Jornal Folha Regional

Justiça manda soltar mulher presa por injúria racial contra motorista de ambulância do Samu em Passos

Delegacia Regional de Passos — Foto: Cedoc EPTV
Delegacia Regional de Passos — Foto: Cedoc EPTV

A Justiça concedeu liberdade provisória mediante medidas cautelares para a mulher de 42 anos que foi presa por injúria racial contra o motorista de uma ambulância do Samu desacato contra policiais militares neste domingo (3) em Passos (MG). Segundo a Polícia Militar, as ofensas aconteceram depois que o pai da suspeita teve uma parada cardiorrespiratória e morreu.

Segundo o boletim de ocorrência, o Samu foi acionado para um atendimento na Avenida Poços de Caldas, no Bairro Cohab 2. Os funcionários tentavam reanimar um paciente de 75 anos em parada cardiorrespiratória, mas o idoso não resistiu e morreu.

Os plantonistas contaram para a PM que, enquanto faziam o atendimento, a filha do paciente tentava filmar e atrapalhar o trabalho. O Samu então acionou a polícia.

Após a constatação do óbito pelo médico do Samu, houve uma tentativa de conversar com a filha do idoso. No entanto, segundo o registro, ela estava “descontrolada, xingava os funcionários do Samu e desacatava os militares” que estavam atendendo a ocorrência.

Ainda de acordo com o BO, a mulher teria dito que mataria a si mesma e dois cachorros que estavam na casa. Diante do ocorrido, os policiais optaram por levar a mulher para receber atendimento na UPA, mas ela recusou e continuou com os xingamentos.

Ela teria resistido a tentativa de colocá-la na ambulância e agredido os funcionários do Samu com chutes e socos. Segundo o BO, para imobilizar a mulher, um dos policiais deu um mata-leão e o outro algemou os braços da suspeita, enquanto os funcionários do Samu a seguravam e amarravam as pernas.

Durante a imobilização, ela o ofendeu um dos funcionários do Samu com injúrias raciais. Segundo consta no BO, ela teria ofendido o trabalhador com os dizeres: “seu preto fedido, por isso que é preto, não presta para nada este preto”, entre outras palavras relacionadas à questão racial.

Tanto a injúria racial e o desacato foram presenciados pelos funcionários do Samu e os militares. Diante disto, foi dada voz de prisão para ela por estes crimes.

Ainda de acordo com o BO, um dos policiais teria utilizado spray de pimenta no rosto da mulher após ela ter resistido ser colocada na viatura. A suspeita foi encaminhada para a UPA de Passos, onde foi atendida pelo médico de plantão e encaminhada ao clínico, que passou uma medicação. No entanto, ela se negou a tomar os medicamentos.

Após a recusa e com a autorização médica, a mulher foi liberada e levada em seguida para a delegacia para as demais providências. A Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a suspeita deu entrada no presídio de Passos nesta segunda-feira (4). O corpo do pai da mulher ficou sob responsabilidade do outro filho dele.

Em nota, o Cissul/Samu repudiou os atos de racismo e ofensas dirigidas aos seus colaboradores. Conforme o consórcio, o episódio é “totalmente inaceitável e contraria os valores de respeito e dignidade que defendemos”.

Via: G1

Mulher é presa por injúria racial contra motorista de ambulância do Samu após morte do pai em Passos

Mulher é presa por injúria racial contra motorista de ambulância do Samu após morte do pai em Passos - Foto: reprodução
Mulher é presa por injúria racial contra motorista de ambulância do Samu após morte do pai em Passos – Foto: reprodução

Uma mulher de 42 anos foi presa por injúria racial contra o motorista de uma ambulância do Samu desacato contra policiais militares neste domingo (3), em Passos (MG). Segundo a Polícia Militar, as ofensas aconteceram depois que o pai da suspeita teve uma parada cardiorrespiratória e morreu.

