Jornal Folha Regional

Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado

Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado – Foto: Isac Nóbrega

A Polícia Federal fez, na última quinta-feira (8), uma operação para investigar uma tentativa de golpe de Estado. Entre os alvos, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, militares de alta patente, quatro ex-ministros e ex-assessores do governo Bolsonaro.

A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão em nove estados e no Distrito Federal. A Operação Tempus Veritatis — que em latim quer dizer “hora da verdade” – foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes com o aval da Procuradoria-Geral da República.

A operação é um desdobramento de vários inquéritos que tramitam no STF — o principal deles, o das milícias digitais. Segundo a investigação da Polícia Federal, os alvos se dividiam em seis núcleos que agiam de forma simultânea e coordenada com objetivo de dar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.

Logo no início da manhã, a Polícia Federal esteve na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, para apreender o passaporte dele. A defesa de Bolsonaro informou que o documento já foi entregue à PF.

Segundo as investigações, ele teria participado ativamente da tentativa de golpe para permanecer no poder. Bolsonaro está inelegível desde junho de 2023 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Foram duas condenações :

  • a primeira pelos ataques sem provas ao sistema eleitoral durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em julho de 2022;
  • A segunda, por abuso de poder político e econômico durante as celebrações dos 200 anos da independência.

Pelas decisões, ele está proibido de concorrer em qualquer eleição até 2030.

A PF dividiu os núcleos de acordo com a atuação de cada um no suposto projeto de golpe de Estado:

Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral

Encarregado da produção, divulgação e amplificação de informações falsas sobre as eleições presidenciais de 2022. O ex-ministro da Justiça Anderson Torres é citado como integrante desse núcleo. A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele em Brasília.

Outro integrante, o ex-assessor de Bolsonaro Tércio Arnaud Thomaz, seria do chamado “gabinete do ódio”. Segundo a defesa dele, Tércio estava em Angra dos Reis com o ex-presidente Bolsonaro e teve o celular apreendido.

Núcleo responsável por incitar militares a aderirem ao golpe de estado

Que elegia alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas. O ex-ministro da Defesa general Braga Netto, apontado como integrante deste núcleo, foi alvo de busca e apreensão, em Brasília.

Núcleo jurídico

De assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas. Neste núcleo está um dos alvos de prisão desta quinta: Filipe Martins, que foi assessor internacional de Jair Bolsonaro.

De acordo com a denúncia da PGR, foi ele quem entregou ao ex-presidente a minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Núcleo operacional de apoio às ações golpistas

A partir da coordenação e interlocução com o então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Cid, atuavam em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília.

Neste núcleo dos militares, foram alvos de mandado de prisão preventiva o major Rafael Martins de Oliveira, que já está preso, e o coronel Bernardo Romão Correa Neto, que está nos Estados Unidos e, segundo autoridades americanas, já se apresentou e será encaminhado ao Brasil.

Núcleo de inteligência paralela

Que coletava dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões de Bolsonaro na consumação do golpe de Estado e monitorava o itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da república com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de golpe de Estado.

O quarto mandado de prisão foi para o ex-assessor especial de Bolsonaro Marcelo Câmara, citado neste núcleo. Outro integrante, o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi alvo de busca e apreensão.

Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos

Que se utilizando da alta patente militar que detinham, agiram para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do golpe de Estado.

Neste núcleo, são citados o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha, e o general da reserva Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, chefe do comando de operações terrestres do Exército durante o governo Bolsonaro.

Em Brasília, os policiais também cumpriram mandado de busca e apreensão contra o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Eles foram até a sede do partido pelo qual Bolsonaro concorreu à reeleição em 2022.

Valdemar foi preso em flagrante por estar com uma arma de fogo com o registro vencido e em nome de outra pessoa.

A reportagem mostrou que, também na sede do PL, os agentes encontraram um documento com argumentos para a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no Brasil. O texto estava dentro do escritório do ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto diz:

Para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, declaro estado de sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem”.

