Jornal Folha Regional

Piumhi tem o primeiro queijo minas artesanal orgânico certificado no estado

Piumhi tem o primeiro queijo minas artesanal orgânico certificado no estado - Foto: divulgação/Nereu Jr.
Piumhi tem o primeiro queijo minas artesanal orgânico certificado no estado – Foto: divulgação/Nereu Jr.

Piumhi tem o primeiro queijo minas artesanal orgânico certificado no estado. O alimento é produzido pela queijaria Faz o Bem Orgânicos, localizada à beira do ribeirão Araras, na zona rural do município, e leva o selo Orgânico Brasil, tornando-se também o primeiro queijo canastra orgânico.

Segundo Vinícius Soares, proprietário da queijaria, a certificação para o queijo orgânico é burocrática e segue diversos parâmetros definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

“Não podemos nos autodeterminar produtores de orgânico. No Ministério da Agricultura tem uma portaria que descreve tudo o que pode e o que não pode ser utilizado. Para a qualificação, uma certificadora acompanha todo o processo e valida junto do ministério”, diz.

De acordo com o produtor, o que define o queijo que ele produz como orgânico é a ausência do uso de produtos químicos externos durante todo o processo de produção do alimento, desde a fertilização do capim consumido pela vaca até a capina da vegetação.

“Por exemplo, para o milho que plantamos foi utilizado o próprio esterco da vaca como adubo. Não podemos utilizar fertilizante químico. A capina é feita do modo antigo, com o cultivador passando. Não usamos veneno, como é feito no método convencional”, explica Soares.

“Não plantamos transgênicos. Inclusive, o milho que plantamos é crioulo. A nossa pastagem é integrada com agrofloresta, justamente para ter uma variedade maior de alimentos que compensem o fato de não podermos utilizar o farelo de soja que, hoje, é 100% transgênico”, completa.

Seguindo esses procedimentos, o produtor garante que não há risco de o consumidor ingerir algum resquício de antibiótico ou fertilizante, ou algo que possa contaminar o alimento.

Além disso, Soares explica que o método de produção de queijo artesanal orgânico é essencial para a diferenciação do sabor do produto em relação aos outros queijos minas artesanais.

“Um produtor que joga ureia na pastagem, como fertilizante, mata metade das bactérias que tem ali. E isso interfere no resultado do queijo que será produzido, já que as bactérias têm papel fundamental no processo”, afirma.

“A gente trabalha com as vacas com fitoterapia, homeopatia e mais vacinas do que o convencional. É um trabalho que não é fácil, principalmente por conta da parte burocrática, por isso não há muitos produtores de queijo orgânico artesanal”, completa.

Segundo Soares, a certificação da produção foi feita pelo Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD), no início de 2023.

Queijos variam de 150 gramas a 8 quilos

Os queijos produzidos por Vinícius Soares são zero lactose naturalmente, ou seja, sem a adição de enzimas que realizam a quebra do açúcar presente no leite. “Por ser feito com leite cru e fermento natural, no processo de maturação é degradado naturalmente a lactose. No industrial, é adicionado lactase para degradar. O nosso é natural”, afirma.

De acordo com o produtor, o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), campus Piumhi, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), realizou uma pesquisa com os queijos da Faz o Bem Orgânicos e foi descoberto que são necessários 10 dias de maturação para que eles se tornem zero lactose.

1º Lugar

Em novembro deste ano, a Faz o Bem venceu o 1º Concurso Regional de Queijo Casca Florida, promovido pela Emater, em São Roque de Minas. “Ficamos em primeiro lugar no meio de mestres nossos, como o queijo do Evair, do Serjão, do Pingo de Amor, da Lucilia. O nível do concurso foi realmente muito alto”, diz Vinícius.

O 2° lugar ficou com a produtora Maria Lucilha de Faria, da fazenda Pingo de Amor, de São Roque de Minas, e em 3° lugar Larissa, da Barão da Canastra, também de Piumhi. Todos associados da SerTãoBras.

