Jornal Folha Regional

Funcionária de posto de saúde é agredida e alvo de injúrias raciais em Passos; suspeita foi presa

Funcionária de posto de saúde é agredida e alvo de injúrias raciais em Passos; suspeita foi presa - Foto: reprodução
Funcionária de posto de saúde é agredida e alvo de injúrias raciais em Passos; suspeita foi presa – Foto: reprodução

Uma funcionária de um posto de saúde foi alvo de injúrias raciais e agredida na última quinta-feira (25) em Passos (MG). O caso aconteceu no local de trabalho da vítima, no Bairro Exposição. A suspeita foi presa em flagrante.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a suspeita aguardava para ser atendida na ESF Nossa Senhora das Graças (Estratégia Saúde da Família). A mulher então começou a reclamar da demora e acabou se exaltando com a funcionária, que tentava explicar a situação para ela.

Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, a suspeita teria agarrado a vítima pelo pescoço e utilizado termos racistas, como “preta”, “fedida” e “mal arrumada”. Outros pacientes que estavam presentes na unidade ajudaram a conter a mulher.

A prefeitura informou que a Polícia Militar foi acionada. A vítima prestou depoimentos e a suspeita foi presa em flagrante por injúria racial e lesão corporal.

O secretário de Saúde, Thiago Salum, esteve na delegacia para dar apoio à vítima. A funcionária foi afastada das funções até a próxima semana.

”Macaca, feia e encardida”: vítima de ofensas raciais deixa casa após ataque de vizinho no Sul de Minas

“Eu tive que sair de dentro da minha casa, porque a vítima sou eu. Eu tive que deixar minha casa, tirar minha filha dos brinquedos dela. Eu tive que sair da minha comodidade porque eu corro risco”.

Este é o sentimento da mulher de 45 anos após ter sido ofendida racialmente por um vizinho. Nesta sexta-feira (26), o homem esteve na casa da cerimonialista, onde a insultou de “macaca”, “feia” e “encardida” depois que outra vizinha reclamou dos cães dele. Toda ação foi filmada e repercutiu nas redes sociais.

A história aconteceu em um prédio na região central de Boa Esperança. De acordo com o boletim de ocorrência, um vizinho teria pedido para que o Célio Donizeti Custódio Sobrinho, de 53 anos, abaixasse o volume do som e tentasse acalmar os cachorros porque estava atrapalhando outra vizinha.

O suspeito então teria ficado insatisfeito com as reclamações, ido até a casa da vítima e feito ofensas. De acordo com relato da vítima, afiliada Globo, estas denúncias teriam sido feitas por outros vizinhos, porém o autor afirmava que teria sido ela.

”Eu via muito ódio nele. Eu louvo a Deus e agradeço a Deus o tempo todo porque se aquele portão tivesse aberto, certamente eu não estaria sentada aqui”, disse Keila Aparecida Ribeiro, cerimonialista e vítima”.

Vítima de ofensas raciais deixa casa após ataque de vizinho em MG: 'corro risco' — Foto: Reprodução
Vítima de ofensas raciais deixa casa após ataque de vizinho em MG: ‘corro risco’ — Foto: Reprodução

De acordo com o boletim de ocorrência. Célio já havia insultado o síndico do prédio por mensagens e áudios enviados por meio de aplicativos de mensagem por causa das reclamações dos moradores.

“Pago meu aluguel em dia! Se você ficar incomodado com essas desgraçadas, me tira daqui, entra na justiça e me tira, tá bom? Agora não me manda mais recado que essas desgraçadas, essas feias, são duas pretas, duas pretas feias, esse povo que ninguém quer saber, preta feia, vou repetir, preta feia, preta feia, me tira daqui…”

A outra moradora citada no áudio pelo suspeito é Marluce Oliveira. Ela mora na casa do lado ao prédio.

“A gente pensa que nunca vai acontecer com a gente. A gente sempre vê na televisão. Um dia me perguntaram, você já sofreu racismo? Eu respondi não. E de repente acontece isso com uma pessoa que é vizinho. Foi muito chocante, foi muito desagradável, foi triste e a gente imaginar que isto aconteça todo dia, ne?”, disse Marluce.

Se o crime for definido como racismo ou injúria racial, a lei prevê a prisão da pessoa. Ela não pode ser liberada nem com o pagamento de fiança. Porém, neste caso, o homem foi ouvido e colocado em liberdade. A polícia não informou porque o suspeito foi liberado, mas disse que está investigando o caso.