Segundo o boletim de ocorrência, o Samu foi acionado para um atendimento na Avenida Poços de Caldas, no Bairro Cohab 2. Os funcionários tentavam reanimar um paciente de 75 anos em parada cardiorrespiratória, mas o idoso não resistiu e morreu.

Os plantonistas contaram para a PM que, enquanto faziam o atendimento, a filha do paciente tentava filmar e atrapalhar o trabalho. O Samu então acionou a polícia.

Após a constatação do óbito pelo médico do Samu, houve uma tentativa de conversar com a filha do idoso. No entanto, segundo o registro, ela estava “descontrolada, xingava os funcionários do Samu e desacatava os militares” que estavam atendendo a ocorrência.

Ainda de acordo com o BO, a mulher teria dito que mataria a si mesma e dois cachorros que estavam na casa. Diante do ocorrido, os policiais optaram por levar a mulher para receber atendimento na UPA, mas ela recusou e continuou com os xingamentos.

Ela teria resistido a tentativa de colocá-la na ambulância e agredido os funcionários do Samu com chutes e socos. Segundo o BO, para imobilizar a mulher, um dos policiais deu um mata-leão e o outro algemou os braços da suspeita, enquanto os funcionários do Samu a seguravam e amarravam as pernas.

Durante a imobilização, ela o ofendeu um dos funcionários do Samu com injúrias raciais. Segundo consta no BO, ela teria ofendido o trabalhador com os dizeres: “seu preto fedido, por isso que é preto, não presta para nada este preto”, entre outras palavras relacionadas à questão racial.

Tanto a injúria racial e o desacato foram presenciados pelos funcionários do Samu e os militares. Diante disto, foi dada voz de prisão para ela por estes crimes.

Ainda de acordo com o BO, um dos policiais teria utilizado spray de pimenta no rosto da mulher após ela ter resistido ser colocada na viatura. A suspeita foi encaminhada para a UPA de Passos, onde foi atendida pelo médico de plantão e encaminhada ao clínico, que passou uma medicação. No entanto, ela se negou a tomar os medicamentos.

Após a recusa e com a autorização médica, a mulher foi liberada e levada em seguida para a delegacia para as demais providências. A Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a suspeita deu entrada no presídio de Passos nesta segunda-feira (4).

O corpo do pai da mulher ficou sob responsabilidade do outro filho dele.

Via: G1

Tenente coronel, irmão de militar de São José da Barra, lidera equipe e prende autor de falas racistas em MG

Tenente coronel, irmão de militar de São José da Barra, lidera equipe e prende autor de falas racistas em MG - Foto: reprodução
Tenente coronel, irmão de militar de São José da Barra, lidera equipe e prende autor de falas racistas em MG – Foto: reprodução

Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, responsável por gravar e publicar nas redes sociais um vídeo com falas racistas, foi preso na última quarta-feira (23) pela Polícia Militar de Minas Gerais. A equipe de policiais foi liderada pelo Tenente Coronel Eduardo Lopes, comandante do 13º Batalhão da PM e irmão do Cabo João Ricardo, que atua em São José da Barra (MG).

Segundo a PM, após a repercussão do vídeo, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) fez uma denúncia e acionou as forças de segurança no último domingo (20). Desde então, o serviço de inteligência da PM começou a monitorar os passos do suspeito, tendo como ponto de partida um bar onde ele trabalhava na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

“Através do Disque Denúncia, o serviço de inteligência, juntamente com os policiais militares da Tático Móvel, realizaram uma operação. Ele estava no bairro Jaqueline, estava utilizando um apartamento. Após o cerco da PM, ele viu que não teria nenhuma alternativa de fuga e acabou se entregando, permitindo o nosso acesso”, explicou o tenente-coronel.

Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Alessandro tem quatro passagens pelo sistema prisional incluindo um mandado de prisão em aberto, após ter o benefício da saída temporária concedido pela Justiça no dia 26 de março deste ano, e não ter voltado dentro do prazo determinado, sendo registrado como fuga por abuso de confiança.

