Jornal Folha Regional

Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos

Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos - Foto: Reprodução
Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos – Foto: Reprodução

No dia 01 de julho de 1992 iniciava em Passos (MG) um projeto que mais adiante se tornaria referência regional, envolvendo diretamente estudantes, professores, funcionários e comunidade. O Ambulatório Escola (AMBES) desenvolveu suas atividades assim que foi inaugurado a partir do trabalho realizado pela Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia de Passos (FAOPA).

Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos - Foto: Reprodução
Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos – Foto: Reprodução

Desde a sua inauguração o programa institucional obteve várias parcerias e conseguiu envolver investimentos e apoio da área pública, a partir de trabalhos realizados no âmbito municipal, estadual e federal. Atualmente o AMBES é coordenado pelo farmacêutico e também professor, Geilton Xavier de Matos. O AMBES faz parte de um projeto piloto no Ministério da Saúde sobre a erradicação das Hepatites Virais. Também é um dos únicos municípios de Minas Gerais que tem o Certificado de Erradicação da Transmissão Vertical do HIV, que é relacionado a questão de crianças infectadas pelo vírus HIV durante a gestação, parto ou amamentação.

Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos - Foto: Reprodução
Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos – Foto: Reprodução

O AMBES acontece com o desenvolvimento de ações divididas em três serviços disponibilizados. “CTA – Centro de Testagem e aconselhamento, onde realiza os testes rápidos e coletas de amostras para exames de diagnóstico e acompanhamento clínico das IST’s. SAE – Serviço de Atenção Especializada, onde são realizados os agendamentos de consultas, exames e encaminhamentos a outras especialidades profissionais, além do monitoramento clínico dos pacientes. UDM – Unidade Dispensadora de Medicamentos, que é a farmácia do AMBES, local que realiza a logística dos medicamentos e acompanhamento farmacêutico de aproximadamente 700 pacientes”, explica o coordenador.

Entre os funcionários que atuam no AMBES, estão três servidores vinculados à MGS (empresa terceirizada). A Prefeitura disponibiliza a contratação de uma enfermeira, uma psicóloga e dois médicos infectologistas. Já os servidores disponibilizados pela UEMG são, a assistente social, duas técnicas de segurança, enfermeira, nutricionista, administrativo e a vaga de coordenador e farmacêutico. “A Microrregião de Passos envolve 21 municípios, porém, por ser um serviço de referência, atendemos mais de 30 municípios da região”, destaca o coordenador sobre a abrangência do trabalho realizado pelo Ambulatório. O programa conta com 14 estudantes que desenvolvem atividades por meio de estágios, projetos de pesquisa e projetos de extensão. Vários cursos de graduação, entre os 26 disponíveis na UEMG Passos, envolvem seus discentes em atividades realizadas pelo Ambulatório Escola.

Recentemente o Ambulatório Escola recebeu dois novos automóveis, um C3 Air Cross, com sete lugares, que será para suporte nas atividades realizadas e outro carro, que será direcionado para realizar visitas a pacientes. “De janeiro a maio de 2024 já realizamos: 3108 consultas de enfermagem, 376 consultas médicas, 1225 consultas farmacêuticas e 214 consultas com outros profissionais como psicóloga, nutricionista e assistente social”, frisa Geilton sobre os dados referentes aos atendimentos realizados neste ano. O Ambulatório Escola está localizado no Bloco 04 da UEMG Passos, Rua Sabará, nº 164. Mais informações podem ser solicitadas pelo telefone (35) 3529-8030.

Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos - Foto: Reprodução
Destaque como referência regional, Ambulatório Escola completa 32 anos em Passos – Foto: Reprodução

Waguinho da Cecília conquista mais de meio milhão em emenda parlamentar para Alpinópolis

Waguinho é ajudante de coveiro em Alpinópolis e tem realizado um trabalho diferenciado em prol da população

Waguinho da Cecília conquista mais de meio milhão em emenda parlamentar para Alpinópolis - Foto: Arquivo pessoal
Waguinho da Cecília conquista mais de meio milhão em emenda parlamentar para Alpinópolis – Foto: Arquivo pessoal

No dia 5 de março de 2024, o vereador suplente em Alpinópolis (MG), Wagner Luiz de Oliveira, mais conhecido com Waguinho da Cecília, conquistou uma emenda parlamentar no valor de R$ 341.622,70, para aquisição de um veículo de 15 lugares para apoio ao esporte, juventude, e integração social para o município. A emenda foi de autoria do Deputado Estadual, Luizinho do PT.

Indicacao do Deputado Luizinho do PT - Imagem: Reprodução
Indicacao do Deputado Luizinho do PT – Imagem: Reprodução

Já no dia 10 de junho, outra emenda de R$ 200.000,00, foi creditada na conta do Fundo de Saúde da prefeitura de Alpinópolis, por meio da indicação impositiva do Deputado Estadual Arnaldo Silva (União Brasil), a qual será investida em prol da saúde da população alpinopolense.