No fim do texto, está escrita a palavra “com” e reticências. O documento não está assinado, foi apreendido e está sendo investigado pela PF.

Para a Polícia Federal fica claro que havia toda uma movimentação para o golpe de Estado, envolvendo milícias digitais, uma parte operacional e uma jurídica.

De acordo com a Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, atuou na maioria dos núcleos. Em 2023, Cid fechou um acordo de delação premiada com a PF, que foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele não foi alvo da operação desta quinta (8).

O que dizem os citados:

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro manifestou indignação e inconformismo. Afirmou que o ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou das instituições, que Bolsonaro vem sendo alvo de repetidos procedimentos que insistem em uma narrativa divorciada de quaisquer elementos que amparassem as graves suspeitas e que, apesar de sempre se voluntariar e se disponibilizar a comparecer às convocações feitas por determinação do Supremo, teve o passaporte apreendido, uma medida que, segundo a defesa, é absolutamente desnecessária e afastada dos requisitos legais e fáticos que visam garantir a ordem pública e regular as investigações.

Sobre o documento apreendido na sede do PL, com argumentos para a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no Brasil, a defesa de Bolsonaro declarou que o padrão do documento não condiz com as tradicionais e reconhecidas falas de Bolsonaro, que o conteúdo escrito depende mandatoriamente da ação conjunta de outros Poderes e que a vontade de tentar colocar Bolsonaro num cenário político que ele jamais concordou não tem limite.

As defesas do ex-ministro Anderson Torres e dos ex-assessores de Bolsonaro Tércio Arnaud Thomaz, Filipe Martins e Marcelo Câmara declararam que ainda não tiveram acesso aos autos.

O ex-comandante da Marinha almirante de esquadra Almir Garnier Santos disse que busca sempre fazer o que é certo.

As assessorias do Exército e da Marinha divulgaram notas sobre a operação desta quinta. A Marinha reafirmou que pauta sua conduta pela fiel observância da lei, da ética e da transparência e o Exército declarou que está acompanhando a operação da PF e prestando todas as informações necessárias.

PF prende quadrilha que movimentou R$ 700 milhões com tráfico de drogas; agentes cumprem mandado de prisão em Passos

PF prende quadrilha que movimentou R$ 700 milhões com tráfico de drogas; mandado de prisão é cumprido é Passos - Foto: Polícia Federal
PF prende quadrilha que movimentou R$ 700 milhões com tráfico de drogas; mandado de prisão é cumprido é Passos – Foto: Polícia Federal

Investigações da Polícia Federal mostram que a quadrilha de Ribeirão Preto (SP), suspeita de movimentar cerca de R$ 700 milhões com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em cinco anos, tinha um modo de agir bem definido, com divisões claras de núcleos e atribuições.

De acordo com a PF, havia três frentes de atuação (veja mais abaixo):

  • Núcleo Central;
  • Compradores e distribuidores de drogas;
  • Núcleo Financeiro.

Para disfarçar a ilegalidade do lucro com a venda das drogas, obtido principalmente a partir da comercialização de cocaína, os criminosos usavam carros de luxo e empresas de fachada.

Parte dos envolvidos no esquema foi alvo de uma operação na manhã desta terça-feira (12), quando agentes cumpriram 26 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão.

A PF identificou 59 integrantes da quadrilha, sendo que os líderes atuam em Ribeirão Preto e mantêm contatos com outros investigados em, pelo menos, seis estados.

Como funcionava cada núcleo

O esquema era dividido em três frentes e envolvia parentes de criminosos e donos de empresas, que funcionavam como fachada.

