Jornal Folha Regional

Ministério do Turismo lança edital para fomentar turismo sustentável na Serra da Canastra

Ministério do Turismo lança edital para fomentar turismo sustentável na Serra da Canastra - Foto: reprodução
Ministério do Turismo lança edital para fomentar turismo sustentável na Serra da Canastra – Foto: reprodução

Ministério do Turismo, em colaboração com a UNESCO e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), lançou um novo edital para fomentar o turismo sustentável no Brasil. A iniciativa, que tem como foco atividades de visitação voltadas à educação ambiental, à conservação do meio ambiente, ao turismo ecológico, à interpretação ambiental e à recreação em contato com a natureza no Parque Nacional da Serra da Canastra, recebe propostas até o dia 16 de janeiro de 2024. Detalhes e orientações estão disponíveis no site da UNESCO.

O edital integra os esforços contínuos do governo brasileiro para fortalecer a economia do turismo enquanto promove a sustentabilidade e valoriza a diversidade cultural e natural do país.

De acordo com secretário nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimentos no Turismo do MTur, Carlos Henrique Sobral, a parceria com a UNESCO é estratégica para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável no setor.

“O turismo sustentável não é apenas uma tendência, mas uma necessidade global. Com iniciativas como essa, reforçamos o compromisso do Ministro do Turismo, Celso Sabino, de buscarmos não apenas ampliar a oferta turística no Brasil, mas também garantir que ela seja responsável e inclusiva”, afirmou.

O edital se destaca por abranger uma série de prioridades, incluindo a capacitação de comunidades locais, o estímulo à inovação tecnológica no turismo e a promoção de destinos turísticos ainda pouco explorados.

“Estamos comprometidos em criar um turismo que preserve os recursos naturais, respeite as culturas locais e gere benefícios reais para a população”, complementou o secretário.

As inscrições para o edital estão abertas e podem ser feitas diretamente na plataforma da UNESCO. Projetos selecionados receberão apoio técnico e financeiro para implementação, contribuindo para fortalecer o Brasil como referência em turismo sustentável no cenário global.

Queijo Minas Artesanal se torna Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

Para comemorar a conquista, o Sistema Faemg Senar lança hoje a websérie A Arte do Queijo Mineiro, que explora a história, cultura e singularidades do QMA

Queijo Minas Artesanal se torna Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade - Foto: reprodução
Queijo Minas Artesanal se torna Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade – Foto: reprodução

O “Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal” foi oficialmente declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco nesta quarta-feira (4), durante a 19ª sessão do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, em Assunção, Paraguai. Com isso, o Queijo Minas Artesanal (QMA) se torna o primeiro item gastronômico brasileiro a integrar a prestigiada lista.

“É muito positivo que Minas tenha reconhecido a importância dessa tradição e trabalhado para preservá-la, garantindo que ela seja transmitida às futuras gerações. Assim como países desenvolvidos valorizam seus vinhos, queijos e charcutarias, precisamos dar o devido valor ao nosso patrimônio. No Brasil, muitas vezes, a história e as tradições são pouco cultivadas. Essa conquista reforça a relevância cultural e econômica do queijo artesanal e nos convida a valorizar ainda mais este importante alimento derivado do leite”, comemora o presidente do Sistema Faemg Senar, Antonio de Salvo.

Segundo o presidente da Comissão Técnica do QMA do Sistema Faemg Senar, Frank Mourão, trata-se de um reconhecimento da diversidade, dos saberes e das práticas gastronômicas mineiras. “O QMA carrega uma técnica histórica, que remonta ao tempo dos colonizadores. É feito em pequenas propriedades rurais, com receitas familiares passadas de geração em geração, e com sabores que variam de acordo com a região onde é produzido”, explica.

