Jornal Folha Regional

Queimada na Serra das Águas chega ao quarto dia e coloca área de mata preservada em risco no Sul de Minas

Incêndio em Lambari — Foto: redes sociais
Incêndio em Lambari — Foto: redes sociais

As queimadas que atingem a Serra das Águas, em Lambari (MG), chegaram ao quarto dia nesta quarta-feira (9). Segundo o Corpo de Bombeiros, ainda não foi possível dimensionar a área danificada. A preocupação é de que o fogo atinja o Parque Estadual Nova Baden, onde há mata preservada.

As chamas começaram no domingo (6) no bairro Vista Verde. Apesar da proximidade a uma fazenda e uma pousada, nenhum imóvel foi atingido.

Segundo o Corpo de Bombeiros, três guarnições foram deslocados para a operação, que utilizou sopradores, abafadores e bombas costais. Além disso, um helicóptero da Polícia Militar e alguns voluntários, como os brigadistas da Serra da Boa Esperança, estiveram presentes.

A característica íngreme do local e a quantidade de vegetação dificultaram o acesso ao fogo, fazendo com que os bombeiros atuassem de maneira direta e indireta.

Os ventos e o clima seco também podem contribuir para que o fogo se alastre. Os militares também informaram que o incêndio possui vários focos.

A preocupação do Corpo de Bombeiros é que o incêndio chegue até uma área de preservação ambiental e uma torre de transmissão. O Parque Estadual Nova Baden é uma área de mata preservada com 214 hectares do Circuito das Águas.

Incêndio no Parque das Águas, em Lambari — Foto: Redes Sociais
Incêndio no Parque das Águas, em Lambari — Foto: Redes Sociais

Queimadas em Minas Gerais

Minas Gerais conta com 95 unidades de conservação estaduais e o cuidado com essas reservas aumentou neste ano. O estado enfrenta um aumento de ocorrências de incêndio desde o início do ano em relação a 2023.

Desde janeiro até o dia 7 de outubro, as ocorrências aumentaram 134%. Nos primeiros dias deste mês, as queimadas aumentaram seis vezes em relação ao mesmo período do ano passado.

Na terça-feira (8), o Governo de Minas lançou o Plano Diretor do Turismo Verde. Na ocasião, o diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF) anunciou a criação de um mapeamento das áreas atingidas pelo fogo no estado.

“A identificação das ações de recuperação precisam ser tomadas para que a gente possa lançar mão dessas iniciativas para poder realizá-las”, explicou.

Queimada na Serra das Águas chega ao quarto dia e coloca área de mata preservada em risco no Sul de Minas — Foto: Redes Sociais
Queimada na Serra das Águas chega ao quarto dia e coloca área de mata preservada em risco no Sul de Minas — Foto: Redes Sociais

Via: G1

Polícia Civil indicia suspeito de causar queimada no Sul de Minas

Polícia Civil indicia suspeito de causar queimada no Sul de Minas - Foto: divulgação/Polícia Civil
Polícia Civil indicia suspeito de causar queimada no Sul de Minas – Foto: divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou e prendeu, com o apoio da Polícia Militar de São Paulo, um homem de 33 anos suspeito de causar uma queimada em uma área de 15 metros quadrados em Extrema, no Sul de Minas. A prisão ocorreu na quinta-feira (26), no município paulista de Jacareí.

Após investigações realizadas pela equipe da Delegacia de Extrema, o suspeito foi identificado e localizado. Ele foi encontrado na Rodovia Presidente Dutra. O crime foi registrado pelas câmeras do setor de Monitoramento da Prefeitura Municipal, no dia 14 de setembro. A área afetada fica próxima ao Parque de Eventos, onde acontecia um festival gastronômico.

Os investigadores apuraram que o suspeito estava retornando para o estado do Rio de Janeiro e, com base nessas informações, comunicaram os policiais militares, que efetuaram a prisão preventiva.

A área incendiada, localizada em uma zona residencial, causou prejuízos ao proprietário do terreno. O fogo queimou uma área de pastagem, danificou a flora, destruiu um estábulo e colocou em risco a residência da propriedade.

