Distrito e cidade de MG registram as menores temperaturas do país hoje – Foto: reprodução
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que as menores temperaturas registradas no Brasil nesta quinta-feira (6) foram no Brasil. O distrito de Monte Verde, e a cidade de Maria da Fé, encabeçam a lista.
Conforme os dados atualizados até as 7h desta quinta, Monte Verde registrou 11,1ºC, enquanto Maria da Fé teve 11,2ºC. As duas localidades ficam no Sul de Minas.
As outras localidades com as menores temperaturas foram Campos do Jordão, em São Paulo, também com 11,2ºC, e a estação de Nova Friburgo, em Salinas (RJ), com 12,2ºC.
Foto mostra grama tomada pelo gelo na cidade de Monte Verde – Foto: Nelson Pacheco
Minas Gerais registrou temperaturas negativas na madrugada desta terça-feira (27 de agosto) em pelo menos duas cidades do Sul do Estado. Em Delfim Moreira, uma estação particular chegou a registrar impressionantes -6,1º C. Nas estações oficiais do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a menor temperatura registrada ocorreu em Monte Verde, onde os termômetros marcaram -1,7º C.
Na noite da última segunda-feira (26), o órgão federal alertou a população de mais de 70 municípios mineiros para o risco de geadas. Porém, o aviso previa temperaturas de até 3º C entre 3h e 8h, enquanto os dois municípios acabaram marcando temperaturas negativas.
Na manhã desta terça, o Inmet divulgou em suas redes sociais as menores temperaturas registradas no Brasil, sendo que Monte Verde aparece na 5ª posição.
Confira um vídeo da geada em Monte Verde:
Segundo o órgão, ele só divulga as informações referentes às suas estações meteorológicas. Porém, no site do instituto federal é possível acessar as informações de todas as estações meteorológicas do país.
Foi justamente em um destes equipamentos particulares, instalado na região do Charco, bairro localizado no alto da serra da Mantiqueira em Delfim Moreira, que os termômetros registraram -6,1º C.
Mas não foi só no Sul de Minas que a população sofreu com as baixas temperaturas. Em Belo Horizonte, a sensação térmica chegou a -7,4º C na estação do Cercadinho, na parte mais alta do município.
População pode esperar mais geadas na quarta (28)
Ainda de acordo com o Inmet, as baixas temperaturas deverão permanecer por pelo menos mais um dia na região Sul de Minas Gerais. O fenômeno foi provocado pela chegada de uma frente fria, que deverá perder forças após a chegada ao continente.
Com isso, pelo menos até esta quarta-feira (28 de agosto), Minas poderá registrar geadas.
Previsão indica que agosto será mais quente que o normal em MG – Foto: reprodução
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou a previsão para o mês de agosto em Minas Gerais. A tendência é de que o mês seja mais quente que o normal. O tempo seco também deve persistir.
Conforme o instituto, os modelos meteorológicos indicam menos episódios de frio no Estado. As chuvas tendem a ficar dentro do esperado, ou seja, a ausência ou índices baixos, uma vez que o auge da estação seca em Minas Gerais corresponde ao trimestre junho a agosto.
Por isto, as características climáticas de agosto são muito parecidas com as de julho, como predomínio de céu claro, grande amplitude térmica diurna (manhãs frias e tardes quentes) e umidade do ar abaixo de 30%. Caso ocorram as raras chuvas, isso só será possível se frentes frias conseguirem furar o bloqueio atmosférico no Estado.
Na faixa leste de Minas Gerais, a formação de nevoeiro ao amanhecer é recorrente. Na região serrana do Sul de Minas, há formação de geada durante os episódios frios ou quando há grande perda radiativa, decorrente do céu claro e de umidade relativamente baixa durante as primeiras horas do dia.
Em algumas cidades do Norte do Estado não chove há 119 dias. A estação seca neste ano iniciou antecipadamente em Minas Gerais. Em Belo Horizonte, por exemplo, a última chuva foi há 104 dias.