“O crime de injúria racial foi equiparado ao crime de racismo pela lei 14.532 de 2023 e se tornou inafiançável e imprescritível. Um crime abominável que tem que ser combatido socialmente, juridicamente pela polícia e, naquele momento, era uma situação de flagrante, tinha acabado de acontecer. Quando a Keila desceu para a delegacia tinha acabado de acontecer o fato e, além disso, ela tinha provas, porque ela gravou toda a situação que ocorreu”, explicou a advogada da vítima, Thamires Firmino de Souza.

Em entrevista, Keila afirmou que irá buscar os direitos dela na Justiça.

“A gente que é negro vive com o preconceito camuflado em várias áreas. A gente sempre passa por isso, mas eu já tinha vivido coisas parecidas, mas não de tamanha profundidade. A gente percebe ali o racismo subliminar, disfarçadinho em piadinha, mas nesta brutalidade eu nunca tinha passado”, afirmou Keila.

“Espero que ele seja indiciado e ele será responsabilizado criminalmente. Vamos fazer tudo o que for possível para correr atrás das medidas cabíveis juridicamente para que ele responda pelo que ele fez. Isso tem que ser combatido de todas as maneiras. Se as pessoas não querer evoluir por bem, por consciência, vão evoluir pelo rigor da lei”, afirmou a advogada.

‘Me senti um lixo’; diz empregada doméstica chamada de ‘macaca’ por filho de patroa em MG

“A gente se sente a pior pessoa do mundo, porque eu trabalho como doméstica desde os meus oito anos; nunca, nunca ninguém me desrespeitou. Ele é o primeiro que me desrespeita. Me senti um lixo, como ele mesmo fala, né?”.

É assim que se sentiu a empregada doméstica de 54 anos que foi vítima de injúria racial em Monsenhor Paulo (MG). A mulher teria sido chamada de “macaca” e outras ofensas pelo filho dos empregadores.

O caso foi registrado nesta semana como injúria racial. A mulher, que não quis ser identificada, relembrou as ofensas.

“Ele chegou muito alterado dentro de casa, pediu pra mãe dele o número de telefone da contadora. A mãe dele disse que não tinha, ele foi até a contadora e, na hora que ele voltou, ele já falou que tinha conversado com a contadora, e que era pra mandar o ‘lixo’ embora”.

“E começou a xingar de vários palavrões, eu não posso nem citar. E chamando de ‘macaca’. A mãe dele disse pra ele parar, porque se não eu ia denunciá-lo. Ele falou que eu poderia denunciar e chegou perto da onde eu tava lavando o banheiro, e falava: ‘então a macaca vai me denunciar? A nega fedida vai me denunciar?’”.

Diante das agressões sofridas, a mulher pediu demissão do trabalho e registrou a ocorrência na sede da Polícia Militar da cidade.

A vítima prestou depoimento e a Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso. O suspeito e as testemunhas devem ser ouvidos na próxima semana.

“A injúria racial é de 2 a 5 pela nova lei, a alteração da lei que houve em janeiro deste ano. […] Esses casos sempre ocorrem e na maioria das vezes, a vítima, por constrangimento, por medo de perder emprego, vergonha, não denuncia. Não só a injúria racial, mas violência doméstica, abuso sexual. A Polícia Civil precisa receber a notícia crime para poder investigar e punir quem tem que punir”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Marcelo Bangoim Fernandes.

“Tem que denunciar sim, não pode deixar isso acontecer, porque quanto mais a gente vai se calando, eles vão achando que tem poder”, afirmou a vítima.

Influenciadoras investigadas por dar banana e macaco de pelúcia a crianças negras no Rio respondem a 5 inquéritos

As influenciadoras digitais Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves – investigadas após dar banana e macaco de pelúcia a crianças negras no Rio –, respondem a cinco inquéritos na Polícia Civil, sendo quatro por injúria racial na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), e um registrado apenas como injúria na 74ª DP, em Alcântara, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.

O caso das crianças, registrado inicialmente como uma investigação, foi desmembrado após a titular da (Decradi), Rita Salim, apurar que as ações foram gravadas em dias diferentes.

Assim, Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves serão investigadas por injúria racial contra um menino negro, que recebe uma banana em um vídeo, e cuja mãe já foi ouvida na especializada; e em outro inquérito por darem um macaco de pelúcia a uma menina negra. A mãe da menor será ouvida nos próximos dias.

