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Queijos de Piumhi colocam tradição da Canastra nos holofotes globais

Queijos de Piumhi colocam tradição da Canastra nos holofotes globais - Foto: redes sociais
Queijos de Piumhi colocam tradição da Canastra nos holofotes globais – Foto: redes sociais

O tradicional saber fazer do queijo mineiro, passado de geração em geração nas famílias do campo, está ganhando o mundo. Um exemplo emblemático vem de Piumhi (MG), onde o casal Rogério e Larissa Ferreira, da queijaria Barão da Canastra, representa a quarta geração de uma família de queijeiros e tem levado os sabores da região da Canastra para os paladares mais exigentes do planeta.

A história do casal é marcada por inovação sem perder as raízes.

A produção começou com o tradicional queijo Canastra, com dois tipos de maturação: 21 dias para o queijo capa branca e entre 60 e 90 dias para os queijos de casca florida. Em 2022, a dupla deu um passo ousado e passou a produzir também um parmesão, utilizando fermentos e coalhos importados da Itália e com maturação de nove meses.

A aposta deu certo. O queijo de casca florida da Barão da Canastra, com 90 dias de maturação, conquistou medalha de ouro no prestigiado concurso internacional Mondial du Fromage em 2023, na França, e também levou prata no World Cheese Awards (WCA) no mesmo ano.

Larissa explica que o diferencial está no terroir da Canastra e na produção artesanal. “Todo o mofo que tem ali é natural, vem da pastagem, da água, tem todo o terroir da Canastra”, afirma.

O mofo branco da casca, segundo ela, ajuda a preservar a umidade no interior do queijo, conferindo uma textura especial e sabor adocicado, que lembra até o famoso Grana Padano italiano.

A conquista dos queijos de Piumhi reflete um movimento nacional de valorização e profissionalização dos queijeiros artesanais, que têm aliado tradição e inovação para conquistar novos mercados e elevar o nome do Brasil no cenário gastronômico internacional.

Fonte: Jornal 104 FM

INPI reconhece queijos de São João Batista do Glória como Indicação Geográfica

INPI reconhece queijos de São João Batista do Glória como Indicação Geográfica - Foto: reprodução
INPI reconhece queijos de São João Batista do Glória como Indicação Geográfica – Foto: reprodução

O município de São João Batista do Glória foi reconhecido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) como integrante da área delimitada da Indicação Geográfica do Queijo Canastra.

De acordo com o gerente executivo da Associação dos Produtores de Queijo Canastra (Aprocan), Higor Freitas, a inclusão do Glória na Indicação Geográfica reforça a produção dos queijos artesanais no município e reconhece, São João Batista do Glória como produtor de Queijo da Canastra.

Com o reconhecimento, os produtores que seguem as regras do Caderno de Especificações Técnicas da IG podem fazer o uso do nome Canastra em seus queijos, assim como, utilizar os selos da Indicação Geográfica também.

Segundo a Aprocan, a Indicação Geográfica do Queijo da Canastra abrange os municípios de Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São João Batista do Glória, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita. O reconhecimento também traz maior valorização do produto, aumento do turismo na região e mais segurança aos consumidores.

“Esse processo iniciou em 2019, com os estudos e levantamento de dados para comprovar que o Glória pertence a IG do Queijo da Canastra. O processo é muito trabalhoso, pois envolve um grande estudo, construção de documentos, e um período de análise de toda a documentação encaminhada ao INPI”, disse Higor.

“É necessário comprovar, nesse caso, que historicamente o município do Glória tem fama pela produção de Queijo da Canastra. Também é preciso ainda comprovar outras características, como o método de produção do queijo, características sensoriais e outros aspectos que comprovam que o queijo produzido no município segue as mesmas características dos queijos da Canastra”, afirma.

Segundo Higor, a Aprocan foi responsável por realizar todo o estudo, levantar informações necessárias e protocolar o pedido junto ao INPI. Conforme a associação outros parceiros foram fundamentais nesse momento, como o Sebrae e a Sicoob Sarom, que auxiliaram na contratação do especialista em Indicações Geográficas Fabrício Welge para acompanhar o processo.

O Instituto Mineiro de Agropecuário foi responsável por emitir uma portaria reconhecendo São João Batista do Glória como produtor de queijo da Microrregião da Canastra, documento necessário para compor o dossiê. A Emater também auxiliou com a mobilização de produtores e levantamento dos dados necessários para compor o estudo.

Lei

Conforme a Lei nº 9.279/1996, artigo 177, a indicação de procedência é o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço.

