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Cemig explica sobre os dois tipos de reservatórios de suas usinas

Cemig explica sobre os dois tipos de reservatórios de suas usinas - Foto: reprodução
Cemig explica sobre os dois tipos de reservatórios de suas usinas – Foto: reprodução

Atenta à segurança da população e comprometida com a transparência de suas operações, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) explica o funcionamento de seus reservatórios e a importância de cada tipo durante os períodos de grande volume de chuvas.

No início do ano, as chuvas frequentes em Minas Gerais costumam gerar preocupação entre as populações ribeirinhas devido ao risco de transbordamento dos rios. No entanto, esse período também é fundamental para recuperar os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, que representam a principal fonte de geração de eletricidade no país.

Atualmente, a Cemig opera 37 usinas hidrelétricas no Brasil, sendo 26 com potência instalada igual ou inferior a 30 megawatts (MW), enquadradas como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), e 11 com potência superior a 30 MW, enquadradas como Usinas Hidrelétricas (UHEs).

O engenheiro de Planejamento Hidroenergético da companhia, Diogo Carneiro, explica que além dessa diferenciação pela capacidade de geração, as usinas também são classificadas pelo tipo de reservatório.

“Temos dois tipos de reservatórios: o de acumulação e o a fio d’água. Existem grandes diferenças entre eles, e é exatamente essa diferença que precisa ser conhecida pela população. As pessoas devem ter conhecimento de qual tipo são as usinas que estão mais próximas e como a empresa trabalha para que as unidades possam ser úteis em situações de grandes volumes de água de chuva neste período”, explica.

Em épocas de chuvas intensas, quando há grande volume de água chegando à usina, o reservatório a fio d’água precisa repassar imediatamente toda a vazão recebida, pois não há espaço para armazenamento. A maioria das usinas operadas pela Cemig segue esse modelo, que tem sido privilegiado pela legislação brasileira devido à redução do impacto ambiental, já que reservatórios menores alagam áreas reduzidas.

Por outro lado, as usinas com reservatório de acumulação, como a Usina Hidrelétrica Três Marias, possuem grandes lagos com capacidade significativa para armazenar água ao longo do tempo. Esses reservatórios atuam como verdadeiras caixas d’água, captando os volumes excedentes durante o período chuvoso e liberando a água de forma gradual e controlada. Esse sistema funciona como um escudo natural contra enchentes, protegendo as cidades localizadas abaixo da barragem. Além disso, o armazenamento realizado nesses reservatórios garante água para consumo humano, irrigação, navegação e geração de energia durante os períodos de estiagem.

Gestão dos reservatórios

A gestão dos reservatórios das grandes usinas da Cemig é realizada em conjunto com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que elabora anualmente o Plano Anual de Prevenção de Cheias. Esse plano determina os volumes de armazenamento seguros e aloca espaços vazios nos principais reservatórios de acumulação do país, permitindo que eles tenham capacidade de absorver picos de vazão durante eventos de chuvas intensas.

As informações sobre os níveis e vazões dos principais reservatórios podem ser acompanhadas em tempo real pelo aplicativo Prox, disponível para iOS e Android, uma plataforma desenvolvida para garantir transparência e comunicação eficaz com as populações influenciadas pelas variações nos níveis dos rios. 

ANA aprova resolução para elevar níveis do reservatório de Furnas

A Ana (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) aprovou a edição de resolução para operação extraordinária das bacias hidrográficas de Furnas e Mascarenhas de Moraes, em Minas Gerais. A deliberação ocorreu em reunião de diretoria colegiada da agência nesta terça-feira (23) e a medida passa a vigorar assim que for publicado no DOU (Diário Oficial da União).

O país passa pela maior crise hídrica dos últimos 91 anos e os principais reservatórios impactados pela seca são os da bacia do Paraná. Com isso, o governo precisou acionar usinas térmicas para manter o fornecimento de energia elétrica e criou a bandeira da “escassez hídrica”, que corresponde a um valor de R$ 14,20 por cada 100 kWh de energia consumida.

De acordo com a resolução aprovada, as defluências médias de Furnas e Mascarenhas de Moraes, no período de 1º de dezembro deste ano até 30 de abril de 2022, não poderão superar os 300 m3/s, sendo que a vazão máxima semanal será de 400 m3/s no caso de Furnas e de 370 m3/s em Mascarenhas de Moraes.

Os estudos da Ana para elaborar os valores de vazões para os dois reservatórios foram feitos utilizando os cenários mais conservadores de chuvas naquelas regiões.

Segundo o diretor e relator do processo, Vitor Saback, o objetivo é chegar no período de seca do ano que vem com índices de água nos reservatórios melhores do que os deste ano.

Chuvas em Minas ainda não elevam nível de maiores reservatórios

As chuvas deste final de semana em Minas Gerais ainda não foram o bastante para elevar significativamente o volume dos maiores reservatórios de água do Estado, segundo a Cemig. Nos últimos meses, eles chegaram a níveis abaixo de 50%.

“Para as pequenas bacias hidrográficas, o reflexo das chuvas tem efeito rápido. Já para as bacias maiores, é necessário um evento mais prolongado e com mais volumes. De maneira geral, o acumulado de chuvas ainda é pequeno para alterar o nível dos grandes reservatórios. Vale lembrar que a situação de armazenamento atual é reflexo de um período longo de chuvas abaixo da média”, pontua a companhia, por meio de nota.

Os reservatórios em situação mais crítica, de acordo com a Cemig, são os de Nova Ponte, no Rio Araguari, e Emborcação, no Rio Paranaíba, ambos no Triângulo Mineiro. “Para os demais reservatórios, apesar da natural diminuição do volume útil nos meses de seca, os volumes mais baixos previstos devem permanecer acima de valores já observados em anos anteriores”, continua a Cemig.

Abastecimento de água

A Copasa diz que a situação de abastecimento no Estado está adequada para o período de estiagem e que não considera que nenhum reservatório de água esteja em estado crítico. Os reservatórios do Sistema Paraopeba, que abastecem a região metropolitana, estão com nível de 68,3% de reserva, com garantia de estabilidade de fornecimento, segundo a companhia.

“Há algumas restrições em captação a fio d´água (direto de rios). Entretanto, as últimas chuvas, como a Copasa esperava, estão revertendo a situação de alerta. Podemos observar esta melhora, por exemplo, no Rio das Velhas, que tem aumentado sua vazão. Outro exemplo é a cidade de Frutal, que saiu ontem (09/10) do racionamento, que havia começado no último dia 1º”, completa, por nota.

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