Veja os outros inquéritos contra as influenciadoras:

Investigação por suspeita de injúria racial contra motorista de app

Em 2021, Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves gravam um vídeo durante uma corrida em um carro de aplicativo e dizem que o cabelo do motorista cheira mal.

Evaldo Jesus Faria, de 50 anos, que prestou depoimento na Decradi na segunda-feira (12), disse que não se sentiu ofendido, que a “brincadeira” foi combinada antes da gravação e que ele recebeu pelo vídeo.

Investigação por suspeita de injúria racial contra uma mulher

Já em vídeo de maio de 2023, Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves fazem novamente a “brincadeira” do presente misterioso e dão uma carteira para uma vendedora de rua abrir. Ao fazê-lo, ela descobre que ele está recheado de banana amassada.

Em uma segunda parte do vídeo, as influenciadoras orientam a vendedora a abrir um compartimento da carteira, onde ela encontra R$ 50. A investigação sobre esse vídeo também está na Decradi.

Investigação por suspeita de injúria

A Polícia Civil localizou mais um registro por injúria feito contra Kérollen e Nancy na 74ª DP, em Alcântara, São Gonçalo. Uma mãe teria procurado a delegacia para registrar que as influenciadoras teriam abordado seu filho e feito uma gravação sem o seu consentimento. Como a Civil ainda não analisou o conteúdo do vídeo, o caso foi registrado apenas como injúria.

O que dizem as influenciadoras

Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves depuseram na segunda-feira (12), na Decradi, sobre o caso envolvendo Evaldo e as duas crianças já identificadas.

As influenciadoras negaram o crime e disseram que os vídeos e as supostas trollagem são pré-combinadas com os envolvidos, inclusive com as crianças.

A delegada Rita Salim, titular da Decradi, colocou os inquéritos envolvendo as crianças em sigilo, já que envolve menor de idade.

Procurada para falar sobre os inquéritos, a advogada que representa as influenciadoras, disse “que não comenta seus casos, nem dá entrevistas, e que todos estão sob sigilo”. Mas apenas os que envolvem menores de idade se encontram nessa condição.

Quem são Kérollen e Nancy

Kérollen e Nancy passaram a ser investigadas pela Decradi por vídeos em que aparecem entregando um macaco de pelúcia, uma banana e dinheiro para crianças negras abordadas na rua.

Nancy e Kérollen se apresentam como “mãe e filha divertindo você”, mas em diversos vídeos afirmam ser meias-irmãs de pais diferentes — em um deles, Nancy conta ter pegado a caçula para criar depois que a mãe das duas avisou que daria Kérollen para adoção.

Em outra publicação, Nancy afirma ter sido garota de programa “por necessidade” e “para cuidar de Kérollen”.

‘Racismo recreativo’

Nos inquéritos abertos na Decradi, os investigadores vão apurar se Kérollen e Nancy praticaram crime de racismo ou injúria racial e se também infringiram o Estatuto da Criança e do Adolescente.

O caso veio à tona após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar os vídeos — já apagados dos canais. A advogada destacou que as cenas apresentam o chamado “racismo recreativo”, que ocorre quando alguém usa de “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão”.

“O racismo recreativo incita a discriminação e tira de nós, pessoas negras, o status de pessoa, nos animaliza e nos desumaniza. Seguirei com a denúncia dentro da lei e me coloco à disposição para esclarecimentos”, finaliza.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recebeu, até esta quarta-feira (31), 690 comunicações com denúncias contra os vídeos.

Em nota divulgada por sua assessoria jurídica, a dupla disse que “não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminações de minorias” no vídeo.

“Sendo assim, gostariam de se dirigir às pessoas que se sentiram diretamente atingidas, para dizer que não tivemos intenção de as ofender individualmente, nem como gênero, etnia, classe ou categoria a que elas pertençam”, diz um trecho do texto.

O que elas postam

No Instagram e no TikTok, Kérollen e Nancy postam de dois a três vídeos curtos por semana.

A produção alterna cenas de assistencialismo, testagem de produtos de beleza e pegadinhas — ou trollagens, como aparece nas legendas. Nancy também imita a cantora Katy Perry, a quem se compara.

Nos clipes de ajuda, as duas supostamente abordam pessoas aleatoriamente na rua e perguntam se querem dinheiro ou um “presente misterioso” — circunstância dos vídeos da banana e do macaco.

A dupla também leva crianças para lojas de brinquedo e supostamente dão a elas tudo o que elas tocarem.