Com as duas emendas, o suplente a vereador, conseguiu R$ 541.622,70 para a cidade.

Waguinho que trabalha há anos como ajudante de coveiro em Alpinópolis, têm uma trajetória de vida de muita luta, pois está sempre engajado nas ações sociais da cidade, principalmente em prol do esporte.

Nas eleições municipais 2020, Waguinho, foi o 9º vereador mais votado, com 272 votos, ficando como 1º suplente do PP (Progressistas).

Confira 5 dicas para aliviar as cólicas menstruais no frio

Ginecologista traz dicas de como amenizar as dores e desconfortos durante o período menstrual

Confira 5 dicas para aliviar as cólicas menstruais no frio – Foto: Reprodução/Internet

Muitas mulheres sofrem com terríveis cólicas menstruais, que podem afetar diretamente a produtividade e qualidade de vida. Com a chegada da frente fria, o corpo é submetido a baixas temperaturas e fica mais sensível à dor. A razão é que, com o frio, os vasos sanguíneos se comprimem, podendo intensificar as cólicas. É comum o uso de medicamentos de farmácia, especialmente analgésicos e anti-inflamatórios, para o alívio momentâneo, porém existem outras formas de contribuir para o alívio das dores, sem abusar de remédios.

Apesar das cólicas serem comuns, essas dores podem estar atreladas a outras condições, como a endometriose, que atinge cerca de 10% da população feminina em idade reprodutiva, impactando profundamente a saúde da mulher. Segundo o ginecologista Dr. Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, quando as dores acontecem fora do período, é um sinal para buscar acompanhamento médico e iniciar um tratamento, portanto, o importante é observar os sinais que o corpo dá e se os sintomas persistirem, é recomendado procurar ajuda médica o quanto antes.

Confira algumas dicas do especialista para aliviar as cólicas em casa:

1 – Compressas de água morna

Uma das técnicas mais antigas e mais reconfortantes no período de cólica, pode ser explicada pelo fato do calor ativar o fluxo sanguíneo e amenizar as dores. Para fazer, basta colocar uma bolsa de água morna ou compressa no local das cólicas e deixar por cerca de 15 minutos. É importante proteger a pele do contato direto, colocando um pano entre a bolsa e a pele para evitar queimaduras.

2 – Aposte em bebidas quentes

As bebidas quentes têm o mesmo efeito da bolsa de água quente, auxiliando no alívio das dores. Porém, evite bebidas com cafeína, que tem o potencial de agravar as dores em algumas mulheres. Aposte em chás, como de camomila, hortelã, alecrim, louro e lavanda, que possuem propriedades relaxantes, calmantes e anti-inflamatórias.

3 – Atenção com a alimentação

Alguns alimentos, como doces e comidas mais gordurosas, podem causar inchaço e retenção de líquido em alguns organismos, aumentando o aparecimento de cólicas menstruais. Por isso, durante o ciclo, é interessante manter uma dieta mais equilibrada, evitando o excesso de açúcares e gorduras, dando prioridade para legumes, verduras, frutas e carnes magras, além de ingerir bastante água.

4 – Mantenha hábitos saudáveis

Exercícios físicos ajudam muito na diminuição da dor durante o período menstrual. Novamente, as atividades físicas aumentam o fluxo sanguíneo, liberando endorfina, auxiliando no controle das dores. Em contrapartida, fumar pode ser ainda mais prejudicial nessa época, por conta da vasoconstrição que o tabaco causa. Dessa forma, evitar fumar também é a melhor opção para amenizar as cólicas.

5 – Descanso

O estresse atrelado a um estilo de vida corrido, contribui bastante para o aumento das cólicas. Quando o corpo descansa durante um sono de qualidade, o equilíbrio é restabelecido. Então, o descanso aliado aos hábitos saudáveis, contribuem para um ciclo menstrual com menos desconforto.

Clínica Bellelis – Ginecologia

O ginecologista Patrick Bellelis é Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP); graduado em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC; especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo); além de ser especialista em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da USP. Possui ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. Fez parte da diretoria da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE) de 2007 a 2022, além de ter integrado a Comissão Especializada de Endometriose da FEBRASGO até 2021. Em 2010, tornou-se médico assistente do setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da USP; em 2011, tornou-se professor do curso de especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — pós-graduação lato sensu, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês; e, desde 2012, é professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (IRCAD), do Hospital de Câncer de Barretos.

Secretário de Saúde de São José da Barra fala sobre a falta de medicamentos na Farmácia Municipal

Escassez de matéria-prima para compor as substâncias é a maior justificativa que as empresas utilizam para responder sobre a falta de medicamento no mercado para venda.

