Jornal Folha Regional

Após 18 anos, doença da banana é identificada em plantação no interior de Minas

Secretaria de Agricultura prevê adoção de medidas rigorosas de controle sanitário, mas diz que ressurgimento da doença não representa um risco imediato para a produção

Doença da banana é identificada em plantação no interior de Minas - Foto: reprodução
Doença da banana é identificada em plantação no interior de Minas – Foto: reprodução

Um foco de Sigatoka Negra, doença provocada por fungos que compromete a produtividade das plantações de banana, foi identificado em uma propriedade em Jaíba, no Norte de Minas Gerais, informou a Secretaria de Agricultura do Estado na terça-feira. Não existe risco para a população relacionada ao consumo da fruta.

A descoberta foi realizada durante uma fiscalização de rotina do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). O maior dano provocado pela praga, se não for controlada adequadamente, é a morte prematura das folhas, que causa redução da área foliar, e leva a perdas na produtividade e qualidade do plantio.

A consequência para a planta acometida pela doença é a diminuição do número de pencas por cacho, redução do tamanho do cacho e maturação precoce dos frutos no campo ou mesmo durante o transporte. O último caso de Sigatoka Negra em áreas de grande produção de bananas em Minas havia sido registrado em 2007.

Segundo a Secretaria de Agricultura, todas as medidas de contenção já foram definidas em parceria com o IMA, além da pasta de Pecuária e Abastecimento (Seapa), com anuência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e serão implementadas imediatamente.

“O surgimento deste foco reforça a necessidade de medidas rigorosas de controle sanitário, mas não representa um risco imediato para a produção de banana no estado”, diz o comunicado da Secretaria.

Eles acrescentam que todos os produtores de banana do município deverão aderir ao protocolo de mitigação de riscos disponível no site do IMA ou nos escritórios regionais. Aqueles que não o fizerem, sofrerão restrições sanitárias, e serão impedidos de comercializar as frutas. Também haverá fiscalização de trânsito de cargas.

Veja outras medidas sanitárias que estão sendo adotadas:

  • Levantamento fitossanitário no raio de 1 km da propriedade afetada, com inspeção de 100% das áreas produtivas;
  • Monitoramento ampliado em um raio de até 10 km, abrangendo pelo menos 50% das propriedades bananicultoras;
  • Notificação dos produtores da região, que devem aderir ao Sistema de Mitigação de Riscos da Sigatoka Negra;
  • Verificação e atualização dos cadastros das Unidades de Produção (UPs) para garantir o mapeamento das áreas de cultivo;
  • Reunião com responsáveis técnicos (RTs) que emitem Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) para reforçar os protocolos de segurança sanitária;
  • Fiscalização intensificada no trânsito de cargas e caixarias, a fim de evitar a propagação da doença para outras regiões;
  • Toda e qualquer plantação de banana abandonada na região será eliminada, conforme prevê a legislação sanitária vigente;

Apicultores denunciam a mortandade de abelhas causada por agrotóxicos, em São José da Barra e região

Apicultores denunciam a mortandade de abelhas causada por agrotóxicos, em São José da Barra e região - Foto: divulgação
Apicultores denunciam a mortandade de abelhas causada por agrotóxicos, em São José da Barra e região – Foto: divulgação

Apicultores de São José da Barra (MG) e região tiveram uma surpresa nada agradável ao chegarem aos apiários, na última semana. Milhares de abelhas foram encontradas mortas pelos profissionais. Eles relatam que as mortes foram causadas pelo uso irregular de agrotóxicos, usados em canaviais.

O defensivo foi pulverizado nas plantações, utilizando uma aeronave de pequeno porte, no último dia 15 de fevereiro.

Segundo Fabinho, um dos apicultores afetados, o defensivo dizimou 160 colmeias do seu apiário, além de 160 a 200 em Passos (MG), 40 em Alpinópolis (MG) e muito mais em outras localidades da região.

Os apicultores cobram uma providência das autoridades pelo prejuízo causado.

‘’Outros apicultores ainda não foram em seus apiários ainda, para constatar o que já vimos aqui: só destruição e prejuízo. O nosso prejuízo, vendo assim, visível, apenas com o material em colmeias, chega a R$ 100 mil. O que vamos deixar de produzir até setembro, outubro, para refazer isso, não tem estimativa. É uma tristeza muito grande, isso aqui são anos de serviços dedicados, para chegarmos dentro do apiário e vermos uma situação dessa’’, relatou Fabinho.

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) esteve nos locais para coletar amostras e analisar, a fim de descobrir qual tipo de defensivo foi usado.

Importância das abelhas e mortes por agrotóxicos

Produtoras de mel, as abelhas desempenham o fundamental serviço ambiental de polinização, que tem papel importante na biodiversidade das plantas e na produtividade agrícola. Porém, também têm sido alvo das mudanças climáticas e, sobretudo, de agrotóxicos que enfraquecem o sistema imunológico, atrofiam as glândulas produtoras de proteína da geleia real e destroem colônias inteiras.

Nos últimos seis anos, segundo estimativas de associações de apicultura, secretarias de agricultura e pesquisas realizadas por universidades, mais de 600 milhões de abelhas morreram no país e o principal motivo é o uso alarmante de veneno. É importante ressaltar que as abelhas são cruciais para os ecossistemas e para a segurança alimentar em todo mundo, sendo responsáveis por polinizar a maioria das plantas e dos vegetais que nutrem todas as espécies: “As abelhas prestam um serviço fundamental para a humanidade, são elas e outros insetos polinizadores que garantem a produção de alimentos e contribuem para a manutenção das florestas. Colocá-las sob ameaça é um tiro no pé da produção da nossa própria sobrevivência”, afirma Marina Lacôrte, porta-voz do Greenpeace Brasil.