A competição ocorreu cerca de cinco meses após o Governo de Minas regulamentar a identidade e qualidade para produção do queijo minas artesanal de casca florida natural. A medida foi anunciada pelo vice-governador, Mateus Simões, durante a abertura da sexta edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas Gerais, no Expominas, em Belo Horizonte.

Em setembro de 2022, a queijaria de Vinícius conquistou dois prêmios no Mundial do Queijo do Brasil, em São Paulo: medalha de prata, com queijo maturado de 30 dias, e de bronze, com queijo de 60 dias de cura.

Produção

O produtor relata que são produzidos cerca de 200 litros de leite e cerca de 20 queijos por dia. O tamanho dos queijos varia entre 8 quilos, que necessita de 90 litros de leite para produzir, e 150 gramas, que utiliza apenas um litro.

O menor, de 150 gramas, é o queijo Tardezinha, que leva esse nome por ser feito com o leite da tarde. Segundo Soares, o leite tirado das vacas no fim da tarde tem maior quantidade de sólidos (proteínas e gorduras), o que resulta em um queijo mais cremoso.

Via: Clic Folha

Queijo Minas Artesanal se torna Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

Para comemorar a conquista, o Sistema Faemg Senar lança hoje a websérie A Arte do Queijo Mineiro, que explora a história, cultura e singularidades do QMA

Queijo Minas Artesanal se torna Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade - Foto: reprodução
Queijo Minas Artesanal se torna Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade – Foto: reprodução

O “Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal” foi oficialmente declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco nesta quarta-feira (4), durante a 19ª sessão do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, em Assunção, Paraguai. Com isso, o Queijo Minas Artesanal (QMA) se torna o primeiro item gastronômico brasileiro a integrar a prestigiada lista.

“É muito positivo que Minas tenha reconhecido a importância dessa tradição e trabalhado para preservá-la, garantindo que ela seja transmitida às futuras gerações. Assim como países desenvolvidos valorizam seus vinhos, queijos e charcutarias, precisamos dar o devido valor ao nosso patrimônio. No Brasil, muitas vezes, a história e as tradições são pouco cultivadas. Essa conquista reforça a relevância cultural e econômica do queijo artesanal e nos convida a valorizar ainda mais este importante alimento derivado do leite”, comemora o presidente do Sistema Faemg Senar, Antonio de Salvo.

Segundo o presidente da Comissão Técnica do QMA do Sistema Faemg Senar, Frank Mourão, trata-se de um reconhecimento da diversidade, dos saberes e das práticas gastronômicas mineiras. “O QMA carrega uma técnica histórica, que remonta ao tempo dos colonizadores. É feito em pequenas propriedades rurais, com receitas familiares passadas de geração em geração, e com sabores que variam de acordo com a região onde é produzido”, explica.

O produtor Ewerton Sebastião de Almeida, de Diamantina, integrante da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal da Faemg, participou da solenidade de anúncio hoje no Paraguai. “Estou aqui com muita emoção e gratidão, representando todas as famílias produtoras do Queijo Minas Artesanal, que é feito há mais de 300 anos e atualmente conta com mais de 9 mil produtores de 10 diferentes regiões do Estado de Minas Gerais. Defender os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal vai muito além de preservar o produto em si, significa perenizar a nossa cultura, nossas tradições, a nossa identidade. Significa manter o orgulho de sermos mineiros, exaltar o nosso modo de vida. Representa a garantia de geração de renda para inúmeras famílias de pequenos produtores rurais com perpetuação da nossa arte em forma de queijo”.

Produtor Ewerton Sebastião de Almeida, de Diamantina, integrante da Comissão Técnica do QMA, participou da solenidade de anúncio hoje no Paraguai - Foto: divulgação
Produtor Ewerton Sebastião de Almeida, de Diamantina, integrante da Comissão Técnica do QMA, participou da solenidade de anúncio hoje no Paraguai – Foto: divulgação

Websérie celebra a conquista

Para comemorar a conquista, o Sistema Faemg Senar lança hoje a websérie A Arte do Queijo Mineiro, que explora a história, cultura e singularidades do QMA. O público poderá conferir a partir desta tarde um pouco do que será contado ao longo dos 10 capítulos. Na primeira parte, o professor José Newton Coelho de Menezes ressalta que o reconhecimento é uma forma de proteger o saber ancestral e garantir sua transmissão às próximas gerações.