O produtor Ewerton Sebastião de Almeida, de Diamantina, integrante da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal da Faemg, participou da solenidade de anúncio hoje no Paraguai. “Estou aqui com muita emoção e gratidão, representando todas as famílias produtoras do Queijo Minas Artesanal, que é feito há mais de 300 anos e atualmente conta com mais de 9 mil produtores de 10 diferentes regiões do Estado de Minas Gerais. Defender os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal vai muito além de preservar o produto em si, significa perenizar a nossa cultura, nossas tradições, a nossa identidade. Significa manter o orgulho de sermos mineiros, exaltar o nosso modo de vida. Representa a garantia de geração de renda para inúmeras famílias de pequenos produtores rurais com perpetuação da nossa arte em forma de queijo”.

Produtor Ewerton Sebastião de Almeida, de Diamantina, integrante da Comissão Técnica do QMA, participou da solenidade de anúncio hoje no Paraguai - Foto: divulgação
Produtor Ewerton Sebastião de Almeida, de Diamantina, integrante da Comissão Técnica do QMA, participou da solenidade de anúncio hoje no Paraguai – Foto: divulgação

Websérie celebra a conquista

Para comemorar a conquista, o Sistema Faemg Senar lança hoje a websérie A Arte do Queijo Mineiro, que explora a história, cultura e singularidades do QMA. O público poderá conferir a partir desta tarde um pouco do que será contado ao longo dos 10 capítulos. Na primeira parte, o professor José Newton Coelho de Menezes ressalta que o reconhecimento é uma forma de proteger o saber ancestral e garantir sua transmissão às próximas gerações.

O especialista Elmer de Almeida explica que o uso de leite cru e do “pingo” – uma espécie de fermento natural obtido do próprio processo – é fundamental para conferir ao QMA suas características inconfundíveis. “Cada região imprime no queijo uma assinatura única, que é resultado do clima, da vegetação e do manejo dos produtores”, ressalta.

Com larga experiência em regulamentação da produção artesanal, o gerente de relações Institucionais e Governamentais do Sistema Faemg Senar, Altino Rodrigues, destaca o papel das políticas públicas e associações na superação de barreiras, como normas sanitárias. Ele relembra iniciativas marcantes, como a primeira viagem de produtores mineiros à França, que permitiu o intercâmbio de conhecimentos e valorizou o queijo mineiro no mercado internacional.

A websérie poderá ser vista no YouTube do Sistema Faemg Senar.

Queijo Minas Artesanal tem semana decisiva na Unesco

Queijo Minas Artesanal tem semana decisiva na Unesco - Foto: reprodução
Queijo Minas Artesanal tem semana decisiva na Unesco – Foto: reprodução

Hora de torcer, com muito gosto, para nosso queijo ganhar mais visibilidade internacional, conquistar paladares mundo afora e fortalecer a economia de um setor que é a própria tradução de Minas Gerais. Na quarta-feira (4/12), o produto poderá ganhar o reconhecimento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco), durante a 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, em Assunção, no Paraguai. A candidatura na categoria de Patrimônio Cultural Imaterial se refere aos “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal”. O que seria um título inédito no país na área da cultura alimentar.

Caso conquiste o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o queijo estará em excelentes companhias. No âmbito do patrimônio cultural, ambiental, documental e gastronômico, Minas já tem muitos títulos, registros, inscrições e, claro, reconhecimento em nível internacional.

Importante destacar que dois importantes arquivos incluídos como Memória do Mundo pela Unesco não ficam em Minas: o referente ao escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), mineiro de Cordisburgo, se encontra na Universidade de São Paulo (USP), enquanto o Acervo Inconfidência Mineira (1799-1789) está no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.

A coluna Nossa História, Nosso Patrimônio mostra, então, quais são as merecidas honrarias, em vários campos. Para começar a lista, está Ouro Preto, ex-capital do estado e primeira cidade brasileira destacada como Patrimônio Mundial, onde fica a Igreja São Francisco de Assis, uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo. Confira a lista:

Patrimônio Mundial

• 1) Ouro Preto, na Região Central – Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, a ex-Vila Rica, atual Ouro Preto, recebeu o título como Cidade Histórica, em 1980.

• 2) Santuário Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, na Região Central – Em 1985, o conjunto com as obras de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814) se destacou como monumento cultural.

