Jornal Folha Regional

Polícia Civil conclui que psicóloga encontrada morta tirou a própria vida e tentou simular crime em MG

A Polícia Civil concluiu que a psicóloga Marilda Matias Ferreira dos Santos, 37 anos, encontrada morta pelo marido amarrada dentro do porta-malas de um carro em agosto do ano passado em Pouso Alegre (MG), tirou a própria vida e tentou simular um homicídio.

Segundo a polícia, a causa da morte foi por asfixia e intoxicação, depois dela ter se trancado no porta-malas do veículo. O inquérito foi encerrado e será arquivado junto à Justiça.

O corpo foi encontrado na manhã do dia 22 de agosto de 2021. Ela estava dentro do carro com as mãos amarradas, de forma frouxa e simples. A psicóloga vestia roupas de ciclista.

A perícia não identificou qualquer sinal de violência, e a chave do carro estava junto ao corpo. A casa também não apresentava sinais de arrombamento e nem faltava qualquer objeto.

Investigação x passeio de bicicleta

Conforme a polícia, o fato tornou-se complexo porque, de acordo com os sinais, a psicóloga Marilda Matias Ferreira dos Santos buscou simular outra situação que explicasse sua morte.

Ela despistou o marido e amigos com informações, como um passeio de bicicleta que faria e que estava na rua e havia sido assediada por estranhos. Os levantamentos comprovaram que ela não havia saído de casa.

Os registros de chegada e localização do marido foram confirmados por câmeras de segurança do bairro, radar da rodovia e pela localização do celular.

Além disso, a psicóloga havia desmarcado paciente da semana dizendo que iria viajar para Bauru, em São Paulo, no fim de semana. Nos registros de mensagens enviadas, Marilda havia falado com seu marido informando a satisfação por ter estacionado o carro de ré, pela primeira vez, e estava saindo para pedalar com uma bicicleta emprestada. De acordo com ela iria para Borda da Mata com uma Speed.

Ainda de acordo com a polícia, também foram analisados os cadernos, anotações e agendas de Marilda encontradas na casa, o que pode apontar para predisposição para o suicídio e claros sinais de depressão.

Por fim, o laudo de necropsia comprovou ausência de lesão ou sinal, até mesmo de perfuração de agulha, e os laudos complementares encontraram 14,6 dg/l de álcool e um medicamento barbitúrico, com propriedades sedativas e anticonvulsivantes que atua diretamente no sistema nervoso central.

“Todos esses contextos permitiram concluir que ela praticou suicídio, montou esse cenário e algumas fantasias para demonstrar que seria um crime, porque ela não tinha essa coragem de praticar o suicídio perante pacientes e à sociedade, então ela queria ocultar e demonstrar que faleceu por homicídio, mas de maneira alguma tentou incriminar o próprio marido. A Justiça já manifestou pelo arquivamento do caso”, disse o delegado Rodrigo Bartoli em entrevista coletiva.

Em janeiro do mesmo ano, segundo a polícia, a vítima já havia tentado suicídio, de acordo com registros médicos, mas foi encontrada a tempo pelo marido.

Relembre o caso


O corpo de Marilda estava dentro do porta-malas do carro dela, no bairro Fátima II, em Pouso Alegre (MG). O marido encontro a psicóloga dentro da garagem da própria casa. Na ocasião, um perito concluiu que a casa não tinha sinais de arrombamento.

Marilda tinha pés e mãos amarradas e vestia roupa e capacete de ciclista, mas sem sinais de violência. O corpo de Marilda foi enterrado em Bauru (SP), sua cidade natal e onde mora a família.

Depoimentos


No inquérito aberto para investigar o caso, o marido de Marilda disse em depoimento à polícia que estava trabalhando no sábado (21 de agosto), em uma fazenda que fica em Careaçu, quando recebeu a mensagem da esposa dizendo que faria um passeio de bicicleta.

Mais tarde, ao chegar em casa, por volta de 16h, ele não a encontrou e achou que ela ainda não havia voltado do passeio.

Horas depois, como a mulher não havia aparecido, o marido disse que passou a procurá-la no hospital e na delegacia. Na manhã de domingo, ao resolver procurar dentro do carro, encontrou a esposa no porta-malas e chamou a polícia. O marido foi ouvido e liberado. O celular dele foi entregue para a polícia.

A Polícia Civil também ouviu os depoimentos de pessoas próximas à psicóloga.

No dia 30 de agosto, o delegado Renato Gavião destacou que ainda não era possível falar em “homicídio ou suicídio” de Marilda.

“A vítima foi localizada sem nenhum sinal de violência, nenhum sinal de arranhão, nenhum sinal de injeção ou qualquer coisa do tipo. A Polícia Civil, hoje, trabalha com todas as hipóteses, então nós não podemos falar em crime de homicídio, não podemos falar em suicídio, até a conclusão da investigação”, disse o delegado.

PF realiza buscas contra Sérgio Reis e deputado Otoni de Paula

O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e o cantor Sérgio Reis são alvos, nesta sexta-feira (20), de mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A ação investiga incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia.