A primeira passagem dele pelo sistema prisional foi em 2017. Ele já responde pelos crimes de Maria da Penha, stalking, violência psicológica, divulgação de cenas de estupro ou pornografia.

“Ele está sendo recapturado e responderá também pelos crimes eventualmente praticados de racismo”, concluiu o comandante.

No vídeo publicado nas redes sociais pelo criminoso, entre várias ofensas, ele critica a Lei Áurea, que foi assinada pela Princesa Isabel justamente para abolir a escravidão do Brasil.

Vídeo: homem com 66 ocorrências é procurado pela polícia após gravar vídeo racista em MG

Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, está sendo procurado pela polícia após a gravação de um vídeo com conteúdo racista que viralizou nas redes sociais. Além do crime de racismo, Alessandro tem 66 registros policiais em seu nome e já passou quatro vezes pelo sistema prisional. Atualmente, é considerado foragido após não retornar de uma saída temporária concedida em março deste ano. Entre os crimes registrados estão ameaças, agressões e várias ocorrências de estelionato, além de difamação e violação de domicílio.

Histórico de crimes e fuga da Justiça

O foragido é natural de Governador Valadares, onde grande parte dos crimes que cometeu foram registrados. Segundo informações da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), ele esteve preso em diversas ocasiões, incluindo períodos entre julho e agosto de 2017, janeiro de 2018 até 2019, e novamente em setembro de 2022 até março de 2023. Durante sua última prisão, ele recebeu o benefício de saída temporária no dia 26 de março, mas não retornou, sendo considerado foragido desde então.

As acusações contra Alessandro incluem crimes como violência doméstica, perseguição, violência psicológica, e divulgação de material sexual. Apesar de seu extenso histórico criminal, o homem conseguiu o benefício de liberdade temporária, porém, não cumpriu as condições estabelecidas pela Justiça.

A Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que o crime de racismo envolvendo Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, está sendo investigado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial (Decrin). A apuração foi feita pelo jornal O GLOBO e segue após a instauração de um procedimento de investigação pelo promotor de Justiça Allender Barreto Lima, coordenador de Combate ao Racismo do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O caso ganhou repercussão nas redes sociais após a divulgação de um vídeo com teor racista gravado por Alessandro.

Homem com 66 ocorrências é procurado pela polícia após gravar vídeo racista em MG - Foto: reprodução
Homem com 66 ocorrências é procurado pela polícia após gravar vídeo racista em MG – Foto: reprodução

O vídeo racista gravado por Alessandro repercutiu nas redes sociais no último final de semana e chamou a atenção de movimentos sociais e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Nas imagens, Alessandro faz declarações ofensivas contra pessoas negras, afirmando, entre outras coisas, que “preto tem que entrar no chicote” e que “tem que tomar água do vaso”. Além disso, ele critica a Lei Áurea e a Princesa Isabel, responsável pela abolição da escravidão no Brasil.

O crime causou grande revolta, inclusive entre os familiares da namorada de Alessandro, muitos dos quais são negros. Segundo relatos, os parentes ficaram indignados com as falas racistas e lamentaram o impacto que o vídeo teve sobre a família. Alessandro trabalhou por mais dois dias após a gravação do vídeo em um bar na Pampulha, em Belo Horizonte, mas fugiu assim que percebeu a movimentação policial.

O homem permanece foragido e tem um mandado de prisão em aberto. Além do crime de racismo, ele é procurado por uma série de outros delitos, sendo considerado um criminoso reincidente com um longo histórico de infrações. As autoridades continuam as buscas para localizar Alessandro Pereira de Oliveira e levá-lo à Justiça.

Advogada chama garçom de ‘macaco’ e é expulsa de comissão da OAB

Advogada chama garçom de ‘macaco’ e é expulsa de comissão da OAB - Foto: reprodução
Advogada chama garçom de ‘macaco’ e é expulsa de comissão da OAB – Foto: reprodução

A advogada Lizani Conceição de Miranda, suspeita de chamar um garçom de ‘macaco’ em um bar no bairro Cambuí, em Campinas (SP), foi exonerada da Comissão de Direito do Trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da qual era integrante titular. O caso ocorreu no último sábado (31), e a decisão pela exoneração de Lizani foi tomada na noite da última segunda-feira (2), durante reunião entre a diretoria da OAB Campinas e membros da Comissão de Direito.