• 3) Diamantina, no Vale do Jequitinhonha – O título conquistado pela cidade completa 25 anos neste mês e serviu para alavancar o turismo, atrair mais visitantes e abrir novas frentes de negócios.

• 4) Pampulha, em Belo Horizonte – Conjunto Moderno projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), à beira do espelho d’água, foi agraciado, em 2016 com o título também de Paisagem Cultural.

Reserva da Biosfera do Espinhaço

• 5) Nessa categoria criada pela Unesco se encontram tesouros da biodiversidade e patrimônios históricos ao longo da Estrada Real (Caminho dos Diamantes). No território mineiro da Serra do Espinhaço, reconhecido em 2005, se destacam as serras da Piedade, de Ouro Branco, do Cipó e do Caraça, na Região Central.

Patrimônio Agrícola Mundial

• 6) Em março de 2020, a cultura das sempre-vivas em Diamantina (Vale do Jequitinhonha) e entorno recebeu o selo conferido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como integrante do programa Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam). Foi a primeira experiência com tal destaque no Brasil e a quarta na América Latina, contemplando famílias apanhadoras de sempre-vivas.

Geoparque

• 7) Em março deste ano, a Unesco valorizou o patrimônio cultural, arqueológico, paleontológico, pecuário e espiritual de Uberaba, na Região do Triângulo, conferindo a ele o título de Geoparque “Terra de Gigantes”. A iniciativa teve como suporte três atributos de representatividade internacional: a terra dos dinossauros no Brasil, a capital mundial do Zebu e o local onde Chico Xavier (1910-2002) se revelou ao espiritismo mundial.

• 8) Em outubro de 2019, foi a vez de Belo Horizonte receber o título de Cidade Criativa da Gastronomia. O registro consolidou a importância da cultura gastronômica da capital, que une tradição e inovação. Ao integrar a Rede de Cidades Criativas da Unesco, BH estabeleceu conexão com mais de 350 cidades do mundo.

Programa Memória do Mundo (Patrimônio Documental da Humanidade)

• 9) 2012 – Documentação da Câmara Municipal de Ouro Preto, sob guarda do Arquivo Público Mineiro, em BH.

• 10) 2014 – Coleção Francisco Curt Lange, com documentação sob guarda do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto.

• 11) 2015 – Acervo da Comissão Construtora de Nova Capital Belo Horizonte (1892-1903). Documentação sob guarda do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, Museu Histórico Abílio Barreto e Arquivo Público Mineiro, na capital.

• 12) 2015 – Processos judiciais trabalhistas: Doenças ocupacionais na mineração de Minas Gerais – Dissídios individuais e coletivos (1941-2005). Documentação sob guarda do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região.

• 13) 2016 – Coleção de obras raras da Biblioteca Mineiriana do Instituto Cultural Amilcar Martins, em BH

• 14) 2017 – Testamento do senhor Martim Afonso de Souza e de sua mulher, dona Ana Pimentel, sob guarda da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

• 15) 2018 – Inventário post-mortem do Cartório do Primeiro Ofício de Mariana (1713-1920), sob guarda do Arquivo Histórico da Casa Setecentista de Mariana.

• 16) 2018 – Livro de inventários da Catedral de Mariana (1749-1904), sob guarda do Arquivo Eclesiástico Dom Oscar de Oliveira, em Mariana.

NA REGIÃO NORTE DO ESTADO, PERUAÇU…

Harmonia entre natureza e história na moldura de uma paisagem deslumbrante. O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, na Região Norte do estado, é o próximo da lista mineira para se tornar Patrimônio Natural da Humanidade. Em outubro, o conjunto de sítios arqueológicos recebeu vistoria técnica do cientista português José Bernardes Rodrigues Brilha, representantes da Unesco. Ele fez inspeção “in loco” como penúltima etapa do processo de reconhecimento do Peruaçu.

…ESTÁ NA LISTA COMO PATRIMÔNIO NATURAL

Localizado entre Januária, Itacarambi e São João das Missões, a 662 quilômetros de Belo Horizonte, o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é considerado um dos patrimônios naturais mais importantes do país e do mundo, com vestígios de ocupação humana que datam de 12 mil anos. Compreende um conjunto de sítios arqueológicos, com mais de 180 cavernas e grutas, numa área total de156 hectares. A partir da visita, o cientista português elabora relatório que será enviado à Unesco.

