Jornal Folha Regional

Vacina Mais Minas: mais de 450 municípios promovem Dia D para ampliar cobertura vacinal

Vacina Mais Minas: mais de 450 municípios promovem Dia D para ampliar cobertura vacinal - Foto: divulgação
Vacina Mais Minas: mais de 450 municípios promovem Dia D para ampliar cobertura vacinal – Foto: divulgação

A vacinação no Brasil já foi motivo de orgulho nacional. Referência mundial, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) desenvolveu expertise em logística e operacionalização da vacinação em todo o território brasileiro, de dimensões continentais. Nos últimos anos, a cobertura vacinal vem preocupando especialistas, pois as metas de vacinação nem sempre têm sido alcançadas. A situação acende o alerta, pois doenças contagiosas que foram erradicadas ou controladas no país podem voltar a dar as caras. Mas no que depender do Governo de Minas, esse cenário irá mudar e a imunização no Brasil será motivo de alegria novamente.

Saúde na Escola, saúde na sociedade

Uma das estratégias para mudar esse cenário, é a estratégia Vacina Mais Minas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) – que tem o objetivo de sensibilizar a população para a importância de manter em dia o cartão de vacinação, atingindo as coberturas vacinais recomendadas pelas autoridades em Saúde. Um reforço importante para mobilizar a comunidade escolar é lançar mão do Programa Saúde na Escola, que por meio de ações intersetoriais das Secretarias de Saúde e Secretarias de Educação, estão promovendo ações de mobilização no ambiente escolar entre os dias 8 e 12/4. 

As ações que serão promovidas têm foco em ações educacionais voltadas para a abordagem da importância e da segurança da vacinação, ações de verificação da situação vacinal e a atualização da Caderneta de Vacinação, seja através de orientação aos pais para que procurem a UBS mais próxima de sua residência ou realizando a vacinação no próprio ambiente escolar de acordo com Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde. 

Segundo Camila Helen, superintendente de Atenção Primária à Saúde da SES-MG, “as ações de mobilização social visam alcançar o aumento de cobertura vacinal em todo o território mineiro e para isso é necessária uma forte articulação entre as secretarias municipais de Saúde e Educação”. 

Camila ressalta que o Programa Saúde na Escola é uma estratégia consolidada e importante para levar a temática Saúde para dentro do ambiente escolar. “Contamos com essa estratégia de mobilização do dia 8 ao dia 13, tendo como o Dia D o sábado, dia 13 de abril, com objetivo de alcançarmos um aumento de cobertura em todo o território de Minas Gerais”, conclui a superintendente. Mais de 1800 escolas – estaduais, municipais e particulares – estão engajadas no esforço de ampliar as coberturas vacinais em Minas.

Dia D de Vacinação, vacina mais perto da comunidade  

Para o Dia D de imunização da estratégia Vacina Mais Minas, a expectativa é que mais de 450 cidades em Minas estejam com as Unidades de Saúde abertas no sábado (13/4) ou realizem ações de vacinação em locais de grande circulação de pessoas para atualizar os cartões de vacinação da população.  

A supervisão do Dia D e das ações de mobilização nas escolas são das 28 unidades regionais de Saúde. É o caso da região Sul de Minas, onde a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha vem coordenando a mobilização de 50 municípios e quase 170 escolas. 

Além das diversas ações de mobilização, a SRS está trabalhando de forma alinhada com outros órgãos e entidades. “Estamos atuando de forma intersetorial, contando com a participação integrada das vigilâncias, sobretudo a epidemiológica, junto com a atenção à saúde, em conjunto com a referência do Programa Saúde na Escola”, relata Luiz Paulo Riceputi Alcântara, superintendente da SRS Varginha. 

“Temos buscado parcerias com outros órgãos estaduais e municipais, como a Superintendência Regional de Ensino, secretarias municipais de Saúde e a secretarias municipais de Educação”, completa o superintendente.

Para reforçar a mobilização local, a SES-MG disponibiliza o material de comunicação para ser utilizado nas ações de divulgação da estratégia Vacina Mais Minas. São peças que podem ser editadas conforme informações das escolas e dos municípios. Nas escolas, o material pode ser trabalhado para incentivar os pais e responsáveis a vacinarem as crianças e adolescentes. 

