CDR aprova proposta que assegura livre acesso a praias, rios, cachoeiras e outras áreas naturais de interesse turístico – Foto: reprodução
Durante a reunião desta terça-feira (13), a Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) aprovou, de forma terminativa, o projeto de lei que garante o livre acesso a praias, cachoeiras e outras áreas naturais públicas de grande beleza ou interesse turístico (PL 2/2021). De autoria da senadora Leila Barros (PDT-DF). O projeto segue agora para análise da Câmara dos Deputados, caso não haja recurso para votação em Plenário.
Pelo texto aprovado, o Estatuto da Cidade, de 2001, passará a assegurar expressamente o acesso a locais naturais públicos, com a proibição de ações que restrinjam ou privatizem esses espaços. Os planos de expansão urbana deverão contar com medidas que possibilitem a circulação nesses locais.
De acordo com Leila, embora previsto em lei, o livre acesso às praias e ao mar tem sido dificultado por construções ou urbanizações projetadas para restringir o acesso apenas aos seus moradores. Esse processo tem atingido também outros sítios naturais de grande beleza cênica ou de interesse para a visitação pública, como montanhas e cachoeiras.
“Estamos diante de um preocupante processo de privatização desses bens de uso comum, com construções ou urbanizações que limitam o acesso apenas a moradores ou frequentadores autorizados. Queremos garantir que o direito ao lazer, ao esporte e ao turismo seja assegurado de forma democrática e igualitária”, justificou a senadora.
A proposta teve relatoria favorável do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Para ele, “o contato com esses sítios estimula a conscientização e a educação ambiental […] e ao disciplinar sua visitação, a proposição contribui para a geração de emprego e renda no entorno desses lugares.
Reajuste salarial proposto por Zema a servidores descumpre promessa de campanha feita em 2022 – Foto: Fred Magno
O descumprimento de uma das principais promessas de campanha feitas pelo governador Romeu Zema (Novo) a servidores públicos de Minas Gerais durante as eleições de 2022, que previa reajustes salariais anuais suficientes para recompor perdas inflacionárias, deve fazer com que a proposta de recomposição dos vencimentos, apresentada pelo Executivo na Assembleia Legislativa, enfrente caminhos tortuosos na Casa.
Na última terça-feira (14), primeiro dia de tramitação do projeto de lei, o texto foi retirado da pauta antes mesmo de ser apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A decisão, acordada por todos os parlamentares presentes na reunião, ocorreu em meio à pressão de representantes do funcionalismo, que lotaram a galeria do plenário e promoveram um ato do lado de fora da Assembleia para protestar contra a proposta do governador, que sugere reajuste de 3,62% para servidores públicos civis e militares da administração direta, de autarquias e de fundações do Poder Executivo.
O principal argumento dos servidores para tentar derrubar o projeto é que o índice oferecido não é suficiente para recompor nem mesmo os valores corroídos pela inflação. A garantia de recomposição inflacionária foi, inclusive, um dos pilares da proposta para equilíbrio das contas do Estado registrada no plano de governo entregue por Zema ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante a última eleição. “Vamos garantir o poder de compra do servidor público, com o reajustamento anual para recompor as perdas ocasionadas pela inflação”, informava o governador no documento.
Desse modo, para cumprir o prometido, o reajuste dos salários dos servidores públicos deveria ser de, no mínimo, 4,62%, mesmo valor do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Autor do requerimento que retirou o projeto de lei da pauta do CCJ, na manhã desta terça, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL) classificou a proposta de reajuste como “uma migalha” e uma “afronta ao servidor”. Presente na reunião, o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol-MG), Wemerson Oliveira, também condenou o projeto de lei e cobrou diálogo com o Executivo. “Sabemos da necessidade da segurança, mas ninguém sobrevive arriscando a vida todos os dias para não ter a dignidade de (ter salário suficiente para) cuidar bem da sua família e morar em um lugar seguro”, afirmou o representante da categoria, que pleiteia reajuste de 41,6% para recompor perdas inflacionárias dos últimos sete anos.
Diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind Saúde-MG), Neuza Freitas também calcula que a categoria sofre perdas acumuladas que beiram os 40% e cobra compensação para os servidores. “Zema deixou de cumprir não só essa como outras promessas de campanha. Hoje, além de lutar por reajustes, os trabalhadores estão lutando para não perder direitos já adquiridos e tentam manter serviços públicos em uma luta incansável contra a privatização do serviço público”, reclama a sindicalista.
Sem resposta. O último reajuste geral concedido pelo governo de Minas a servidores do Estado ocorreu em 2022. Na ocasião, os salários foram reajustados em 10,06%. Questionado sobre o descumprimento da promessa de campanha de Zema, que previa reajuste anual dos salários para recompor a inflação, o governo de Minas ainda não se manifestou.
Líder do governo na ALMG fala em diálogo
O deputado estadual João Magalhães (MDB), líder do governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, defendeu que o reajuste proposto pelo governo é responsável e “pensa nos servidores, respeitando os limites do Estado, dentro da Lei de Responsabilidade Fiscal”. O parlamentar também argumentou que a proposta de reajuste geral garante o pagamento do Piso Nacional da Educação para os servidores das carreiras do grupo de atividades da educação básica.
Segundo Magalhães, é esperado que o projeto seja alvo de discussões, dada sua relevância. “Acredito que este seja o momento desses debates e que as comissões vão, ao longo da tramitação, oferecer aos parlamentares o melhor espaço possível para o diálogo. Um exemplo disso foi a retirada de pauta que aconteceu na manhã desta terça-feira (14/05), de forma unânime por todos os presentes”, afirmou o parlamentar.
Segurança pública ameaça cruzar os braços
Servidores da segurança pública ameaçaram cruzar os braços caso o governo de Minas não reveja o índice de reajuste proposto para a categoria. Enquanto a gestão de Romeu Zema oferece 3,62%, bombeiros, policiais civis e militares pleiteiam recomposição de 41,6%, valor que seria referente a perdas inflacionárias sofridas nos últimos sete anos.
Vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e dos Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra PMBM), o sargento da Polícia Militar Marco Antônio Bahia Silva diz que o governo “obriga os policiais a pararem”. “Se os deputados não tiverem a sensibilidade de acatar a proposta (dos servidores) já encaminhada para o governo, certamente a polícia vai ter uma paralisação, vai cruzar os braços, porque estão mexendo nana estrutura remuneratória. O valor proposto não é nem 10% daquilo que a gente pretende repor”, argumentou o policial militar.
O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol-MG), Wemerson Oliveira, lembra que a categoria já reduziu o ritmo de trabalho desde a semana passada, em regime popularmente conhecido como “operação tartaruga”. Mas ele não descarta uma paralisação. “Com essa proposta de reajuste, parece que Zema quer que os policiais parem o serviço de segurança pública de de Minas Gerais. Os policiais não estão aguentando”, declarou o sindicalista.
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