O especialista Elmer de Almeida explica que o uso de leite cru e do “pingo” – uma espécie de fermento natural obtido do próprio processo – é fundamental para conferir ao QMA suas características inconfundíveis. “Cada região imprime no queijo uma assinatura única, que é resultado do clima, da vegetação e do manejo dos produtores”, ressalta.

Com larga experiência em regulamentação da produção artesanal, o gerente de relações Institucionais e Governamentais do Sistema Faemg Senar, Altino Rodrigues, destaca o papel das políticas públicas e associações na superação de barreiras, como normas sanitárias. Ele relembra iniciativas marcantes, como a primeira viagem de produtores mineiros à França, que permitiu o intercâmbio de conhecimentos e valorizou o queijo mineiro no mercado internacional.

A websérie poderá ser vista no YouTube do Sistema Faemg Senar.

Queijo Minas Artesanal tem semana decisiva na Unesco

Queijo Minas Artesanal tem semana decisiva na Unesco - Foto: reprodução
Queijo Minas Artesanal tem semana decisiva na Unesco – Foto: reprodução

Hora de torcer, com muito gosto, para nosso queijo ganhar mais visibilidade internacional, conquistar paladares mundo afora e fortalecer a economia de um setor que é a própria tradução de Minas Gerais. Na quarta-feira (4/12), o produto poderá ganhar o reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco), durante a 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, em Assunção, no Paraguai. A candidatura na categoria de Patrimônio Cultural Imaterial se refere aos “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal”. O que seria um título inédito no país na área da cultura alimentar.

Caso conquiste o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o queijo estará em excelentes companhias. No âmbito do patrimônio cultural, ambiental, documental e gastronômico, Minas já tem muitos títulos, registros, inscrições e, claro, reconhecimento em nível internacional.

Importante destacar que dois importantes arquivos incluídos como Memória do Mundo pela Unesco não ficam em Minas: o referente ao escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), mineiro de Cordisburgo, se encontra na Universidade de São Paulo (USP), enquanto o Acervo Inconfidência Mineira (1799-1789) está no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

A coluna Nossa História, Nosso Patrimônio mostra, então, quais são as merecidas honrarias, em vários campos. Para começar a lista, está Ouro Preto, ex-capital do estado e primeira cidade brasileira destacada como Patrimônio Mundial, onde fica a Igreja São Francisco de Assis, uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo. Confira a lista:

Patrimônio Mundial

• 1) Ouro Preto, na Região Central – Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, a ex-Vila Rica, atual Ouro Preto, recebeu o título como Cidade Histórica, em 1980.

• 2) Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na Região Central – Em 1985, o conjunto com as obras de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814) se destacou como monumento cultural.

• 3) Diamantina, no Vale do Jequitinhonha – O título conquistado pela cidade completa 25 anos neste mês e serviu para alavancar o turismo, atrair mais visitantes e abrir novas frentes de negócios.

• 4) Pampulha, em Belo Horizonte – Conjunto Moderno projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), à beira do espelho d’água, foi agraciado, em 2016 com o título também de Paisagem Cultural.

Reserva da Biosfera do Espinhaço

• 5) Nessa categoria criada pela Unesco se encontram tesouros da biodiversidade e patrimônios históricos ao longo da Estrada Real (Caminho dos Diamantes). No território mineiro da Serra do Espinhaço, reconhecido em 2005, se destacam as serras da Piedade, de Ouro Branco, do Cipó e do Caraça, na Região Central.

Patrimônio Agrícola Mundial

• 6) Em março de 2020, a cultura das sempre-vivas em Diamantina (Vale do Jequitinhonha) e entorno recebeu o selo conferido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como integrante do programa Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam). Foi a primeira experiência com tal destaque no Brasil e a quarta na América Latina, contemplando famílias apanhadoras de sempre-vivas.