Em entrevista à EPTV (emissora de televisão de Campinas) e à Polícia Civil, o funcionário relatou ter sido vítima de racismo após pedir para a advogada colocar o sapato, em virtude de um copo de vidro ter caído no chão e quebrado. Além disso, ele afirmou que outras duas colegas de trabalho também foram ofendidas por Lizani.

Após o fato, a Polícia Militar foi acionada e a advogada tentou resistir à prisão. A suspeita foi levada para o 1° Distrito Policial de Campinas, onde foi autuada por injúria racial, lesão corporal e resistência. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o crime. A defesa da advogada afirmou que ela passou por audiência de custódia no último domingo (1), foi colocada em liberdade e permanece internada sob cuidados médicos. Lizani afirmou que todos os fatos estão sendo apurados e serão esclarecidos.

Em nota, a OAB Campinas, por meio das Comissões da Igualdade Racial, da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, de Ética e Disciplina de Direitos e Prerrogativas, repudiou os atitudes racistas atribuídas à advogada e reiterou que a entidade acompanhará o caso tanto na fase de inquérito pelas autoridades policiais, como no Poder Judiciário.

Estudante negra de 12 anos é pisoteada e xingada de ‘macaca’ e ‘cabelo de bombril’ por alunos em escola municipal

Estudante negra é pisoteada e xingada de ‘macaca’ e ‘cabelo de bombril’ por alunos em escola municipal - Foto: redes sociais
Estudante negra é pisoteada e xingada de ‘macaca’ e ‘cabelo de bombril’ por alunos em escola municipal – Foto: redes sociais

Uma estudante negra, de 12 anos, foi pisoteada por colegas na Escola Municipal Hebe de Almeida Leite Cardoso, em Novo Horizonte, no interior de São Paulo. Durante a agressão, ela teria sido alvo de ofensas racistas.

O caso ocorreu no dia 11 de março, mas foi revelado só nesta quinta-feira (21).

Os alunos do ensino fundamental da escola teriam jogado terra e fezes de gato no uniforme da menina. A vítima diz ainda ter sido chamada de “macaca”, “cabelo de bombril” e “capacete de astronauta”.

“Eu me sinto triste. Minha cor e meu cabelo. Isso dói muito. Eles me xingaram, me humilharam, me chamaram de ‘macaca’”, relatou a menina.

A mãe da jovem, que preferiu não ser identificada, levou o caso à delegacia da cidade e pediu medida protetiva, que foi concedida pela Justiça após exame de corpo de delito. Os estudantes estão proibidos de se aproximar e devem ficar a 100 metros de distância dela.

“Ela chorava muito. Não quero que nunca mais que alguma criança sinta o que a minha sentiu. Para que nunca mais uma mãe chore que nem eu chorei de dor ao ver minha filha na situação que eu vi. Quero justiça”, disse a mãe. 

A Prefeitura de Novo Horizonte, junto a Secretaria Escolar Municipal e a instituição onde ocorreu a agressão da jovem negra não deram detalhes de quais medidas foram tomadas. A nota à reportagem usa apenas o termo ‘sanções’ para casos de bullying e racismo. O comunicado também não confirmou quantos alunos estão envolvidos na agressão.

Entre as possíveis ações estariam: advertência, suspensão e convocação dos responsáveis. Nenhuma versa sobre a expulsão de estudantes, o que é questionado pela advogada da família, Kelly Ranolfi. 

“Não tem como ela estar em um lugar onde os agressores poderiam chegar perto e ela sofrer novamente. É um perigo eminente e há o risco de eles a agredirem de novo”, afirmou a advogada.

A Escola Municipal Hebe de Almeida Leite Cardoso, por sua vez, negou racismo e disse que está apurando o ocorrido. A Polícia Civil também investiga o caso. 