Carros luxuosos apreendidos durante operação 'Alcateia' em Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Divulgação
Carros luxuosos apreendidos durante operação ‘Alcateia’ em Ribeirão Preto, SP — Foto: Foto: Divulgação

Núcleo Central era formado por, pelo menos, sete pessoas. Dele, fazem parte:

  • Hendrix Dior Loreilhe, conhecido como Nenê ou Gordão, que já foi preso anteriormente por tráfico de drogas
  • Brenda Pereira da Silva, mulher de Fábio Henrique Gomes de Souza, conhecido como Lobinho, preso desde 2014, também por tráfico de drogas

Dos compradores e distribuidores de drogas, fazem parte, pelo menos 20 pessoas:

  • 12 de Ribeirão Preto
  • 2 de Serrana (SP)
  • 1 de Catanduva (SP)
  • 1 de Passos (MG)
  • 1 de São Sebastião do Paraíso (MG)
  • 1 do Rio de Janeiro (RJ)

Mais duas pessoas ligadas a este grupo, segundo a PF, ainda são responsáveis pelo desvio de vendas de produtos químicos usados no preparo das drogas, tanto para potencializar efeitos quanto aumentar o volume. As investigações apontam que elas utilizavam as substâncias tetracaína, cafeína e adrenalina.

Núcleo Financeiro cuidava, especificamente, da movimentação dos lucros provenientes do tráfico de drogas e usava contas de terceiros para dificultar o rastreamento do dinheiro, de origem ilícita.

Além de Brenda, que também atuava neste núcleo, outras 12 pessoas também faziam parte dele. Entre os envolvidos, estão pessoas que utilizavam as próprias empresas no esquema e até parentes de Hendrix.

Polícia Federal e o Gaeco deflagraram operação contra quadrilha suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro — Foto: Polícia Federal
Polícia Federal e o Gaeco deflagraram operação contra quadrilha suspeita de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro — Foto: Polícia Federal

A operação

Agentes da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto deram cumprimento a 26 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (12).

Carros de luxo, drogas, relógios, armas e quantias em dinheiro estão entre as apreensões. Até a publicação desta reportagem, os locais das ações não haviam sido detalhados.

Segundo a PF, as investigações identificaram 59 integrantes da quadrilha, sendo que os líderes do grupo atuavam em Ribeirão Preto e mantinham contatos com outros criminosos de pelo menos seis estados.

Relógios apreendidos em operação contra quadrilha suspeita de tráfico de drogas em Ribeirão Preto — Foto: Polícia Federal
Relógios apreendidos em operação contra quadrilha suspeita de tráfico de drogas em Ribeirão Preto — Foto: Polícia Federal

Ainda de acordo com a Polícia Federal, a maior parte da quantia em dinheiro movimentada é resultado da venda de cocaína.

A operação, chamada de ‘Alcateia’, também resultou, além das prisões e buscas, na apreensão de propriedades, veículos e ativos financeiros registrados em nome dos suspeitos, das empresas deles e de terceiros utilizados como intermediários para lavar o dinheiro.

Cariani é alvo de operação da PF que mira tráfico de drogas e desvio de produto químico para fazer crack

Cariani é alvo de operação da PF que mira tráfico de drogas e desvio de produto químico para fazer crack - Foto: redes sociais
Cariani é alvo de operação da PF que mira tráfico de drogas e desvio de produto químico para fazer crack – Foto: redes sociais

A Polícia Federal realiza, na manhã desta terça-feira (12), uma operação contra o tráfico de drogas e o desvio de um produto químico usado na produção de crack.

Segundo os investigadores, o principal alvo é a empresa Anidrol, uma indústria química que fica em Diadema, na Grande São Paulo, e tem como sócio o influenciador fitness Renato Cariani.

Ele, que tem mais de 7 milhões de seguidores, também é alvo de busca.

Ao todo, são cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sendo 16 em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Paraná.

O grupo é suspeito de desviar toneladas de um produto químico para produzir entre 12 e 16 toneladas de crack.

A operação é realizada em conjunto com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO do MPSP) de São Paulo e a Receita Federal.