Farmácia Municipal de São José da Barra - Foto: Reprodução
Farmácia Municipal de São José da Barra – Foto: Reprodução

O Secretário de Saúde de São José da Barra (MG), Paulo Renato Gomes, esclareceu nesta segunda-feira (13)? os motivos causadores da falta de alguns medicamentos na Farmácia Municipal, registrados nas últimas semanas.

A crise de desabastecimento, que afeta tanto a rede pública quanto a privada, está ocorrendo em diversas regiões de todo o país.

Tudo isso é reflexo de fatores externos, como a falta de matéria-prima e insumos ativos para a produção de medicamentos, uma vez que a grande maioria destes são provenientes de países como a China e a Índia.

Por conta da falta de matéria-prima, as empresas que vendem os medicamentos para a Prefeitura apresentam justificativas e pedidos de cancelamento dos contratos. No entanto, a Prefeitura não aceita essas justificativas e, com isso, tem notificado as empresas a respeito da ausência desses medicamentos (inclusive com a possibilidade de penalização administrativa) para forçar o cumprimento dos contratos e a entrega dos medicamentos, já que esta é a finalidade.

Importante esclarecer que, tanto a notificação quanto o processo de penalização, seguem regras legais com definição de prazos. Sendo assim, há trâmites administrativos a serem seguidos também.

Portanto, infelizmente a escassez de matéria-prima para compor as substâncias é a maior justificativa que as empresas utilizam para responder sobre a falta de medicamento no mercado para venda, sendo isso o que vem causando o desabastecimento em nosso município e em todo o país.

“A Prefeitura de São José da Barra disponibiliza aos munícipes uma vasta lista de medicamentos. Sendo assim, a falta de alguns deles são casos pontuais, já que temos licitações visando não causar prejuízos à população”, informou o secretário.

Segundo Paulo Renato, referente ao medicamento Selozok, chegou o de 25mg, porém estão aguardando o de 50mg. O Glicasida também chegou. O Forxiga que é de uma empresa que não esta assumindo o contrato corretamente mas já estão organizando processo administrativo contra a mesma.

“Esclarecido que os problemas são externos, contamos com a compreensão de todos e acreditamos que logo tudo estará resolvido”, finalizou Paulo.

Jovem de 27 anos morre vítima da dengue em Carmo do Rio Claro

Jovem de 27 anos morre vítima da dengue em Carmo do Rio Claro - Foto: Redes
Jovem de 27 anos morre vítima da dengue em Carmo do Rio Claro – Foto: Redes

Na tarde desta quarta-feira (1⁰), a jovem Nádia Luísa Lemos, 27 anos, mais conhecida como Nádia da Zema, veio a óbito devido complicações da dengue. Ela estava internada no hospital São Vicente de Paula em Carmo do Rio Claro (MG).

Em nota, a prefeitura de Carmo do Rio Claro, lamentou o falecimento da jovem e comunicou que todos os esforços públicos estão sendo feitos para conter a doença, porém, é de extrema importância a colaboração de toda a população. Quem tiver sintomas, deve procurar o Pronto Atendimento 24 horas e, no período de 14 às 22 horas, pode ir até a UBS Geralda Carielo, no bairro Bela Vista 2.

O corpo de Nádia será velado no Velório Santo Antônio até às 8h desta quinta-feira (2), posteriomente, será levado para Ilicinea onde será velado e seputaldo.

Superintendência Regional de Saúde é furtada em Passos

Superintendência Regional de Saúde é furtada em Passos - Foto: Reprodução
Superintendência Regional de Saúde é furtada em Passos – Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (5), a Polícia Militar foi acionada na sede da Superintendência Regional de Saúde, localizada na rua Santa Inês, no bairro Belo Horizonte em Passos (MG), onde o solicitante informou que na quinta-feira (4), o sistema de videomonitoramento do local captou a ação delituosa de um indivíduo magro, estatura mediana, o qual trajava bermuda e blusa de cor escura, o qual mediante escala transpôs o muro cercado do prédio público e acessou a garagem do local.

Em ato contínuo, o autor subtraiu um ventilador, marca Ventisol, cor preta, modelo pedestal, o qual estava na área do estacionamento e entregou-o para uma mulher que o aguardava do lado externo do prédio público.

Após o ilícito, ambos evadiram do local e tomaram rumo ignorado.

A PM realizou contato com a Autoridade Policial para o acionamento da policia cientifica, porém foi dispensada e será realizada posteriormente.

Mulher que sofre com fortes dores diárias aguardava agendamento de exame em São José da Barra à meses

Mulher que sofre com fortes dores diárias aguarda agendamento de exame em São José da Barra à meses - Imagem: Reprodução
Mulher que sofre com fortes dores diárias aguarda agendamento de exame em São José da Barra à meses – Imagem: Reprodução

No último domingo (10), uma moradora do bairro Bom Jesus dos Campos em São José da Barra (MG), procurou a redação do Jornal Folha Regional pedindo ajuda por estar com diversos problemas de saúde e à meses o médico ginecologista do município solicitou um exame, porém ela deixou na secretaria de saúde e não foi atendida.