Geoparque

• 7) Em março deste ano, a Unesco valorizou o patrimônio cultural, arqueológico, paleontológico, pecuário e espiritual de Uberaba, na Região do Triângulo, conferindo a ele o título de Geoparque “Terra de Gigantes”. A iniciativa teve como suporte três atributos de representatividade internacional: a terra dos dinossauros no Brasil, a capital mundial do Zebu e o local onde Chico Xavier (1910-2002) se revelou ao espiritismo mundial.

• 8) Em outubro de 2019, foi a vez de Belo Horizonte receber o título de Cidade Criativa da Gastronomia. O registro consolidou a importância da cultura gastronômica da capital, que une tradição e inovação. Ao integrar a Rede de Cidades Criativas da Unesco, BH estabeleceu conexão com mais de 350 cidades do mundo.

Programa Memória do Mundo (Patrimônio Documental da Humanidade)

• 9) 2012 – Documentação da Câmara Municipal de Ouro Preto, sob guarda do Arquivo Público Mineiro, em BH.

• 10) 2014 – Coleção Francisco Curt Lange, com documentação sob guarda do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto.

• 11) 2015 – Acervo da Comissão Construtora de Nova Capital Belo Horizonte (1892-1903). Documentação sob guarda do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, Museu Histórico Abílio Barreto e Arquivo Público Mineiro, na capital.

• 12) 2015 – Processos judiciais trabalhistas: Doenças ocupacionais na mineração de Minas Gerais – Dissídios individuais e coletivos (1941-2005). Documentação sob guarda do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região.

• 13) 2016 – Coleção de obras raras da Biblioteca Mineiriana do Instituto Cultural Amilcar Martins, em BH

• 14) 2017 – Testamento do senhor Martim Afonso de Souza e de sua mulher, dona Ana Pimentel, sob guarda da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

• 15) 2018 – Inventário post-mortem do Cartório do Primeiro Ofício de Mariana (1713-1920), sob guarda do Arquivo Histórico da Casa Setecentista de Mariana.

• 16) 2018 – Livro de inventários da Catedral de Mariana (1749-1904), sob guarda do Arquivo Eclesiástico Dom Oscar de Oliveira, em Mariana.

NA REGIÃO NORTE DO ESTADO, PERUAÇU…

Harmonia entre natureza e história na moldura de uma paisagem deslumbrante. O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, na Região Norte do estado, é o próximo da lista mineira para se tornar Patrimônio Natural da Humanidade. Em outubro, o conjunto de sítios arqueológicos recebeu vistoria técnica do cientista português José Bernardes Rodrigues Brilha, representantes da Unesco. Ele fez inspeção “in loco” como penúltima etapa do processo de reconhecimento do Peruaçu.

…ESTÁ NA LISTA COMO PATRIMÔNIO NATURAL

Localizado entre Januária, Itacarambi e São João das Missões, a 662 quilômetros de Belo Horizonte, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é considerado um dos patrimônios naturais mais importantes do país e do mundo, com vestígios de ocupação humana que datam de 12 mil anos. Compreende um conjunto de sítios arqueológicos, com mais de 180 cavernas e grutas, numa área total de156 hectares. A partir da visita, o cientista português elabora relatório que será enviado à Unesco.

FORÇA DA FÉ

Com seus 310 anos de história, o Mosteiro Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, em Santa Luzia, na Grande BH, festeja no próximo domingo (8/12) o dia da padroeira. Haverá missas solenes às 10h30 e 15h e terço, às 15h. Em 2024, são celebrados os 170 anos do dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854. Sempre preocupadas com a preservação do patrimônio e a questão ambiental, as irmãs concepcionistas estão fazendo campanha para custear a implantação do sistema de energia solar no mosteiro. Quem quiser contribuir pode enviar qualquer quantia no Pix 19.538.388/0001-07.

Orações, apelos e esperança infinita. Duas vezes furtada, a imagem de Santana Mestra (foto) do distrito de Inhaí, a 45 quilômetros de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, está sempre presente nas preces dos fiéis e nas campanhas de resgate dos bens desaparecidos. Integrante do acervo da Igreja Matriz de Santana, a escultura do século 18 foi levada por ladrões, na primeira vez, em 1997. Os moradores aguardam o retorno do objeto de fé, e renovam as súplicas principalmente em 26 de julho, data consagrada à avó de Jesus. Quem souber do paradeiro da imagem, pode acessar a plataforma Sondar, do Ministério Público de Minas Gerais (sondar.mpmg.mp.br), na qual se encontra disponível um acervo com cerca de 2,5 mil bens culturais mineiros, a exemplo de documentos e peças de arte sacra.