PF faz operação na casa do influenciador fitness Renato Cariani — Foto: Divulgação/PF
PF faz operação na casa do influenciador fitness Renato Cariani — Foto: Divulgação/PF

Histórico

A investigação começou em 2022, depois que uma empresa farmacêutica multinacional avisou a PF de que havia sido notificada pela Receita Federal sobre notas fiscais faturadas em nome dela com pagamento em dinheiro não declaradas.

A farmacêutica alegou que nunca fez a aquisição do produto, que não tinha esses fornecedores e que desconhecia os depositantes.

A partir de tais informações, a Polícia Federal iniciou a investigação e identificou que entre 2014 e 2021 o grupo emitiu e faturou notas em nome de três empresas grandes de forma fraudulenta: AstraZeneca, LBS e Cloroquímica.

A PF pediu prisão dos envolvidos, o Ministério Público foi favorável, mas a Justiça negou.

Produto químico usado para produzir o crack — Foto: Divulgação/PF
Produto químico usado para produzir o crack — Foto: Divulgação/PF

Operação mira esquema de fraude de R$ 1,6 milhão no INSS em MG

Operação mira esquema de fraude de R$ 1,6 milhão no INSS em MG – Foto: reprodução

Um grupo suspeito de esquema que fraudava benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é alvo de operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (28), em Minas Gerais. Segundo as investigações, o esquema teria gerado prejuízo de R$1,5 milhão aos cofres da União. 

Segundo a PF, são cumpridos três mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão nos municípios de Perdigão, na região Oeste, e Curral de Dentro, no Norte de Minas.

Conforme as investigações, laudos de biometria forense identificaram o uso de pessoas fictícias, criadas pelo grupo criminoso através da falsificação de certidões de nascimento, documentos de identidade e comprovantes de residência, para a obtenção da vantagem ilícita previdenciária. 

As fraudes praticadas envolvem em sua maioria benefícios de amparo ao idoso de baixa renda. De acordo com a PF, a partir da identificação dos benefícios fraudados, foi possível identificar outros integrantes do grupo criminoso que serão autuados pela prática dos crimes de estelionato qualificado e associação criminosa, cujas penas de reclusão variam de 2 anos e 4 meses a 9 anos e 7 meses.

Segundo a polícia, o prejuízo sofrido pela União com o esquema ilícito alcançou mais de um R$ 1,6 milhão. Com a descoberta das fraudes praticadas pelo grupo criminoso, as autoridades calculam que será evitado um prejuízo superior a R$ 2,3 milhões aos cofres públicos.

Fábrica clandestina em MG produzia 16 mil cigarros por minuto e mantinha paraguaios e brasileiros em situação análoga à escravidão

Fábrica clandestina em MG produzia 16 mil cigarros por minuto e mantinha paraguaios e brasileiros em situação análoga à escravidão – Foto: divulgação/Polícia Federal

No interior de Minas Gerais, galpões com muros altos, câmeras de segurança e até bloqueadores de celular escondiam um esquema de trabalho análogo à escravidão. As imagens de drone mostra um momento de descanso dos funcionários de uma fábrica de cigarros falsificados em Divinópolis, a 118 quilômetros de Belo Horizonte. O pátio era um dos poucos espaços a que eles tinham acesso.

Segundo as investigações, os trabalhadores passavam até 50 dias sem sair da fábrica e dormiam em alojamentos precários. Ao todo, 28 paraguaios e dois brasileiros foram resgatados em situação análoga à escravidão.

Em abril deste ano, outra fábrica de cigarros falsificados foi encontrada em Cláudio, também em Minas. Lá também havia paraguaios trabalhando em condições precárias. A suspeita é de que a fábrica seja da mesma organização criminosa.

O delegado o delegado da Polícia Federal Daniel Souza Silva explica que na fábrica de Cláudio, por exemplo, os equipamentos podiam produzir 16 mil cigarros por minuto. “É realmente uma produção industrial, desde os geradores até a separação do fumo, encartonar o maço de cigarro, fazer a colocação de filtro. Tudo isso de forma industrial, não é uma produção artesanal”, conta.