O material está disponível neste link

Vacinas salvam vidas – atitude coletiva

Quem se vacina, além da proteção individual contra a doença para a qual se vacinou, também não transmite a doença a outras pessoas. Assim, quanto mais pessoas vacinadas em um bairro ou cidade, por exemplo, menos chances a doença tem de se propagar entre a população. É uma proteção individual e coletiva. Algumas doenças como poliomielite, difteria, sarampo e outras, ainda existem. Mas só estão sob controle porque a comunidade se protege por meio da vacinação coletiva. Porém, essa proteção está em risco com os números cada vez menores de cobertura vacinal – por isso a estratégia da SES-MG – de ampliar a vacinação por meio de ações de sensibilização e vacinação extramuros – é tão importante. Durante a ação Vacina Mais, Minas, todas as vacinas oferecidas gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), tanto as de rotina (disponíveis o ano todo) como as de campanha (oferecidas em períodos específicos de acordo com as sazonalidades de cada doença) serão oferecidas a toda população. 

São elas:

1. BCG
2. Hepatite B
3. Penta
4. Pólio inativada
5. Pólio oral
6. Rotavírus
7. Pneumo 10
8. Meningo C
9. Febre amarela
10. Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
11. Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e
varicela)
12. DTP
13. Hepatite A
14. Varicela
15. Difteria e tétano adulto (dT)
16. Meningocócica ACWY
17. HPV quadrivalente
18. dTpa
19. Influenza (ofertada durante Campanha anual)
20. Pneumocócica 23-valente (Pneumo 23)

Para saber mais sobre as vacinas oferecidas no PNI e o calendário rotineiro de vacinação, acesse o site www.saude.mg.gov.br/vacinamaisminas

Investimento na vacinação extramuros e Vacimóvel

O esforço do Governo de Minas para ampliar o alcance da vacinação e aumentar as coberturas vacinais no estado, se traduz em uma política pioneira no Brasil, com um dos maiores investimentos feitos por um Estado nessa área – cerca de R$ 265 milhões investidos em vacinação em Minas Gerais. 

Dentro da estratégia de vacinação extramuros, as cidades mineiras estão recebendo incentivos do Estado para a aquisição dos Vacimóveis, uma van adaptada para que seja um pequeno centro de vacinação itinerante, equipada com refrigeração, pia para higienização, cadeiras e mesas, além de armários e com toda estrutura adequada para que as equipes de vacinação realizem seu trabalho com eficiência e segurança. 

Com o Vacimóvel, os municípios podem levar as vacinas “onde o povo está”, reforçando uma das principais diretrizes da SES-MG nesta gestão, que é levar a saúde mais perto do cidadão.

Para a aquisição dos veículos adaptados, o incentivo financeiro total da SES-MG supera os R$ 100 milhões. De acordo com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, todos os municípios acima de 50 mil habitantes receberam recurso para ter seu próprio Vacimóvel, e os demais serão contemplados por meio dos consórcios de saúde, que também receberão recurso para compra, num total de 253 veículos. 

“Temos a convicção que a vacinação extramuros é fundamental para ampliarmos a cobertura vacinal em todo o estado. Além da ação de rotina nos postos de saúde, nossa estratégia é levar a vacina para perto das pessoas, nas praças, rodoviárias e onde realmente a população circula”, destacou. 

Para o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Campos Prosdocimi, a estratégia permite “ampliar o alcance das equipes de vacinação, ao implementar ações extramuros e itinerantes, o que permite que aquela parcela da população que, por qualquer motivo, não pode se deslocar aos centros tradicionais de vacinação, possam receber sua dose de imunizante”, disse o subsecretário. 

Outra novidade é o investimento de mais de R$ 165 milhões para premiar os municípios que melhorarem a sua cobertura vacinal. A ideia é incentivar que os municípios alcancem os índices de vacinação recomendados pelas autoridades de saúde.

Alcançando resultados

Os esforços da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES – MG), para aumentar as coberturas vacinais vêm dando resultados. “No último ano de 2023 e também 2022, temos um cenário da vacinação no estado que vem apresentando melhoria significativa nos índices de vacinação”, afirma Eduardo Prosdócimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG. 

Segundo o secretário, no período pré-pandemia até o início da pandemia, Minas vinha registrando quedas nos índices vacinais. Com as diversas ações da SES-MG que buscam o aumento das coberturas vacinais, os índices vêm apresentando melhoras significativas. Segundo Prosdócimi, “isso se dá graças ao grande objetivo que a SES-MG tem de aumentar os índices de vacinação”. Para o subsecretário, o projeto estratégico Vacina Mais Minas é “um projeto inovador que faz grandes investimentos no aumento da cobertura vacinal em Minas. “Somente no ano passado, foram mais de R$ 265 milhões investidos”, finaliza Eduardo.

