Quase 80 mil pessoas estão em abrigos no RS; mortes chegam a 149 – Foto: Pedro Piegas
O número de pessoas em abrigos no Rio Grande do Sul por causa das cheias das últimas semanas aumentou nesta terça-feira (14), após uma nova inundação no Rio Guaíba, em Porto Alegre. Na manhã de hoje, eram 76.884 alojados nos abrigos do estado, e no final da tarde o número passou para 79.494.
Mais uma morte foi confirmada, passando para 149 no total e 124 pessoas continuam desaparecidas.
O total de desalojados pelas enchentes chega a 538.245 pessoas. Dos 497 municípios do estado, 446 foram afetados, o que corresponde a 89,7% do total.
Na manhã de hoje, o nível do Guaíba, que banha a capital e região metropolitana, subiu e atingiu a marca de 5,21 metros – 2,21 metros a mais que a chamada cota de inundação, que é de 3 metros. O recorde histórico, 5,33 metros, foi registrado na semana passada.
Canoas
A cidade de Canoas (RS), na região metropolitana de Porto Alegre, reúne menos de 3,2% da população do Rio Grande do Sul. Segundo o Censo de 2022, são 347.657 canoenses frente a 10.882.965 gaúchos. Ainda assim, a cidade, a terceira mais populosa do estado, responde por quase 27% do total de pessoas desabrigadas pelas consequências das chuvas que atingem o estado.
A informação está disponível em uma plataforma que o governo do Rio Grande do Sul disponibilizou nesta terça-feira (14), na internet. E dá uma noção do desafio que Canoas e outros municípios atingidos pelos efeitos adversos das recentes chuvas (enchentes, alagamentos, enxurradas, deslizamentos, desmoronamentos etc.) enfrentam.
Lula vai anunciar autoridade federal permanente no Rio Grande do Sul – Foto: reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai indicar um representante do governo federal para atuar de forma permanente no Rio Grande do Sul, enquanto durar a calamidade pública no estado, assolado por enchentes desde o dia 29 de abril.
A informação foi divulgada, nesta terça-feira (14), pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), durante entrevista.
A ideia é que a autoridade coordene uma estrutura administrativa das ações federais na região. Os detalhes serão anunciados durante visita de Lula ao estado, que deve ocorrer na quarta-feira (15), quando serão anunciadas novas medidas de socorro à população gaúcha.
A expectativa é que seja anunciada a criação de um auxílio financeiro temporário para as pessoas afetadas pela catástrofe climática. O valor não foi informado pelo Palácio do Planalto.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou, até esta terça-feira (14), um total de 148 mortes em decorrência das chuvas e enchentes. O estado tem, ainda, 124 pessoas desaparecidas, segundo boletim divulgado às 12h.
O total de desalojados pelas enchentes chega a 538.545 pessoas. E os efeitos dos temporais já são sentidos por 2 em cada 10 moradores do Rio Grande do Sul.
O mais recente boletim aponta que 2.124.203 de pessoas foram afetadas pelas chuvas, do total de 10,88 milhões de habitantes do estado, conforme apurado no Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que corresponde a 19,47% da população.
Em todo o estado, 89,7% do total de 497 municípios sofrem direta ou indiretamente com as consequências dos eventos climáticos. O número chega a 446 cidades atingidas.
Na manhã desta terça-feira, os mais de 700 abrigos criados no estado acomodavam 76.884 pessoas que tiveram que abandonar seus imóveis temporariamente ou em definitivo, devido ao comprometimento das estruturas locais ou falta de acesso. O número é ligeiramente inferior à quantidade de pessoas que estavam em alojamentos na segunda-feira (13), conforme boletim divulgado pela Defesa Civil estadual. Naquele momento, eram 77.405 pessoas fora de suas casas.
Cemig contribui para restabelecimento de energia no Rio Grande do Sul – Foto:
A Cemig intensifica o apoio nas ações realizadas para colaborar com a recuperação do Rio Grande do Sul. Na última segunda-feira (13), a companhia enviou unidades móveis de geração de energia e veículos especiais para apoiar a Equatorial CEEE, empresa que atende à região metropolitana de Porto Alegre, capital do estado, no restabelecimento de energia.
Técnicos e engenheiros da companhia foram para o RS reforçar os recursos mobilizados pela distribuidora local, além de cinco modernos geradores e cinco quadriciclos do tipo UTV.