Apenas produtores de Queijo Minas Artesanal que estão estabelecidos na área delimitada pela IP Canastra e que seguem as regras do Caderno de Especificações Técnicas para a produção podem utilizar a denominação da Canastra. Com o reconhecimento, os produtores do Glória poderão usar o selo IP Canastra e o selo nacional das Indicações Geográficas. (Clic Folha)

Produtores regularizados pelo “Queijo Minas Legal” são premiados em concursos

O projeto do Procon-MG, em parceria com o governo de Minas, garante um produto de qualidade para o consumidor e ajuda a desenvolver a cadeia produtiva dos queijos artesanais

Produtores regularizados pelo “Queijo Minas Legal” são premiados em concursos - Foto: divulgação
Produtores regularizados pelo “Queijo Minas Legal” são premiados em concursos – Foto: divulgação

Na família da Maria Lucilha, de São Roque de Minas, a história com o queijo já atravessa cinco gerações. Ainda criança, ela ajudava os pais e avós nas etapas da produção artesanal. Por falta de recursos, a família precisou interromper a atividade. Em 2012, Lucilha resolveu resgatar a tradição e retomou o processo. “Começamos com o que tínhamos em mãos na época — algumas vacas, duas filhas e um sonho de produzir queijo de qualidade com valor agregado”, conta. De lá para cá, foram muitos desafios e alguns bons encontros que ajudaram a alavancar a produção. No ano passado, Lucilha conheceu a Emater e teve acesso ao projeto Queijo Minas Legal. Em menos de um mês, a produção da queijaria Pingo de Amor passou de 15 para 50 peças por dia. Lucilha saiu da clandestinidade, regularizou a queijaria e conquistou o selo SIM (Serviço de Inspeção Municipal). Todo investimento e trabalho rendeu prêmios. O queijo fabricado aos pés da Serra da Canastra levou ouro no 3º Mundial do Queijo do Brasil 2024, em São Paulo, além de dois ouros e duas pratas no prêmio Queijo Brasil deste ano, em Santa Catarina. “Hoje só eu estou cuidando da queijaria, trabalhando com o melhor leite vindo do curral, diminuindo perdas e agregando sabor e valor”, comemora.

A queijaria Pingo de Amor é uma das 17 beneficiadas pelo projeto Queijo Minas Legal que receberam premiações em concursos. Os avanços do projeto foram apresentados durante uma reunião no Procon-MG, órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O número de queijarias regularizadas saltou de 21 em abril para 78 em agosto.

“Esse é um projeto muito importante, que traz os produtores para a formalidade. Ao se regularizarem, eles encontram um ambiente muito mais adequado para se desenvolverem, com novas oportunidades. O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura e suas vinculadas, Emater, Epamig e IMA, também está modernizando a legislação dos queijos artesanais para atrair mais produtores para a atividade, gerando emprego e renda no campo”, afirma o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes.

Produtores regularizados pelo “Queijo Minas Legal” são premiados em concursos - Foto: divulgação
Produtores regularizados pelo “Queijo Minas Legal” são premiados em concursos – Foto: divulgação

 Vera Lúcia, de Ritápolis, também faz parte dessa história. A produção de queijo é uma tradição das mulheres de sua família, iniciada por sua avó Mariazinha. O legado familiar ganhou força com o apoio do projeto Queijo Minas Legal. Neste ano, Vera conquistou o 3º lugar no 2º Concurso Regional do Queijo Minas Artesanal do Campo das Vertentes. “O Queijo Seu Jorge surgiu a partir do desejo da minha sobrinha Gabriela. Ela herdou o talento de minha avó Mariazinha, que fazia queijos muito apreciados. Gabriela começou a pesquisar sobre o assunto e matriculou-se em alguns cursos. Hoje, somos muito gratas a todos os funcionários que prestam um trabalho relevante de qualidade e eficiência”, afirma Vera.

O projeto Queijo Minas Legal foi lançado em 2022 com o objetivo de auxiliar pequenos produtores a expandir sua atuação no mercado consumidor por meio da regularização de queijarias. A iniciativa é uma parceria entre o Governo do Estado, via Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais (Procon-MG/MPMG) e o Fundo Estadual de Defesa e Proteção do Consumidor (FEPDC).

O projeto pode ganhar mais um parceiro importante. Durante a reunião no Procon-MG, representantes do Sebrae apresentaram uma proposta para oferecer linhas de crédito específicas e capacitação em gestão para os produtores rurais.

