Caps de Piumhi promovem palestra sobre saúde mental do trabalhador – Foto: divulgação
Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps AD e Caps 2) realizaram nesta semana uma palestra sobre a saúde mental do trabalhador, com abordagem da importância do tema nas empresas. A iniciativa faz parte da campanha “Janeiro Branco”.
Segundo informações da prefeitura, o evento aconteceu em uma empresa local e contou com a participação de cerca de 20 pessoas, com a temática “O que fazer pela sua saúde mental agora e sempre – de janeiro a janeiro”.
A coordenadora dos Caps, Sandra Síris, destacou a relevância de criar espaços de diálogo dentro das organizações para promover a qualidade de vida no trabalho. “É essencial que os ambientes corporativos se tornem aliados na promoção da saúde mental. Quando cuidamos dos trabalhadores, estamos cuidando também do bem-estar coletivo e da produtividade,” afirmou.
Ações
Segundo a coordenadora, além da palestra, os profissionais do Caps e Caps 2 têm desenvolvido outras atividades para conscientizar tanto a população quanto os usuários assistidos pelas unidades sobre a importância do cuidado com a saúde mental, além de participarem de entrevistas em meios de comunicação para ampliar o alcance da campanha e informar a população sobre os serviços oferecidos.
“O tema deste ano convida a sociedade a refletir e agir continuamente em prol da saúde mental. A campanha Janeiro Branco, reconhecida em todo o país, tem como objetivo principal promover uma cultura de prevenção e cuidado com o bem-estar emocional, reforçando que a saúde mental é uma prioridade durante o ano inteiro”, ressaltou Sandra.
A coordenadora reforçou ainda o compromisso das unidades em expandir essas iniciativas: “Nosso papel é sensibilizar e criar redes de apoio que transcendam o período da campanha. A saúde mental deve ser valorizada em todos os momentos da vida”, disse.
Caps de Piumhi promovem palestra sobre saúde mental do trabalhador – Foto: divulgação
Saúde Mental em Minas: Centros de Atenção Psicossocial oferecem atendimento especializado a jovens vítimas de bullying – Foto: reprodução
No Centro de Atenção Psicossocial (Caps) infantojuvenil de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Núbia da Silva compartilha sua experiência com a filha Maria Clara, de 17 anos.
“O bullying sofrido na escola foi um gatilho para a Maria. Ela era uma pessoa que quando chegava, a alegria chegava junto. Mas passou a ficar muito tempo isolada, sem sair do quarto e usando o celular excessivamente”, conta.
Maria Clara também começou a apresentar comportamento agressivo e, ao ter uma grave crise de descontrole, os pais decidiram buscar ajuda profissional.
Para Núbia, o atendimento no Caps foi essencial não apenas para lidar com a crise da filha, mas também para que aprendessem a lidar melhor com a situação.
“Fomos ouvidos e acolhidos, e a Maria segue em acompanhamento até que seu quadro se estabilize. Mas percebo que ela já consegue avaliar melhor as situações e se comportar de forma menos intempestiva”, relata.
Minas Gerais conta com 444 Caps, constituídos por equipes multiprofissionais. Desse total, 60 são voltados exclusivamente para o atendimento de crianças e adolescentes em situação de crise devido a transtornos mentais graves e persistentes, como, por exemplo, os gerados por situações de bullying.
O encaminhamento de jovens em sofrimento mental para uma unidade do Caps segue uma lógica de cuidado integrado à estrutura da Raps, garantindo acesso organizado e humanizado aos diferentes níveis de atenção, conforme a complexidade das necessidades.
Taynara esclarece que o fluxo natural de atendimento começa na Atenção Primária à Saúde (APS), onde equipes multiprofissionais avaliam os casos e encaminham pacientes com transtornos graves ou sofrimento intenso.
“Chegando ao Caps, uma equipe multiprofissional desenvolve um Projeto Terapêutico Singular (PTS) e articula o cuidado com outros serviços, como leitos hospitalares para os casos de crises. Essa estrutura integrada garante assistência contínua e adequada às necessidades de cada paciente em seu território”, detalha.
Sinais de alerta
Psicóloga do Caps de Santa Luzia, Roberta Pereira destaca que mudanças de comportamento em crianças e adolescentes precisam ser avaliadas cuidadosamente.
“Nos casos de bullying, o paciente pode apresentar humor deprimido, comportamento choroso, heteroagressividade ou autoagressividade. A queda no rendimento escolar também é um sinal de alerta, especialmente quando a criança ou adolescente tem dificuldades para expressar suas emoções”, explica.
A profissional reforça a importância do acompanhamento, já que o bullying nem sempre é identificado de imediato.
“O acompanhamento do paciente, que pode incluir atendimentos individuais, atividades em grupo e visitas domiciliares, é fundamental para compreender o que está prejudicando o comportamento da criança ou do adolescente”, afirma.
Seguindo o fluxo da Raps, após a estabilização do paciente, o Caps coordena a continuidade do cuidado no território da pessoa assistida, integrando ações com a APS.
Prevenção
A mãe da Maria Clara ressalta, ainda, que a atenção com os jovens não deve se limitar a identificar situações de bullying, mas prevenir que adotem esse comportamento contra colegas.
“Nenhuma criança ou adolescente merece passar por isso. É nosso dever protegê-los e orientá-los”, pontua Núbia.
Fortalecimento da Raps
Para fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial no território mineiro, o Governo de Minas, por meio da SES-MG, investiu R$108 milhões entre janeiro e novembro de 2024.
Os recursos são destinados ao custeio e à implementação não apenas dos Caps, mas também dos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Leitos Hospitalares de Saúde Mental, Unidades de Acolhimento Adulto (UAA) e Infanto Juvenil (UAI), Equipes de Consultório na Rua (eCR) e Centros de Convivência e Cultura (CCC).
Polícia Civil lança campanha Janeiro Branco em prol da saúde mental – Imagem: divulgação/PCMG
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) lançou na última segunda-feira (6), a campanha Janeiro Branco, com o tema “Quem cuida da mente, cuida da vida!”. A iniciativa tem como objetivo conscientizar indivíduos, instituições, sociedades e autoridades sobre as necessidades relacionadas à saúde mental.
O Janeiro Branco é um movimento social que visa à promoção da saúde mental e reforça a importância do autocuidado.
Segundo o INSS, Janeiro Branco é uma campanha ao estilo da Campanha Outubro Rosa e da Campanha Novembro Azul. O seu objetivo é chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas e das instituições humanas.
Por que Janeiro branco?
Porque, no primeiro mês do ano, em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a pensarem em suas vidas, em suas relações sociais, em suas condições de existência, em suas emoções e em seus sentidos existenciais. E, como em uma “folha ou em uma tela em branco”, todas as pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida.
Polícia Civil lança campanha Janeiro Branco em prol da saúde mental – Imagem: divulgação/PCMG
Polícia Civil lança campanha Janeiro Branco em prol da saúde mental – Imagem: divulgação/PCMG
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