FORÇA DA FÉ

Com seus 310 anos de história, o Mosteiro Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, em Santa Luzia, na Grande BH, festeja no próximo domingo (8/12) o dia da padroeira. Haverá missas solenes às 10h30 e 15h e terço, às 15h. Em 2024, são celebrados os 170 anos do dogma da Imaculada Conceição, proclamado pelo papa Pio IX em 8 de dezembro de 1854. Sempre preocupadas com a preservação do patrimônio e a questão ambiental, as irmãs concepcionistas estão fazendo campanha para custear a implantação do sistema de energia solar no mosteiro. Quem quiser contribuir pode enviar qualquer quantia no Pix 19.538.388/0001-07.

Orações, apelos e esperança infinita. Duas vezes furtada, a imagem de Santana Mestra (foto) do distrito de Inhaí, a 45 quilômetros de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, está sempre presente nas preces dos fiéis e nas campanhas de resgate dos bens desaparecidos. Integrante do acervo da Igreja Matriz de Santana, a escultura do século 18 foi levada por ladrões, na primeira vez, em 1997. Os moradores aguardam o retorno do objeto de fé, e renovam as súplicas principalmente em 26 de julho, data consagrada à avó de Jesus. Quem souber do paradeiro da imagem, pode acessar a plataforma Sondar, do Ministério Público de Minas Gerais (sondar.mpmg.mp.br), na qual se encontra disponível um acervo com cerca de 2,5 mil bens culturais mineiros, a exemplo de documentos e peças de arte sacra.

ARTE E MEMÓRIA

O distrito de Cachoeira do Brumado, em Mariana, é rico em história, cultura e artesanato. Filha da terra, a jornalista e escritora Thalia Gonçalves revela um pouco do que vê e ouve no seu primeiro livro “Mãos que contam histórias: vida e obra de artesãos cachoeirenses”. A partir de entrevistas, pesquisa documental, memórias e afetos, Thalia mostra a trajetória de Cassiana Ferreira Nunes, Arthur Pereira, Adão de Lourdes Cassiano, Mário Ramos Eleutério e Geraldo José Teixeira. Para adquirir a obra, entre em contato com a autora pelo seu perfil no Instagram: @thaliajorn

CONSERVAÇÃO PREVENTIVA

Hora de voltar a estudar para quem quer buscar especialização na área do patrimônio. Estão abertas as inscrições para a pós-graduação “lato sensu” em Conservação Preventiva de Bens Culturais Móveis Eclesiásticos, na PUC Minas. O curso vai capacitar profissionais para trabalhar com os bens culturais da Igreja, sendo ofertado na modalidade híbrida: aulas a distância no decorrer do ano e dois encontros presenciais em julho e dezembro de 2025. Como parte do compromisso com a preservação do patrimônio eclesiástico, a PUC Minas oferece 50% de desconto para presbíteros, religiosos e funcionários registrados em paróquias e dioceses. Para mais detalhes sobre o curso e inscrições, acesse:
www.pucminas.br/pos.

Candidatura do Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Cultural da Humanidade será avaliada pela Unesco em dezembro

Candidatura do Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Cultural da Humanidade será avaliada pela Unesco em dezembro - Foto: Léo Bicalho
Candidatura do Queijo Minas Artesanal a Patrimônio Cultural da Humanidade será avaliada pela Unesco em dezembro – Foto: Léo Bicalho

No dia 4 de dezembro, a candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal será formalmente avaliada durante a 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco. A reunião será realizada em Assunção, no Paraguai, com a análise prevista para as 16h30 (horário de Brasília).

O resultado poderá consolidar um marco histórico para Minas Gerais e o Brasil no cenário da salvaguarda cultural.