“Nessa [fábrica] de Divinópolis foram apreendidos muito maquinário, tem várias imagens e só de maço de cigarro são 3 milhões e meio de maço de cigarros apreendidos. Se você colocar aqueles eram vendidos a R$ 5 cada maço, então, só dessas mercadorias são R$ 17,5 milhões”, conta o superintendente-adjunto da Receita Federal de Minas Gerais, Rodrigo Brito.

Em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também funcionava uma fábrica com galpões alugados pela quadrilha. As características eram parecidas com a fábrica de Divinópolis e, segundo a polícia, até bloqueadores de celulares foram encontrados.

Aliciamento

Ainda de acordo com a investigação, os trabalhadores vinham de ônibus de diferentes cidades do Paraguai, passavam por São Paulo até chegar ao terminal rodoviário de Belo Horizonte. Lá, eles eram recebidos por um integrante da quadrilha e tinham celulares confiscados e os olhos vendados.

Eram transportados até as fábricas em vans de carga com compartimentos fechados. Segundo a polícia, o aliciamento ocorria de várias formas.

Um paraguaio vítima da quadrilha conta que viu o anúncio na internet e conta como foi a abordagem.

“Quando me pegaram para trazer, quando tiraram o meu celular, foi quando suspeitei que não era bom, que fui enganado”.

Grupo criminoso

Mulher que seria companheiro de investigado mostra dinheiro esparramado. — Foto: TV Globo/Reprodução
Mulher que seria companheiro de investigado mostra dinheiro esparramado. — Foto: Reprodução

A investigação da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério do Trabalho também desarticulou a quadrilha responsável por trazer os paraguaios e manter fábricas em outros estados. Além de Minas, houve operações em 19 cidades de cinco estados, resultando na prisão de 16 pessoas, entre elas o suspeito de ser o chefe da quadrilha: o empresário Arinaldo Oliveira, de Barueri (SP).

Arinaldo foi preso em uma fazenda no Pará, onde mantinha carros de luxo. Em um vídeo, uma mulher que a polícia diz ter um relacionamento com ele, esbanja o dinheiro obtido pela quadrilha.

O grupo é investigado por vários crimes, entre eles:

  • tráfico de pessoas;
  • trabalho análogo à escravidão;
  • lavagem de dinheiro.

Operação mira quadrilha que mantinha paraguaios em situação de escravidão em fábricas clandestinas de cigarros em MG

Operação mira quadrilha que mantinha paraguaios em situação de escravidão em fábricas clandestinas de cigarros em MG – Foto: divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal, com a cooperação do Ministério do Trabalho, deflagraram na manhã desta terça-feira (14) a operação “Illusio” para desarticular uma quadrilha especializada em fabricar cigarros clandestinos. Ao todo, 59 mandados são cumpridos nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pará e Amazonas.

Uma investigação da PF apontou que a quadrilha, chefiada por um empresário de Barueri, cooptava trabalhadores no Paraguai que eram levados para fábricas clandestinas em Divinópolis, onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão.

Além de ficarem trancados, os paraguaios tinham os telefones confiscados e eram impedidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior. Eles sequer sabiam o local onde estavam, pois eram conduzidos até as fábricas com olhos vendados.

A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões, onde os produtos eram escondidos atrás de cargas de calçados produzidos em Nova Serrana.

