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PIB de Minas Gerais cresce acima do Brasil e avança 1,2% no 3º trimestre

PIB de Minas Gerais cresce acima do Brasil e avança 1,2% no 3º trimestre - Foto: reprodução
PIB de Minas Gerais cresce acima do Brasil e avança 1,2% no 3º trimestre – Foto: reprodução

Com crescimento nas três atividades que compõem o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), a economia de Minas Gerais fechou o terceiro trimestre de 2024 com o total de R$ 272,3 bilhões em bens e serviços produzidos, alta real de 1,2% frente ao trimestre anterior. O avanço, influenciado principalmente pela agropecuária, é superior à média Brasil, de 0,9%.

De julho a setembro, a agropecuária expandiu 11,3% em comparação ao segundo trimestre de 2024. A alta foi puxada por lavouras como as de cana-de-açúcar e de batata inglesa, ambas com projeção de crescimento no período. A indústria também contribuiu para o bom desempenho (+2,1%), assim como os serviços (+0,7%).

“Esse é mais um resultado que comprova que Minas está no caminho certo para avançar. O setor produtivo tem confiança de investir no Estado porque sabe que o nosso governo tem responsabilidade fiscal, é transparente e trabalha em busca de desburocratizar a máquina estatal. Na prática, esses números significam mais emprego e renda para todos mineiros”, comemora o governador Romeu Zema.

Segundo dados do Caged, em 2024 Minas já criou 207.363 novas vagas de emprego formal. Desde 2019, já são mais de 940 mil postos de carteira assinada criados e a meta é alcançar 1 milhão em 2025.

“O crescimento do PIB também é muito importante porque aumenta a arrecadação do Estado por meio de uma economia mais dinâmica, sem aumento de imposto. O resultado disso é mais recursos para investirmos em estradas, educação, saúde e segurança para melhorar os serviços prestados aos mineiros”, complementa o governador.

Indústria é diferencial

No confronto do terceiro trimestre de 2024 com o mesmo intervalo  do ano passado, Minas apresentou uma expansão real ainda mais expressiva na economia: de 4,0%. Nessa base, a indústria mineira fez a diferença, com um crescimento de 5,4%, acima da média do país (+3,6%), acompanhada dos serviços, com alta de 3,6%. Na comparação anual e agro teve recuo de 0,6%.

“A indústria de transformação é o segmento que mais compra dos demais setores. isso é um fator muito positivo para ativar a economia como um todo”, destaca o pesquisador da Coordenação de Contas Regionais da Fundação João Pinheiro (FJP) e um dos responsáveis pelo cálculo do PIB, Thiago Almeida.

Um exemplo desse grupo é a indústria automobilística, que necessita de diversos insumos, como aqueles do complexo metálico-mecânico, e impacta também em várias áreas, como no comércio de veículos. Nos últimos anos, o mercado tem investido mais na produção automobilística, principalmente em modelos híbridos e elétricos.

A fabricação de veículos automotores no terceiro trimestre de 2024 registrou expansão proporcional acima de dois dígitos na comparação com o mesmo trimestre de 2023.

A atividade de energia foi outro destaque da indústria. Neste caso, o segmento teve uma ampliação de 1,7% no consumo total em comparação com o trimestre imediatamente anterior e no quesito geração de eletricidade – produzida por hidrelétricas ou por painéis solares -, que subiu 11,2%.

Políticas públicas são aliadas

O PIB é o principal indicador da geração de riquezas pelas atividades de um território durante determinado período e sua análise possibilita compreender os fatores responsáveis pelo desempenho da economia.

No caso de Minas Gerais, os números favoráveis são um retrato das políticas públicas e atuação do Governo do Estado em prol de uma economia mais livre, forte e próspera.

“O Governo de Minas busca impulsionar a economia do estado por meio de diversos programas que simplificam o processo de empreendedorismo, como o Minas Livre para Crescer; incentivam a inovação no setor produtivo, como o Compete Minas; atraem novos investimentos para o estado, que é o objetivo do Come to Minas; entre outras oportunidades”, ressalta o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

A composição do PIB mineiro no terceiro trimestre deste ano incluiu o valor das atividades da agricultura, pecuária e produção florestal (R$ 18,9 bilhões), das indústrias (R$ 71,5 bilhões) e dos serviços (R$ 149,5 bilhões) entre outros.

No acumulado dos três primeiros trimestres de 2024 frente ao mesmo período de 2023, houve acréscimo real de 2,8% no PIB de Minas Gerais. No agregado do quarto trimestre de 2023 ao terceiro de 2024, também houve expansão no PIB estadual, neste caso de 2,7%.

De olho no futuro

Em uma projeção do resultado do ano, os pesquisadores da FJP simulam os possíveis cenários para o fechamento do quarto trimestre. Na avaliação, o melhor cenário a economia de Minas cresceria 3,2% em 2024 e no cenário menos favorável o crescimento seria de 2,4%.