Sob o título “Traditional ways of making Artisanal Minas Cheese in Minas Gerais”, a candidatura será apresentada e discutida diante de delegações internacionais dos países membros da Convenção da Unesco. Este é um passo fundamental para o reconhecimento dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, destacando sua importância como expressão da identidade e da mineiridade.

O processo reflete o compromisso de Minas Gerais com a preservação de seus saberes tradicionais, que conectam gerações e territórios. A inclusão dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal na lista representativa da Unesco não apenas promoverá o Queijo Minas Artesanal como símbolo cultural no Brasil, mas também projetará internacionalmente a riqueza e a diversidade da cultura mineira, além de impulsionar o turismo e a economia do estado. 

Apoio irrestrito

Nos últimos meses, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), tem ressaltado, em nível nacional e internacional, a importância do reconhecimento para a cultura, o turismo e a economia de Minas. 

Os trabalhos do Governo do Estado em torno do reconhecimento junto à Unesco começaram em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro, em Belo Horizonte. Posteriormente, entre o fim de novembro e o início de dezembro, a gestão estadual, por meio da Secult, realizou a promoção dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal na 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Rabat, no Marrocos. Em março de 2023, um dossiê foi entregue ao secretário da Convenção do Patrimônio Imaterial da Unesco, Tim Curtis.

As ações da etapa final de mobilização e promoção da candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal tiveram início no dia 19/10 deste ano com a reunião da Comissão para Promoção e Difusão dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio, o lançamento da marca promocional e o encontro de produtores das dez regiões do Queijo Minas Artesanal com uma grande feira na Praça da Liberdade. 

Queijo Minas Artesanal está mais perto de se tornar Patrimônio Mundial da Unesco

Ação cultural do Governo do Estado na Embaixada do Brasil em Paris colocou em destaque a cozinha mineira, o artesanato produzido por artistas de várias regiões do estado e diversos tipos de queijo

Queijo Minas Artesanal está mais perto de se tornar Patrimônio Mundial da Unesco - Foto: divulgação
Queijo Minas Artesanal está mais perto de se tornar Patrimônio Mundial da Unesco – Foto: divulgação

O artesanato mineiro, a tradição do Queijo Minas Artesanal e a cozinha mineira clássica e contemporânea estiveram no centro de uma ação cultural promovida pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), na França.

A iniciativa, realizada em parceria com Fartura e Cemig, aconteceu nesta quarta-feira (19/6), na Embaixada do Brasil, em Paris, onde produtores das regiões do Serro, Canastra e Cerrado apresentaram queijos que vêm conquistando prêmios no país e em festivais internacionais.

Além disso, o chef de cozinha Henrique Gilberto, do Grupo Viela, mostrou a versatilidade do queijo mineiro na composição de pratos originais que trazem a marca da mineiridade.

Participaram do encontro o vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus, o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, os embaixadores Ricardo Neiva Tavares, atual embaixador do Brasil na França, e Paula Alves de Souza, delegada permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Brasunesco).

“Quando você é de Minas Gerais, o queijo é parte da sua vida. Temos 30 tipos diferentes de queijo no nosso estado, e comemos 2,2% mais queijo do que qualquer outro brasileiro. Então, é parte de quem nós somos, e também é parte da nossa economia”, declarou o vice-governador, Professor Mateus.

“É importante ver muitas famílias que costumavam trabalhar nas cidades voltando para suas fazendas, para resgatar as tradições dos seus bisavós, produzindo queijo para si e para vender”, complementou o vice-governador.

Queijo Minas Artesanal está mais perto de se tornar Patrimônio Mundial da Unesco - Foto: divulgação
Queijo Minas Artesanal está mais perto de se tornar Patrimônio Mundial da Unesco – Foto: divulgação

“É um trabalho que a gente já vem fazendo há um bom tempo. Já tivemos uma missão em Marrocos. Também tivemos várias etapas desse pleito que é o reconhecimento do Modo de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Imaterial da Humanidade. Isso vai trazer ainda mais visibilidade, promoção e valorização para os nossos queijos artesanais”, afirmou o diretor-presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Otávio Maia.

