Jornal Folha Regional

Pai é preso suspeito de amarrar e torturar o filho em Paraíso

Imagem: Líder TV.

Um adolescente de 15 anos foi amarrado e torturado como forma de castigo, pelo próprio pai, no último domingo, no Jardim Europa, São Sebastião do Paraíso (26). Segundo a Polícia Militar, a vítima teria sido amarrada em um colchão com corda nos pés e nos braços, na sala da casa do pai.

O adolescente teria ficado nessa condição a tarde toda de domingo e parte da noite, sem beber água ou se alimentar. De acordo com a vítima, o castigo teria sido dado porque ele mexeu no celular do pai e o travou.

A PM foi acionada pelo próprio adolescente que, em um descuido do pai, conseguiu se soltar e pediu ajuda ao vizinho, que lhe emprestou o celular. Era 19h quando a PM foi acionada.

O adolescente, que mora na região Metropolitana de Belo Horizonte, tinha ido passar uns dias com o pai. Ele informou aos militares que o pai queria cortar sua língua com um alicate, só que ele não abriu a boca.

Inicialmente, o pai do adolescente não quis abrir a porta para a polícia, mas depois concordou. Ele confirmou ter aplicado o castigo no filho. E ainda complementou, segundo a Polícia: “assim eu fui criado, assim crio o meu filho”. Na casa da família a PM apreendeu cordas e um bastão.

O adolescente foi entregue aos cuidados do Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente e o pai foi levado para a Delegacia de Polícia de São Sebastião do Paraíso. A autoridade policial ratificou a prisão e ele foi levado para o presídio da cidade. O pai também é natural da Grande BH.

Com informações de Luciene Garcia.

Tortura e violência psicológica: investigação em asilo de MG aponta 10 mortos e mais 48 vítimas

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou na última quarta-feira (18) o resultado do inquérito instaurado para apurar denúncias de maus-tratos na casa de acolhimento intitulada Obras Assistenciais São Vicente de Paulo, localizada em Divinópolis (MG). As autoridades contabilizaram 58 vítimas, sendo que 10 delas morreram por falta de assistência médica. Foram indiciadas 15 pessoas – incluindo o presidente da instituição à época.

As denúncias vieram à tona em abril do ano passado. Ao longo de nove meses de apurações, a Polícia Civil mineira ouviu mais de 30 pessoas. Os resultados das perícias e laudos médicos foram anexados ao inquérito, que agora será remetido à Justiça. 

Maus-tratos e tortura foram constatados por meio de perícia médica. Alguns internos eram mantidos em cárcere privado, trancados em quartos com grade e cadeados. Também havia violência psicológica com ameaças de castigos. O espaço, que atendia 81 idosos, foi interditado pela Vigilância Sanitária do município após uma inspeção realizada em 12 de abril do ano passado.  

“Alguns enfermos sofriam por horas, dias, até vir a óbito”

Em coletiva à imprensa, a delegada do caso, Adriene Lopes, explica que alguns dos institucionalizados, em especial os mais vulneráveis acometidos de distúrbios psiquiátricos, eram mantidos em ambientes insalubres, sem acesso à água e ao vaso sanitário. Deste modo, eles eram obrigados a fazer as necessidades básicas dentro de baldes.

“Alguns deles eram amarrados com contenções mecânicas sem prescrição médica. Também foi apurado que a instituição não tinha profissionais suficientes para cuidar dos internos como deveria”, explica Adriene, acrescentando que foram encontrados pacotes de fraldas descartáveis e medicamentos armazenados de forma inadequada. “Além disso, as seringas preparadas para serem injetadas não tinham qualquer identificação”, completa. 

Freira indiciada por 10 homicídios 

A delegada explica que, conforme relatos de testemunhas, a freira, de 54 anos, responsável pela instituição na ocasião, determinava a omissão ou inserção de informações falsas dos internos nos prontuários médicos e nas evoluções da enfermagem. “Desse modo, alguns enfermos sofriam por horas, dias, até vir a óbito”, explica. 

Logo, ela foi indiciada em virtude do homicídio doloso de 10 idosos e também por exercício ilegal da medicina, curandeirismo, cárcere privado, tortura e maus-tratos. A freira responderá ainda, junto com um médico, por falsidade ideológica. 

Ao todo, no rol de indiciamentos, estão 15 pessoas, incluindo o presidente da instituição à época, membros da diretoria e do conselho, técnicos e auxiliares de enfermagem, coordenadores e colaboradores que prestavam serviços no local. 

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