“Preciso fazer um exame de urgência, não posso trabalhar, pois não posso ficar em pé por 10 ou 15 minutos, só vivo no hospital tomando remédio e soro mas nem um solução”, informou a senhora.

A paciente que está de cama a vários dias citou que não consegue falar com o secretário de saúde de São José da Barra. Mesmo com a dificuldade em andar foi até a prefeitura e nada foi resolvido.

“Estou sem sentir minhas pernas e deixei à meses o meu pedido com o secretário e infelizmente não resolveu. Só de janeiro pra cá já dei entrada no hospital seis vezes e fui informada que não poderiam me encaminhar para o SUS fácil. Eu sinto muitas dores”; citou.

Na manhã de segunda-feira (11), a redação do Jornal Folha Regional entrou em contato com secretário de saúde, Paulo Renato Gomes, o qual informou que ia verificar a situação.

Já no período vespertino, o secretário respondeu o e-mail informando que havia realizado o agendado da paciente.

“A paciente já possui uma consulta agendada com o Dr. Guilherme (Neurocirurgião) dia 10/04/2024 às 14:40, já é a segunda consulta marcada para esse especialista, porém a paciente não trouxe nenhum retorno e também nao soube nos explicar o que os médicos disseram. O exame também ja esta agendado para quarta (13/03) às 07:50h”, escreveu o secretário no e-mail.

Agendamento foi realizado após contato da redação do Jornal Folha Regional - Foto: Reprodução
Agendamento foi realizado após contato da redação do Jornal Folha Regional – Foto: Reprodução

A pacientre também foi comunicada pelo whatsapp que o exame estava agendado, e que o Paulo Renato pediu que ela levasse o papel que trouxe até a redação do Jornal para ele autorizar.

Casos de Covid crescem 140% e especialistas temem explosão após Carnaval

Com o avanço, cresce a preocupação dos especialistas de que haja uma explosão de registros da doença no pós-Carnaval

Casos de Covid crescem 140% e especialistas temem explosão após Carnaval - Foto: Reprodução
Casos de Covid crescem 140% e especialistas temem explosão após Carnaval – Foto: Reprodução

Análise inédita feita pela plataforma SP Covid-19 Infotracker, criada por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), mostra que a capital paulista registrou aumento de 140% de casos positivos de Covid em duas semanas.

Com o avanço, cresce a preocupação dos especialistas de que haja uma explosão de registros da doença no pós-Carnaval.

A média móvel semanal saiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no dia 4 de fevereiro, último dado disponível no painel da Secretaria Municipal da Saúde.

Se considerados períodos anteriores, o salto é ainda maior. Em relação a 24 de dezembro de 2023, data em que foram registrados 91 casos, por exemplo, o aumento é de 344%.

Laboratórios e hospitais também registraram alta da taxa de testes positivos de Covid. Segundo a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), janeiro deste ano fechou com um índice de 26% de confirmação, o dobro do computado no mesmo mês de 2023 (13%).

No Hospital Albert Einstein (SP), a alta de testes positivos nas cinco primeiras semanas deste ano foi de 43% (707 contra 1.013) em relação ao mesmo período de 2023.

Segundo Wallace Casaca, coordenador da plataforma Infotracker, há um aumento consistente de casos desde o final do ano passado. Os dados disponíveis não indicam alta de internações ou mortes.

“A gente espera um pico de casos de Covid nas próximas semanas. Bem menor, bem menos grave do que vimos em anos anteriores, devido à vacinação, mas teremos um boom, sem dúvida.”

A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas (SP), tem avaliação parecida. “Agora, no pós-Carnaval, vai ser uma explosão de casos, felizmente sem gravidade”, diz.

Segundo Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), as aglomerações do Carnaval sempre provocam uma alta no número de casos quando já existe uma onda em curso.

“Se tem uma tendência de aumento, com a circulação aumentada do vírus, a proximidade entre as pessoas potencializa a transmissão e deve acelerar um pouco no pós-Carnaval.”

Embora a Covid não seja mais uma emergência de saúde desde 2023, e, com a alta taxa de vacinação pacientes com a doença tem sintomas cada vez mais leves, parecidos com uma gripe ou sinusite, o Ministério da Saúde diz que o protocolo a ser seguido permanece o mesmo.

De acordo com a nota mais recente, medidas como isolamento, uso de máscaras e higienização sanitária seguem importantes, “principalmente para aquelas pessoas em maior risco para desenvolver doença grave, e para reduzir as chances do desenvolvimento de condições pós-Covid com cada nova infecção”.

O último Boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado na quinta (8), mostra aumento no número de novos casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) associados à Covid-19 em vários estados da região Norte, especialmente no Amazonas e no Tocantins, e no Mato Grosso (Centro-Oeste).