Na semana passada, a companhia já havia disponibilizado um helicóptero para apoio na recuperação do sistema elétrico do estado do Sul, que continua atuando por lá.
Com potência de 500KVA cada, os cinco geradores poderão abastecer cerca de 2,5 mil residências de médio porte.
Já os quadriciclos fora-de-estrada do tipo UTV (sigla em inglês para Utility Vehicle Task) são ideais para utilização em locais onde não é possível transitar com o veículo normal ou 4 x 4, principalmente no período chuvoso, facilitando o serviço das equipes de campo e reduzindo o tempo de atendimento das manutenções emergenciais.
Além de levar os colaboradores em áreas de difícil acesso, os UTV também vão contribuir para o transporte de equipamentos e materiais.
Força-tarefa
Os técnicos e engenheiros da Cemig que fazem parte da comitiva vão atuar junto às equipes da Equatorial Energia na instrução de como instalar e operar os equipamentos.
O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, destaca que “neste momento tão difícil para a população do Rio Grande do Sul, a Cemig está se solidarizando e disponibilizando estes importantes recursos para auxiliar no restabelecimento do fornecimento de energia para a região impactada pela ação da chuva. Vamos apoiar no que for possível para o restabelecimento do sistema elétrico no Rio Grande do Sul ”, afirma o executivo.
Helicóptero
O helicóptero da Cemig enviado para auxiliar a distribuidora RGE desde 3/5 permanece na atividade. Além do piloto, também um técnico de manutenção de aeronaves trabalha na ação.
O transporte aéreo vai permanecer na região por tempo indeterminado e está realizando vários sobrevoos transportando técnicos locais e equipamentos, conforme a necessidade da distribuidora do Rio Grande do Sul. Já foram realizadas, até o momento, pela aeronave da Cemig, 34 horas de voo e inspecionados cerca de 200 quilômetros de rede elétrica no RS.
O parque de ativos da Cemig inclui dois helicópteros, vinte UTVs e 14 unidades móveis de geração, utilizados no dia a dia na operação, manutenção e expansão do sistema de distribuição. Estas tecnologias estão de prontidão para realizar atendimentos.
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, enviou um comunicado à Cemig destacando o seu auxílio à Rio Grande Energia.
“Nesse momento, a ajuda da Cemig, com apoio de aeronave especializada para resgate de pessoas isoladas no estado do Rio Grande do Sul, decorrente das chuvas intensas, será de muita relevância, e mostra a união do setor para o enfrentamento de grave crise climática, sem precedentes em nosso país. No contexto da Sala de Crise criada pela Aneel, por meio da PRT 131/2024, daremos ciência à Diretoria da Agência para eventuais autorizações e reconhecimento de custos que sejam necessários pela regulação setorial”, destaca.
Bombeiros de Minas Gerais realizam mais de 1 mil salvamentos no Rio Grande do Sul – Foto: CBMG/Divulgação
Na ação com a maior equipe em missões especiais executada fora de Minas Gerais neste ano, o Corpo de Bombeiros realizou, em apenas uma semana, 1.313 salvamentos de pessoas vítimas das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, além do resgate de 22 animais na região.
Na quinta-feira (9), a equipe de 28 bombeiros enviados ao estado gaúcho começou a retornar para Minas Gerais. Mas importante destacar que o efetivo permanece à disposição para novos apoios. Além disso, o governo mineiro segue atuando com auxílio de outros militares, aeronaves e equipes técnicas da Copasa e da Cemig, para o restabelecimento do fornecimento de água e da energia elétrica.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) iniciou intensa atuação em cidades gaúchas no domingo (2), logo no início do aumento do volume de fortes chuvas que castigaram o estado. Os militares atuaram principalmente na capital Porto Alegre, além das cidades de Bento Gonçalves, Canoas e São Leopoldo.
Com auxílio de aeronaves preparadas para o transporte de vítimas e cães farejadores, a equipe se dedicou a efetuar resgates aéreos de forma rápida, além de trabalhar em casos de soterramento, devido à experiência da corporação.
O tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros, ressalta que a experiência dos bombeiros mineiros em situações extremas, como os casos das tragédias de Brumadinho e Mariana, além dos apoios internacionais, em missões na Turquia, em Moçambique e no Haiti, ajudam a corporação a realizar um trabalho ágil e eficiente.
