Jornal Folha Regional

Deputada quer audiência sobre ‘fiscalização’ de políticos em hospitais

Deputada quer audiência sobre 'fiscalização' de políticos em hospitais - Foto: reprodução
Deputada quer audiência sobre ‘fiscalização’ de políticos em hospitais – Foto: reprodução

A deputada estadual Amanda Teixeira Dias (PL) está recolhendo assinaturas para a realização de uma audiência pública contra “fiscalizações” de políticos em unidades de saúde. A iniciativa ocorre após a polêmica envolvendo o vereador Wladimir Canuto (Avante), acusado de invadir uma Unidade Básica de Saúde em Felício dos Santos, no Vale do Jequitinhonha, e interromper o atendimento de um paciente que morreu durante a ação.

A Prefeitura de Felício dos Santos divulgou nota nas redes sociais acusando Canuto de entrar de forma irregular na sala vermelha da UBS na última segunda-feira (3/2), interrompendo o atendimento de um idoso de 93 anos em estado grave. O prefeito Weniton William França (PRD) classificou a atitude do vereador como “vil” e “ardilosa” e afirmou que adotaria as medidas administrativas e judiciais cabíveis.

O documento também alega que o parlamentar cometeu “agressões verbais contra servidores públicos” e chegou a agredir “fisicamente uma servidora pública no exercício de sua função”.

Diante do episódio, a deputada Amanda Teixeira Dias defendeu a necessidade de um debate sobre o tema.  “É dar visibilidade ao episódio lamentável que vitimou um idoso de 93 anos em uma sala vermelha, sala de cirurgia de alta complexidade e urgência e, mais do que isso, debater formas de proteger os médicos contra interferências políticas no exercício da profissão”, afirmou a parlamentar.

Segundo Amanda, a audiência pública buscará soluções concretas para evitar situações semelhantes no futuro. “O objetivo é que, a partir desse debate, possamos pressionar por medidas concretas, seja por meio de projetos de lei, recomendações aos órgãos competentes ou fiscalização mais rigorosa, de buscar ações fiscalizatórias que sejam responsáveis e não coloquem pessoas inocentes em risco”, declarou.

A audiência pública já conta com a presença confirmada da médica envolvida no caso, Dra. Larissa Vieira. A deputada também pretende convidar o secretário de saúde de Felício dos Santos, o presidente estadual do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) e representantes da comunidade médica para discutir propostas que garantam a segurança dos profissionais de saúde e dos pacientes.

Vídeo: Idosa quebra o fêmur ao escorregar em santinhos políticos

Uma idosa de 74 anos escorregou e quebrou o fêmur de uma das pernas ao escorregar no último domingo (9) em santinhos jogados na porta de uma escola da Zona Sul de São Paulo.

O acidente aconteceu na Avenida Fim de Semana, no bairro Jardim CasaBlanca, por volta das 06h45 da manhã, poucos minutos antes da abertura das urnas no 1° turno da eleição paulistana.

Naquela manhã, as ruas no entorno da escola estavam forradas de material de propaganda irregular de candidatos dos mais diversos partidos políticos, atrás de votos.

Dona Hilda Goulart, de 74 anos, que escorregou em santinhos espalhados por candidatos na Avenida Fim de Semana, bairro Jardim CasaBlanca, do domingo (6). — Foto: Reprodução
Dona Hilda Goulart, de 74 anos, que escorregou em santinhos espalhados por candidatos na Avenida Fim de Semana, bairro Jardim CasaBlanca, do domingo (6). — Foto: Reprodução

Dona Hilda Goulart foi socorrida na porta da escola por uma ambulância do Samu e levada às pressas para o Hospital da Campo Limpo, na Zona Sul.

Depois da alta médica, ela gravou um vídeo contando o caso e se dizendo indignada com o ocorrido.

“No domingo eu estava saindo para a igreja. Pisei no papel político e escorreguei e caí. Quebrei o fêmur. Isso causa indignação para qualquer um. É perigoso para uma criança, um idoso, um jovem, acontecer esse tipo de coisa”, declarou.

Espalhar santinhos na porta das escolas é crime eleitoral e passível de crime na esfera cível, uma vez que também causa lesão corporal como no caso da Dona Hilda e também da faxineira Silvana do Amaral, de 52 anos.

A diarista Silvana do Amaral, que caiu e quebrou o pé ao escorregar em santinhos espalhados em frente a uma escola na Zona Sul de São Paulo neste domingo (06). — Foto: Acervo pessoal
A diarista Silvana do Amaral, que caiu e quebrou o pé ao escorregar em santinhos espalhados em frente a uma escola na Zona Sul de São Paulo neste domingo (06). — Foto: Acervo pessoal

Ela quebrou o pé ao escorrer em um desses santinhos jogados na frente da Escola Estadual Professor Vicente Rao, uma das zonas de votação da Zona Sul de São Paulo, também no domingo (06).