Produtores regularizados pelo “Queijo Minas Legal” são premiados em concursos - Foto: divulgação
Produtores regularizados pelo “Queijo Minas Legal” são premiados em concursos – Foto: divulgação

Na próxima etapa do projeto, estão previstas a capacitação de técnicos e fiscais, a elaboração e distribuição de materiais de divulgação sobre o universo do queijo, a estruturação de um laboratório de pesquisa em queijos artesanais, a realização de análises laboratoriais em água e queijo, a compra de equipamentos e a aquisição de “kits queijaria” para as visitas de assistência técnica.

Ao final de 2024, espera-se que, por meio do projeto, mais de 200 produtores estejam regularizados, representando um aumento de mais de 100% no número de queijarias legalizadas no estado de Minas Gerais. “A regularização das queijarias promove desenvolvimento econômico e social, valorização do nosso patrimônio cultural e garante um alimento saboroso e seguro na mesa do consumidor”, conclui o coordenador do Procon-MG e promotor de Justiça, Glauber Tatagiba.

Queijaria Quintal do Glória conquista mais duas medalhas em Mundial do Queijo

Nilseia Vilela no 3º Mundial do Queijo do Brasil – Foto: divulgação

A Queijaria Quintal do Glória, de São João Batista do Glória, foi premiada com duas medalhas de prata no 3° Concurso de Queijos e Produtos Lácteos no 3° Mundial do Queijo do Brasil que aconteceu nos dias 11 a 14 de abril no Teatro B32, em São Paulo. Os queijos premiados no evento foram o “Chuveirinho da Canastra” e o “Quilombo da Canastra”, ambos recebendo a medalha de prata na ocasião.

Pioneiros na produção do Queijo Minas Artesanal da Serra da Canastra em São João Batista do Glória, Nilséia Vilela e Renato Vilela, produtores e proprietários da Quintal do Glória, relatam que o queijo mudou a vida deles e dos familiares.

“Na minha família meu esposo e eu somos os primeiros a produzir o Queijo Canastra, não tem tradição familiar; para aprender fazer o Queijo eu busquei ajuda de amigos queijeiros de tradição para conseguir entender como produzir um produto de tamanha história, o Ivair, a Lucia e o Roberto Soares (produtores do Queijo Canastra) que me ajudaram a entender e a começar a produzir. O Queijo representa para nós recomeço de vida, logo que fechamos nosso Comércio de Material de Construção, o queijo veio pra nós como um presente de Deus, nunca imaginei fazer Queijo, e hoje não imagino a minha vida e do meu esposo sem a produção do Queijo, até meus filhos não nos vêem mais fazendo outra coisa.”

Nilséia ainda destacou a importância que o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) teve na sua história. “No início, só consegui aprender a fazer porque já tinha feito vários cursos do Senar que me deu uma base boa pra começar, e agora após 06 anos, o Senar foi essencial para o nosso crescimento, hoje fazemos parte da assistência que o Senar oferece que é o AT&G do leite e já fizemos o AT&G do Queijo.”

Queijos premiados – Foto: divulgação

Além do SENAR existe a Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (APROCAN) que tem a função de proteger e valorizar a marca do Queijo Canastra, auxiliando os produtores e combatendo essa falsificação. Eles também são os responsáveis por disponibilizar o selo de qualidade Queijo Canastra para os produtores associados, comprovando que aqueles queijos são verdadeiros da região. Tem muitos produtores da Canastra que não são associados, mas não há garantias que esse queijo está totalmente seguro e com a melhor qualidade do Queijo Canastra. São João Batista do Glória foi reconhecida oficialmente em 2017 pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) como cidade produtora do Queijo Minas e, recentemente, foi inserida na APROCAN, assim, os produtores se encaixando em todos os requisitos de produção poderão inserir o selo do Queijo Canastra.

Desde 2008, o queijo canastra é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio e Artístico Nacional – IPHAN como patrimônio cultural imaterial brasileiro, tornou-se um símbolo para a região e para Minas Gerais. Em 2022, o Queijo Canastra foi eleito pelo site especializado The Taste Atlas como o melhor queijo do mundo, desbancando queijos reconhecidos internacionalmente. O que faz os produtores da região se sentirem muito realizados com todo o reconhecimento.

