Jornal Folha Regional

Pacheco rejeita pedido de Bolsonaro por impeachment de Moraes

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou nesta quarta-feira (25) que rejeitou o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido havia sido apresentado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em caráter pessoal, e será arquivado.

Pacheco explicou que submeteu a denúncia de Bolsonaro contra Moraes à Advocacia do Senado, que emitiu um parecer técnico considerando a peça sem adequação legal. Além do aspecto jurídico, Pacheco justificou a decisão citando a preservação da independência entre os Poderes, e disse acreditar que ela é uma chance para que as crises institucionais sejam deixadas para trás.

— Há também o lado político de uma oportunidade dada para que possamos restabelecer as boas relações entre os Poderes. Quero crer que esta decisão possa constituir um marco de pacificação e união nacional, que tanto pedimos, e é fundamental para o bem-estar da população e para a possibilidade de progresso e ordem no nosso país.

Pacheco comunicou a rejeição do pedido num pronunciamento à imprensa. Ele estava acompanhado pelo vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

“Sem justa causa”

Segundo a Advocacia do Senado, a denúncia apresentada contra Alexandre de Moraes não conseguiu demonstrar que o ministro tenha cometido atos descritos pela lei como crimes de responsabilidade (Lei 1.079, de 1950). Dessa forma, o documento apresenta “manifesta ausência de tipicidade e de justa causa”, de acordo com o parecer.

Pacheco disse que acolheu a recomendação porque considerou o documento “bem fundamentado” e concorda com as ponderações

— O Estado democrático de direito exige que só se instaure processo dessa natureza quando exista justa causa. Não é o caso. Cumpro a Constituição e a lei. Um pedido de impeachment sem adequação deve ser rejeitado.

A Advocacia destaca que o pedido de impeachment se baseia no mérito de atos e decisões de Moraes, o que não é suportado em nenhuma das hipóteses de impeachment de magistrados.

“Não cabe ao Senado Federal ser instância revisional de ato jurisdicional. Não se pode pretender punir alguém por exercer as funções do cargo que ocupa, por mais que seja legítimo discordar de tal atuação e adotar os meios de impugnação disponíveis no âmbito processual”, recomenda.

Por fim, o parecer também cita os possíveis desdobramentos institucionais do caso, aconselhando contra o avanço de um processo que não cumpre os requisitos legais.

“A continuidade do processo de impeachment acarretaria desbalanceamento dos mecanismos de freios e contrapesos destinados a propiciar segurança jurídica e estabilidade ao regime democrático”, alerta a Advocacia.

O pedido de impeachment contra Moraes foi protocolado digitalmente pela Presidência da República na sexta-feira passada (20). O documento é assinado apenas pelo presidente Bolsonaro, sem a chancela da Advocacia-Geral da União (AGU).

A peça tem 102 páginas: 17 são reservadas ao pedido de impeachment e o restante inclui arquivos anexados com despachos do ministro Alexandre de Moraes e cópias de documentos pessoais do presidente da República. Segundo Bolsonaro, o ministro “procede de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro das funções”.

Apoio

Depois do anúncio, senadores manifestaram apoio à decisão de Pacheco. Pelas redes sociais, o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), parabenizou o presidente do Senado.

“É uma vitória das nossas instituições democráticas, que não cedem aos flertes autoritários de Bolsonaro”, escreveu.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) considerou a decisão “sensata” e classificou o pedido de impeachment como “uma manobra” de Bolsonaro para “desestabilizar as instituições brasileiras”.

“É lamentável termos um presidente que luta por um país conflagrado”, concluiu.

Após cassação, Flordelis é presa em casa no Rio de Janeiro

Ela é acusada de ser mandante da morte do marido. Pastor Anderson do Carmo foi assassinado em junho de 2019.

A ex-deputada federal Flordelis foi presa em casa em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na noite desta sexta-feira (13). Dois dias após ter o mandato cassado na Câmara dos Deputados, a Justiça decretou a prisão de Flordelis, acusada de ser a mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.

Antes de ser encaminhada por policiais civis para a Delegacia Homicídios de Niterói, a ex-parlamentar publicou um vídeo nas redes sociais no qual negou ser assassina e pediu apoio e orações. Ela afirmou, ainda, que estava sendo presa de “cabeça erguida” por saber que é inocente.

A juíza Neari dos S. Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, aceitou o pedido de prisão preventiva feito pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).  A ex-parlamentar vai responder por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima -, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.

Na decisão, a magistrada destacou que Flordelis foi pronunciada por todos os delitos imputados a ela pelo Ministério Público e que, a partir das provas já apresentadas, há indícios suficientes quanto à autoria dos graves crimes cometidos.

“Assim, tais condições, aliadas aos diversos e sucessivos descumprimentos diretos e indiretos das medidas cautelares a esta aplicadas, tornam inegável o risco de possível evasão da acusada, que não vem respeitando sequer as determinações judiciais no curso do processo, corroborando a necessidade de imposição da prisão também para a eventual aplicação da lei penal.”, avaliou.

No pedido de prisão, o MP destacou que, ao longo de todo o processo, ficou claro que a liberdade da ré colocava em risco tanto a instrução criminal quanto a aplicação da lei penal e que, mesmo sendo cabível e necessária sua prisão preventiva, a decretação só não foi possível devido à imunidade parlamentar.

O pedido de prisão relata que, além da gravidade da conduta criminosa, a ex-deputada, poucos dias após o homicídio, orientou os demais corréus para que o celular da vítima fosse localizado e suas mensagens comprometedoras fossem apagadas, bem como que fossem queimadas as roupas com possíveis vestígios forenses.