“Estamos trazendo os produtores de queijo para essa última etapa de defesa do pleito. Se Deus quiser, receberemos a notícia positiva do Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Imaterial da Humanidade”, completou.

Representando a Serra da Canastra, o gerente executivo da Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan) e secretário executivo da Associação Mineira do Queijo Artesanal (Amiqueijo), Higor Freitas, levou cinco queijos de diferentes produtores da região: Pedacin da Serra, Pingo do Mula, Roça da Cidade, Capela Velha e Capão Grande.

Para ele, a divulgação do Queijo Minas Artesanal e da cozinha mineira é extremamente importante para atrair pessoas interessadas nos produtos, história e tradição do estado.

“Promover nossos produtores ajuda a agregar valor aos produtos locais, a manter viva essa cultura que é passada de geração em geração. Minha expectativa é que possamos, mais uma vez, mostrar a qualidade dos nossos queijos para o mundo”, diz Higor.

Já Lindomar Santana dos Santos, que desde 1987 produz queijo em Sabinópolis, região do Serro, embarcou para Paris com quatro queijos na mala. Suas criações Santana, Só Toni, Canaã e Quilombo, todas já premiadas na França, chegam agora ao país não para competir, mas para encantar os paladares.

Queijo Minas Artesanal está mais perto de se tornar Patrimônio Mundial da Unesco - Foto: divulgação
Queijo Minas Artesanal está mais perto de se tornar Patrimônio Mundial da Unesco – Foto: divulgação

“O queijo artesanal já faz parte da cozinha mineira. Buscamos o reconhecimento do nosso saber fazer para, assim, conseguirmos levar nosso produto a todos os países”, ressaltou.

Utilizando-se do queijo e muitos outros ingredientes, o chef Henrique Gilberto, do Grupo Viela, mostrou a cozinha mineira contemporânea através de um cardápio original.

Pratos como batata baroa cremosa com ovo defumado e caldo caipira, peito de vitela com creme de alho poró e cogumelos e Gougères de queijo canastra com goiabada fizeram parte do menu, oferecido pelo Fartura, com patrocínio da Cemig, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

Queijo Minas Artesanal como patrimônio mundial

Neste ano, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal podem ser reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O pedido de candidatura, entregue em março de 2023, está sendo analisado pela Unesco, que dará o parecer definitivo na 19ª Sessão do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, em dezembro, no Paraguai.

Com o reconhecimento da Unesco, as regiões mineiras produtoras de queijo artesanal se tornarão pontos de atenção ainda maior do público, impulsionando o turismo em níveis nacional e internacional e garantindo o desenvolvimento econômico e sociocultural dessas regiões.

Arte de todas as regiões de Minas

A diversidade e a beleza da arte popular mineira e do artesanato tradicional também foram destacadas. Dez obras de artistas de várias regiões de Minas Gerais foram selecionadas pela presidente do Serviço Social Autônomo (SSA-Servas), Christiana Renault, cuja curadoria deu enfoque nas diversas tipologias e matérias-primas do estado.

Na exposição, estão presentes a cerâmica do Vale de Jequitinhonha, as palmas barrocas de Sabará, a arte sacra em estilo barroco das cidades do Circuito do Ouro e o entalhe em madeira característico da região do Campo das Vertentes, salientando toda potência cultural das artes plásticas mineira.

O acervo é inteiramente vindo do Centro de Artesanato Mineiro (Ceart), localizado no Palácio das Artes, que integra a Secult. Além das peças para exposição, foram levadas seis queijeiras em cerâmica do Vale do Jequitinhonha, que foram presenteadas aos embaixadores.

Queijo Minas pode ganhar novo título da Unesco para ser ainda mais valorizado

O queijo produzido em Minas Gerais está perto de ganhar mais um título internacional. O Governo do Estado está com a candidatura ativa para que a forma mineira de fazer o Queijo Minas Artesanal se transforme em Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.

Durante uma visita do vice-governador Mateus Simões a Paris, na última sexta-feira (3), a embaixadora Paula Alves de Souza, delegada permanente junto à Unesco, disse acreditar em um parecer positivo. O resultado deve sair até o fim do próximo ano.