A operação cumpre nesta terça-feira 11 mandados de prisão preventiva, 13 mandados de prisão temporária e 35 mandados de busca e apreensão em residências, galpões e empresas em:

  • Manaus (AM)
  • Capim Grosso (BA)
  • Belo Horizonte (MG)
  • Divinópolis (MG)
  • Itaúna (MG)
  • Nova Lima (MG)
  • Nova Serrana (MG)
  • Pará de Minas (MG)
  • Pitangui (MG)
  • São Gonçalo do Pará (MG)
  • Barueri (SP)
  • Carapicuíba (SP)
  • Indaiatuba (SP)
  • Osasco (SP)
  • Santana de Parnaíba (SP)
  • São Caetano do Sul (SP)
  • São Paulo (SP)
  • Taiúva (SP)
  • Nova Ipixuna (PA)

Também é cumprida medida de sequestro de bens e valores, contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas, num total de R$ 20 milhões.

Esquema criminoso fornecia armas de uso restrito para tráfico de drogas em MG

Esquema criminoso fornecia armas de uso restrito para tráfico de drogas em MG – Foto: divulgação

As armas comercializadas ilegalmente em um esquema investigado pela Polícia Federal de Minas Gerais eram repassadas a criminosos ligados ao tráfico de drogas. A informação foi repassada na manhã desta quinta-feira (26), em coletiva de imprensa. Conforme a Polícia Federal, algumas armas envolvidas nas transações são de uso restrito das forças de segurança.

As investigações já constataram a circulação de armas como pistolas calibre 9mm, pistolas .40 e fuzis calibre 5.56. Segundo o delegado Geraldo Magela, da Polícia Federal de Montes Claros — onde a operação foi desencadeada — os fuzis são armas utilizadas por instituições como o Exército e a própria Polícia Federal.

“O fuzil é uma arma de alta energia, de alto poder de transfixação (perfuração). Pode furar superfícies rígidas, pode perpassar mais de um objetivo. São armas de uso restrito”, explica o delegado, que conta também qual destinação tinham as armas adquiridas pelo grupo. 

“As armas eram destinadas a pessoas que as compravam de forma ilícita, clandestina, para usar de forma sorrateira no crime relacionado a tráfico de drogas e outros que giram em torno dessa modalidade delitiva”, detalha.

As investigações apontam também que, como pagamento pelas armas, o grupo recebia dinheiro em espécie e drogas. Nas diligências realizadas nesta quinta-feira (26), inclusive, foram feitos dois termos circunstanciados de ocorrência por porte de drogas para consumo próprio.

Conforme o delegado, o grupo agia desde 2020. Os valores movimentados com o esquema ainda estão sendo apurados pelos investigadores. Na primeira fase da operação Spawnning, em setembro de 2022, 29 armas já haviam sido apreendidas. Na segunda fase, deflagrada nesta quinta-feira (26), foram apreendidas mais quatro armas, além de mais de R$ 25 mil em espécie. 

Uso de laranjas e superfaturamento

O grupo utilizava “laranjas” para adquirir as armas. Segundo a Polícia Federal, essas pessoas, de forma consciente, cediam os dados para a compra legal das armas e recebiam quantias de dinheiro em troca. Nenhum ‘laranja’ foi preso, mas as investigações sobre eles continuam. 

Uma vez compradas, as armas tinham numeração raspada e eram revendidas com preço acima do valor de mercado. “Eram vendidas por duas ou três vezes o valor pelo qual seriam adquiridas no mercado regular”, relata o delegado Geraldo Magela.

Nesta quinta-feira (26), foram cumpridos efetivamente seis mandados de prisão. Um ainda está em diligências. As investigações continuam para verificar outros envolvidos no esquema e, também, outros possíveis desvios de armas.

Líder condenado

Conforme a Polícia Federal, o despachante de armas que seria o líder da organização já foi condenado por crimes apurados na primeira fase da operação. Em setembro deste ano, conforme a Polícia Federal, ele foi sentenciado a mais de 12 anos de prisão.

Polícia Federal cumpre mandados de operação em combate a crimes de abuso sexual infantojuvenil no Sul de MG

Polícia Federal cumpre mandados de operação em combate a crimes de abuso sexual infantojuvenil no Sul de MG – Foto: divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal e a Polícia Civil deflagraram na manhã desta quarta-feira (18) a operação “Mais Fortes que o Mal”, que combate crimes de abuso sexual infantojuvenil. Ao todo foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão no estado, sendo dois pela regional da PF em Varginha (MG).