Cidade do Sul de Minas fica entre as mais frias do país – Foto: Monte Verde/reprodução
Cidade turística que atrai visitantes em busca de frio, Monte Verde, no Sul de Minas, fez jus à fama e, entre a madrugada e a manhã desta segunda-feira (03), registrou uma das menores temperaturas do período no país.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros marcaram 7,2°C no município, deixando Monte Verde em sexto lugar no ranking nacional das cidades mais frias.
Menores temperaturas registradas no Brasil entre a madrugada e a manhã desta segunda-feira:
1ª – Canguçu (RS): 6°C 2ª – Caçapava do Sul (RS): 6,1°C 3ª – Santana do Livramento (RS): 6,5°C 4ª – Jaguarão (RS): 6,5°C 5ª – Bagé (RS): 6,9°C 6ª – Monte Verde (MG): 7,2°C
O frio continuará em Monte Verde nos próximos dias, com as temperaturas variando de 8°C a 21°C até sexta-feira (07/06), conforme previsão do Instituto Climatempo:
Terça-feira (04/06): de 8°C a 18°C Quarta-feira (05/06): de 9°C a 19°C Quinta-feira (06/06): de 8°C a 20°C Sexta-feira (07/06): de 8°C a 21°C
El Niño promete chuva e calor de até 2°C acima da média em MG – Foto: reprodução
Minas pode ter chuva até 100 mm e temperatura até 2°C acima das médias históricas nos primeiros três meses do ano devido ao El Niño 2023/2024, que já está entre os cinco mais intensos registrados desde 1950.
O relatório de tendência climática elaborado pelo Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), prevê que a maior parte do estado fique com até 1°C acima da média histórica, podendo chegar a 2°C no extremo norte mineiro, como nas regiões Norte de Minas e Jequitinhonha.
O motivo é a continuidade do El Niño, o fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por anomalias positivas da Temperatura da Superfície do Mar (TSM), com águas mais quentes no Oceano Pacífico Tropical Centro-Oriental, próximo à costa oeste da América do Sul.
“Vale ressaltar que o El Niño 2023/2024 já está entre os cinco mais intensos já registrados (desde 1950) e a tendência é que persista influenciando no clima por toda a estação do Verão, ou seja, até o final de março de 2024”, afirma o meteorologista do Simge Heriberto dos Anjos.
Em relação às chuvas no primeiro trimestre de 2024, a tendência é que a porção norte do estado (Noroeste, Norte de Minas e Jequitinhonha) apresente mais precipitações, com cerca de 50 mm a 100 mm acima da média. Nas outras regiões de Minas, a previsão é de chuvas dentro da normalidade.
Segundo o Simge, e importante ressaltar que o El Niño contribui para uma atmosfera mais aquecida em todo o país, com destaque para o Norte, interior do Nordeste e boa parte do Centro-Oeste do Brasil, onde devem registrar temperatura acima de 2°C. No extremo sul da Região Sul do Brasil, a tendência é de temperatura ligeiramente acima ou dentro da normalidade.
Para a porção norte do Sudeste brasileiro, que inclui o norte de Minas (Noroeste, Norte de Minas e Jequitinhonha), além dos estados do Tocantins e norte do Mato Grosso, a previsão é de chuvas entre 50 mm e 100 mm acima da média histórica. Nas demais regiões do estado de Minas Gerais e em boa parte do Norte, Centro-Oeste e Sul do Brasil, a previsão é precipitações dentro da normalidade. Nos estados de Roraima, Amapá, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul as chuvas devem ficar abaixo da média, entre 50 mm e 100 mm. (Clic Folha)
El Niño ainda atingirá seu pico do ano em dezembro, diz meteorologista – Foto: Reprodução/Internet
A meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp, Ana Ávila, disse em entrevista que o El Niño – fenômeno sazonal responsável por promover um aquecimento atípico das águas do Oceano Pacífico equatorial – ainda atingirá seu pico deste ano em dezembro. “A temperatura das águas vai ficar cerca de 2,5°C acima do esperado. E os modelos indicam que até junho do ano que vem a gente deve ter o El Niño em curso.”