As duas também gravaram oferecendo R$ 100 ou um beijo de Nancy a quem aceitasse raspar o cabelo. Um idoso diz aceitar e aparece com metade do couro cabeludo à mostra — mas, com os olhos tampados, beija o dedo da influencer e parece acreditar ter sido na boca.

Em alguns vídeos, seguidores questionam a veracidade das cenas. Em um deles, um homem descalço bate no portão da casa das influencers “pedindo socorro” com uma bebê no colo. O rosto dele é cortado, mas a câmera mostra a criança — que muitos apontam ser uma boneca. O clipe termina com a dupla dizendo entregar R$ 2 mil em espécie.

Combate ao racismo: Brasil jogará de preto, pela 1ª vez na história, em duelo contra Guiné

Pela primeira vez em 109 anos de história, a seleção brasileira masculina de futebol entrará em campo com o uniforme totalmente preto. O fato inédito ocorrerá no próximo sábado (17), em amistoso contra a Guiné, em Barcelona (Espanha). A iniciativa, anunciada na última segunda-feira (12) pela CBF, faz parte de uma série de ações organizadas pela entidade para combater o racismo.

A decisão da CBF, de firmar posição na luta antirracismo no amistoso na Espanha, foi tomada três dias após o atacante Vinicius Júnior, do Real Madrid, ter sofrido discriminação racial no campeonato nacional da LaLiga. No último dia 21, o brasileiro foi alvo de insultos racistas – na derrota por 2 a 1 para o Valência – pela 10ª vez seguida na competição.

A seleção atuará todo o primeiro tempo com a camisa preta na partida contra a Guiné, no sábado (17), com início às 16h30 (horário de Brasília), no RCDE Stadium, na capital da Catalunha. Após o intervalo, a equipe comandada interinamente por Ramon Menezes atuará com a camisa amarela, que também fará alusão à luta contra o racismo.

O primeiro jogo da equipe brasileira ocorreu em 1914, com o uniforme branco (camisas e calções). Passados 71 anos, o Brasil adotou pela primeira vez a clássica amarelinha com calções azuis.

* Texto atualizado às 17h25 para correção no resumo do país adversário do Brasil: o certo é Guiné, e não Gana como constava anteriormente. O horário de início da partida será às 16h30 (horário de Brasília), e não às 21h30 (horário na Espanha), como citado anteriormente.

‘Pretos fedidos’: funcionária pública é presa após injúria racial contra família em MG

Imagem: redes sociais

Uma funcionária pública estadual, de 51 anos, foi presa suspeita de injúria racial ao chamar uma família, que passeava pelo Parque Municipal, no Centro de Belo Horizonte, de “pretos fedidos e feios”. Ela chegou, inclusive, a dizer que “ali não era lugar para gente como eles”.

A ocorrência foi registrada pela Guarda Municipal no fim da tarde do último domingo (14). Os agentes contam ter encontrado um menino de 10 anos chorando na Avenida Afonso Pena, em frente ao Parque Municipal. Ele pediu ajuda aos guardas, dizendo que uma mulher estava xingando sua mãe.

Os guardas municipais, então, acompanharam o garoto e se depararam com a mulher, de 41 anos, chorando, ao lado do outro filho, de 11 anos, que também estava igualmente nervoso. Enquanto isso, o pai tentava acalmar o bebê, de apenas um ano.

A mulher conta ter ido ao parque comemorar o Dia das Mães com os três filhos e o marido no Parque Municipal, quando foi abordada pela funcionária pública, que passou a xingá-la com palavras de cunho racista e palavrões.

Segundo o relato, a família foi chamada de “pretos fedidos e feios” e a agressora também chegou a dizer que eles não deveriam estar no parque, “porque ali não era lugar para gente como eles”.

A suposta autora das ofensas nega o crime e diz que apenas chamou a atenção dos garotos, porque um deles teria tentado jogar uma pedra nela.

Os guardas municipais deram voz de prisão à acusada. Os envolvidos foram conduzidos à Central de Flagrantes da Polícia Civil, no bairro Santa Tereza, na Região Leste de BH.

Mulher comete racismo duas vezes no mesmo fim de semana: “Negros não têm valor”

Uma mulher que foi gravada sendo racista em uma loja de Salvador, no último sábado (6), voltou a ser filmada fazendo novas declarações preconceituosas. Nas imagens, a agressora — que não foi identificada — diz ser tenente do Exército e repete que “negros não têm valor nenhum”. Uma das vítimas ligou para a polícia e denunciou o caso, mas foi informada que não havia agentes disponíveis para efetuar o flagrante.