Atualmente a queijaria Quintal do Glória possui quatro medalhas nacionais, sendo três de prata e uma de bronze, e três medalhas internacionais, as duas deste ano e uma em setembro de 2023 no Mondial du Fromage que aconteceu em Tours, na França. “É muito gratificante saber que seu produto feito com tanto amor e cuidado consegue fazer as pessoas sentirem aquele sabor especial ao ponto de premiá-lo, isso não tem dinheiro que paga, e muito melhor é quando chega uma cliente pra comprar pela terceira vez, a alegria e a certeza que estamos no caminho certo, produzir um produto com tanto reconhecimento não é fácil, por isso ficamos muito orgulhosos com nossas conquista.”

O 3° Mundial do Queijo do Brasil contou com mais de 100 produtores de 14 países e quase 2 mil queijos participando do concurso. Além do 3° Concurso de Queijos e produtos Lácteos, no teatro aconteceu o 2º Concurso de Melhor Queijeiro do Brasil, o 2º Concurso de Melhor Queijista do Brasil, o 2º Concurso de Melhor Fondue do Brasil, feiras de queijos, bebidas e alimentos artesanais para os produtores, profissionais do ramo e apreciadores.

3º Mundial do Queijo premia 35 produtos mineiros em evento com 14 países

Tereza e Mateus, da Fazenda Saudade, em Ibertioga — Foto: Arquivo pessoal/Fazenda Saudade
Tereza e Mateus, da Fazenda Saudade, em Ibertioga — Foto: Arquivo pessoal/Fazenda Saudade

Pelos menos 35 queijos de produtores mineiros receberam medalhas no 3º Mundial do Queijo do Brasil, realizado no último fim de semana, em São Paulo. Os produtos receberam medalhas nas categorias Super Ouro (três queijos), Ouro (nove queijos), Prata (10 queijos) e Bronze (13 queijos). Foram premiados queijos, iogurtes, doces de leite e coalhadas. Ao todo, participaram do Concurso de Queijos e Produtos Lácteos cerca de 1.900 itens de produtores de 14 países.

A seleção dos melhores queijos foi feita por 300 jurados. No total, 598 medalhas foram distribuídas. Os produtos foram pontuados após avaliação de itens como aroma, sabor, consistência e aparência. Os premiados com a categoria Bronze receberam entre 70 e 80 pontos. Na premiação Prata, ficaram os produtos que obtiveram entre 81 e 90 pontos. Em seguida, com 91 a 98 pontos, os produtores vencedores da medalha Ouro. Já os ganhadores da categoria Super Ouro, tiveram 99 e 100 pontos.

“O concurso mundial é muito importante. Os mineiros conquistando essas premiações, num concurso com 14 países, conseguem uma valorização muito grande e divulgam o produto de Minas”, explica Maria Edinice Rodrigues, coordenadora estadual de queijos artesanais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).

Premiados

Do Campo das Vertentes, o queijo Lasquinha foi um dos premiados com a medalha Ouro. Ele é um queijo Minas Artesanal, produzido na Fazenda da Saudade, em Ibertioga. Os responsáveis pela produção são o casal Tereza Rodrigues e Mateus Brandão. Ela, uma jornalista, e ele, publicitário.

Tereza Rodrigues conta que a produção de queijo começou em 2018, após deixarem a vida corrida que tinham em Brasília e se mudarem para a fazenda da família. Para chegar ao estágio atual de qualidade, foram vários cursos, visitas a outras queijarias e experimentações.

Hoje o casal processa 150 litros de leite diariamente para fazer o queijo em dois tamanhos, de 650 e 250 gramas. As vendas são feitas em Tiradentes, São João del-Rei, Belo Horizonte, Barbacena e Cataguases. Como a queijaria também possui o selo Sisbi, que permite a comercialização para todo o país, também vendem em São Paulo, Rio de Janeiro e para consumidores de outros estados que fazem os pedidos pela internet.

Com a premiação no 3º Mundial do Queijo do Brasil, eles vislumbram um novo horizonte. “Essa medalha de ouro vai melhorar muito a nossa visibilidade, porque muitos clientes buscam por queijos premiados. É a porta de entrada para novas parcerias”, comemora Tereza Rodrigues.

O Laticínio Seritinga, localizado no município de mesmo nome, na Serra da Mantiqueira, também foi premiado. O produtor Aurelio Vilela Arantes teve três queijos entre os medalhistas do evento. O destaque foi o Queijo Terroir da Seritinga, que recebeu a medalha Super Ouro.

A produção do Terroir da Seritinga une a tradição das técnicas trazidas por dinamarqueses, que chegaram à região em 1940, com as condições de clima, solo e vegetação da Serra da Mantiqueira. Além do queijo premiado como Super Ouro, o laticínio também investe na produção de queijos tipo Gouda e Emmental, nos queijos Minas Padrão, Meia Cura e Coalho. Muitos também já receberam premiações em outros concursos.