“Tivemos uma atuação muito intensa com as equipes 24 horas por dia em campo desempenhando tanto o salvamento de pessoas ilhadas, como a busca e recuperação de vítimas desaparecidas. Encerrado o período de uma semana previamente dimensionado junto às autoridades locais, o CBMMG se coloca à disposição e compreende a necessidade de revezamento com outras corporações”, explica o tenente Barcellos.
Parte dos militares retornou na aeronave Caravan e desembarcou em Belo Horizonte na quinta-feira (9), enquanto outros bombeiros farão o translado por terra, em carros e caminhões. A expectativa é que toda a equipe esteja em Minas Gerais até o sábado (11).
Tragédia no RS: polícia de MG prende saqueadores que roubavam voluntários – Foto: divulgação/Polícia Militar de Meio Ambiente de Minas Gerais
A Polícia Militar de Meio Ambiente de Minas Gerais prendeu na última segunda-feira (13) em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, dois homens de 45 anos e outro, de 29, que estavam saqueando residências, além de roubar voluntários e equipes de resgate.
Os militares mineiros, que estão apoiando as forças de segurança da cidade, flagraram a retirada de objetos de uma das residências afetadas pelas enchentes após o recebimento de denúncia anônima. Além disso, ao realizar busca pessoal, os policiais encontraram com eles armas, munições e celulares.
O trio, segundo a polícia, já se tornou conhecido pelos saques em áreas alagadas no Rio Grande do Sul. Também chamados de “piratas”, eles têm não só invadido residências, como simulado pedidos de socorro. Quando voluntários ou equipes de resgate se aproximavam, eles atacavam, roubando barcos, jet skis e equipamentos.
Vídeo em que médico compartilhou ida ao Rio Grande do Sul – Vídeo: redes sociais
Um médico do Espírito Santo, que estava no Rio Grande do Sul prestando apoio às vítimas das chuvas, foi encontrado morto dentro de um abrigo na cidade de São Leopoldo, na manhã desta segunda-feira (13 de maio). O cardiologista Leandro Medice ajudava na aferição de pressão de desabrigados e chegou a compartilhar momentos do trabalho voluntário nas redes sociais.
A suspeita é que Leandro, de 41 anos, tenha tido um mal súbito. Ele tinha chegado no Rio Grande do Sul no domingo pela manhã (12) e passou o dia trabalhando no abrigo.
O marido do médico, João Paulo Martins, disse em entrevista que ficou surpreso com a notícia e que o companheiro não tinha problemas de saúde:
“Ele era muito saudável, sempre cuidou da saúde. Nunca teve histórico nenhum de problemas. Eu ainda não consigo acreditar no que aconteceu. Quando me contaram, pensei que fosse brincadeira”, afirmou.
Marcelo tinha uma clínica de tratamento capilar em Vila Velha, no Espírito Santo, para onde voltaria na noite desta segunda. Ele compartilhou nas redes sociais o momento em que viajava para o sul do país, na madrugada de domingo (12), com um grupo de amigos também médicos.
“Pela primeira vez, eu vou partir para uma missão humanitária, né? O Sul tá precisando da gente, então a gente saiu um pouquinho da nossa rotina, do nosso conforto de consultório”, disse em vídeo.
Médico sai do ES para ajudar vítimas da chuva e é encontrado morto em abrigo no RS – Foto: redes sociais
O cardiologista também contou que a viagem para o estado acontecia logo após uma cirurgia que tinha feito em um paciente:
“A cirurgia acabou agora há pouco, a gente emendou essa missão. São 4 da manhã agora e a gente tá indo pra lá ajudar os nossos irmãos que estão precisando”, disse o profissional no domingo pela madrugada.
O marido de Leandro afirma que falou com ele, pela última vez, em uma ligação na noite do domingo. O médico teria elogiado as condições do abrigo e afirmado que tinha conseguido um colchão muito limpo para dormir.
Na manhã desta segunda (13), ele não apareceu no local de encontro combinado e foi encontrado morto por amigas no quarto em que dormiu sozinho.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul para saber se a morte será investigada e aguarda retorno.
Nas redes sociais, amigos lamentaram a partida do médico:
“Ainda estou sem acreditar nessa realidade difícil de aceitar. Leandro foi um grande exemplo de entrega genuína de amizade, exemplo de gentileza e humanidade. Meus sinceros sentimentos para todos os familiares e amigos”, escreveu um amigo.