 

Conselho da Uemg em Passos quer expulsão de aluno por racismo

Conselho da Uemg em Passos quer expulsão de aluno por racismo - Foto: reprodução
Conselho da Uemg em Passos quer expulsão de aluno por racismo – Foto: reprodução

O Conselho Departamental da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) em Passos (MG) aprovou, por unanimidade, uma deliberação para expulsão de um estudante do curso de Direito acusado de racismo e assédio contra uma funcionária e alunos da instituição. Os crimes teriam ocorrido em 2022 e 2023 e o caso foi enviado para decisão na universidade em Belo Horizonte.

Segundo informações da instituição, a decisão foi tomada no dia 13 de março, durante reunião do conselho, órgão máximo deliberativo da unidade, e que teve a participação de 45 membros. O estudante é morador de Piumhi e estaria cursando o terceiro ano do curso.

Ainda segundo a universidade, o caso foi encaminhado para o Conselho Universitário (Conun), em Belo Horizonte, onde deverá ocorrer nova reunião para deliberação definitiva sobre o caso, ainda sema data definida.

Em novembro de 2023, a direção da instituição foi procurada por alunos e servidores por conta de supostos casos de racismo, homofobia e assédio cometidos pelo aluno. Um dos casos seria sobre o estudante ter associado uma servidora à imagem de uma macaca.

Em entrevista, dois alunos da universidade relataram ter convivido com o estudante e presenciado supostos atos racistas, que teriam sido cometidos por ele em 2022. Os entrevistados frequentavam o Bloco 5 (Cire) da instituição, onde o rapaz estudava.

“Eu não era próximo dele, mas frequentava o Cire. Éramos de cursos diferentes. Eu vi ele tendo atos claramente racistas, que, para ele, pareciam não significar nada, e atos que, particularmente, eu enxergo como assédio”, afirma um dos alunos.

“Atos que eu presenciei ele falando: comentando sobre o corpo de mulheres pretas e sobre o cabelo cacheado delas, entre outras coisas. Eu nunca vi ele falando de homens, só falava de mulheres. Isso mostra que ele é um covarde. Tem peito para falar de mulher, mas não tem coragem para falar dos homens”, disse.

Outro estudante relatou que teria sofrido racismo e que presenciou uma amiga que teria sido assediada algumas vezes pelo rapaz. “Eu saia de Piumhi para Passos e a gente pegava ônibus. Esperávamos até umas 22h30 no ponto, e ele tentava amigar comigo e uma amiga. Uma vez, ele fez o vestibular da Uemg e não passou e colocou a culpa numa aluna negra que entrou pela cota racial”, disse.

A estudante também relatou um caso em que sua amiga estava mostrando fotos na galeria do celular e passou por uma de biquíni. O rapaz viu e a teria chamado de “gostosa”, em tom agressivo, que incomodou a jovem. “Ele foi nojento, comentou sobre o corpo dela. Não foi de bom tom como um ‘Bonita’. Ele falou ‘Nossa que gostosa, você esconde isso debaixo da roupa?”, disse.

“Uma vez, no frio, eu cheguei na faculdade de agasalho e ele passou a mão em mim e disse ‘Nossa. Você tá tão bonita hoje. Você tem namorado?’. Tudo isso sem intimidade nenhuma. Foi bem assustador”, afirma.

Outro aluno também relata que o jovem teria defendido o regime nazista da Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial em sala de aula. O estudante teria chegado a fazer saudação nazista e teria elogiado Adolf Hitler. (Clic Folha)

Prefeitura investiga caso de racismo em Passos

Prefeitura investiga caso de racismo em Passos - Foto: reprodução
Prefeitura investiga caso de racismo em Passos – Foto: reprodução

Um caso suspeito de racismo é investigado pela prefeitura de Passos (MG). O crime teria acontecido na última terça-feira (12). Segundo informações, uma auxiliar de limpeza do programa municipal de alimentação escolar teria sido agredida verbalmente durante o trabalho.

