Jornal Folha Regional

Menino vence leucemia, e milhares de pessoas se reúnem para comemorar na Turquia

Milhares de pessoas se reuniram em Sancaktepe, um distrito de Istambul, na Turquia, para comemorar a cura de um menino de 3 anos após dois anos de tratamento contra a leucemia, no último domingo (25).

A grande festa, que contou até com o apoio do Prefeitura, ocorreu depois que uma publicação do pai do menino nas redes sociais viralizou.

Samet Demir, que é dono de uma loja de ferragens local, contou que o sonho do filho era soltar balões no céu para comemorar sua cura e pediu que mais pessoas se juntassem à família. “Amigos, não temos um círculo grande. Meu filho venceu o câncer e quer soltar balões. Vocês se juntam a nós?”, escreveu.

O apelo tocou muita gente. Um grupo de mais de 200 motociclistas fez questão de participar, um casal recém-casado – ainda com as roupas de gala do casamento – apareceu, e até o prefeito local e o vice-prefeito de Istambul estiveram presentes.

“Não esperávamos tantas pessoas. Que Deus abençoe a todos. Agradeço a todos que nos apoiaram neste dia feliz. Espero que este evento se torne uma fonte de esperança para outros pacientes. Pensei que poucas pessoas viriam, nunca imaginei uma participação tão grande”, agradeceu o pai.

Ali Asaf, que foi diagnosticado com a doença quando tinha apenas 8 meses, estava com uma capa vermelha de super-herói quando subiu ao palco montado para a celebração. Os pais dele foram às lágrimas.

“Foi uma jornada muito difícil. Só quem a vive verdadeiramente entende. Neste dia de alegria, nos sentimos como uma grande família”, afirmou a mãe do garoto, Esra.

Menino vence leucemia, e milhares de pessoas se reúnem para comemorar na Turquia - Foto: reprodução
Menino vence leucemia, e milhares de pessoas se reúnem para comemorar na Turquia – Foto: reprodução

Busca por criança é primeira ação dos Bombeiros de Minas na Turquia

Os militares do Corpo de Bombeiros (CBMMG) chegaram à Turquia na última sexta-feira (10). Após tratativas com a Defesa Civil local, eles iniciaram a primeira missão: busca por uma criança que ainda pode estar com vida.

A equipe enfrenta, neste momento, dificuldades para acessar as áreas afetadas, comunicação precária e um cenário de destruição.

Os enviados para a ajuda humanitária estão em Karamanraras, no Sul do país, perto da fronteira com a Síria.

Salvar vidas e tentar diminuir a dor e o sofrimento dos atingidos são objetivos do grupo que, junto, soma mais de 90 anos de atuação no CBMMG, entre cursos, treinamentos e empenhos em desastres no estado – como o rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho – e em outras missões internacionais.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) disponibilizou um perfil dos integrantes da missão internacional. Clique para conhecer cada um dos bombeiros militares que estão na Turquia.

Seis militares do corpo de bombeiros de MG integram comitiva brasileira que vão auxiliar nas buscas às vítimas de terremoto na Turquia

Seis militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais vão integrar a comitiva brasileira que vai atuar nas buscas e no resgate as vítimas do terremoto que atingiu a Síria e a Turquia. Os bombeiros fazem parte do do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad) que atuou no rompimento da barragem em Brunadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

A equipe já está em São Paulo onde se juntaram a equipes do Estado paulista e do Espírito Santo. Ainda não há uma data marcada para a decolagem. “A equipe mineira possui vasta capacidade e experiência no atendimento a desastres naturais, tanto em Minas Gerais, no Brasil, como em operações fora do país, a exemplo Moçambique e Haiti. Todos os equipamentos específicos para o atendimento a estruturas colapsadas, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais está se deslocando juntamente com os militares para o atendimento mais efetivo e com tempo de resposta melhor para a operação”, ressalta o major Heitor de Aguiar Mendonça que vai chefiar a operação.

Segundo os bombeiros, pelas características da tragédia há chances de encontrar pessoas com vida e, por isso, a equipe corre contra o tempo para embarcar para a capital turca de Ancara. O convite aos bombeiros mineiros foi feito pelo Itamaraty. 

Os bombeiros poderão contribuir nas atividades de planejamento e inteligência, mapeamento estratégico, georreferenciamento, busca aérea, distribuição de alimentos, desobstrução de vias, buscas em campo e outras missões que se fizerem necessárias.

Bombeiros de MG podem ir à Turquia auxiliar nas buscas às vítimas do terremoto

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais vai enviar uma equipe à Turquia e Síria para ajudar nas buscas às vítimas do terremoto que já resultou em ao menos 5 mil mortes somente na Turquia. O embarque ao país, no entanto, depende de uma negociação entre o governo federal e o Executivo turco.

Nesta terça-feira (07), seis militares do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres Naturais (Bemad) da corporação vão para São Paulo. Lá, os agentes vão se juntar aos bombeiros do estado Paulista e do Espírito Santo, também destacados para a operação, para acertos burocráticos de documentação e logística.

O assunto foi tratado em um evento da corporação nesta terça-feira, que teve a presença do alto escalão do Corpo de Bombeiros de Minas e confirmado à reportagem pelo coronel Erlon Dias do Nascimento, comandante-geral da corporação.

“Nós estamos mobilizando seis militares que vão deslocar para São Paulo e aguardar a definição do governo federal de compor a missão humanitária para a Turquia. O deslocamento ainda vai depender da autorização do governo federal e confirmação do governo da Turquia”, disse o coronel Erlon.