Outro seguidor, disse:
“Cumpriu a sua missão na terra em pleno exercício de suas funções de maneira mais nobre, conforme jurou na sua formatura como médico. Descanse em paz!”.
Rafael Dutra, mobilizou a população guapeense e arrecadou um caminhão de doações – Foto: Arquivo pessoal
Diante da situação emergencial que a população do Estado do Rio Grande do Sul está vivendo, o Brasil mobilizou diversas ações para arrecadar dinheiro e donativos para diversas famílias que ficaram desabrigadas devido às enchentes em diversas partes do Estado.
Em Guapé (MG), o jovem Rafael Dutra, liderou a ação e durante a semana arrecadou com o apoio da população guapeense, um caminhão truck carregado de alimentos, águas, rações e roupas.
Segundo Rafael, o caminhão saiu de Guapé na última quinta-feira (9), o qual teve destino para Pimenta (MG), onde transferiram para uma carreta que saiu de Formiga (MG) para o Sul do país.
Neste sábado a ação para arrecadar mais donativos continua em Guapé, e Rafael estará na Praça Dr. Passos Maia, no centro da cidade, recebendo as doações.
A campanha continua neste sábado (11), em Guapé – Imagem: Reprodução
Reconstrução do Rio Grande do Sul deve custar pelo menos R$19 bilhões – Foto: reprodução
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite afirmou nesta quinta-feira (9/8) que a reconstrução do estado deverá custar pelo menos R$ 19 bilhões. Os cálculos são preliminares mas dão uma dimensão do recurso que será necessário para reestruturar os serviços e a infraestrutura do estado.
A declaração de Eduardo Leite foi feita pelas redes sociais. “Os cálculos iniciais das nossas equipes técnicas indicam que serão necessários, pelo menos, R$ 19 bilhões para reconstruir o Rio Grande do Sul. São necessários recursos para diversas áreas. Insisto: o efeito das enchentes e a extensão da tragédia são devastadores. Nas próximas horas, vamos detalhar as ações projetadas que contemplariam as nossas necessidades”, publicou.
O mais recente boletim da Defesa Civil, divulgado nesta quinta-feira (9/5) aponta que 425 municípios foram afetados, 67.542 pessoas foram levadas para abrigos e 164.583 estão desalojadas e mais de 1 milhão e 400 mil pessoas foram diretamente atingidas.
Na quarta-feira, a Confederação Nacional dos Município (CNM) atualizou boletim sobre os estragos causados pelo desastre no Rio Grande do Sul e estimou o prejuízo em R$6,3 bilhões. Esse boletim é atualizado diariamente.
Mais de 61 mil moradias danificadas por desastres no Rio Grande do Sul e prejuízos parciais de R$ 6,3 bilhões. Segundo a CNM, 61,4 mil moradias foram atingidas e 6,2 mil estão totalmente destruídas. A entidade reforça, no entanto, que os dados são parciais e que as gestões enfrentam dificuldades de atualizar os sistemas informativos em tempo real.
Na terça-feira, o Congresso Nacional promulgou um projeto de autoria do governo federal para excepcionalizar os gastos com a reconstrução do Rio Grande do Sul e acelerar o repasse de verbas. O presidente Lula tem dito que não faltaram recursos e não haverá impedimento de burocracia para atender o estado.
R$ 50,9 bi: Governo anuncia antecipação do bolsa família, de abono salarial e restituição do IR para moradores do RS – Foto: Ricardo Stuckert / PR
O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (9), um pacote de medidas para socorrer os atingidos pelas enchentes que assolam o Rio Grande do Sul. Ao todo, R$ 50,9 bilhões da União serão destinados à recuperação dos municípios afetados e das casas atingidas pelas enchentes.
As ações incluem: antecipação do pagamento do Bolsa Família e do auxílio gás para 583 mil famílias; antecipação de benefícios como o abono salarial para 705 mil trabalhadores com carteira assinada; a liberação do seguro de desemprego para 140 mil pessoas; e a restituição do Imposto de Renda (IR) para moradores do Estado.
Além disso, há previsão de medidas para produtores rurais, prefeituras gaúchas e o próprio governo estadual. Foi criada ainda uma força-tarefa para acelerar a análise de crédito com o aval da União para os municípios. “Assim que a água baixar, esse sistema tem que funcionar para que o povo seja atendido o mais rápido possível”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A lista de ações efetivas está na medida provisória (MP) a ser enviada ao Congresso Nacional ainda nesta quinta-feira. A chamada MP da Reconstrução do Rio Grande do Sul tem efeito imediato. Ainda assim, os senadores e deputados terão até 120 dias para votar o texto.