ARTE E MEMÓRIA

O distrito de Cachoeira do Brumado, em Mariana, é rico em história, cultura e artesanato. Filha da terra, a jornalista e escritora Thalia Gonçalves revela um pouco do que vê e ouve no seu primeiro livro “Mãos que contam histórias: vida e obra de artesãos cachoeirenses”. A partir de entrevistas, pesquisa documental, memórias e afetos, Thalia mostra a trajetória de Cassiana Ferreira Nunes, Arthur Pereira, Adão de Lourdes Cassiano, Mário Ramos Eleutério e Geraldo José Teixeira. Para adquirir a obra, entre em contato com a autora pelo seu perfil no Instagram: @thaliajorn

CONSERVAÇÃO PREVENTIVA

Hora de voltar a estudar para quem quer buscar especialização na área do patrimônio. Estão abertas as inscrições para a pós-graduação “lato sensu” em Conservação Preventiva de Bens Culturais Móveis Eclesiásticos, na PUC Minas. O curso vai capacitar profissionais para trabalhar com os bens culturais da Igreja, sendo ofertado na modalidade híbrida: aulas a distância no decorrer do ano e dois encontros presenciais em julho e dezembro de 2025. Como parte do compromisso com a preservação do patrimônio eclesiástico, a PUC Minas oferece 50% de desconto para presbíteros, religiosos e funcionários registrados em paróquias e dioceses. Para mais detalhes sobre o curso e inscrições, acesse:
www.pucminas.br/pos.

Candidatura do Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Cultural da Humanidade será avaliada pela Unesco em dezembro

Candidatura do Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Cultural da Humanidade será avaliada pela Unesco em dezembro - Foto: Léo Bicalho
Candidatura do Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Cultural da Humanidade será avaliada pela Unesco em dezembro – Foto: Léo Bicalho

No dia 4 de dezembro, a candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal será formalmente avaliada durante a 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco. A reunião será realizada em Assunção, no Paraguai, com a análise prevista para as 16h30 (horário de Brasília).

O resultado poderá consolidar um marco histórico para Minas Gerais e o Brasil no cenário da salvaguarda cultural.

Sob o título “Traditional ways of making Artisanal Minas Cheese in Minas Gerais”, a candidatura será apresentada e discutida diante de delegações internacionais dos países membros da Convenção da Unesco. Este é um passo fundamental para o reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, destacando sua importância como expressão da identidade e da mineiridade.

O processo reflete o compromisso de Minas Gerais com a preservação de seus saberes tradicionais, que conectam gerações e territórios. A inclusão dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal na lista representativa da Unesco não apenas promoverá o Queijo Minas Artesanal como símbolo cultural no Brasil, mas também projetará internacionalmente a riqueza e a diversidade da cultura mineira, além de impulsionar o turismo e a economia do estado. 

Apoio irrestrito

Nos últimos meses, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), tem ressaltado, em nível nacional e internacional, a importância do reconhecimento para a cultura, o turismo e a economia de Minas. 

Os trabalhos do Governo do Estado em torno do reconhecimento junto à Unesco começaram em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro, em Belo Horizonte. Posteriormente, entre o fim de novembro e o início de dezembro, a gestão estadual, por meio da Secult, realizou a promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Rabat, no Marrocos. Em março de 2023, um dossiê foi entregue ao secretário da Convenção do Patrimônio Imaterial da Unesco, Tim Curtis.

As ações da etapa final de mobilização e promoção da candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal tiveram início no dia 19/10 deste ano com a reunião da Comissão para Promoção e Difusão dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio, o lançamento da marca promocional e o encontro de produtores das dez regiões do Queijo Minas Artesanal com uma grande feira na Praça da Liberdade. 