Ao todo, 13 mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes e atendem a um pedido da subprocuradora Lindora Araújo, da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os alvos são:

Otoni Moura de Paulo Júnior, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ);

Sérgio Bavini (Sérgio Reis, no nome artístico);

Alexandre Urbano Raitz Petersen;

Antônio Galvan;

Bruno Henrique Semczeszm;

Eduardo Oliveira Araújo;

Juliano da Silva Martins;

Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé́ Trovão;

Turíbio Torres;

Wellington Macedo de Souza.

Agentes da Polícia Federal (PF) foram a 29 endereços no Distrito Federal (1), além dos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1).

“O objetivo das medidas é apurar o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”, afirmou à PF, em nota.

Após o vazamento de um áudio em que Sérgio Reis defende a paralisação de caminhoneiros para pressionar o Senado a afastar ministros do STF, subprocuradores-gerais pediram à Procuradoria da República, no Distrito Federal, a abertura de investigação a respeito do caso.

Em entrevista, o artista disse se arrepender de ter mandado o áudio para um amigo.

Já Otoni foi denunciado pela PGR ao STF em julho de 2020 pelos supostos crimes de difamação, injúria e coação em vídeos com ataques e ofensas a Alexandre de Moraes. No mês seguinte, a Justiça de São Paulo determinou a exclusão das postagens.

Nas redes sociais, Otoni afirmou que “não há nada melhor que não dever nada a ninguém” e chamou Moraes de “tirano”. O parlamentar acrescentou que foi intimado a comparecer à PF e que agentes levaram um celular e um laptop.

Otoni de Paula também é alvo de um outro inquérito por conta de dois vídeos em que criticou Moraes pela decisão que libertou o blogueiro Oswaldo Eustáquio, mas o proibiu de usar as redes sociais.

No vídeo, Otoni chama Moraes de “lixo”, “tirano” e “canalha”, entre outras ofensas. Na ocasião, o deputado era um dos vice-líderes do governo Bolsonaro. Ele já deixou o cargo.

Otoni depois pediu desculpas e disse que “extrapolou”.

Moraes é o relator do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. O deputado e o blogueiro são investigados no inquérito.

Polícia Federal faz operação “Segunda Parcela” em Passos

A Polícia Federal deflagrou, ontem, a Operação Segunda Parcela, com o intuito de reprimir fraudes ao Auxílio Emergencial. Trata-se da maior operação no combate às fraudes ao benefício, contando com uma atuação efetiva e integrada para preservar o instituto que teve mais de sessenta milhões de beneficiados, em razão da crise de saúde pública ocorrida em 2020.

Em Minas Gerais os policias atuaram em Belo Horizonte e em Passos, mas as ações estão ocorrendo em outros 13 Estados da Federação: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Espírito Santo, Bahia, Santa Catarina, Tocantins, Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão, Piauí e Mato Grosso do Sul; com o cumprimento de 42 Mandados de Busca e Apreensão, sete Mandados de Prisão e 13 Mandados de Sequestro de Bens.

A PF não divulgou os nomes dos envolvidos na cidade de Passos e, em alguns casos de toda a operação, não se tratou de pessoas que receberam os benefícios, mas de grupos que promoviam fraude relacionadas ao auxílio emergencial, em razão de sua abrangência de âmbito nacional.

Segundo um dos delegados que participou da operação, num desses casos os fraudadores emitem boletos, simulando uma operação comercial, para fazer com que o valor do benefício caisse em contas criadas por eles, em vez de ser creditado nas dos reais beneficiários. Na maioria das vezes, são benefícios que não foram solicitados. Além do esquema, a polícia tem identificado casos de estrangeiros que tentam sacar o benefício de forma irregular, em agências bancárias, com documentos falsos. A corporação ressaltou que a operação terá desdobramentos para aprofundar as investigações.

Cerca de 152 policiais federais participam da operação. Foi determinado o bloqueio de valores de até R$ 650 mil, em diversas contas que receberam benefícios fraudados. As medidas são parte de uma Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (Eiafae), da qual participam a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) o Ministério da Cidadania (MCid), a Caixa, a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), com o objetivo de identificar a ocorrência de fraudes massivas e desarticular a atuação de organizações criminosas.

A linha de trabalho adotada importa que os pagamentos indevidos e as tentativas de cadastramento irregulares são processados dentro de ferramentas estabelecidas pela Polícia Federal, buscando identificar a atuação de organizações criminosas e conjuntos de fraudes com denominadores comuns (fraudes estruturadas). O intuito é desestruturar ações que causam graves prejuízos ao programa assistencial.

No viés preventivo, a Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial detectou e bloqueou/cancelou o cadastramento de mais de 3.82 milhões de pedidos irregulares. Deixaram de sair indevidamente dos cofres públicos, no mínimo, R$ 2.3 bilhões, considerando-se apenas o pagamento de uma parcela de R$ 600,00, em cada pedido.

Importante destacar à população, que todos os pagamentos indevidamente realizados são objeto de análise por parte da Polícia Federal e das demais instituições integrantes da Eiafae. Portanto, se orienta fortemente àqueles que requereram e receberam as parcelas, sem preencherem os requisitos do Art. 2º da Lei nº 13.982/2020, que realizem a devolução dos valores, sob pena de estarem sujeitos à investigação criminal.

Via: Clic Folha

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