A análise é referente à semana epidemiológica 5, de 28 de janeiro a 3 de fevereiro, e tem como base os dados inseridos no Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe) até o dia 5 de fevereiro.

De acordo com a análise, apesar de haver um sinal de possível desaceleração do crescimento entre os idosos no Pará, isso não ocorre entre as crianças e os adultos jovens, faixas nas quais segue o aumento.

Segundo Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, a recomendação para as pessoas de grupos de risco (de idade avançada ou que tenham alguma imunossupressão, por exemplo) é não pular Carnaval.

“Fica em casa, curte os desfiles pela TV, escuta pelo rádio, para não correr o risco de acabar se expondo e eventualmente desenvolver um caso grave.”

Para Wallace Casaca, o principal fator associado à alta de casos é a circulação de novas variantes do coronavírus.

De acordo com a plataforma de sequenciamento mantida pela Fiocruz, as subvariantes da Ômicron que estão levando a essa rápida escalada são as do grupo JD e a do grupo JN.

“Pela tendência, a JN.1 [descendente da variante Pirola, que é a BA.2.86), e subvariantes derivadas desse grupo têm ultrapassado as demais na corrida da transmissão”, afirma Casaca.

A cepa é também a que mais está em circulação nos Estados Unidos. Detectada pela primeira vez no país em setembro do ano passado, a JN.1 foi responsável por 44% dos casos de Covid em meados de dezembro, muito acima dos cerca de 7% registrados no final de novembro, segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), agência do governo americano.

Sem investir o mínimo, Estado acumula dívida de R$ 6 bi e impõe caos na Saúde

Sem investir o mínimo, Estado acumula dívida de R$ 6 bi e impõe caos na Saúde - Foto: reprodução
Sem investir o mínimo, Estado acumula dívida de R$ 6 bi e impõe caos na Saúde – Foto: reprodução

O governo de Minas Gerais não tem investido os valores mínimos determinados em lei na saúde do Estado. Nem mesmo no pior ano da pandemia, em 2021, quando os hospitais ficaram lotados e cerca de 44 mil pessoas morreram, os 12% do orçamento exigidos pela Lei Complementar Nº 141 foram empenhados. Naquele ano, o Estado ficou devendo para a rede R$ 1,2 bilhão, enquanto pacientes com quadros graves de Covid-19 tiveram que ser transferidos do interior de Minas para São Paulo por falta de leito de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Esse subfinanciamento do sistema não é de hoje: de 2009 a 2020, o governo acumulou uma dívida de R$ 6,7 bilhões com as secretarias municipais de saúde. Um dinheiro garantido na legislação, prometido no orçamento apresentado pelo próprio governo, não pago e que fez muita falta na ponta ao refletir em desassistência para a população. O Governo informou que “está colocando as contas da saúde em dia”.

Até outubro de 2023, 65.881 pessoas morreram no Estado por agravo da Covid-19, segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A maioria das vítimas, 67%, morreu em 2021. No ano em que o mundo vivia uma força-tarefa para vencer a pandemia, o Executivo Estadual destinou menos de 50% da verba prometida para investimento nos temas: “Enfrentamento ao Coronavírus”; “Combate Epidemiológico ao Coronavírus” e “Prevenção ao Contágio e Enfrentamento ao Coronavírus (Covid -19)”. É o que está registrado no Relatório Anual de Gestão (RAG) do Governo.

“A ausência de investimento adequado para um atendimento imediato, tão necessário naquele momento, é uma constatação grave. A demora na alocação de recursos para a compra de equipamentos essenciais, como máscaras e respiradores hospitalares, e outras ações pertinentes, gerou um cenário desafiador”, afirma o deputado Lucas Lasmar (REDE), o parlamentar que mais enviou ofícios à SES em 2023.

Ele destaca a falta de leitos de UTI Adulto e Neonatal – como aconteceu em São Sebastião do Paraíso, no Sudoeste de Minas, que teve que transferir pacientes com Covid-19 para São Paulo – como a principal lacuna da saúde pública de Minas Gerais até hoje. “Essa situação se reflete em milhares de vidas perdidas em todo o Estado pela insuficiência desses leitos”, alerta.

Em Governador Valadares, na região do Rio Doce, duas idosas, uma de 82 anos e outra de 67, morreram na mesma semana à espera de uma vaga de UTI em março de 2021. Segundo a prefeitura, os leitos públicos estavam ocupados em 100%, e as pacientes não resistiram às complicações da doença sem o atendimento adequado. Em nota, à época, a prefeitura lamentou o caso e disse que houve tratamento e assistência “dentro das possibilidades da instituição”.