Apicultores denunciam a mortandade de abelhas causada por agrotóxicos, em São José da Barra e região - Foto: divulgação
Apicultores denunciam a mortandade de abelhas causada por agrotóxicos, em São José da Barra e região – Foto: divulgação
Apicultores denunciam a mortandade de abelhas causada por agrotóxicos, em São José da Barra e região - Foto: divulgação
Apicultores denunciam a mortandade de abelhas causada por agrotóxicos, em São José da Barra e região – Foto: divulgação

Incêndios criminosos em SP e Minas podem impactar produção e preço de açúcar e etanol

Incêndios criminosos em SP e Minas podem impactar produção e preço de açúcar e etanol - Foto: reprodução
Incêndios criminosos em SP e Minas podem impactar produção e preço de açúcar e etanol – Foto: reprodução

Os incêndios criminosos que assolam várias regiões do Brasil, incluindo São Paulo e Minas Gerais, podem trazer prejuízos significativos para o setor sucroalcooleiro e influenciar a produção e o preço de açúcar e etanol no país. Ainda sem estimativas oficiais, a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) diz que o Triângulo Mineiro – principal polo de cana-de-açúcar do Estado -, foi a área mais afetada e que parte da safra que não havia sido colhida – cerca de 35% – foi queimada.

“A cana que ia ser cortada em outubro foi queimada e os produtores precisaram colher antes do tempo e processá-la de forma rápida. Então, pode ser que a matéria-prima esteja impura, o que vai impedir a cristalização e a produção do açúcar. Isso significa impacto na produção da atual safra – que começou em abril e vai terminar em novembro,” explica o presidente da Siamig, Mário Campos.

Mário destaca ainda que o período de seca em que vive o Estado deve ter efeitos sobre o resultado da próxima safra. “Ainda não temos como mensurar. Porém, estamos falando de regiões em que não chove há mais de 120 dias. E a cana precisa rebrotar. Mas sem chuva fica muito difícil essa rebrota. Então, a estiagem pode afetar a produção da cana-de-açúcar, bem como a de etanol, ainda que somente 20% do biocombustível seja derivado da cana.” 

Conforme o presidente, o setor passou por um momento complicado, principalmente entre a última quinta-feira (22/8) e domingo (25/8). “A situação só não foi mais grave do que a que vivemos em 2021. Por isso, investimos em uma robusta estrutura de prevenção e combate a incêndios, incluindo mais de 500 caminhões-pipa e mais de 2.000 colaboradores capacitados pelo Corpo de Bombeiros para prevenir e lidar com os incêndios rurais. Precisamos destacar que os produtores de cana-de-açúcar e as usinas também são vítimas desses incêndios, provocados – a maioria das vezes – por ação humana.” 

Os impactos no Brasil 

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que os incêndios – que deixaram quase 50 cidades paulistas em alerta – devem gerar mais de R$ 1 bilhão em prejuízos ao Estado. Ele também disse que as queimadas estão sendo investigadas pelas autoridades de segurança, uma vez que há a hipótese de participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) na propagação do fogo. 

O território paulista é considerado o maior produtor de açúcar do Brasil. Por isso, a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) prevê que as queimadas devem trazer efeitos diretos sobre os preços do produto cristalizado, além do etanol. “Percebemos uma redução na produtividade na ordem de 50%, até por essa perda de biomassa que acabou sendo incendiada. Com isso, já temos impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar e no canavial do próximo ciclo”, afirmou o CEO da organização, Guilherme Nogueira.

Falta de chuva castiga Sul de MG e faz Lago de Furnas secar ainda mais

No auge do inverno e no período sem chuva no Sul de Minas, produtores rurais com plantações às margens do Lago de Furnas sofrem com a estiagem e a dificuldade em conseguir água para a irrigação. Alguns produtores já diminuíram 50% a produção de hortaliças. Segundo especialistas, até outubro, a região continua sem chuva.

Hortaliças e verduras precisam de boa irrigação, por isso, a família de Fabiano de Carvalho decidiu plantar perto do Lago de Furnas, onde havia muita água. ‘’Desde criança eu trabalho com irrigação, eu não sei montar uma lavoura sem irrigação. Essa parte nossa depende totalmente da água’’.

Há pelo menos 10 anos, a fartura hídrica se foi, eles precisaram se adaptar e improvisaram um reservatório com as poucas nascentes que restavam ali, porém, a produção foi afetada. ‘’Sem a água que estamos em falta aqui, a nossa produção é bem menor, diminuímos em 50%’’.

A estiagem castiga a região e muda a paisagem. A seca, ano a ano, vai se transformando em um novo normal. O pior cenário registrado nas últimas décadas foi registrado em 2017, quando o nível da represa de Furnas ficou abaixo dos 10% da capacidade. Atualmente ela segue um pouco acima deste nível, porém com tendência a baixar.

Morango movimenta mais de R$120 milhões por ano em Pouso Alegre

Foto: lavoura no bairro Cruz Alta 

Pouso Alegre (MG) produz morango o ano inteiro. O município é um dos maiores produtores da fruta no Brasil. A região do Sul de Minas concentra aproximadamente 85% de toda produção nacional. Toda a cadeia produtiva do morango, do plantio até a mesa do consumidor, são 251 hectares de plantação no município.

A tradição vem passando por gerações e envolve o trabalho de mais de 1000 famílias, movimenta fortemente a economia do município. Pouso alegre produz morango o ano inteiro, com as novas tecnologias, variedades da fruta e também o clima favorável da região.

Benefícios do morango para a saúde

Alimento protege contra cânceres e doenças inflamatórias, Além disso, o morango também tem fibras que combatem a prisão de ventre e a zeaxantina“, uma substância importante para a saúde dos olhos.

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