O suspeito foi encaminhado ao sistema prisional no estado de São Paulo, e o inquérito segue em andamento para a sua conclusão.

Com 329 focos, Minas passa a ser o estado com mais incêndios ativos no Brasil

Com 329 focos, Minas passa a ser o estado com mais incêndios ativos no Brasil - Foto: reprodução
Com 329 focos, Minas passa a ser o estado com mais incêndios ativos no Brasil – Foto: reprodução

Minas Gerais assumiu a liderança como o estado mais afetado por queimadas no Brasil nas últimas 24 horas, de acordo com dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O estado mineiro registrou 329 focos de incêndio entre domingo (15) e segunda-feira (16), representando mais de 18% do total de ocorrências no país.

A situação em Minas Gerais escalou de gravidade durante o fim de semana, ultrapassando outros estados em número de focos de incêndio. O trabalho dos bombeiros e brigadistas se concentrou em 13 frentes de combate às chamas em unidades de preservação no território mineiro.

Panorama nacional das queimadas

Em todo o Brasil, foram contabilizados 1.795 focos de incêndio no mesmo período. Um dos destaques é a queimada que atinge o Parque Nacional de Brasília, que tem mobilizado esforços das autoridades.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou a unidade de conservação no domingo e, na manhã de segunda-feira, se reuniu com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para discutir as ações do governo no combate às queimadas em todo o território nacional.

A escalada dos incêndios em Minas Gerais e em outras regiões do país acende um alerta para a necessidade de medidas mais efetivas de prevenção e combate às queimadas, especialmente em áreas de preservação ambiental. A situação demanda atenção urgente das autoridades e da sociedade para mitigar os impactos ambientais e proteger a biodiversidade brasileira. (Itatiaia)

Homem é preso após ser flagrado ateando fogo em vegetação, em Passos

Homem é preso após ser flagrado ateando fogo em vegetação, em Passos - Foto: divulgação/Polícia Militar de Meio Ambiente
Homem é preso após ser flagrado ateando fogo em vegetação, em Passos – Foto: divulgação/Polícia Militar de Meio Ambiente

Na tarde da última quinta-feira (12), a Polícia Militar de Meio Ambiente prende um homem, por atear fogo em uma vegetação, em Passos (MG).

Segundo a PM, a prisão aconteceu durante a Operação Verde Minas – 2 fase. O indivíduo foi flagrado, por fiscais municipais, ateado fogo em uma vegetação, ao lado de sua residência, vindo a causar um incêndio de grandes proporções. Ele foi contido pelos fiscais, que acionaram a polícia.

De acordo com a polícia, o indivíduo confessou o crime e disse que não viu que o fogo se alastrou. Uma testemunha informou que quando o autor iniciou sua ação, pediu para que ele apagasse o fogo, tendo ele dito “deixa queimar” e não fazendo nada para debelar as chamas.

O homem foi preso em flagrante delito pelo cometimento do crime previsto no artigo 41, da Lei Federal 9605/98. Ele foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e posteriormente para a Delegacia de Polícia.

Homem é preso após ser flagrado ateando fogo em vegetação, em Passos - Foto: divulgação/Polícia Militar de Meio Ambiente
Homem é preso após ser flagrado ateando fogo em vegetação, em Passos – Foto: divulgação/Polícia Militar de Meio Ambiente

Impactos das queimadas no agronegócio mineiro serão discutidos em audiência

Impactos das queimadas no agronegócio mineiro serão discutidos em audiência - Foto: reprodução
Impactos das queimadas no agronegócio mineiro serão discutidos em audiência – Foto: reprodução

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou quase 70 mil focos de queimadas em agosto. A fumaça se espalhou pelo céu do País e o fogo consumiu animais e lavouras.

Para discutir os impactos dos incêndios rurais no agronegócio do Estado, a Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) se reúne nesta quarta-feira (11/9/24), a partir das 15 horas, no Auditório do andar SE do Palácio da Inconfidência.

A audiência foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Raul Belém (Cidadania), que pretende dar especial atenção às consequências das queimadas para o setor sucroenergético, tendo em vista que Minas conta com a segunda maior produção de etanol e açúcar do País.