Mas, assim como pontuou o deputado, o problema não terminou com o fim da pandemia. Sem que os investimentos na saúde resolvessem o problema dos leitos, em outubro de 2023, Élcia Elizabeth Canuto Araújo, de 54 anos, perdeu o pai, Antônio Canuto Fernandes, de 88, na sala de espera por uma vaga de UTI em Barbacena, no Campo das Vertentes. O problema não era Covid-19, e sim uma prótese mal colocada no quadril. Ela conseguiu na Justiça que o pai colocasse a prótese, e, com a rejeição da peça, buscou no tribunal, outra vez, a internação para o tratamento da infecção. Mas, quando Antônio piorou, não teve leito de UTI a tempo. 

“Ele passou mal no dia 11 (de outubro), começou a vomitar e aspirou um pouco de líquido para o pulmão. Ficamos na sala vermelha, à espera. Lá, deveria ter uma UTI, mas não estava funcionando. No dia 12, meu pai teve uma parada cardíaca, não aguentou e faleceu na sala de espera mesmo”, lamenta a filha, relembrando o trauma. “No hospital, fizeram o que podiam. Se tivesse UTI, talvez meu pai estaria vivo agora. Eu só queria que as autoridades olhassem para esse problema”, continua.  

Segundo dados do sistema SusFácil, o pai de Elcia é um dos 346 pacientes que morreram enquanto aguardavam vaga de UTI de janeiro a novembro de 2023 na macrorregião Centro-Sul do Estado – que engloba Barbacena e outros 50 municípios com uma população de aproximadamente 800 mil pessoas. Em média, 33 pessoas perderam a vida por mês por falta de oportunidade. Na macrorregião, há um déficit de 19 leitos de UTI adulto e 9 de UTIs pediátricas, de acordo com levantamento do superintendente regional de Saúde de Barbacena, Renato dos Reis.

Ciclo vicioso: dívida, subfinanciamento e assistência limitada 

Como em um ciclo vicioso, o saldo negativo cresce a cada ano. De 2019 a 2022, o Estado deixou de restos a pagar da Saúde cerca de R$ 9,5 bilhões. Nesse levantamento, estão incluídas dívidas do Estado com hospitais, farmácias e municípios, por exemplo. Dados do Portal da Transparência, de novembro de 2023, constam um acréscimo na dívida de R$ 111,2 milhões em empenhos não pagos ao longo do ano passado – isso, só para 29% das cidades de Minas. “A projeção da dívida com os 853 municípios, apenas na área da saúde, é muito maior”, acrescenta Lucas Lasmar. 

Na prática, mesmo com as parcelas pagas do Fundo Estadual de Saúde –  R$ 1,7 bilhão de 2021 até o fim de 2023 –, o  déficit com os municípios só cresce. “Como esse fluxo de gasto em saúde permite que fiquem restos a pagar, os valores não liquidados no ano em curso vão para o ano seguinte. A base não é cumprida e vai enrolando, acumulando despesas ao longo do século. É uma forma de burlar o piso”, explica Eli Iola Gurgel, especialista em Economia da Saúde e professora da Faculdade de Medicina da UFMG.

Na compreensão do Governo do Estado, no entanto, o mínimo constitucional está sendo cumprido pelo terceiro ano consecutivo, “com aplicação de 12,18% da arrecadação total de impostos estaduais na saúde em 2023”, informou. O investimento, no entanto, não termina de ser pago. 

Mesmo não se concretizando, como o valor autorizado para o ano respeita os 12%, o Estado não é penalizado com a suspensão de transferência de outros impostos, como prevê a legislação. “O mínimo constitucional deveria considerar como investimento em saúde o valor efetivamente pago, não apenas o empenhado (prometido). O Tribunal de Contas do Estado, por exemplo, só considera gastos mínimos em saúde pelas prefeituras aquilo que foi efetivamente pago. É por isso que temos diversos prefeitos e prefeitas inelegíveis”, analisa Lucas Lasmar.

Ele lembra que, na época do governo Aécio Neves, despesas de saneamento eram contabilizadas como saúde, o que fazia com que o investimento na área ficasse maior. “Isso foi proibido, mas hoje se usa a estratégia de empenhar o valor. Uma preocupação adicional é que o empenho pode ser cancelado posteriormente, gerando percentuais fictícios”, acrescenta. A assessoria do deputado federal Aécio Neves foi procurada para falar sobre o tema mas, até o fechamento desta edição, não havia se pronunciado. 

De acordo com a especialista Eli, o não cumprimento do orçamento se tornou um mau hábito que inviabiliza investimentos maiores no futuro. “A manobra é a seguinte: como você não gastou todo o planejado com a saúde no ano, como ficaram restos a pagar, na discussão do orçamento do ano seguinte, você não vai aumentar o orçamento, porque vai entender que não precisa. Vira um ciclo que não deixa completar os 12% da lei. É difícil até para medir a necessidade de investimento”, avalia. 