O El Niño favorece a ocorrência de ondas de calor porque as frentes frias ficam bloqueadas no sul do país e não conseguem avançar, explicou a meteorologista. “Outra questão é que o aquecimento das águas no Oceano Pacífico ajuda a aquecer a atmosfera em termos globais.”
Uma onda de calor, segundo definição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ocorre quando há temperaturas de pelo menos 5ºC acima da média da região para o período, durando no mínimo três dias consecutivos.
Ainda segundo as previsões do Cepagri, a onda de calor na Região Metropolitana de Campinas (RMC) deve continuar até sábado (18). A partir de domingo (19), a expectativa é que as temperaturas comecem a cair.
Negacionismo
Por conta da onda de calor observada nos últimos dias, o Ministério da Saúde disponibilizou uma página especial com recomendações e informou que correm risco todas as pessoas, mas especialmente idosos, crianças, diabéticos, gestantes, a população em situação de rua e aqueles com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação.
Entre negacionismos e visões apocalípticas, o fenômeno tem gerado ampla repercussão midiática e debates nas redes sociais sobre a relação dele com as mudanças climáticas. Afinal, do ponto de vista científico, é possível estabelecer com razoabilidade esse vínculo?
O meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri, explica haver um ramo das ciências atmosféricas que busca responder justamente a relação das ondas de calor e as mudanças climáticas. É a chamada ciência da atribuição climática, que estuda o impacto da atividade humana na probabilidade de ocorrência de fenômenos específicos. Os pesquisadores utilizam recursos de simulação computacional para investigar se determinados eventos ocorreriam ou não – e, se ocorreriam, com que magnitude – sem a influência antropogênica no clima.
“Os estudos costumam apontar que as ondas de calor podem ter uma relação bastante íntima com as mudanças climáticas. Em geral, as pesquisas mais conclusivas quanto a essas atribuições são relativas às ondas de calor. Então, é uma das principais hipóteses que a gente tem para explicar esse calor extremo. Mas claro que temos outros fatores em jogo, como o El Niño”, esclarece Bainy.
O meteorologista explica ainda que o momento atual coincide com uma fase da chamada oscilação de Madden-Julian. “É um mecanismo de variabilidade climática que dura algumas semanas. E há ciclos. Algumas fases tendem a deixar a parte leste do país mais seca, como é o caso agora. E outras fases tendem a promover chuvas mais volumosas, como é o esperado a partir do final de semana.”
Copos de água são distribuídos gratuitamente durante onda de calor em MG – Foto: João Daniel Alves
Uma iniciativa ‘para lá’ de refrescante durante a onda de calor. Em Poços de Caldas (MG), copos de água mineral estão sendo distribuídos gratuitamente, principalmente para a população mais vulnerável, assim como crianças e idosos. É só chegar, pegar e se hidratar!
Segundo os organizadores da ação, só nesta segunda-feira (25) foram mais de 1,5 mil copos de água mineral distribuídos no Centro da cidade.
Para esta terça (26), a previsão é que sejam mais 2 mil unidades entregues aos pedestres, além da oferta de frutas como melancia e abacaxi — frutas que possuem alto teor de água na composição e colaboram com a hidratação do corpo ao serem ingeridas.
Copos de água são distribuídos gratuitamente durante onda de calor em MG – Foto: reprodução
O local escolhido foi o Centro de Poços de Caldas, próximo a Avenida Assis Figueiredo. O ponto foi estrategicamente selecionado para alcançar o maior número possível de pessoas. Crianças, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade social serão o foco principal da iniciativa.
A ação é desenvolvida pela Secretaria de Promoção Social, juntamente com a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Isso porque o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho sobre onda de calor para cidades da região, incluindo, Poços de Caldas. Segundo o aviso, há risco à saúde.
Conforme Mauro Barbosa, coordenador da Defesa Civil, é importante ter mais atenção com a hidratação justamente em dias mais secos e de baixa umidade relativa do ar.