Silvana vai precisar ficar dois meses com gesso no pé, sem poder trabalhar.

Segundo os promotores eleitorais, ao fazer o “derramamento de santinhos” na porta dos colégios, os candidatos estão infringindo a lei eleitoral e também podem ser processados na esfera criminal.

O MP Eleitoral já abriu representação contra 17 candidatos da capital paulista que tiveram santinhos espalhados nos colégios eleitorais da Zona Oeste de São Paulo.

Eles são acusados de propaganda eleitoral irregular. Dos 17 processados, ao menos seis são vereadores eleitos agora em 2024 ou reeleitos. Oito deles são candidatos que não foram eleitos no 1° turno, mas estão na posição de suplentes de vereador, enquanto dois não atingiram o mínimo de votos exigidos para a suplência.

Entre os nomes processados está o do prefeito Ricardo Nunes (MDB), onde a promotoria encontrou santinhos espalhados na frente a Escola Plínio Negrão, localizado na rua Bragança Paulista, nº 575, Vila Cruzeiro, Zona Sul da capital paulista.

Por meio de nota, a assessoria do prefeito afirmou que “Ricardo Nunes não tem conhecimento desses fatos e não distribuiu material na forma de santinhos.”

Via: G1

Projeto na Câmara quer proibir políticos de monetizarem conteúdos nas redes

Chico Alencar é deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Chico Alencar é deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro — Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) protocolou um projeto de lei nesta segunda-feira (11) que proíbe que detentores de mandatos eletivos monetizem conteúdos em suas redes sociais, inclusive audiovisuais. Pelo texto, assinado também pelo deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ), entram na restrição materiais sobre o exercício da função pública. Da mesma forma, os políticos não poderão receber recursos pelo conteúdo produzido com emprego de verba pública.

Atualmente, pelo menos dois deputados monetizam seus conteúdos no Instagram. Um deles é o mineiro Nikolas Ferreira (PL), que cobra mensalmente R$ 7,90 para que seus seguidores tenham um selo de assinante e tenham conteúdos exclusivos, além de serem informados sobre bastidores da política. Quem paga a mensalidade pode, ainda, fazer perguntas ao parlamentar e ter acesso antecipado a lançamentos.

O mesmo valor é cobrado pela deputada Júlia Zanatta (PL-SC) para privilégios semelhantes. Outro deputado que ganha na rede social é Gustavo Gayer (PL-GO). Os nomes dele e de Nikolas como deputados que monetizam conteúdos foram publicados pelo Intercept Brasil no final de fevereiro.

Gayer também tem uma loja virtual e vende a publicação “A mentalidade conservadora”, de Russel Kirk, por R$ 211 no preço cheio. Gayer apresenta o produto como “uma das maiores contribuições intelectuais ao conservadorismo no século XX”. 

Se for aprovada pela Câmara e pelo Senado e virar lei, a restrição será aplicada a todos os políticos que conseguem mandatos a partir do voto de eleitores nas urnas, e não apenas para deputados. Estão na lista o presidente da República, governadores, senadores, prefeitos e vereadores. Ainda, os que ocupam cargos de vices no Executivo.

A proposta aponta como infração ética e disciplinar o descumprimento da proibição, punível de acordo com o Código de Ética do ente ao qual o infrator estiver vinculado, além de sanções previstas em lei ou normas próprias. De acordo com o texto, se ficar comprovado o ato ilegal, o infrator será obrigado a repassar ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) o triplo do valor arrecadado com a monetização.

Chico Alencar cita que entendimentos dos Poderes Legislativo e Executivo apontam determinadas atividades privadas, mesmo que lícitas de forma isolada, “não são compatíveis com o exercício dos mandatos eletivos, pois criam, intrinsecamente, conflitos de interesse, suspeição objetiva e outras incongruências pouco saudáveis para o interesse público”.

Ele aponta que essas regras podem estar ultrapassadas porque, à época que foram criadas, “o problema […] não existia, qual seja: a utilização do exercício do mandato eletivo como produto final para geração de lucro através da monetização da própria função política”.

“O problema de monetizar vídeos e outros ‘produtos’ do exercício do mandato eletivo não é o dinheiro propriamente dito, mas sim o fato de que o mandatário poderia passar a obedecer uma lógica de mercado em sua atuação”, alega.

Como exemplo, o autor aponta que “ao invés de se guiar pelo melhor interesse da população que o elegeu e pela solução das necessidades do povo, [o político] passaria a se orientar pelos atos e comportamentos que têm mais potencial de audiência e engajamento e, portanto, de gerar para ele próprio mais dinheiro, transformando o mandato eletivo em mero insumo de uma atividade empresarial privada”.

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