A produção é vendida para diversas partes do país. O laticínio processa 15 mil litros de leite por dia. 

Na visão da coordenadora da Emater-MG, o patamar atingido pelos produtores do estado é resultado de um trabalho que começou com o reconhecimento da importância dos produtos artesanais do meio rural. “A Emater é pioneira, com o Governo de Minas Gerais, na publicação de uma lei que regulamenta os produtos artesanais. Trabalhamos ao longo dos últimos anos para os agricultores melhorarem a qualidade dos produtos. Desde a parte de melhoramento genético e qualidade do rebanho, até a parte de boas práticas dentro da queijaria, para oferecer seguro para o consumidor”, diz Maria Edinice.

O 3º Mundial do Queijo do Brasil foi promovido pela SerTãoBras, associação de produtores de queijos artesanais criada há 16 anos e que reúne mais de 250 associados do Brasil. O evento contou com a parceria com a Guilde Internationale des Fromagers, uma das maiores associações de queijeiros do mundo.

Produtores de São Roque de Minas participam do 3° Mundial de Queijo do Brasil em SP

Produtores de São Roque de Minas participam do 3° Mundial de Queijo do Brasil em SP – Foto: reprodução

Produtores do queijo Canastra em São Roque de Minas participam do 3° Mundial de Queijo do Brasil, que começou ontem, 11. O evento é promovido pela associação de produtores de queijo artesanal SerTãoBras, e está ocorrendo em São Paulo, capital.

O mundial acontece a cada dois anos e, em 2024, está sendo realizado mais uma vez no Teatro B32, que fica na Praça da Baleia, na avenida Faria Lima, um dos principais centros econômicos do país, assim como ocorreu na edição de 2022.

“O queijo de São Roque de Minas é reconhecido nacional e internacionalmente pela sua qualidade e sabor incomparáveis, fruto do trabalho árduo e da tradição de nossos produtores. Este evento representa uma oportunidade única de mostrar ao Brasil e ao mundo toda a excelência dos nossos queijos, além de promover o intercâmbio de conhecimento e experiências entre os produtores de diferentes regiões”, publicou a prefeitura em rede social do município.

A programação do 3° Mundial de Queijo do Brasil iniciou ontem, 11, com o concurso de melhor fondue do Brasil, seguida pela abertura oficial do evento, com corte da faixa e presença de autoridades brasileiras e internacionais.

Às 9h desta sexta-feira, 12, é aberta a Feira de Queijos e Produtos de Terroir e Salão Profissional e o início da primeira etapa do concurso mundial de queijo. A escolha do melhor está prevista para às 16h, e a divulgação dos resultados às 20h.

No dia seguinte, 13, às 9h, será iniciado o concurso de melhor queijista do país, aquele que é especialista no estudo do queijo, com encerramento às 12h. Às 14h, iniciará o concurso de melhor queijeiro, aquele que fabrica e vende o queijo, com encerramento às 17h. Na sequência, às 18h, ocorrerá a premiação.

Via: Clic Folha.

Carga irregular de meia tonelada de queijo é apreendida em caminhonete no Sul de Minas

Carga irregular de meia tonelada de queijo é apreendida em caminhonete no Sul de Minas – Foto: divulgação/Polícia Militar

Uma carga irregular de meia tonelada de queijo foi apreendida pela Polícia Militar Rodoviária em uma caminhonete na MGC-491, em Varginha (MG). A apreensão foi feita durante operação realizada pela PMR na rodovia.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, durante fiscalização realizada no final de semana, além de infrações de trânsito, foi constato que o condutor transportava aproximadamente meia tonelada de queijos, sem possuir documentos de origem do produto que estava mal condicionado.

A polícia fez contato com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que compareceu ao local e apreendeu o material.

O veículo foi removido por conta de irregularidades de trânsito que geravam risco à segurança, conforme a Polícia Militar Rodoviária.

Através de curso de Senar, produtora agrega valor à produção de leite com a fabricação de queijos

Lilita Vasconcelos, da cidade de Passos, no sudoeste do Estado, produz cinco tipos de queijos com conhecimento que adquiriu através de cursos do Sistema Faemg Senar.

Através de curso de Senar, produtora agrega valor à produção de leite com a fabricação de queijos – Foto: divulgação

Quando se aposentou, Lilita Vasconcelos decidiu que não pararia. E para continuar no mercado de trabalho deu espaço a uma paixão: a produção de queijos artesanais. 