Para saber mais, acesse: www.saude.mg.gov.br/vacinamaisminas

Vacina da dengue começará a ser aplicada em crianças a partir de março em MG

Vacina da dengue começará a ser aplicada em crianças a partir de março em MG - Foto: reprodução
Vacina da dengue começará a ser aplicada em crianças a partir de março em MG – Foto: reprodução

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Bacheretti, afirmou nesta sexta-feira (16), que a vacina contra a dengue começará a ser aplicada em crianças de 10 e 11 anos, a partir de março.

“A expectativa é que em março recebamos vacinas suficientes para vacinar as crianças de 10 e 11 anos dos 22 municípios elegíveis aqui na região metropolitana de BH e no Vale do Aço. O estado recebendo as vacinas, elas serão repassadas imediatamente para os municípios”, garantiu.

Bacheretti ainda afirmou que a orientação é que os municípios apliquem a vacina dentro das escolas.

“A vacinação dentro da escola faz parte da nossa política. Obviamente, quem vai vacinar é o município. Nós [Governo de Minas] estamos junto com os municípios incentivando que essas crianças estarão na escola. Como é o público é de estudantes, é uma estratégia fundamental. Nossa orientação é exatamente essa”, explicou.

‘Pior ano da dengue da história de MG’

Também nesta sexta-feira (16), o secretário atualizou os números da dengue em Minas Gerais. Segundo ele, este é o pior ano da doença na história do estado.

Já são 194 mil casos prováveis e 67.592 casos confirmados. Além de 18 mortes comprovadas e outras 105 em investigação.

“Nunca vivenciamos uma inclinação tão forte de dengue na nossa história, e vamos ultrapassar o maior pico de dengue. Não temos dúvida que será o pior ano da dengue da nossa história. Em Belo Horizonte, devemos ter agora o maior pico de pacientes”, disse Fábio Bacheretti.

Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte, na quarta-feira (14), a cidade já soma 3.101 casos e cinco óbitos confirmados desde o início de 2024. Os casos prováveis chegam a 15.331.

De acordo com o secretário de estado de Saúde, estamos no pior pico da doença na capital.

“Este é o momento mais crítico da região de Belo Horizonte em número de atendimentos. Nós devemos estar vivendo o maior volume de pacientes durante este ano epidêmico. A experiência diz que isso vai durar algumas semanas, mas esse pico de atendimento tende a começar a diminuir já em meados de março”, afirmou Bacheretti .

Ao lado de Nikolas e Cleitinho, Zema diz que alunos poderão ir à escola sem tomar vacina

Ao lado de Nikolas e Cleitinho, Zema diz que alunos poderão ir à escola sem tomar vacina – Foto: reprodução

O governador Romeu Zema (Novo) utilizou as redes sociais na noite do último domingo (4) para dizer que os estudantes da rede estadual de ensino não serão obrigados a se vacinar para poder frequentar as aulas. A declaração foi feita ao lado do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).

“Aqui em Minas, todo aluno, independente de ter ou não vacinado, terá acesso às escolas”, declarou Zema. Antes disso, Nikolas disse que o comunicado do governador estaria relacionado com a “liberdade” dos estudantes.

No entanto, não ficou claro na mensagem se a medida é válida para imunizantes contra a COVID-19 ou para todo o calendário básico de imunização infantil. Veja aqui a lista de imunizantes obrigatórios.

Na mesma toada, o governo de Minas já se posicionou anteriormente a favor da não obrigatoriedade de se apresentar, na volta às aulas, comprovação de vacinação contra a COVID, especificamente.

“A vacinação (contra a COVID-19) não é obrigatória, não é compulsória. O Brasil adotou vacinação como não obrigatória. Então, ela não vai ser algo impeditivo de uma coisa tão essencial que é a aula, mas a nossa insistência aos pais e responsáveis é que a vacina é uma proteção individual e da família muito importante”, declarou à época o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, em janeiro de 2022.

Distribuição da vacina contra a dengue começa na próxima semana

Distribuição da vacina contra a dengue começa na próxima semana - Foto: reprodução
Distribuição da vacina contra a dengue começa na próxima semana – Foto: reprodução

A distribuição da vacina contra a dengue para os 521 municípios selecionados pelo governo federal começa na próxima semana. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (1) pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em reunião tripartite na sede da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), em Brasília.