Desemprego cai para 6,9%, menor índice do trimestre desde 2014

Desemprego cai para 6,9%, menor índice do trimestre desde 2014 - Foto: reprodução
Desemprego cai para 6,9%, menor índice do trimestre desde 2014 – Foto: reprodução

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em junho caiu para 6,9%, esse é o menor resultado para um trimestre desde o terminado em janeiro de 2015, quando também marcou 6,9%. Observando apenas o período de três meses que vai até junho, é o menor resultado já registrado, se igualando a 2014. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No trimestre móvel anterior, fechado em março, a taxa de desemprego estava em 7,9%. Já no segundo trimestre de 2023, o índice era de 8%. A marca atingida em junho é menos da metade do pico da série histórica do IBGE, em março de 2021, quando a taxa alcançou 14,9%. À época, era o auge da pandemia de covid-19. A série se inicia em 2012. O resultado mais baixo já registrado é de 6,3% em dezembro de 2013.

No trimestre encerrado em junho, o número de pessoas que procuravam trabalho ficou em 7,5 milhões – o menor desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. Isso representa queda de 12,5% no trimestre. Já em relação ao mesmo período do ano passado, a redução foi de 12,8%.

A população ocupada renovou mais um recorde, atingindo 101,8 milhões de pessoas. Esse contingente é 1,6% maior que o do trimestre anterior e 3% superior ao do mesmo período do ano passado.

Cenário

A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, apontou que as três atividades com alta da ocupação foram o comércio, a administração pública e as atividades de informação e comunicação.

A pesquisadora explicou que o comportamento do nível de emprego é reflexo de melhora do quadro geral das atividades econômicas e do crescimento da renda e da população. Segundo ela, empresas e instituições vivenciam esse aquecimento econômico e fazem com que mais trabalho seja demandado para a produção de bens e serviços.

“É um mercado de trabalho que vem respondendo satisfatoriamente à melhoria do quadro macroeconômico, seja com crescimento do contingente de ocupados, como também a aspectos relacionados a melhor qualidade, mais emprego com carteira e tendência do crescimento do rendimento médio dos trabalhadores”, afirmou.

Ela acrescenta que os resultados não podem ser mais atribuídos unicamente à recuperação pós-pandemia. “Agora, em 2024, a gente tem o mercado de trabalho que tem respostas não apenas a um processo pós-pandemia, mas também do funcionamento da atividade econômica, em um cenário mais relacionado a medidas macroeconômicas, que acabam favorecendo a absorção dos trabalhadores”.

Formais e informais

O número de empregados no setor privado também foi o máximo já registrado, 52,2 milhões, impulsionado por novos recordes do total de trabalhadores com carteira assinada (38,4 milhões) e sem carteira (13,8 milhões).

“O emprego com carteira no setor privado não está deixando de crescer em função do aumento do sem carteira. Há expansão simultânea de formalizados e não formalizados”, ressalta Adriana Beringuy.

“A população formal vem crescendo em ritmo maior que a informal. Entre o primeiro e o segundo trimestres, os informais cresceram 1%; e os formais, 2%”, emenda.

A taxa de informalidade, que inclui empregados sem carteira assinada, empregadores sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar ficou em 38,6% do total de ocupados, contra 38,9 % no trimestre encerrado em março e 39,2 % no mesmo trimestre de 2023.

A Pnad mostra também o maior nível já registrado de trabalhadores que contribuíram para a previdência. Foram cerca de 66,4 milhões de pessoas, patamar que responde por 65,2% da população ocupada. Apesar do recorde em termos absolutos, a proporção de contribuintes fica ainda abaixo do ponto máximo da série, que foi 66,5% no segundo trimestre de 2020.

Adriana Beringuy explica que esse descasamento acontece porque, no processo de expansão do número de trabalhadores, há uma parcela de ocupados sem carteira assinada. “Esse emprego sem carteira, normalmente, não tem associação com a contribuição previdenciária”, explicou.

A população desalentada, ou seja, aquela que desistiu de procurar emprego por pensar que não encontrará, recuou para 3,3 milhões no trimestre encerrado em junho. Isso representa uma redução de 9,6% no trimestre. É também o menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2016 (3,2 milhões).

Rendimento

No trimestre encerrado em junho, o rendimento médio do trabalhador foi de R$ 3.214, com alta de 1,8% no trimestre e de 5,8% na comparação anual. É também o maior desde o período de três meses encerrado em setembro de 2020.

Com mais gente ocupada e aumento do rendimento médio, o Brasil teve no segundo trimestre de 2024 recorde da massa de rendimentos, que chegou a R$ 322,6 bilhões. Esse é o total de dinheiro que os trabalhadores recebem para movimentar a economia com consumo e poupança.

A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja emprego com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.

Caged

A divulgação do IBGE acontece um dia depois de serem conhecidos os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), compilado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Diferentemente da Pnad, o Caged traz dados apenas de emprego com carteira assinada.

O Brasil fechou o mês de junho com saldo positivo de 201.705 empregos, o que representa expansão de 29,5% ante o mesmo mês do ano passado. O resultado decorreu de 2.071.649 admissões e de 1.869.944 desligamentos.

No acumulado do ano até junho, o saldo é de 1,3 milhão de vagas e, nos últimos 12 meses, 1,7 milhão.

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