Ela também providenciou, segundo o órgão, treinamento a réus e testemunhas que foram intimadas para prestarem depoimento em sede policial, solicitando que testemunhas mentissem à polícia e alterassem versões já fornecidas, assim como, por repetidas vezes, descumpriu a medida cautelar de monitoramento eletrônico.

Defesa

Antes da decretação da prisão, o advogado de Flordelis afirmou que não estava sendo dada a oportunidade para a defesa se manifestar. “Já houve, inclusive, ocasião na Justiça em que se atendeu um pedido da acusação sem abrir prazo para a defesa se manifestar. Então tudo está acontecendo de uma forma excepcional, que a defesa nunca viu. O correto é abrir prazos para as partes se manifestarem. A Justiça não está fazendo isso”, diz.

O advogado diz que entrou com um pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) porque há um pedido de suspeição contra a juíza que decretou a prisão. “Enquanto não for julgada a suspeição não se pode admitir a decretação da prisão”, argumenta.

Associação de Câmaras e Vereadores do Médio Rio Grande escolhe mesa diretora e recebe representante da Presidência do Senado

Na tarde da última sexta-feira (13), vereadores de 16 municípios reuniram no plenário da Câmara Municipal de Passos (MG), para a primeira reunião de apresentação e escolha da mesa diretora da ACAMVE (Associação de Câmaras Municipais e Vereadores do Médio Rio Grande).

O presidente da Câmara de Passos, Alex Bueno, abriu o encontro dando as boas vindas aos participantes. O assessor do presidente do senado Denilson Teixeira representou o senador Rodrigo Pacheco e explicou sobre os serviços que o Senado Federal oferece gratuitamente às câmaras municipais.

Na instalação da entidade foi definida por aclamação a sua primeira diretoria. O vereador Danilo Soares, de São João Batista do Glória, foi eleito presidente. Os vereadores Alex Bueno (Passos), Luiz Adriano (Cássia), José Antonio Bícego (São José da Barra) e Alex Cavalcante (Alpinópolis) foram escolhidos vice-presidentes. Luciane Neves (Pratápolis), Ana Trindade (Delfinópolis) e Juliano Carlos Reis (São Sebastião do Paraíso) foram eleitos secretários.

Um dos primeiros documentos deliberados pela assembleia é o envio de solicitação ao governador Romeu Zema, pedindo melhorias urgentes nas estradas da região. Vários trechos de rodovias estão listados.

Estiveram presentes vereadores de Passos, Cássia, São João Batista do Glória, Delfinópolis, Pimenta, Pratápolis, Bom Jesus da Penha, Carmo do Rio Claro, Alpinópolis, São José da Barra, Capetinga, Capitólio, Ibiraci, Jacuí, São Sebastião do Paraíso e Fortaleza de Minas.

Segundo o vereador da Câmara Municipal de Cássia, Luiz Adriano de Souza Machado (Priminho), um dos idealizadores da Associação, juntamente com o vereador Danilo Soares da Câmara Municipal de São João Batista do Glória e Alex Bueno, presidente da Câmara Municipal de Passos, a ACAMVE quer buscar melhorias, investimentos e atendimento às principais demandas da população regional.

“A principal finalidade da entidade é representar os interesses da população regional, promover o desenvolvimento sustentável da região, garantir a participação da sociedade na defesa dos interesses da comunidade e no desenvolvimento social, econômico e político, promover a solidariedade e a cooperação regional para a empregabilidade, oferta de educação técnica, meio ambiente saudável e outros interesses públicos, além de buscar a integração dos municípios que formam a Região do Médio Rio Grande, para a discussão de problemas e a busca de soluções aos interesses comuns”, informou os idealizadores.

A entidade quer que todos os vereadores das câmaras sejam filiados, para o fortalecimento entre os municípios.

A ACAMVE é uma associação gratuita tanto para os vereadores quanto para as câmaras, sem ideologias políticas ou ligação a partidos.

Fotos: Alex Bueno

Parlamentares entram com ação no STF para impedir aumento do fundo eleitoral

Um grupo de parlamentares encabeçado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) anunciou, na última segunda-feira (19), que entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o aumento do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas. O chamado “fundão eleitoral” — incluído no texto do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022 (PLN 3/2021), aprovado no Congresso Nacional na quinta-feira (15) — aumenta de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões os recursos públicos para financiar campanhas eleitorais em 2022.

De iniciativa do movimento político Livres, o mandado de segurança pede que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o da Câmara, Arthur Lira, cumpram a liminar. A ação, que será relatada pelo ministro Kassio Nunes Marques, também pede a intimação do Ministério Público. O texto também foi assinado pelos deputados federais Adriana Ventura (Novo-SP), Daniel Coelho (Cidadania-PE), Felipe Rigoni (PSB-ES), Tabata Amaral (PDT-SP), Tiago Mitraud (Novo-MG) e Vinicius Poit (Novo-SP). Alessandro Vieira foi o único senador a assinar a peça.

Para os parlamentares, a aprovação do novo fundo ocorreu de forma irregular, pois não houve, segundo eles, tempo razoável para deliberar sobre uma mudança tão significativa. Nas redes sociais, Alessandro Vieira considerou o aumento inaceitável, principalmente pelo fato de o país estar enfrentando uma epidemia de coronavírus.

“São R$ 5,7 bilhões que poderiam ser investidos em programas como o auxílio emergencial, e agora serão desperdiçados com campanhas eleitorais. Vergonha”, escreveu.

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