A pasta aguardava a tradução para o português da bula do imunizante Qdenga, uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao fabricante, o laboratório japonês Takeda.

Nesta quarta-feira (31), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que a questão seria resolvida por meio do envio do arquivo em formato digital.

Em razão de uma quantidade limitada de doses a serem fornecidas por parte do próprio laboratório, a vacinação contra a dengue vai priorizar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações depois dos idosos.

Distribuição da vacina contra a dengue começa na próxima semana - Imagem: divulgação/Ministério da Saúde
Distribuição da vacina contra a dengue começa na próxima semana – Imagem: divulgação/Ministério da Saúde

Pessoas com mais de 60 anos não têm indicação para receber a dose em razão da ausência de estudos clínicos.

A previsão do ministério é que as doses adquiridas possam imunizar cerca de 3,2 milhões de pessoas ao longo de 2024.

“São quase 40 anos enfrentando epidemias de dengue”, lembrou Nísia, ao destacar que, este ano, a explosão de casos foi agravada pelas mudanças climáticas e as altas temperaturas. “É o momento de estarmos juntos, o Brasil unido pela dengue”, disse a ministra.

Mãe que perdeu filho vítima da dengue é a 1ª pessoa a receber vacina: ‘deixou um legado’

Francislene foi a primeira pessoa a receber a vacina em Dourados (MS). — Foto: Ronie Cruz e TV Morena/Reprodução
Francislene foi a primeira pessoa a receber a vacina em Dourados (MS). — Foto: Ronie Cruz e TV Morena/Reprodução

Francisleine Costa foi a 1ª pessoa a receber a vacina contra dengue na campanha de imunização em massa que começou em Dourados (MS) na última quarta-feira (3). A mulher é mãe Júlio César Arthur da Costa Escobar, que morreu aos 14 anos vítima de dengue grave em fevereiro de 2023.

Com os olhos cheios de lágrimas e na mente lembranças do filho que morreu tão jovem, Francisleine descreveu os sentimentos que a rodeavam no momento em que recebeu a 1ª dose da vacina contra a dengue.

“Não doeu nada. Estou contente! Meu filho deixou um legado, Dourados é a primeira cidade do Brasil a receber a vacina. É uma dor de mãe, mas é uma felicidade”, compartilhou Francisleine.

Julio morreu após sofrer falência múltipla de órgãos, ocasionada por uma dengue gravíssima. O jovem era jogador de futebol do Ubiratan Esporte Clube. Conhecido como “Mbappé de MS”, Julio completaria 15 anos dois dias após a morte. Na vida profissional, o jogador tinha sido selecionado para um período de testes no Fluminense.

Entre a felicidade por receber a dose e o luto pela perda do filho, Francisleine se firma na lembrança do jovem. “Meu filho queria ser famoso. Ele deixou uma presença depois dessa vacina de forma marcante. Dourados sempre vai lembrar dele, agora vamos nos sentir mais protegidos”.

Após receber a dose de esperança, Francisleine ainda apelou para que “todos cuidem dos quintais, não deixem água parada e que, quando possível, busquem pela vacina”.

“Podemos cuidar do nosso quintal, mas e o vizinho? Mãe, não tenha medo. A dor de uma mãe é maior. Não deixem de tomar vacina, protejam seus filhos. A vacina é o único meio de proteção. Agora, sigo aliviada, meu coração está feliz”, pontuou.

Dourados é protagonista na imunização contra dengue

Dourados, a pouco mais de 200 km de Campo Grande, foi a primeira cidade do Brasil a iniciar a vacinação em massa contra a dengue. A imunização começou por volta das 10h desta quarta-feira (3), nos 35 postos de saúde espalhados pela cidade. 🦟💉

Com 243.368 mil habitantes, a estimativa do município é vacinar 150 mil moradores entre 4 e 60 anos com a vacina.

Em Dourados, a imunização é oferecida para aquelas pessoas que chegarem ao posto com o documento de identificação e comprovante de residência na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

Dourados fez uma parceria inédita com o laboratório japonês Takeda, responsável por desenvolver a vacina Qdenga. Esta cooperação possibilitou que a cidade garantisse as primeiras doses do imunizante para realizar a vacinação em massa.

Vacina contra a dengue: veja quando começa o calendário nacional

Vacina contra a dengue: veja quando começa o calendário nacional – Foto: reprodução

Dourados, em Mato Grosso do Sul, se tornou na última quarta-feira (3) a primeira cidade do mundo a iniciar um processo de vacinação em massa contra a dengue. Isso só foi possível graças à parceria com a farmacêutica Takeda.