“Milhares de hectares de cana foram queimados. Várias pessoas já foram presas por provocar incêndios criminosos, que têm gerado enormes prejuízos ao agronegócio, sobretudo ao setor sucroenergético”, destaca.

Segundo Raul Belém, a audiência será uma oportunidade de discutir com representantes da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Polícia Militar de Meio Ambiente ações para a fiscalização e responsabilização dos criminosos que têm ateado fogo por todo o Estado.

“É importante esclarecer que o produtor rural é vítima. Ele que cuida, zela pela terra, teve sua produção queimada e ainda é envolvido em falácias”, ressalta, em resposta a acusações de que o setor produtivo foi o verdadeiro responsável pelas queimadas.

Suspeito é identificado durante investigação da Polícia Civil contra incêndios em Passos

A Polícia Civil conseguiu identificar um suspeito durante uma investigação contra casos de incêndios em Passos (MG). O homem é suspeito de de atear fogo em uma área de mata na área urbana da cidade.

Segundo a Corpo de Bombeiros, durante o fim de semana, os militares combateram diversas queimadas em áreas rurais do município. A estimativa é que pelo menos 3 mil hectares tenham sido consumidos pelas chamas.

De acordo com o Sindicato Rural de Passos, os incêndios começaram na última sexta-feira (23) pela manhã, atingindo principalmente os bairros da Mumbuca, das Águas, Morro do Café e Julieira foram os mais atingidos. Além dos incêndios na zona rural, uma área de mata também foi queimada na área urbana.

Conforme a Polícia Civil, o suspeito de atear fogo no bairro Jardim Panorama, onde foi o foco, já foi identificado por meio de testemunhas e filmagens feitas por câmeras de monitoramento da vizinhança.

Conforme o delegado Paulo Queiroz, o autor teria sido vítima de um furto e ele teria desconfiado de um local de mata que poderia estar sendo utilizado por criminosos para esconder materiais e ele teria o objetivo de incendiar aquele local para que não permitisse que fosse mais utilizado por criminosos. Porém, o tempo seco e o vento fez com que o fogo viesse a se alastrar e houve uma queima considerada de mata

O suspeito e a testemunhas devem ser ouvidos nos próximos dias.

A polícia informou que segue investigando para identificar possíveis autores de outros incêndios.

Moradores de Passos reclamam de queimadas e grande quantidade de fumaça

Moradores de Passos reclamam de queimadas e grande quantidade de fumaça - Foto: redes sociais
Moradores de Passos reclamam de queimadas e grande quantidade de fumaça – Foto: redes sociais

Moradores de Passos (MG) expressaram sua frustração nas redes sociais após um fim de semana marcado por intensas queimadas que têm afetado a qualidade do ar e a saúde da população local. Conforme a publicação, desde a sexta-feira (16), a cidade tem enfrentado um festival de queimadas noturnas, gerando uma nuvem densa de fumaça que atingiu o bairro Coimbras, na região perto da Câmara Municipal e o Jardim Polivalente.

Os moradores relataram que a fumaça juntamente ao tempo seco tem causado problemas respiratórios tanto para adultos quanto para crianças, que precisam comprar remédio para não passar mal com os efeitos nocivos das queimadas. Nos comentários, diversas pessoas também reafirmaram estar doentes ou incomodadas com a situação devido à dificuldade para lavar roupa e outras atividades de limpeza.

“As leis ambientais, feitas para proteger também o cidadão da poluição, existem e estão bonitinhas no Código de Postura do Município. Mas cumpri-las, que é obrigação de quem foi eleito, ninguém quer. Vereadores não querem saber de nada. Não cobram nada da prefeitura, nem procuram resultado para o problema. A Secretaria do Meio Ambiente de Passos não quer nada com o problema que cabe a ela resolver. Ela joga o problema para a polícia ambiental e militar, e estas, por sua vez, afirmam que o problema é da prefeitura.” – desabafou uma internauta.