Veja ponto a ponto algumas das ações:
Medida para trabalhadores assalariados
Abono Salarial
Antecipação do cronograma de pagamento de abono salarial 2024 Beneficiários: 705 mil trabalhadores com carteira assinada
Período: maio
Impacto: R$ 758 milhões
Seguro-Desemprego
Liberação de duas parcelas adicionais do seguro-desemprego para os desempregados que já estavam recebendo antes da decretação de calamidade, ao final da última parcela
Beneficiários 140 mil trabalhadores formais desempregados
Período: maio a outubro
Impacto: R$ 495 milhões
Imposto de Renda
Prioridade no pagamento da restituição do IR para declarantes
Beneficiários: 1,6 milhão de potenciais restituições
Período: junho
Impacto: R$ 1 bilhão
Medidas para beneficiários de programas sociais
Bolsa Família e Auxílio-gás
Liberação do calendário para pagamento dos programas Bolsa Família e Auxílio-gás, antecipando os pagamentos do mês de maio
Beneficiários: 583 mil famílias
Período: maio
Impacto: R$ 380 milhões
Medidas para o Estado e Municípios
Aporte de R$ 200 milhões
Serão aportados R$ 200 milhões para que os fundos de estruturação de projetos dos bancos públicos consigam apoiar e financiar rede de estruturadores de projetos de reconstrução de infraestrutura e reequilíbrio econômico.
Beneficiários: Estado e munícipios
Período: Junho em diante
Impacto: R$ 200 milhões, com grande impacto na rápida estruturação de projetos para retomada dos investimentos no Rio Grande do Sul.
Operações de crédito com aval da União
O que é? Constituição de força-tarefa para acelerar a análise de crédito com aval da União para municípios.
Beneficiários: 14 municípios com operação de crédito
Período: Maio
Impacto: R$ 1,8 bilhão, sendo R$ 1.5 bilhão em operações externas e R$ 300 milhões em operações internas
Medidas para empresas
Aporte de R$ 4,5 bilhões
Aporte de R$ 4,5 bilhões em recursos no FGO que permitirão a concessão de garantias, e então a alavancagem da concessão de crédito no total de R$ 30 bilhões às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte no âmbito do Pronampe.
Beneficiários: Microempresas e empresas de pequeno porte
Período: Maio em diante
Impacto: R$ 4,5 bilhões de aporte, com potencial de alavancagem de R$ 30 bilhões
R$ 1 bilhão para subvenção de juros
Será colocado R$ 1 bilhão para concessão de desconto em juros de créditos garantidos pelo Pronampe, até o valor máximo de crédito concedido passível de desconto de R$ 2,5 bilhões (ou seja, dos R$ 30 bilhões potenciais de crédito, R$ 2,5 bilhões serão concedidos com desconto de juros).
Beneficiários: Microempresas e empresas de pequeno porte
Período e condições: Pronampe: maio em diante, financiamento de até 72 meses (até 24 meses de carência), com subsídio do governo federal para reduzir a taxa de juros para 4% nominal (taxa de juros real zero) para os primeiros R$ 2,5 bilhões tomados e depois juros normal da linha.
Impacto: R$ 1 bilhão para desconto de juros no Pronampe até o limite de R$ 2,5 bilhões de créditos concedidos.
R$ 500 milhões no Fundo Garantidor de Investimentos (FGI-PEAC)
Serão colocados R$ 500 milhões para concessão de garantias via Fundo Garantidor de Investimentos para alavancagem, no Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (FGI-PEAC) de até R$ 5 bilhões a serem concedidos a microempresários individuais, micro, pequenas e médias empresas. Neste caso, o aporte alavanca e garante acesso ao crédito, não se fazendo subvenção da taxa de juros. No caso do FGI-PEAC, o operador é o BNDES.
Beneficiários: Microempresários individuais, micro, pequenas e médias empresas.
Período e Condições: maio em diante, com taxa de juros média de 1.75% a.m, com bancos que oferecem até 1.55% a.m.