Foi a falta do cumprimento do investimento mínimo na saúde do Estado que fez o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) reprovar os Relatórios Anuais de Gestão da SES-MG de 2019 a 2021, além de aprovar o de 2022 com ressalvas. O Conselho faz parte da fiscalização dos gastos do Governo com o SUS. Segundo o coordenador da Câmara Técnica de Orçamento e Finanças do CES, Erli Rodrigues, o imbróglio é maior pela falta de transparência com a dívida. 

“O que o Governo tem feito é, quando chega dezembro, empenha os valores que estão faltando, mas não liquida, não se compromete a pagar. No entendimento da lei 141, ou liquida o valor ou separa os recursos. Se não, vira uma bola de neve”, diz. “Não basta falar que o dinheiro existe, tem que provar. Nós pedimos o extrato do recurso que está em caixa, e recebemos a resposta que é informação sigilosa. Isso deveria estar no Portal da Transparência. Se o recurso entra para o caixa geral, não tem como saber o que dali é da Saúde”, continua o coordenador. 

Reflexos do subfinanciamento da Saúde no pós-pandemia

Rodrigues chama atenção para as complicações que o Sistema Único de Saúde (SUS) está enfrentando pela falta de financiamento, problema que aumentou no pós-pandemia. “O Estado não conseguiu exercer o mínimo, os serviços pararam, as cirurgias eletivas pararam, a atenção básica ficou por conta da Covid. Agora, estamos com um reflexo de casos mais graves de saúde com dificuldade de assistência. Estamos entre os 25 piores Estados em investimento em saúde”, afirma.

Para o deputado Lucas Lasmar, o principal prejudicado é o cidadão. “Essa situação resulta em uma ineficiência na execução das políticas públicas. Geralmente, os cortes mais significativos ocorrem na Atenção Básica, e os municípios assumem o ônus para evitar a interrupção do atendimento. Mas o fornecimento de medicamentos e a realização de exames também são suspensos, incluindo procedimentos como cateterismos, tomografias e mamografias. Mesmo com os pagamentos em dia, tais recursos são frequentemente insuficientes para atender à demanda da população no tempo adequado”, denuncia. 

Insuficiência de verba força municípios a assumirem déficit 

Uma vez que falta recurso estadual, os municípios são forçados a oferecer mais do que o planejado. A especialista Eli Iola Gurgel cita que as Secretarias de Saúde Municipais estão se responsabilizando cada vez mais com a saúde local quando comparado com os recursos estaduais e federais. “O município está perto das necessidades da população. Ele tem mais controle do que realmente precisa, se é ambulância, médico de atenção básica, consulta especializada. Então, a secretaria municipal briga mais frequentemente com a prefeitura pelo investimento. A partir dos anos 2000, muitas cidades vêm gastando mais do que os 15% da lei, enquanto o Estado ocupa uma posição mais confortável”, analisa. 

O deputado Lucas Lasmar foi Secretário Municipal de Saúde da cidade de Oliveira, na região Centro-Oeste do Estado, de 2017 a 2022. Durante a pandemia, ele se viu forçado a agir sozinho. “Na época, tive que realizar diversas ações com os recursos próprios do município e do Fundo Municipal de Saúde (FMS), porque tanto o Estado quanto o Governo Federal demoraram para disponibilizar recursos para que os municípios pudessem adaptar as Unidades Básicas de Saúde, criar leitos de UTI e enfermarias de isolamento nos Hospitais Filantrópicos”, conta. De acordo com o monitoramento da dívida pela SES-MG, o Estado deve à Oliveira R$ 21,8 milhões de valores do orçamento que não foram repassados. 

A situação é a mesma em Muriaé, na Zona da Mata, para a qual o Estado deve R$ 46,1 milhões em valores do orçamento. Segundo atualização da contabilidade do município, 25% (R$ 11,6 milhões) foram quitados. A Secretária de Saúde de Muriaé, Luiza Agostini de Andrade, conta do processo interno de controle da verba estadual para melhor aproveitamento diante das circunstâncias. “Realizamos a previsão da receita no orçamento com base nos valores fixos recebidos pelo Estado no ano de anterior, e aguardamos o pagamento das parcelas que são atreladas a programas específicos, como a Assistência Farmacêutica, por exemplo, que tem receita por bimestre”, diz. 

Mesmo assim, é o município que “segura as pontas”, segundo relato da secretária Luiza. “Tentamos aguardar a receita começar a ser repassada ao município para iniciar seus gastos, porém, neste período que aguardamos os recebimentos, utilizamos os superávits financeiros e o recurso próprio do município”, afirma.

Quando os valores finalmente caem na conta de Muriaé, já chegam comprometidos. “São investimentos em Atenção Básica à Saúde e média e alta complexidade, com o intuito de realizar exames, aquisição de insumos, mobiliários, realizar cirurgias e etc.”, enumera Luiza Agostini de Andrade. 