A Polícia Militar foi chamada para atender o caso. A mulher, de 43 anos, contou que estava no local de trabalho quando, segundo ela, sem nenhum motivo, um homem, de 38, que também é funcionário da escola, começou com ofensas. De acordo com ela, ele teria chamado a mulher de macaca. Ela também contou para a polícia que o homem chegou a pegar um instrumento parecido com um machado pequeno e ameaçou agredi-la.

A PM fez buscas pelo suspeito, mas ele não havia sido localizado até esta publicação.

Em nota, a Prefeitura de Passos informou que está ciente do que ocorreu entre os servidores e que presta apoio à mulher. O funcionário, conforme a prefeitura, foi suspenso do trabalho.

Vídeo: entregador é impedido por moradora de usar elevador social de prédio e denuncia mulher por injúria

Um entregador foi impedido por uma moradora de um condomínio em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, de usar o elevador social do prédio. João Eduardo Silva de Jesus fazia uma entrega de garrafas de água mineral quando a mulher impediu que ele subisse junto com ela e exigiu que ele usasse o equipamento “de serviço”.

O caso ocorreu no último domingo (11) e foi registrado na delegacia como injúria por preconceito.

Imagens feitas pelo próprio entregador mostram a mulher, que foi identificada por testemunhas como Cláudia, dizendo para ele usar o elevador “de serviço”. A lei municipal do Rio 3.629/2003 proíbe qualquer tipo de discriminação no uso dos elevadores na cidade, seja em virtude de raça, sexo, cor, origem, condição social, idade, porte ou presença de deficiência e doença não contagiosa.

O vídeo gravado pela vítima mostra o seguinte diálogo:

– Moradora: Você não vai subir aqui não.”

– Entregador: “Por que não vou subir?”

– Moradora: “Pela sua ousadia.”

– Entregador: “Me diz onde está a ousadia.”

– Moradora: “[Falou] que não existe elevador de serviço.”

Entregador citou lei municipal

Durante a discussão no elevador, mantido com a porta aberta enquanto a mulher impedia o entregador de subir junto com ela, a vítima citou a lei municipal de 2003. “Isso é uma lei agora. A senhora não sabe? Se a senhora não sabe, está sabendo agora. E eu vou subir sim”, afirmou João.

“Eu sou condômina. Eu pago condomínio. Você paga?”, disse a moradora em outro momento da discussão. João retrucou: “Tu paga condomínio… Qual diferença tem se tu é condômina ou não? Tu é melhor que eu? (sic)”, respondeu João.

Enquanto a moradora e o entregador discutiam, mais pessoas chegaram para usar o elevador. Uma mulher identificada como Sharlene foi ao prédio para visitar o namorado, acompanhada da mãe. As duas viram a cena e tentaram ajudar João, momento em que ele pediu para o porteiro ser chamado.

Segundo as testemunhas, além de impedir o entregador de subir, a agressora gritou com elas e as xingou.

A moradora Hildeia Magalhães França contou nunca ter visto antes no condomínio um caso assim, com um entregador sendo barrado no elevador. Ela também disse que a placa do elevador “de serviço” foi substituída por outra com a palavra “funcional”., mas que o uso do equipamento é comum, para todos.

No prédio, há dois elevadores e um botão pra chamar. Normalmente funciona assim: o que chegar primeiro a pessoa usa, nao importa se for um morador ou um entregador.

Mesmo assim, Cláudia continuou impedindo que João subisse com ela.

A lei também obriga os condomínios a colocar uma placa dentro os elevadores vedando qualquer forma de discriminação. A equipe do RJ2 não encontrou nenhuma placa no elevador do prédio.

A confusão só terminou quando o porteiro pediu pra que João saísse do elevador pra evitar desgastes.

Ocorrência de injúria por preconceito

O registro na delegacia foi feito por injúria por preconceito artigo 11 da lei do racismo prevê prisão de 1 a 3 anos para quem impedir o acesso às entradas sociais de edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escadas de acesso.

