Jornal Folha Regional

Senado aprova PEC da transição; texto segue para Câmara

O plenário do Senado aprovou na noite desta quarta-feira (7) a PEC de Transição, que amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos para bancar as parcelas de R$ 600 do Bolsa Família, com adicional de R$ 150 por criança abaixo de seis anos. O texto da proposta de emenda à Constituição agora segue para análise da Câmara dos Deputados.

A aprovação da medida representa a primeira vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional. O texto-base da PEC foi aprovada com folga nos dois turnos: no primeiro, o placar foi 64 votos a 16; no segundo, 64 a 13. Por se tratar de uma PEC, eram necessários ao menos 49 votos para que a proposta fosse aprovada.

O resultado foi muito celebrado por aliados de Lula que estavam no plenário — já que a expectativa da bancada petista era a de um placar mais apertado com até 55 votos a favor.

Tentativa de mudança. Durante a análise dos destaques (sugestão de alteração no texto), senadores contrários à PEC tentaram aprovar uma emenda, de autoria de Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que reduzia o valor de ampliação do teto de gastos para R$ 100 bilhões, com a validade de um ano — o que foi rejeitado.

Opositores tentaram novamente alterar o prazo de vigência da PEC e, em outra emenda, sugeriam que a medida valesse apenas para 2023, mas mantendo o valor inicial de R$ 145 bilhões. O texto também foi rejeitado.

O que diz o texto da PEC aprovado?

  • Flexibiliza em R$ 145 bilhões o teto de gastos até 2024;
  • aumenta o poder do governo de transição e das comissões permanentes do Congresso para, em 2023, sugerir novos destinos aos recursos, de uma maneira a recompor o Orçamento para o ano que vem;
  • as emendas para atender a essas solicitações deverão ser apresentadas pelo relator-geral do Orçamento 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI);
  • o governo Lula fica obrigado a enviar, até agosto de 2023, uma proposta para substituir ou alterar a regra do teto de gastos;
  • auxílio-gás integra o rol de programas que ficam dispensados de cumprir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal)

O parecer de autoria do relator Alexandre Silveira (PSD-MG) foi alterado desde que foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Quais são os novos pontos?

  • Retira também do teto de gastos todas as instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICTs), e não apenas a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)
  • Amplia o prazo até 31 de dezembro de 2023 para que sejam executadas por entes federados as transferências financeiras realizadas pelo Fundo Nacional de Saúde e pelo Fundo Nacional de Assistência Social diretamente aos fundos de saúde e assistência social estaduais, municipais e distritais, para enfrentamento da pandemia de covid-19

Como o texto destrava o pagamento de emendas de relator?

  • gasto extra no valor de R$ 23,9 bilhões vale também para 2022, ou seja, permite a recomposição orçamentária ainda deste ano
  • Na prática, prevê ainda a possibilidade do pagamento de emendas parlamentares que estão contingenciadas, conhecidas como orçamento secreto. Isso estava sendo negociado pelo Centrão com integrantes da equipe de transição

O que vai acontecer na Câmara? Por se tratar de uma emenda à Constituição, a votação da PEC também passará por dois turnos na Câmara. A tentativa de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) de desidratar o texto no Senado naufragou. Diante da derrota, o grupo tentará articular mudanças ao texto com deputados bolsonaristas.

Petistas, contudo, afirmam que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se comprometeu a carimbar o texto que sair do Senado, ou seja, a votá-lo sem alterações.

O que tem sido negociado pela aprovação da proposta?

  • Para que Lula tenha governabilidade, integrantes da transição e aliados usam a PEC como “termômetro” para medir a aceitação do presidente eleito entre as bancadas.
  • Formação da base aliada petista para 2023. Sem a indicação de um ministro para a Casa Civil, responsável pela articulação política do Executivo, o próprio Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), entraram nas negociações.
  • Há, ainda, a formação dos blocos partidários que vão compor a Mesa Diretora das duas Casas e a presidência de comissões importantes no Congresso.

Morre Isabel, ex-jogadora de vôlei da seleção, nomeada para transição do governo

A ex-jogadora de vôlei e vôlei de praia, Isabel Salgado, morreu nesta quarta-feira (16), aos 62 anos, dois dias após ser nomeada para a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Isabel foi anunciada na segunda-feira (14) como integrante do grupo de trabalho de esportes, ao lado de outros ex-atletas, como a também ex-jogadora de vôlei Ana Moser, o ex-jogador de futebol Raí, a ex-jogadora de basquete Marta Sobral e o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado.