Impacto: R$ 500 milhões em aporte de garantias no Fundo Garantidor de Investimentos para alavancar até R$ 5 bilhões em concessão de crédito
Prorrogação de vencimento de tributos
Prorrogação por no mínimo 3 meses dos prazos de recolhimento de tributos federais e Simples Nacional
Beneficiários: 203 mil empresas
Período: 3 meses (abril, maio e junho)
Impacto: R$ 4,8 bilhões
Dispensa da apresentação da Certidão Negativa de Débitos
Dispensa de apresentação de certidão negativa de débito para contratações e renegociações de crédito junto a instituições financeiras públicas
Beneficiários: Empresas e produtores rurais
Período: 6 meses (maio a novembro)
Medidas para produtores rurais
R$ 1 bilhão para subvenção de juros ao Pronaf e Pronamp
Será colocado R$ 1 bilhão para concessão de desconto de juros para empréstimos concedidos no Pronaf e Pronamp, até o limite global de crédito de R$ 4 bilhões passíveis de desconto de juros – ou seja, toda a linha a ser alavancada terá desconto para subsidiar o crédito ao pequeno e médio produtor rural.
Beneficiários: Médio produtor rural e agricultura familiar
Período do Pronamp: maio em diante, financiamento de até 96 meses (até 36 meses de carência), com descontos para reduzir a taxa de juros para 4% nominal a.a. (juros real zero). Pronaf: maio em diante, financiamento de até 120 meses (até 36 meses de carência), com descontos para reduzir a taxa de juros para 0% nominal a.a. (apenas devolução do principal sem correção).
Impacto: R$ 1 bilhão para desconto de juros no Pronaf e Pronamp até o limite de R$ 4 bilhões de créditos concedidos.
O cenário de guerra vivido pelos gaúchos ganhou um novo ingrediente no fim de semana. A polícia do Rio Grande do Sul começou a registrar furtos e até assaltos à mão armada em bairros alagados da capital, Porto Alegre, e nas cidades vizinhas de Canoas, São Leopoldo e Sapucaia do Sul. Ontem, dois homens foram presos ao investir contra um barco de resgate que navegava no bairro de Mathias Velho, em Canoas, lotado de desabrigados. Só que dentro dele havia dois policiais, que deram voz de prisão aos criminosos.
Também em Mathias Velho, dois homens quase foram linchados por populares ao serem flagrados entrando à noite em uma casa para furtar eletrodomésticos. “Os bandidos também aproveitam o momento em que as pessoas saem de suas casas com pertences de valor, como dinheiro”, relatou o vistoriador Charles da Silva Pacheco, de 37 anos.
Em Porto Alegre, dois homens foram presos em flagrante ao tentarem roubar pessoas que ajudavam nos resgates. Os próprios voluntários perceberam a ação dos assaltantes e fizeram um cordão de isolamento para impedir a fuga. Posteriormente, agentes da Brigada Militar e da Polícia Civil realizaram as prisões dos ladrões. O vídeo foi divulgado pelo deputado estadual, delegado Zucco.
Segundo relatos, os assaltantes estão usando motos aquáticas. Com medo, voluntários que trabalham fazendo resgate em Canoas e São Leopoldo começaram a conduzir embarcações armados até com espingardas. Quando alguma embarcação suspeita se aproxima, os voluntários mostram que estão armados. “Quero ver quem vai nos roubar”, disse um barqueiro em vídeo que circula nas redes sociais.
Para conter a onda de assaltos, o comandante-geral da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, coronel Cláudio Feoli, disse que dezenas de policiais tiveram férias canceladas e voltaram a trabalhar no fim de semana. Segundo ele, o policiamento em Canoas e São Leopoldo também foi reforçado para evitar saques. “Mas nosso foco mesmo é salvar vidas, pois estamos trabalhando em um cenário de guerra”, ponderou o coronel.
Como se não bastassem enchentes e roubos, a população gaúcha ainda enfrenta o oportunismo de quem está cobrando para fazer resgates. A polícia recebeu a denúncia de que barqueiros estão cobrando 500 reais para resgatar vítimas de alagamentos. Se a pessoa tiver animais domésticos, o preço sobe para 600. Um delegado de Porto Alegre que pediu para não ser identificado disse que – por incrível que pareça – não é crime cobrar para fazer esse tipo de “trabalho”, desde que o barco seja particular. No entanto, ele aconselhou os desabrigados a esperarem pelo resgate de voluntários e de embarcações da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. “A ganância e a esperteza das pessoas sem caráter não têm limites”, comentou.
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