“Para as pessoas terem um maior conforto, elas precisam se hidratar, juntamente, usar roupas leves e protetor solar. […] É fundamental se hidratar, bem como ficar em sombra e também usar protetor tanto solar, quanto bonés e chapéus”, explica.
Copos de água são distribuídos gratuitamente durante onda de calor em MG – Foto: João Daniel Alves
Com ações de conscientização sobre a importância da hidratação, os organizadores esperam não apenas fornecer alívio temporário, mas também promover a saúde e o bem-estar a longo prazo e com recomendações como manter hidratação constante, evitar a exposição direta ao sol nos horários mais críticos e umidificar ambientes fechados.
Onda de calor e baixos índices de umidade relativa do ar representam altos risco à saúde de idosos e crianças – Foto: reprodução
Minas Gerais está na lista dos estados que serão mais impactados pela onda de calor que atinge o Brasil, conforme análises de meteorologistas. Além disso, a previsão de temperaturas elevadas nos próximos dias, associada à ausência prolongada de chuvas, faz acender o alerta para perigos como a desidratação, especialmente entre os mais vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com problemas cardíacos, respiratórios ou de circulação, diabéticos e gestantes.
Somados ao calor, os baixos índices de umidade relativa do ar podem impactar a saúde de todos. Neste momento, de acordo com a referência técnica da Diretoria de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Carolina Guimarães, é essencial aumentar a hidratação.
“Principalmente nestes dias de calor intenso e de umidade relativa baixa, é importante se atentar para a ingestão de água, evitando sua substituição por bebidas adocicadas, como refrigerantes, néctares, sucos artificiais e bebidas alcoólicas”, detalha.
Outras recomendações importantes neste período são:
evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h;
utilizar roupas leves, bonés ou chapéus e protetor solar;
deixar as janelas abertas em casa e em veículos sem ar-condicionado;
manter ambientes úmidos com toalhas molhadas, umidificadores de ar ou mesmo baldes com água;
e tomar banhos ligeiramente mornos, evitando a mudança brusca de temperatura.
Além da sede
Onda de calor e baixos índices de umidade relativa do ar representam altos risco à saúde de idosos e crianças – Foto: reprodução
Urina escura, cansaço, pele ressecada e até prejuízo na função renal: a ingestão insuficiente de água faz com que o corpo apresente sinais que vão bem além da sensação de sede e de boca seca. Em caso de transpiração excessiva, fraqueza, tontura, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares e diarreia, é fundamental procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de casa para atendimento.
“Para evitar um possível quadro de desidratação, em geral recomenda-se a ingestão média de dois litros de água por dia. No entanto, essa quantidade pode variar, dependendo da temperatura, atividades que a pessoa realiza e se estará exposta ao sol”, explica Carolina Guimarães.
De acordo com Daniela Dutra, também referência técnica da Diretoria de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade, outro fator a ser considerado na avaliação da quantidade e da frequência de ingestão diária de líquidos é o ciclo da vida em que a pessoa se encontra. No caso dos idosos, por exemplo, recomenda-se uma frequência maior.
“Isso porque, com o avanço da idade, ocorre a redução da sensação de sede, bem como da percepção do calor, além do aumento da perda de líquidos pelo organismo, fazendo com que a desidratação nesse público aconteça de forma mais rápida”, salienta.
Em relação às crianças, é importante que os responsáveis estimulem os pequenos a tomarem água já que eles nem sempre sinalizam aos adultos quando sentem sede. “É muito importante se atentar para os primeiros sinais de sede e satisfazer de pronto a necessidade de água indicada pelo nosso organismo”, reforça ela.
De janeiro a julho de 2023, foram internadas, em unidades de saúde de todo o estado, 2.301 pessoas por desidratação (depleção de volume), sendo 384 crianças de até 9 anos e 1.178 idosos com mais de 60 anos.
Aliados para reforçar a hidratação
Daniela explica, ainda, que frutas e verduras contêm grande potencial complementar na hidratação. “Frutas como melancia, melão, acerola, laranja, mexerica e abacaxi possuem alta composição de água, além de vitaminas e minerais. Sucos e picolés feitos do suco natural de frutas também são uma boa alternativa”, orienta.