“Esse reconhecimento tem como objetivo valorizar o queijo, a gente tem a expectativa das pessoas pagarem um pouco mais pelo produto artesanal e ainda há a possibilidade de aumentar o turismo rural,” explica o presidente da Comissão Técnica de Queijo Minas Artesanal do Sistema Faemg Senar, Frank Mourão Barroso.

Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), atualmente existem 8.811 estabelecimentos destinados à produção dos diversos tipos de queijos artesanais no Estado.

Neste grupo, o destaque é o Queijo Minas Artesanal. São 3.103 agroindústrias em Minas Gerais. A produção estimada é de 21,8 mil toneladas por ano, o que representa 65,2% da produção dos queijos artesanais das agroindústrias familiares.

Queijo Minas meia cura também é vendido no Empório Nacional
Queijo Minas meia cura é um dos mais vendidos nas lojas de produtos mineiros — Foto: Flavio Tavares

Um desses produtores artesanais é Ewerton Almeida, que produz queijos especiais na Fazenda Braúnas, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. A fazenda existe há cerca de 200 anos e a produção de queijos começou há algumas décadas com o pai de Ewerton, que era conhecido como Juca Abaeté. A produção era bem pequena, apenas para o consumo familiar.

“Meu pai extraía e vendia ouro e diamante, também comercializava gado, e fazia isso tudo em cima do lombo do cavalo. Ele sempre produzia o queijo e era uma das merendas dele, era queijo com farinha de milho ou com rapadura. Ele colocava numa bolsa atrás do cavalo e o queijo ficava ali por vários dias. E quando ele podia, parava e comia aquele queijo cremoso com uma boca muito boa. Isso era a base da alimentação dele”, conta Ewerton.

Somente em 2018, a família começou a comercializar o Queijo Minas Artesanal da Casca Florida, que tem o reconhecimento da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. E deu tão certo que a fazenda virou até um ponto de turismo rural na região. 

Queijo maturado produzido na Fazenda Braúnas
Queijo maturado produzido na Fazenda Braúnas — Foto: Fazenda Braúnas

“Nós aqui contamos toda a história da fazenda, de como tudo começou. Além de conhecer toda a ordenha, o modo de tirar o leite e a forma de fazer o queijo, o turista tem a oportunidade também de degustar o queijo em várias fases de maturação. Logo após nós servimos um café colonial na frente da fazenda e o turista vai ter a oportunidade também de experimentar quitandas, bolos, doces, pão de queijo, tudo feito com o nosso queijo”, afirma o produtor.   

Turista se delicia com o café da manhã colonial da Fazenda Braúnas, em Diamantina
Turista se delicia com o café da manhã colonial da Fazenda Braúnas, em Diamantina — Foto: Fazenda Braúnas

E o Queijo Minas Artesanal também faz bastante sucesso nas casas especializadas em produtos mineiros em Belo Horizonte. No Empório Nacional, no bairro Gutierrez, região Oeste da cidade, há diversas opções de queijos especiais e muita gente gosta de comprá-los para degustar em ocasiões especiais ou presentear os familiares e amigos.

“Várias pessoas compram para dar de presente. Em períodos de festas, como no mês de dezembro, as vendas aumentam bastante”, afirma Aracy Bicalho, proprietária da loja. 

A proprietária do Empório Nacional, Aracy Bicalho, ao lado de várias opções de queijos artesanais vendidos na loja
A proprietária do Empório Nacional, Aracy Bicalho, ao lado de várias opções de queijos artesanais vendidos na loja — Foto: Alexandre Nascimento

Uma peça inteira do premiado “Queijo do Johne”, por exemplo, custa R$ 135. Ele é um Queijo Minas Artesanal da microrregião da Serra da Canastra. Mas há outras opções de muita qualidade e com preços mais baixos na loja, como o queijo canastra meia cura, que é vendido a R$ 43,90 o quilo.  

O Empório Nacional tem várias opções de queijos premiados
O Empório Nacional tem várias opções de queijos premiados — Foto: Alexandre Nascimento
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