A reportagem tentou contato com o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais e aguarda retorno. 

O que diz a SES-MG na íntegra?

“A Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais (SES-MG) informa que está colocando as contas da saúde em dia, com o pagamento simplificado e ampliado da dívida com os municípios e com as instituições filantrópicas. Além disso, a atual gestão mantém o cumprimento do mínimo constitucional pelo terceiro ano consecutivo, com aplicação de 12,18% da arrecadação total de impostos estaduais na saúde em 2023.

O Acordo do Fundo Estadual, que rege a dívida do Estado com os municípios, é de R$ 6,7 bilhões, dos quais foram pagos R$ 1,7 bilhão até o momento — sendo R$ 394 milhões em 2021, R$ 659 milhões em 2022 e R$ 743 milhões em 2023.

Além disso, em setembro de 2023, o governador Romeu Zema e a Assembleia Legislativa de Minas Gerais assinaram Termo Aditivo que regulamenta a transposição e transferência de saldos constantes e financeiros provenientes de repasses, parcerias e convênios firmados com a SES-MG, o que significa que os recursos que anteriormente só poderiam ser gastos para um fim específico podem ser utilizados pelo município de acordo com a sua necessidade na área da saúde.

Para dar mais flexibilidade no pagamento, o valor da dívida com os hospitais filantrópicos foi retirado do Acordo e, em 2023, foram repassados R$ 266,3 milhões a 191 instituições. O restante, R$ 197 milhões, será pago ainda em 2024, antecipando para menos de um ano o pagamento da dívida, que era previsto até outubro de 2030. Os recursos são referentes à dívida do Pro-Hosp, ao Encontro de Contas e Câmara de Compensação (extrapolamento) e aos saldos referentes aos débitos de entidades.

Além do pagamento da dívida, a SES-MG vem cumprindo mensalmente os valores repassados aos hospitais, por meio dos programas Valora Minas e Opera Mais, maior política de cirurgias eletivas da história do estado.”

Via: O Tempo

Calor mata? Entenda caso de jovem que morreu após passar mal em show na noite desta sexta-feira

Ana Clara Benevides, 23 anos, morreu após passar mal em meio a uma multidão durante show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro

A estudante Ana Clara Benevides, de 23 anos, morreu após ter passado mal durante o show da cantora Taylor Swift realizado nesta sexta-feira (17/11), no Rio de Janeiro – Foto: Redes sociais

De acordo com uma amiga que a acompanhava, Ana Clara desmaiou ainda no início do show, na segunda música, e recebeu os primeiros socorros no evento. Em seguida, foi transferida em ambulância para um hospital público da cidade.

A secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro afirmou que Ana Clara morreu em decorrência de parada cardiorrespiratória. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) poderá esclarecer mais detalhes sobre as circunstâncias da morte.

Calor mata?

O calor extremo pode ser fatal para os seres humanos, pois o nosso organismo funciona em uma faixa muito limitada de temperatura interna, entre 36ºC e 37ºC.

Quando o ambiente se torna excessivamente quente, a única forma que o corpo tem de ajustar a temperatura interna é suando – isso, porém, acelera processos de desidratação.

“O calor leva à perda excessiva de líquido e sais minerais pela pele, então há um aumento no risco de distúrbio hidroeletrolítico no sangue e de desidratação. Além disso, as altas temperaturas causam vasodilatação, exigindo que o coração tenha que fazer muito mais esforço para bombear o sangue para os membros do corpo”, explicou a endocrinologista Deborah Beranger, do Rio de Janeiro.

Mais vulneráveis

Os mais vulneráveis ao calor extremo são as crianças e os idosos, pois eles têm maior dificuldade em regular a temperatura corporal. Pessoas que têm alguma doença cardíaca, como pressão alta ou insuficiência cardíaca, também correm risco de perder a vida durante eventos de calor excessivo.

O fato de estar em meio a uma multidão e sem liberdade de movimentos pode ter contribuído para a morte de Ana Clara. Quando há muitos corpos em contato no ambiente, a transpiração pode perder sua eficácia para a regulação da temperatura. Além disso, os vasos circulatórios dilatados pela temperatura exigem mais ar para manter o corpo. Ou seja, além do calor, ela pode ter enfrentado falta de ar e desidratação no espaço.

O cardiologista e médico do esporte Ricardo Contesini, de São Paulo, alerta que o calor combinado à desidratação provoca sintomas neurológicos, como alucinação e convulsão; estomacais, como náuseas e vômitos; e cardíacos, como desmaio e pressão baixa.

“Ocorre reação generalizada. O corpo manda mais sangue para a pele tentando abaixar a temperatura, e isso tira sangue de órgãos fundamentais. Além disso, com o excesso de suor, o corpo perde água, sódio e outros minerais, o que leva à desidratação e potencial falência do rim”, alerta o médico.

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