“Ela fez tanta questão de uma coisa tão fútil, sabe? Um pouco pela minha cor também e pela classe social, talvez por eu ser entregador. É triste, é desgastante também. Desgaste emocional, to um pouco abalado. A gente acorda cedo para trabalhar, para correr atrás do pão de cada dia e se depara com pessoas assim”, disse o entregador.

A equipe do RJ2 tentou falar com a moradora, mas foi informada que ela não estava em casa.

O condomínio residencial Aroazes lamentou o ocorrido, disse que não concorda com esse tipo de atitude e que os elevadores são liberados pra todos, sem discriminação.

Quanto à ausência das placas nos elevadores com essa informação, obrigatórias por lei, a síndica afirmou que vai providenciar as placas amanhã.

Homem gravado ao chamar vizinha de ‘preta, macaca’ cometeu injúria contra 3 vítimas, diz polícia

Homem gravado ao chamar vizinha de ‘preta, macaca’ cometeu injúria contra 3 vítimas, diz polícia - Foto: reprodução
Homem gravado ao chamar vizinha de ‘preta, macaca’ cometeu injúria contra 3 vítimas, diz polícia – Foto: reprodução

O homem preso após ser filmado ao chamar vizinha de “preta, macaca” em Boa Esperança (MG) – veja no vídeo acima – teve mais crimes de injúria comprovados pela Polícia Civil. De acordo com o delegado Alexandre Boaventura, o suspeito cometeu o crime cinco vezes contra três diferentes vítimas. A pena máxima acumulada, se condenado em todos os casos, pode chegar a 25 anos de prisão.

Célio Donizete Custódio, de 53 anos, se entregou à Polícia Civil após três dias foragido. O caso ganhou repercussão após uma vizinha filmar o suspeito, na sexta-feira (26), no momento em que ele foi até a casa dela e iniciou falas racistas.

Ele foi conduzido à delegacia na oportunidade, mas foi liberado, segundo o delegado, pois houve alegação do suspeito de que os vídeos eram recortes de uma briga maior em que ele teria sido vítima de homofobia. Foi instaurado inquérito policial para apuração, antes de eventual prisão.

Um dia depois, de acordo com o delegado, já foi comprovado que ele praticou o crime de injúria racial e foi pedida a prisão. Além disso, ainda conforme Boaventura, foram comprovados, no total, cinco crimes de injúria contra três diferentes vítimas.

Homem gravado ao chamar vizinha de ‘preta, macaca’ cometeu injúria contra 3 vítimas, diz polícia - Foto: divulgação
Homem gravado ao chamar vizinha de ‘preta, macaca’ cometeu injúria contra 3 vítimas, diz polícia – Foto: divulgação

“Durante a investigação policial, foi possível comprovar que o autor não praticou apenas um crime de injúria racial contra uma única vítima. Foi comprovado que ele praticou cinco crimes injúria racial contra três vítimas diferentes, em dois dias diferentes”, disse o delegado.

“Cada um desses crimes tem pena prevista de dois a cinco anos de prisão. Então, se ele for condenado por todos esses crimes, ele pode pegar uma pena mínima de 10 anos e uma pena máxima de 25 anos”, completou.

Foragido, prisão e audiência de custódia

Após a apuração sobre os crimes, a prisão do suspeito foi pedida pela Polícia Civil e o mandado de prisão foi emitido no domingo (28).

O homem não foi preso na oportunidade e ficou foragido por três dias, até que se entregou, com a companhia de um advogado, na delegacia de Boa Esperança, na tarde de quarta-feira (31).

De acordo com a Polícia Civil, ele teria fugido da cidade e passou por Passos (MG) e São José dos Campos (SP), até que familiares teriam convencido ele a se entregar.

O delegado falou que, após a prisão, o suspeito foi encaminhado ileso para a Polícia Penal. O suspeito passou por uma audiência de custódia nesta quinta-feira (1º) com a Justiça e teve a prisão mantida.

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