Segundo o comandante-geral, os bombeiros de Minas escalados para a missão participaram das missões de ajuda humanitária em Moçambique, em 2019, após a passagem de dois ciclones. Também há militares que participaram da operação feita em 2021, no Haiti, após um terromoto de intensidade 7 com milhares de mortes.

A solicitação para envio das equipes, de acordo com o coronel Erlon, veio do Ministério das Relações Exteriores. “Em Minas, nosso governador já autorizou a mobilização dos militares e agora faltam os trâmites entre os governos”, acrescentou. A previsão é de que, caso o embarque seja confirmado à Turquia, a operação tenha duração de 10 a 15 dias.

O comando do efetivo mineiro destacado é do major Heitor Mendonça, subcomandante do Bemad. A reportagem procurou o Ministério das Relações Exteriores e aguarda retorno.

Expertise

O Corpo de Bombeiros de Minas é conhecido pela expertise na atuação em tragédias, como os rompimentos de barragens em Brumadinho e Mariana. Também há no histórico de atuação casos de desmoronamentos de encostas e edificações, em que os militares atuaram em atividades de planejamento e inteligência, mapeamento estratégico, georreferenciamento e buscas aéreas.

Além da experiência dos oficiais, também há equipamentos, como sensores sísmicos e acústicos, capazes de detectar e captar ruídos e sinais vitais como respiração e batimentos cardiacos em meio aos escombros. (O Tempo)

Turquia: pai segurando a mão de filha morta após terremoto comove a web

Com o olhar perdido, Mesut Hancer segura a mão de sua filha morta, Irmak, de 15 anos, inerte entre duas placas de concreto. Na cidade turca de Kahramanmaras, a dor e a revolta se misturam, em meio à falta de ajuda às vítimas do terremoto que deixou milhares de mortos.

Epicentro do devastador terremoto de 7,8 de magnitude que abalou o sul e o sudeste da Turquia na segunda-feira (6), Kahramanmaras é apenas ruína e desolação. 

Até esta terça (7), nenhuma ajuda, ou suprimentos, havia chegado a esta cidade de mais de um milhão de habitantes, situada no sul da região da Capadócia. 

Aqui, assim como na cidade de Antioquia, mais ao sul, às portas da Síria, acumulam-se frustração e ressentimento com o Estado ausente. 

Ali Sagiroglu espera por reforços há dois dias, ainda na esperança de ver seu irmão e seu sobrinho, presos nos escombros de seu prédio. 

Os oito prédios do conjunto Ebrar, no centro da cidade, desabaram sobre si mesmos. Eram 4 da madrugada, e poucos dos que dormiam conseguiram sair a tempo de seus apartamentos, cerca de dez para cada prédio. 

‘Nem um único funcionário’

“Onde está o Estado? Onde estão? Olhe ao seu redor. Não tem um único funcionário, pelo amor de Deus. Já se passaram dois dias, e não vimos ninguém. Não trouxeram nem um único tijolo. As crianças morreram congeladas”, desabafa Ali. 

Na noite de ontem, a primeira após a catástrofe, uma nevasca misturada com chuva torrencial envolveu os sobreviventes em um frio úmido. Sem nem mesmo uma barraca para se abrigar, quem tinha carro pernoitou no veículo, enquanto outros se amontoavam em torno de braseiros na rua. 

“Ontem de manhã você ainda podia ouvir as vozes pedindo ajuda nos escombros, mas elas se calaram. As pessoas provavelmente morreram congeladas”, disse um homem de 40 anos que procurou ajuda e pediu para não ser identificado. 

Segundo ele, pelo menos 150 pessoas ficaram presas em cada prédio do conjunto de Ebrar. 

Nas ruas devastadas, os sobreviventes esperam ao lado dos corpos de seus entes queridos, enrolados em uma manta. Ninguém aparece para buscá-los. 

Na casa de Cuma Yildiz, há raiva e tristeza ao mesmo tempo. “Onde eles estão? Falam, falam, brigam feito cães, mas onde estão agora?”, questiona, chorando. 

Na tentativa de desmentir as queixas da população, o ministro do Interior, Suleyman Soylu, visitou Kahramanmaras nesta terça-feira e afirmou que, até agora, 2.000 socorristas foram mobilizados para as áreas afetadas. 

Na Turquia, o número de mortos subiu para 4.544, conforme último balanço da Autoridade de Gestão de Desastres e Emergências. O vice-presidente Fuat Oktay informou que há mais de 20.534 feridos. Já na Síria, 1.712 pessoas faleceram, e 3.640 ficaram feridas, de acordo com os balanços das autoridades de Damasco e das equipes de resgate nas zonas rebeldes.

Diante da crescente frustração, o presidente Recep Tayyip Erdogan declarou, nesta terça, estado de emergência nas províncias afetadas. 

Em Antioquia, bem mais ao sul, os sobreviventes se encontram no mesmo estado de abandono. Onur Kayai, de 40 anos, passa em frente a seu prédio em ruínas, suplicando por ajuda para sua mãe e seu irmão. Tentou libertá-los, com suas próprias mãos, várias vezes. 

“Já movi três pedras sobre a cabeça do meu irmão, mas é muito difícil. A voz da minha mãe ainda é clara, mas não ouço mais a do meu irmão”, lamenta. 

Sem ajuda, sem comida e sem comunicação, a população é obrigada a se virar sozinha. A professora de jardim de infância Semire Coban, de 45 anos, corre desesperada em direção às duas equipes de resgate locais que ela encontrou. Três de seus parentes, incluindo um sobrinho, estão enterrados.

“Preferem se concentrar nos lugares onde ainda se ouvem vozes entre as ruínas”, diz. A família de Semire não responde mais.

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