Produtores de Queijo Minas Artesanal de São João Batista do Glória conquistam Registro de Indicação Geográfica

Produtores de Queijo Minas Artesanal de São João Batista do Glória conquistam Registro de Indicação Geográfica - Foto: divulgação
Produtores de Queijo Minas Artesanal de São João Batista do Glória conquistam Registro de Indicação Geográfica – Foto: divulgação

O município de São João Batista do Glória passa a fazer parte da relação dos que possuem o Certificado de Registro de Indicação Geográfica (IG) de Queijo Minas Artesanal da Serra da Canastra, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) à Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan). O anúncio foi feito em solenidade nesta segunda-feira (11/11), com a presença do governador em exercício de Minas Gerais, Professor Mateus.

A conquista celebrada agora começou há dois anos, com a publicação da Portaria n° 2.124, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), incluindo o município na região da Canastra, caracterizada pelo Governo de Minas como produtora de Queijo Minas Artesanal, para fins de reconhecimento de Indicação de Procedência por órgão competente.

“Estar aqui hoje, é motivo de muito orgulho para nós. Essa conquista é graças ao esforço de todos os produtores da cidade, mas também sou muito grato ao sistema agropecuário, Seapa, Emater, IMA e Epamig, que batalhou muito para estarmos aqui hoje”, destacou o governador em exercício.

“Essa conquista muda a condição de renda da população, seja para as queijarias que já estavam instaladas, seja para aqueles produtores de leite que agora têm a certeza que, começando a produzir dentro do nosso padrão de queijo artesanal, vão comercializar o Canastra assim reconhecido e, portanto, com um valor de mercado muito diferente”, ressaltou Professor Mateus.

O reconhecimento formal de um órgão oficial é obrigatório para se obter a Indicação Geográfica e a decisão foi embasada no dossiê apresentado, que comprovou a ligação histórica dos produtores do município com o modo de fazer o queijo artesanal na região.

A caracterização, etapa fundamental para a publicação da portaria, foi realizada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), que visitaram os produtores, identificaram as características do meio ambiente e os dados produtivos.

São João Batista do Glória conta com oito agroindústrias de Queijo Minas Artesanal, com uma produção total de 23 mil quilos por ano. Além do município, fazem parte da região com a Indicação Geográfica os municípios de Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita.

O presidente da Emater-MG, Otavio Maia, relatou a parceria de sucesso entre o Governo de Minas e a agropecuária mineira. “Nosso agronegócio representa quase 23% do PIB mineiro e esse número só vai aumentar. Isso se dá ao fato do Governo de Minas estar próximos dos produtores de quase todo o estado. Essa parceria fortalece muito a cidade e principalmente os produtores rurais. Hoje a Emater-MG tem mais de 2 milhões de atendimentos para mais de 350 mil produtores para as mais diversas cadeias produtivas do setor agropecuário de Minas Gerais”, destacou.

Parceria reconhecida

O reconhecimento desta parceria também vem dos empreendedores rurais do estado.

“Este sonho foi fruto de uma luta dos produtores da cidade e, também a parceria com a Emater-MG e o IMA que todos reconheceram São João Batista do Glória com o Registro de Indicação Geográfica. Além disso, o governador em exercício, Professor Mateus e a Secult, através do secretário Leônidas de Oliveira, que foram até a minha casa e provaram meu queijo. Só tenho a agradecer por entenderem e reconhecerem São João Batista do Glória como produtora do Queijo Canastra”, disse a produtora do Queijo Quintal do Glória, Nilséia Vilela.

Regiões caracterizadas

De 2019 até 2023, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e suas vinculadas, identificou sete regiões produtoras de queijos artesanais no estado: Mantiqueira de Minas, Alagoa, Jequitinhonha (Cabacinha), Diamantina, Serras da Ibitipoca, Entre Serras da Piedade ao Caraça e Vale do Mucuri.

Também foram reconhecidos três tipos de queijos: Queijo Minas Artesanal de Casca Florida Natural, Queijo Cozido e Requeijão Moreno, além da elaboração dos Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos queijos da Mantiqueira de Minas, Alagoa e Queijo Minas Artesanal de Casca Florida Natural.

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