No último fim de semana, a designer de cílios Andressa Fonseca, de 27 anos, publicou nas redes sociais um vídeo onde é vítima de racismo cometido em uma loja de conveniência de um posto de gasolina em Salvador.

A designer estava sentada em uma das mesas da loja quando a mulher ocupou o espaço e começou a proferir ofensas verbais. A vítima registrou o momento das agressões em vídeo, no qual é possível ouvir a mulher afirmando odiar pessoas pretas. “Eu odeio preto, eu não suporto. Eu sou caucasiana”, disse a agressora.

A vítima chegou a ligar para a polícia, mas teria sido informada da impossibilidade de uma viatura se dirigir ao posto e que ela deveria procurar uma delegacia para registro de boletim de ocorrência

Com o ocorrido, o advogado da vítima, Tiago Melo, postou um desabafo no Instagram questionando a ação. “Absurdo! E o flagrante? Como a vítima vai registrar o B.O. sem sequer saber a identificação da criminosa? Ela acabou indo embora e deixando a criminosa na mesa e está até agora sem saber o que fazer”, desabafou.

Após a situação, Tiago voltou a encontrar a agressora no mesmo local e mais uma vez, a mulher seguiu com falas racistas. No vídeo divulgado da conversa, a mulher diz: “Eu não gosto de negros, aceitem a realidade. Eu não quero falar com vocês.”

Ao ser questionada sobre a profissão que tem, a mulher se excede, faz novas ofensas. “Eu trabalho há muitos anos no Exercito, todos vocês aqui vão responder criminalmente contra uma tenente”, diz.

Idoso é preso por injúria racial após agredir verbalmente homem que o socorreu em MG: ‘Não gosto de preto’

Um idoso de 69 anos foi preso na última segunda-feira (6) por injúria racial em Estiva (MG). De acordo com a Polícia Civil, a vítima, um homem de 33 anos, encontrou o idoso deitado no chão, na porta de um bar, enquanto passava de bicicleta pelo local. Ele estava passando mal e aparentemente tendo uma convulsão, por isso o rapaz decidiu parar para prestar socorro.

Segundo consta no Boletim de Ocorrência, quando o suspeito retomou a consciência, começou a agredir verbalmente o homem que o havia ajudado dizendo: “não gosto de preto, preto para mim é tudo vagabundo”.

A vítima estava acompanhada de uma mulher, que presenciou os fatos e gravou um vídeo mostrando o momento das agressões. O homem acionou a polícia e registrou o caso.

A Polícia Militar fez buscas e prendeu o suspeito na casa de um amigo dele, na estrada do Bairro Lagoa, próximo ao local onde teria acontecido as injúrias. Segundo a Polícia Civil, o homem negou ter cometido o crime.

Ele foi preso em flagrante por crime de injúria e encaminhado para a delegacia de Pouso Alegre (MG). A Polícia Civil informou que o homem foi levado para o presídio.

Injúria e racismo

O presidente Lula sancionou em janeiro a lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo, que é inafiançável e imprescritível.

O crime de injúria racial é caracterizado quando a honra de uma pessoa específica é ofendida por conta de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Já o de racismo ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, discriminando uma raça de forma geral.

  • Antes da lei, a pena para injúria racial era de reclusão de um a três anos e multa.
  • Com sanção da nova lei, a punição passa a ser prisão de dois a cinco anos. A pena será dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas.

‘’Pior raça, um bando de viado, preto, nojento’’: áudio com fala racista e homofóbica de jovem passense viraliza a revolta internautas

Um áudio de WhatsApp de uma jovem de Passos (MG), contendo falas racistas e homofóbicas, foi divulgado na última segunda-feira (31) e revoltou internautas da região.

‘’Onde estava a comemoração? Lá no Borogodó [bar localizado em Passos]. Olha isso gente, Borogodó. Cheguei lá, pior raça que tinha, um bando de viado, preto, nojento, com o cabelo tudo colorido, aquele povo cheio de piercing na cara. Estavam lá, aquela reuniãozinha do capeta’’.

O comentário foi feito após as eleições no último domingo. Os eleitores do Lula comemoravam a vitória no estabelecimento citado no áudio.

Na redes sociais, usuários pedem justiça pelas falas preconceituosas da jovem.

O grupo ‘Coletivo Providência’, que luta pela criação do Conselho LGBTQIA+ em Passos, organizou um protesto em frente a prefeitura, que acontece nesta terça-feira (1°), a partir das 18h.