Ela ainda reforça que é preciso dar preferência a alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, legumes, hortaliças, cereais, leguminosas e carnes magras. “Especialmente nesses dias mais quentes, recomenda-se evitar alimentos e preparações gordurosas e buscar uma alimentação mais leve e saudável”, conclui a técnica.
Entenda por que a temperatura dos termômetros de rua não são confiáveis – Foto: Redes sociais
Nesses dias de calorão, estão bombando nas redes sociais fotos de termômetros de rua marcando até 43ºC em Passos (MG), mas a temperatura oficial máxima até agora não passou dos 37,5ºC, em São José da Barra (MG), a mesma situação.
Qual a diferença? A meteorologia oficial usa uma casinha branca, o abrigo meteorológico – com venezianas duplas, dentro da qual um termômetro de vidro afere a temperatura oficial de todo país junto com um termômetro digital. As estações meteorológicas das universidades do Brasil e do Inmet seguem padrões internacionais de medição de temperatura para tornar possível a comparação entre um lugar e outro, já que os resultados são obtidos em condições idênticas.
Por que a medição oficial é diferente do relógio digital ali da esquina? Por que um termômetro de rua não é igual ao da quadra seguinte? Vários fatores podem justificar essa variação. Por exemplo, quanto mais próximo da placa de ferro da propaganda estiver o sensor, mais alta a temperatura que ele vai indicar, pois a placa retém calor.
Esses termômetros de rua marcam esses valores extremamente altos na primavera por algumas razões: Eles estão expostos a radiação solar e normalmente são da cor preta: superfícies escuras absorvem mais radiação solar do que superfícies claras. Quem já saiu com uma camiseta preta em um dia de calor forte já deve ter notado!
Os termômetros também apresentam problemas em medidas de temperaturas não só altas como muito baixas. Como ficam expostos ao ar livre, perdem calor mais rapidamente do que os termômetros instalados em abrigos. Dessa maneira, podem apresentar temperaturas bem mais baixas do que se estivessem abrigados.
Eles não estão calibrados. Os termômetros das Estações Meteorológicas estão em constante ajuste e observação. Técnicos podem substituí-lo quando notarem algum funcionamento irregular.
Os termômetros de rua estão instalados em locais não-padronizados. Geralmente estão próximos a grandes avenidas, com grande circulação de pessoas e veículos. Pessoas e veículos emitem calor, alterando as medidas. Os termômetros de estações meteorológicas, além de estarem instalados dentro de abrigos meteorológicos (que permitem uma ventilação controlada, com pequenas frestas), também estão instalados em regiões gramadas. Chuva, ventos, sol, umidade, vibração tudo interfere e alem disso a distancia mínima de prédios e arvores deve ser mínimo de 60m.
Além disso, uma pessoa mal intencionada pode descalibrar propositalmente o termômetro. Por estar na rua, pode sofrer ações de vândalos. Esse termômetro certamente está descalibrado ou com defeito, mostrando um dos problemas de termômetros de rua.
Onda de calor em MG que deve superar os 40°C pode aumentar o risco de incêndios florestais no estado – Foto: Semad / Divulgação
A onda de calor que chega ao Brasil esta semana provocará elevação da temperatura de todas as regiões de Minas Gerais, podendo superar os 40°C no Norte e Triângulo Mineiro. A previsão é do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), que indica possibilidade de os termômetros estarem 6°C acima da média nas regiões do Triângulo e Norte de Minas, por até cinco dias consecutivos. Além do impacto para a saúde humana, o fenômeno representa um aumento do risco de incêndios florestais no estado.
De acordo o Simge, entre os dias 18 e 22/9, há uma forte massa de ar seco e quente ganhando força sobre Minas Gerais, com máximas superando os 31°C em todas as regiões do estado. As temperaturas podem chegar a 38°C, em períodos da tarde, em áreas do Noroeste, Central Mineira, Oeste, Sul e Alto Paranaíba. Pode variar de 31°C e 34°C, à tarde, em áreas da Zona da Mata, Metropolitana de Belo Horizonte, Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri e Jequitinhonha.