“A produção dos nossos produtos artesanais é relativamente recente, começamos em Dezembro de 2019. Já fazia algumas coisas, mas somente para família”, disse a produtora que aprimorou as técnicas de produção através dos cursos de ‘Derivados do Leite’, ‘Derivados do leite e Produtos Especiais’, ‘Boas Práticas de Fabricação’, ‘Maturação de Queijos Artesanais’ promovidos pelo Sistema Faemg Senar.

A produção de queijos artesanais é um dos ramos de negócio da Fazenda Santa Isabel. A propriedade está na família a quatro gerações, atualmente, todos os membros da família estão envolvidos nas atividades da propriedade.

“Meu marido Luiz Carlos e meu filho José Guilherme são os responsáveis pela gestão da fazenda. A parte de lavoura fica a cargo do meu marido. Já a parte relacionada ao leite é de competência do meu filho. Os produtos artesanais são feitos por mim. Minha mãe, Terezinha, me auxilia na produção dos queijos. E minha filha, Maria Tereza, é quem cuida do nosso Instagram (@fazenda.staisabel) e da montagem das nossas caixas com produtos artesanais”, explicou Lilita. 

Na propriedade há plantações de milho e soja. O milho é destinado à alimentação das vacas. O grão é usado para fazer a silagem com o milho, garantindo comida o ano inteiro para rebanho.

Atualmente, a produção da fazenda é de 4500 litros/dia de leite. Deste total, 150 litros são destinados à fabricação de queijos, que são vendidos por encomenda.

“Zelamos pela qualidade em todos os departamentos da fazenda, desde o bezerreiro, a alimentação, o bem estar dos animais até o processo final da ordenha do leite”, ressaltou.

Cursos realizados através do Sistema Faemg Senar

A necessidade de aprimorar o processo de produção de queijos fez com que Lilita conhecesse o Sistema Faemg Senar. “Foi no Senar que fiz meus primeiros cursos e isso foi fundamental na minha trajetória”.

“Lilita iniciou sua jornada queijeira nos cursos e não parou mais. Sempre foi uma aluna atenciosa, focada, prestativa, perspicaz, solícita, dedicada, comprometida, inteligente, sedenta pelo conhecimento e por colocar em prática, qualidades que lhe são intrínsecas. De imediato, era nítida sua paixão pelo mundo dos Queijos, das Boas Práticas de Fabricação à Maturação. Ali nasceu uma queijeira. Tenho visto que está sempre buscando aprimoramento, capacitação e conhecimento, o que confirmamos em suas produções (da ordenha ao produto final), cada vez mais afinadas. Tenho muito orgulho em ver o sucesso desta família, o amor depositado e fazer parte desta história”, disse o Instrutor do Senar Minas, Giancarlo Ferreira. O instrutor também é técnico em Leite e Derivados, pelo Instituto de Laticínios Cândido Tostes e Especialista em Queijos Artesanais 

Variedade de produtos

Os produtos feitos por Lilita chamam atenção pela diversidade. Um deles é o queijo Melba, de origem holandesa, à base de cream cheese. “Ele é extremamente cremoso e bem leve podendo harmonizar com diversos tipos de acompanhamento. Tenho 11 sabores de Melba, onde uso vários tipos de castanhas e geleias artesanais”, explica.

Além do Melba, Lilita produz 12 sabores de Chancliches (queijo de origem síria e libanesa); Queijo Beto Feijó, batizado com o nome de quem deu a receita à produtora, feito de leite cru, massa semi-cozida, casca lisa e amarelinha e em seu interior massa com textura cremosa que segundo a fabricante, derrete na boca, cabendo em qualquer ocasião e permitindo várias harmonizações. Lilita ainda fabrica o  Queijo Nuvem, em formato de pirâmide, que tem massa ácida com uma textura cremosa sabor suave. Com sua superfície coberta de Penicilium candidum e que traz ao paladar um gosto sutil de cogumelos, de textura aveludada e derrete na boca. E por fim o Queijo Minas Padrão. Típico queijo mineiro, mais macio, consistência mais forte que o Minas frescal. “Fiz de diferentes formas de maturação, sendo que um fiz com penicillium. Desta forma ele ficou bem macio e um gosto mais sutil de cogumelos”, revela.

De acordo com a queijeira, os planos são de aumentar o negócio e construir a própria queijaria.

“Amo fazer queijo. Criar sabores e combinações. Essa é minha paixão”, finalizou Lilita.

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