A comunidade pede por respostas das autoridades locais para conter as queimadas e reduzir seus impactos prejudiciais. (Clic Folha)

Incêndios ‘queimam’ R$ 107,8 milhões em seis anos só em Minas


Minas Gerais avança na temporada de chuvas ainda calculando perdas  causadas pelo fogo. O estado é o terceiro do país que mais sofre prejuízos com os incêndios florestais. Só os danos diretos chegaram a R$ 107.853.950, entre 2016 e 2021, enquanto o Brasil registrou destruição pelas chamas estimada em R$ 1.157.390.779. Apesar de ter o sexto maior número de focos de incêndio registrados no período, o custo de cada ponto de queima no estado é também o quinto mais alto do Brasil, chegando a R$ 1.729,28, ou seja, 65% mais alto que a média nacional, que é de R$ 1.048. Essa conta é o saldo negativo deixado ano após ano pelas ocorrências em períodos de estiagem, que vão de abril a setembro.

Os dados são de um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) a partir de informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com os relatos de prejuízos de municípios à Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), que é quem confirma decretos de situação de emergência ou calamidade e também dos ministérios do Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia.

O ano de maior prejuízo devido aos incêndios florestais foi 2019, quando 11.653 focos de queima custaram a Minas Gerais R$ 107.350.000, quase a totalidade registrada na Sedec desde 2016. De forma geral, o pior ano do Brasil foi 2020, quando foram registrados 222.753 focos, mas o prejuízo associado mais alto ocorreu também em 2019, chegando a R$ 738,3 milhões. O estado do Mato Grosso do Sul é o que mais prejuízos sofreu no período observado, chegando a R$ 533,1 milhões, ou 46% do total do Brasil. Em segundo fica o Mato Grosso, com R$ 304,2 milhões. Minas Gerais, em terceiro, responde por 9,3% dos custos nacionais, seguido por São Paulo, com R$ 82 milhões (7%).

Os dados da Sedec e do Ministério do Desenvolvimento Regional apontam que as atividades e setores que mais sofreram no Brasil foram a pecuária, com perdas da ordem de R$ 658.097.836, seguida por agricultura (R$ 144.038.050), custos de instalações públicas danificadas e destruídas, num total de R$ 103.626.000, indústria, com R$ 50.218.320, habitações danificadas ou destruídas, com R$ 17.583.012, serviços, que responderam por R$ 9.818.800, obras de infraestrutura pública, com R$ 6.763.405, comércio, num total de R$ 6.382.701, assistência médica emergencial, R$ 3.870.660 e abastecimento de água, com R$ 2.308.938 (confira os demais setores no quadro).

Quadro

Quanto custaram as queimadas no Brasil (clique para ampliar)

(foto: Arte EM)

No levantamento realizado pela entidade, verificou-se que em 2019, os prejuízos causados por queimadas, incêndios florestais e em edificações ultrapassaram os R$ 738,3 milhões, correspondendo a 63,7% do total de R$ 1,1 bilhão de 2016 a 2021. O ano de 2021 ficou em segundo lugar, com mais de R$ 190 milhões de prejuízos em todo o Brasil, correspondendo a 16,4% do total. Com a terceira posição ficou 2020, que foi um ano com muitos problemas gerados pelos incêndios e queimadas nas regiões Norte e Centro-Oeste. O Pantanal foi devastado pelas queimadas naquele ano, contribuindo para o prejuízo de quase R$ 76 milhões em todo Brasil, correspondendo a 6,5% do total.

O estudo, segundo a CNM, ajuda a entender como as queimadas afetam os municípios. Um dos conceito importantes para isso “é o de focos de queima, também chamados de focos de calor, focos de incêndio ou focos de queimada. Todos se referem à detecção de locais com queima de vegetação por meio de imagens digitais de sensores em satélites. O Programa Queimadas do Inpe utiliza a expressão ‘foco de queima’, pois se considera que a grande maioria das detecções de fogo se referem à vegetação, exceto por eventos esporádicos de incêndios residenciais, industriais etc”, informa. Em decorrência dos desastres causados por queimadas e incêndios no período compreendido entre 2016 a 2021, ocorreram 2.111 decretações de situação de emergência registradas na Sedec.

Outros prejuízos trazidos pelas queimadas podem não ser totalmente relatáveis. A CNM indica que há, por exemplo, diversas consequências ambientais. Como “aumento da liberação de dióxido de carbono, uma das principais causas do aquecimento global. A destruição da vegetação e dos habitats naturais. Erosão e perda de produtividade do solo. Perda da absorção do solo, aumentando os índices de inundações. Poluição de nascentes, águas subterrâneas e rios por meio das cinzas”.

