federação Nacional dos Enfermeiros. 

Conforme decidido em reunião realizada nesta terça-feira (7), a paralisação possui indicativo de greve, com possibilidade de estender até o dia 10 de março. “Somos a base de sustentação do Sistema Único de Saúde (SUS), estamos em toda a rede hospitalar pública e privada, somos nós que estivemos e estamos na linha de frente de atendimento aos pacientes infectados pela Covid-19, dia e noite trabalhando em hospitais, em meio à insalubridade da profissão, e ainda não temos um piso salarial respeitado e justo. Por isso essa luta, que é nossa, mas também da sociedade”, explica Anderson Rodrigues, presidente do SEEMG.

A categoria questiona a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu, em 4 de setembro de 2022, a Lei 14.434/22, que garantia o pagamento do piso salarial. Segundo o Sindicato, caso a Lei não tivesse sido suspensa, a média salarial que atualmente é de cerca de R$ 3 mil passaria para R$ 4.750.

Maioria do STF vota para manter suspenso piso da enfermagem

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria pela suspensão da lei que instituiu um piso salarial nacional para profissionais da enfermagem. Com o voto do ministro Gilmar Mendes, a Corte se posicionou com o placar de 6 a 3 a favor da decisão do relator Luís Roberto Barroso que suspendeu, por 60 dias, os efeitos da lei em que enfermeiros passariam a receber um salário mínimo inicial de R$ 4.750, em serviços de saúde públicos e privados. A liminar de Barroso atendeu a uma ação ajuizada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde).

De acordo com a liminar, a lei que estabelece o piso foi suspensa até que sejam esclarecidos os impactos da medida sobre a situação financeira de estados e municípios. A decisão cobra apuração dos riscos financeiros e à empregabilidade da categoria, tendo em vista as alegações de que pode haver demissões em massa. Além disso, há a preocupação com a qualidade dos serviços, pelo risco alegado de fechamento de leitos e de redução nos quadros de enfermeiros e técnicos.

Em seu voto, Gilmar Mendes afirmou que a aprovação do piso prejudicaria os setores público e privado e que entidades filatrópicas, como as santas casas, não seriam beneficiadas nem mesmo por desoneração da folha pelo governo, pois já possuem incentivos fiscais. O magistrado apontou o risco de demissões no setor privado, em razão dos custos. “Também chamo a atenção para que se leve na devida conta que políticas como a do caso presente geram consequências nefastas no setor privado que frontalmente vulneram o princípio da segurança jurídica: externalidades negativas como o muito provável aumento de demissões de profissionais da enfermagem”, escreveu Gilmar.

Além do ministro Gilmar, acompanharam o relator Luís Roberto Barroso, os ministros Ricardo Lewandowski, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia. O julgamento no plenário virtual do STF começou na última sexta-feira (9), e os magistrados têm até esta sexta (16) para apresentar seus votos.

Votos divergentes

Os ministros André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Edson Fachin se posicionaram contra a decisão de Barroso. Os votos de Mendonça e de Nunes Marques foram divulgados pelo Supremo no domingo (11). No entendimento dos ministros, o Judiciário não deve interferir em decisão tomada por outro poder da República — o piso salarial da enfermagem surgiu a partir da aprovação de um projeto de lei no Congresso Nacional e foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Já o outro voto divergente, o do ministro Edson Fachin, foi divulgado na última segunda-feira (12). Para ele, é certo que a preocupação em reduzir o desemprego deve ser vista como um objetivo nacional. No entanto, para Fachin, as manifestações de diversas entidades representativas dos trabalhadores parecem mostrar que essa preocupação foi levada em consideração quando a lei foi elaborada. 

“No presente caso, são os próprios titulares dos direitos fundamentais sociais, ou seja, os trabalhadores, que reclamaram a norma exaustivamente debatida no Congresso Nacional”, afirmou Fachin em seu voto. “Nada justifica, teórica ou empiricamente, que esta Corte Suprema tenha melhores condições de definir o que os próprios representantes do povo, com a reivindicação da sociedade civil organizada em diversas etapas do processo legislativo, deliberaram”, complementou. 

Ação da Confederação Nacional de Saúde

Após o piso entrar em vigor, o STF foi acionado pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), que pediu ao Tribunal que declare a lei inconstitucional. A entidade explica que a norma que criou o piso desrespeita a auto-organização financeira, administrativa e orçamentária de estados e municípios tanto por repercutir sobre o regime jurídico de seus servidores quanto por impactar os hospitais privados contratados pelos entes para realizar procedimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O piso salarial da enfermagem contempla enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiros. De acordo com a lei, a remuneração mínima de técnicos de enfermagem seria de 70% do piso nacional dos enfermeiros (R$ 3.325), enquanto o salário inicial de auxiliares de enfermagem e parteiros corresponderia a 50% do piso dos enfermeiros (R$ 2.375). A liminar do ministro Barroso determina que entidades privadas, públicas e de terceiro setor se manifestem dentro de dois meses. Após isso, ele deve tomar nova decisão sobre o caso, e o tema pode voltar ao plenário da Corte para decisão definitiva.

Enfermagem realiza manifestação pelo pagamento do piso salarial em Formiga

Nesta quarta e quinta, 14 e 15, sindicatos realizam manifestação pelo pagamento do piso da enfermagem, que está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Formiga (MG). Concentração será em frente a Santa Casa, a partir das 7 horas, com passeata prevista para começar às 9 horas.

A votação da matéria no STF ocorre de maneira virtual.

Dos 7 ministros que votaram, 5 já se manifestaram a favor da suspensão. (Da Redação)

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não
Jornal Folha Regional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.