‘’O recente áudio viral de uma garota reproduzindo o ódio do cidadão de bem contra gays e negros só é a ponta do iceberg do que precisamos urgentemente enfrentar. E a resposta começa amanhã, às 18h, na frente da Prefeitura de Passos. O Conselho LGBTQIA+ precisa existir para que jovens não sejam reflexos desta barbárie e que crimes como esse não sejam impunes. Levem caixas de som, bandeiras e a nossa voz que gritará, em uníssono: NOJENTO É TEU PRECONCEITO’’, publicou o coletivo.

Os proprietários do bar informaram em suas redes sociais que estarão presentes na manifestação.

Em seu perfil no Instagram, o pai da autora, que é um forte influencer da cidade, publicou uma nota pedindo desculpas pela fala da filha.

‘’Eu e minha família sentimos muito pelo recente ocorrido. Mas uma vez pedimos desculpas pelas palavras proferidas por minha filha, que não condizem com os ensinamentos, pensamentos e valores de nossa família. Estamos extremamente envergonhados com o que houve. Como pai, me sinto na responsabilidade de refletir e repreender exemplarmente os atos cometidos por ela,, para que isso jamais se repita. Por fim, ratifico nossos mais sinceros pedidos de desculpas à sociedade, e espero que esse incidente sirva para minha filha refletir que hoje em dia não existe mais espaço para pensamentos discriminatórios, pois só o amor liberta e trás paz’’.

Estudante denuncia racismo em campeonato na Unifran: ‘Vai errar, sua macaca’

‘Eu olhei pro lado da torcida e não consegui ver quem falou, porque estava muito lotado. Continue jogando, depois chamaram novamente’, denunciou a universitária de 20 anos.

Uma jovem de 20 anos ainda está abalada com uma situação de racismo que diz ter sofrido na noite dessa quinta-feira, 13, durante uma partida de handebol no campus da Unifran (Universidade de Franca). O jogo faz parte do InterUnifran, um campeonato entre cursos da universidade.

A partida era disputada entre as equipes de Educação Física e Medicina, quando por volta das 21h, a jovem que está cursando o último ano de Educação Física e faz parte da equipe, teria ouvido da torcida da medicina o insulto preconceituoso.

“Vai errar, sua macaca”. Essa é a frase que a universitária diz ter ouvido. “Eu olhei pro lado da torcida, e não consegui ver quem falou, porque estava muito lotado. Continue jogando, depois chamaram novamente”, disse a jovem. Segundo ela, quando o primeiro tempo acabou, ela comunicou a direção do campeonato, que ficou de verificar e tomar as medidas cabíveis.

A suspeita é que tenha sido um homem que estava entre a torcida da medicina.

“Fiquei chateada e com medo, porque as meninas da Medicina vieram me questionar se realmente eu ouvi isso, a palavra ‘macaca'”, acrescentou a estudante, que teria retrucado afirmando que não tem como confundir a palavra “macaca” com outra parecida.

Com a revolta, as meninas da Educação Física, time da jovem que teria sofrido o racismo, se recusaram a voltar para jogar o segundo tempo, e a partida foi encerrada. Ainda não há previsão de remarcação do jogo.

A estudante disse que a equipe organizadora do InterUnifran ficou de dar uma posição sobre o caso e que poderia multar a atlética da Medicina em um salário mínimo, porém, ela alega que nada foi feito até o momento. Uma equipe de seguranças da Unifran também foi comunicada sobre o caso.

A jovem, que não se considera negra, mas tem o cabelo cacheado, disse que mesmo que fosse não é motivo para ser vítima de racismo. “Não existe isso”, finalizou. Ela ainda está assimilando o que aconteceu e estuda, junto com a mãe, um possível registro do Boletim de Ocorrência.

No Instagram, a Atlética da Medicina da Unifran fez um post afirmando ser contra qualquer ato de cunho racista e que não tolera qualquer atitude que fere a integridade física e moral de qualquer pessoa.

Em nota, a Unifran informou que “repudia quaisquer atos discriminatórios ou de constrangimento e que, constatada qualquer conduta inadequada, medidas disciplinares de acordo com Regimento Interno serão tomadas”.

Sobre o caso, a universidade disse que está instaurando sindicância para apuração dos fatos e está à disposição para acolher a aluna. (Sampi)

Receber notificações de Jornal Folha Regional Sim Não
Jornal Folha Regional
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.