Conforme a Polícia Federal, os mandados foram expedidos pela Justiça Federal e foram cumpridos em Belo Horizonte, Divinópolis, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros, Uberaba, Uberlândia e Varginha.

Também foram cumpridos pela Polícia Civil 10 mandados, nove de busca e apreensão e um de prisão, expedidos pela Justiça Estadual. No entanto, os locais não foram divulgados.

Conforme a polícia, as investigações seguirão com análises dos materiais apreendidos, com o fim de buscar identificar eventuais vítimas que se encontram retratadas nos arquivos de imagem e vídeo encontrados, bem como para responsabilização de todos os usuários.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de armazenamento e compartilhamento de imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes, cujas penas máximas somadas podem chegar a até 10 anos de prisão.

Polícia Federal cumpre mandados de operação em combate a crimes de abuso sexual infantojuvenil no Sul de MG – Foto: Lorena Vale

Polícia Militar prende dois indivíduos com cédulas de dinheiro falso em Alpinópolis

Polícia Militar prende dois indivíduos com cédulas de dinheiro falso em Alpinópolis – Foto: PMMG

Na noite desta quarta-feira (19), a Polícia Militar foi acionada anonimamente, sendo informada que dois indivíduos desconhecidos poderiam estar na posse de dinheiro falso e estariam repassando o dinheiro no comércio de Alpinópolis (MG).

De imediato os militares iniciariam diligências para localizar os suspeitos, obtendo êxito em identificar e aborda-los, os quais foram surpreendidos em flagrante com diversas notas falsas, sendo 7 cédulas de R$100, 7 de R$50, 1 de R$20, 2 de R$10 e 1 de R$2.

A PM ainda realizou contato com um comerciante local o qual reconheceu os autores e informou aos militares que havia recebido uma nota falsa dos indivíduos.

1 bucha de maconha e 2 aparelhos celulares também foram apreendidos.

Os autores foram presos em flagrantes e conduzidos à Polícia Federal da cidade de Divinópolis (MG).

PF apreende quase 300kg de maconha concentrada em avião de igreja evangélica

Um avião com 290 quilos de skunk – espécie de maconha concentrada – apreendido pela Polícia Polícia Federal na manhã de sábado (27), em um hangar de voos particulares do Aeroporto Internacional de Belém (PA), pertence à Igreja Quadrangular do Pará.

A informação é da própria instituição religiosa. Em nota, ela alegou que um prestador de serviço terceirizado acessou o avião na noite de sexta (26) sem permissão e desconhece a origem da droga.

O homem “procurou o nosso piloto querendo fazer um voo para levar, segundo ele, algumas peças de trator para uma cidade do interior”, diz a nota. A igreja diz que só soube da droga no avião após a ação da polícia.

A PF tornou a apreensão pública no domingo (28), sem dar nomes nem dados da aeronave. Também em nota, a corporação disse ter prendido “uma pessoa que estava prestes a transportar 290 quilos de skunk”.

“A droga seria levada de avião monomotor para fora do Estado, mas antes da decolagem foi feito o flagrante, em um hangar de voos particulares do Aeroporto Internacional de Belém”, completa o texto da PF. A droga ocupava todo o espaço que sobrava na aeronave, além dos assentos para um passageiro e o piloto.

O destino do monomotor com as drogas era Petrolina (PE). “Minutos antes da decolagem, prevista para as 7h30, o responsável pela droga foi abordado, enquanto caminhava do pátio à aeronave. Ao ver a polícia, correu para fora do aeroporto mas foi alcançado”, diz a nota da PF.

O homem foi autuado em flagrante por tráfico interestadual de drogas. O piloto não foi preso, pois não foi verificada participação dele no crime. A aeronave foi apreendida, assim como o celular do preso.

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