Isabel Salgado faleceu devido a uma síndrome aguda respiratória do adulto (SARA), uma bactéria que afetou o pulmão da atleta. Ela foi internada na terça-feira (15), no hospital Sírio Libanês, em São Paulo,  e segundo a produtora de cinema Paula Barreto, teve uma parada cardíaca Às 4h da manhã desta quarta.

Isabel Salgado atuou no vôlei de quadra nas Olimpíadas de Moscou, em 1980, e Los Angeles, em 1984. Nos anos 90, foi uma das pioneiras do vôlei de praia e foi campeã mundial da modalidade em 1994.

Transição: Lula define nomes para Educação, Cidades, Infraestrutura e Esporte

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu os nomes que irão integrar os grupos de trabalho para tratar sobre educação, infraestrutura, cidades, esporte e juventude durante a transição de governo. Os integrantes foram anunciados nesta segunda-feira (14) pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da transição.

Em cada área, a lista envolve nomes ligados ao PT e a partidos aliados, além de prefeitos, ex-ministros dos governos petistas e personalidades.

Segundo membros da cúpula da transição, quem estiver trabalhando nos grupos não necessariamente irá comandar ministérios ou ocupar cargos no novo governo, a partir de janeiro.

Saiba quem são os nomes escolhidos para cada grupo de trabalho:

Educação

Andressa Pellanda, coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

Alexandre Schneider, ex-secretário municipal de Educação de São Paulo

Binho Marques, ex-governador do Acre

Claudio Alex, presidente do Conife e reitor do IFPA

Heleno Araújo, presidente da CNTE-PE

Henrique Paim, ex-ministro da Educação

Macaé Evaristo, ex-secretária de educação de Minas Gerais

Maria Alice Neca Setubal, pres do cons consultivo da fundação Neca Setúbal

Priscila Cruz, presidente do Todos pela Educação

Ricardo Marcelo Fonseca, presidente da Andifes

Rosa Neide, deputada federal (PT-MT)

Teresa Leitão, senadora eleita (PT-PE)

Veveu Arruda, ex-prefeito de Sobral (CE)

Esporte

Ana Moser, ex-jogadora de vôlei

Edinho Silva, prefeito de Araraquara

Isabel Salgado, ex-jogadora de vôlei

José Luiz Ferrarezi, vereador de São Bernardo do Campo

Marta Sobral, ex-jogadora de basquete

Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro

Raí, ex-jogador de futebol

Verônica Silva Hipólito, atlata paralímpica

Infraestrutura

Alexandre Silveira, senador (PSD-MG)

Gabriel Galípolo, economista

Maurício Muniz, ex-ministro da secretaria de Portos

Miriam Belchior, ex-ministra do Planejamento

Paulo Pimenta, deputado federal (PT-RS)

Vinícius Marques, ex-presidente do Cade

Fernanda Batista, secretária de Infraestrutura de Pernambuco

Marcos Cavalcanti, secretário de Infraestrutura da Bahia

Juventude

Bruna Brelaz, presidente da UNE

Gabriel Medeiros de Miranda, subsecretária de Juventude do Rio Grande do Norte

Gilberlândio Miranda Santana, pres da UJS-ES

Kelly Araújo, secretária-geral da Juventude do PT

Marcos Barão, membro da Juventude do MDB

Nádia Beatriz Garcia Pereira,  Juventude do PT

Nilson Florentino Junior, Juventude do PT

Thiago Augusto Morbach, presidente nacional da UJS

Sabrina Santos, estudante da UFABC

Cidades

Ermínia Maricato, arquiteta e urbanista

Evanise Lopes Rodrigues, mestra em Urbanismo

Maria Fernanda Ramos Coelho, ex-presidente da Caixa Econômica Federal

Inês Magalhães, ex-ministra das Cidades

Geraldo Magela, ex-deputado federal (PT-DF)

Guilherme Boulos, deputado federal eleito (PSOL-SP)

José de Felippe, prefeito de Diadema

Márcio França, ex-governador de São Paulo

Rodrigo Neves, ex-prefeito de Niterói

João Campos, prefeito de Recife

Nabil Bonduki, urbanista e professor da FAU-USP  

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