Já no Norte de Minas e Triângulo, onde há um fluxo de vento que está advectando (transferência de calor ou matéria pelo fluxo de um fluido, especialmente na atmosfera ou no mar) ar quente para o Sul do país, deverá, a partir da quarta-feira (20), elevar as temperaturas no setor oeste do Triângulo Mineiro, região que também faz divisa com os estados de Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul. As máximas neste setor deverão ser em torno dos 39°C.
“A onda de calor é um período prolongado de tempo excessivamente quente e desconfortável, em que as temperaturas ficam acima de um valor normal esperado para aquela região em determinado período do ano. Geralmente, é adotado um período mínimo de três dias com temperaturas 5°C acima dos valores máximos médios”, explica a diretora de Operações e Eventos Críticos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Wanderlene Nacif.
Incêndios florestais
O calor extremo cria condições propícias para o surgimento de incêndios florestais, representando uma ameaça aos ecossistemas e à fauna que neles habita. De acordo com o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Rodrigo Bueno Belo, as altas temperaturas representam um risco elevado para a propagação das chamas nas Unidades de Conservação (UCs).
“Como não há uma previsão de chuva, esse cenário se torna ainda mais crítico. Estamos alertando nossas equipes e mobilizando mais aviões para fazermos o combate das chamas”, comenta Rodrigo Belo. Atualmente, o Estado conta com duas aeronaves para esse trabalho e tem intensificado as ações por meio do programa Minas Contra o Fogo, desenvolvido em parceria com 36 municípios do estado.
Por meio dessa iniciativa, são feitos, ao longo do ano, capacitações de brigadistas, auxílio na elaboração e execução de planos de contingência para a prevenção e combate em áreas públicas e privadas, além de orientação às prefeituras para decretação de emergência, em caso de necessidade.
Pomovido pelo IEF, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Cedec e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), o Minas Contra o Fogo integra os municípios mineiros que apresentaram, entre 2013 e 2021, focos de incêndios em UCs dentro de seus limites territoriais. Segundo estimativa do IEF, cerca de 97% das queimadas são decorrentes de ação humana.
Mudanças Climáticas
A onda de calor está intrinsecamente ligada às mudanças climáticas. Conforme as concentrações de Gases de Efeito Estufa (GEE) que continuam a aumentar na atmosfera, é esperado que as ondas se tornem mais frequentes, intensas e prejudiciais em todo o mundo.
O Governo de Minas vem atuando e se destacando internacionalmente nas ações de mitigação desses impactos. O estado é o primeiro da América Latina e Caribe a firmar compromisso na campanha global Race To Zero, para reduzir os GEE até 2050. Para alcançar essa meta, o Governo tem investido em ações como a definição da trajetória de descarbonização, com metas provisórias definidas para os anos de 2025, 2030 e 2035, estabelecido no Plano de Ação Climática de Minas Gerais (Plac).
“Essas ações levaram Minas a ser o único estado da América do Sul a participar da Cúpula da Ambição Climática, das Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que está acontecendo nesta semana. O nosso compromisso é com o desenvolvimento de um futuro mais sustentável, pautado em uma transição justa em direção a uma economia global mais verde, com mais saúde e qualidade de vida para todos”, comenta a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Marília Melo.
Cuidados
De acordo com documento do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e da Defesa Civil do Brasil, em caso de calor extremo deve-se evitar a exposição ao sol durante os horários de maior calor; beber água a cada duas horas; usar roupas leves; consumir alimentos leves, como frutas e verduras; entre outras. As pessoas com maior risco de sofrer complicações ou morte durante uma onda de calor são crianças, idosos e pessoas com condições crônicas que requerem medicação diária.
Em relação aos incêndios florestais, moradores de áreas vulneráveis devem evitar atividades que possam causar faíscas, como queimadas não autorizadas, e denunciar qualquer comportamento suspeito às autoridades.
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