O fogo que na maioria das vezes é criminoso e ocorre por ação do homem também impacta na flora, fauna e qualidade de vida humana, segundo a entidade. “Pode causar extinção de espécies endêmicas, mortandade de animais, problemas respiratórios para população local, redução da biodiversidade, alterações drásticas das características ambientais, reduzindo as possibilidades de desenvolvimento equilibrado da fauna silvestre e da flora, facilitação dos processos erosivos, redução da proteção dos olhos d’água e nascentes, perdas humanas e traumatismos provocados pelo fogo ou por contusões, desabrigados e desalojados e a redução das oportunidades de trabalho relacionadas ao manejo florestal”.

Sem contar os danos materiais, como a “destruição das árvores em fase de crescimento ou  de utilização comercial, reduzindo a produção de madeira, celulose, essências florestais e outros insumos e redução da fertilidade do solo, como consequência da destruição da matéria orgânica obrigando a um maior consumo de fertilizantes”.

Queimadas deixaram pelo menos 25 mil clientes sem energia elétrica no Sul de Minas só neste ano

Pelo menos 25 mil residências, comércios, escolas, hospitais e indústrias ficaram sem energia elétrica neste ano no Sul de Minas por conta das queimadas que atingiram a região. O levantamento é da Companhia Energética de Minas Gerais, a Cemig. Conforme a empresa, 35 queimadas foram responsáveis por interromper o fornecimento de energia para clientes do Sul de Minas neste ano.

Esse número representa mais que o dobro dos incidentes causados por queimadas registrados no mesmo período de 2020. Até agosto do ano passado, foram 17 queimadas, que causaram prejuízos no fornecimento de energia para cerca de sete mil clientes.

De janeiro a agosto de 2021, em todo o estado, a Cemig registrou um aumento de 95% no número de ocorrências em comparação com o mesmo período do ano passado. Nos oito primeiros meses deste ano, aconteceram 307 queimadas que interromperam o fornecimento de energia para pouco mais de 386 mil clientes. Nesse mesmo período do ano passado, a empresa registrou 157 queimadas que afetaram a rede de distribuição, causando prejuízos no fornecimento de energia para 216 mil clientes.

O número de focos ativos, com ou sem ocorrência de interrupção no fornecimento de energia, teve um aumento de, aproximadamente, 87% nos primeiros oito primeiros meses deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2020, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Historicamente, agosto, setembro e outubro representam cerca de 77% do total de focos no ano, mas em 2021, o dado é preocupante: até 28 de setembro, o número já ultrapassou todo o ano passado e também a média histórica.

O gerente de Saúde e Segurança do Trabalho da Cemig, João José Magalhães Soares, alerta que o aquecimento dos cabos e equipamentos da rede elétrica pode levar ao desligamento de linhas de transmissão, linhas de distribuição e subestações, bem como causar graves acidentes com pessoas que estão próximas a essas áreas.

“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao equipamento danificado pela queimada para fazer o reparo. Normalmente, ficam em locais de difícil acesso e em áreas muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas torna ainda mais desafiadora a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, comentou o gerente da Cemig.

Além de deixar hospitais, comércios e escolas e residências sem energia, realizar queimadas pode ser considerado crime e dar cadeia. De acordo com o art. 41 da Lei 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.

Dono de chácara é multado em R$ 650 mil por incêndio criminoso que queimou 150 hectares em Itaú de Minas

O proprietário de uma chácara em Itaú de Minas (MG) foi multado em quase R$ 650 mil por atear fogo em uma plantação de eucaliptos de uma fazenda na cidade. Segundo a Polícia Militar, o homem foi flagrado ateando fogo no local.

O incêndio acabou consumindo 137 hectares de uma plantação de eucaliptos, além de vegetação nativa. Outros 10 hectares de mata também foram queimados às margens do Rio São João.

O morador que foi multado tem 69 anos e tem uma propriedade próximo ao local onde o incêndio foi provocado. Ele admitiu para a polícia que ateou fogo.

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