O Brasil passará a adotar só no mês que vem a vacina como parte do calendário nacional. A previsão é de que cerca de 3,1 milhões de pessoas possam ser vacinadas neste primeiro ano da campanha, já que a Takeda conseguirá entregar cerca de 6,2 milhões de doses em 2024 – 1,2 milhão por meio de doação e 5 milhões pelo contrato de compra – e o esquema vacinal completo envolve duas doses.

A prefeitura local divulgou que a primeira dose foi aplicada em Francisleine Costa, mãe do adolescente Julio Cesar da Costa, de 15 anos, que morreu de dengue em 2023. “Meu filho foi enterrado no dia do aniversário. Agora a vacina veio e eu estou fazendo campanha para que todos se vacinem para que não passem pela mesma dor. Estou contente por Dourados ser a primeira cidade a prestar esse serviço ao público.”

A gestão municipal relatou alta procura no primeiro dia de imunização. Foram distribuídas inicialmente 90 mil doses do imunizante Qdenga. Mas a farmacêutica garantiu o oferecimento de 150 mil doses, suficientes para todos os douradenses entre 4 e 59 anos.

A imunização faz parte de um projeto da farmacêutica em parceria com o pesquisador Julio Croda, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que busca avaliar a proteção conferida fora de laboratório, em uma população real. “É um quantitativo de 300 mil doses disponíveis que vence em agosto deste ano e serão utilizadas para esse estudo, o primeiro do tipo para essa vacina a nível mundial”, afirmou Croda ao jornal O Globo. A Takeda, por sua vez, afirmou que a iniciativa teve início antes mesmo da compra de doses pelo governo federal.

Prevalência

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o número de casos de dengue em 2023, divulgado pelo Estadão há dez dias, apontam o Brasil como o país com maior incidência da doença. Ao todo, foram 2,9 milhões de casos até 11 de dezembro – mais da metade dos mais de 5 milhões registrados mundialmente. De acordo com a entidade, vive-se um patamar histórico para a dengue.

A OMS alertou sobre o fato de a doença também ter se espalhado para países onde historicamente não circulava, como França, Itália e Espanha. Entre as razões para a disseminação está a crise climática, que tem elevado a temperatura mundial e permitido que o mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, sobreviva em ambiente onde antes isso não ocorria – dessa maneira, ele consegue se reproduzir cada vez mais.

O fenômeno El Niño, que chegou agora ao seu auge, também acentuou os efeitos do aquecimento global das temperaturas e das alterações climáticas, e a previsão é de que seus efeitos, incluindo ondas de calor inéditas, persistam até maio ou junho. O Ministério da Saúde do Brasil já projeta um aumento de casos da doença neste ano – e, por isso, adotará a aplicação da vacina de forma geral, algo também inédito no mundo.

Mortes

Os dados da OMS alertam, ainda, para o número de casos graves da dengue: ao todo, 5 mil pessoas morreram pela doença neste ano em todo o mundo. No Brasil, 1.474 casos, ou 0,05% do total de registros, são da versão hemorrágica, que pode matar.

UFMG busca voluntários de até 85 anos para vacina da covid: ‘ou a pesquisa para’

UFMG busca voluntários de até 85 anos para vacina da covid: ‘ou a pesquisa para’ – Foto: reprodução

A vacina SpiN-TEC – contra a Covid-19 e a única 100% brasileira a chegar à fase de testes em humanos – precisa de voluntários para continuar avançando. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a pesquisa para mais uma bateria de testes. Para isso, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) procura homens e mulheres de 18 a 85 anos que atendam aos critérios de seleção (veja lista abaixo). São necessários novos 360 participantes. “Se os voluntários não aparecerem, a pesquisa para”, alerta Helton Santiago, diretor clínico do CTVacinas.

Este é o último estágio de testagem da vacina antes que ela possa, finalmente, chegar aos braços dos brasileiros. Os testes clínicos (ou seja, em humanos) funcionam em três fases. A primeira já foi superada pela SpiN-TEC, que se mostrou segura e eficaz. “A pesquisa clínica não se faz sem os voluntários. É muito importante que as pessoas que queiram contribuir com a ciência, que queiram contribuir com o desenvolvimento científico brasileiro, se voluntariem”, reforça Santiago.

Critérios para participação como voluntário da SpiN-TEC:

  • possuir entre 18 e 85 anos;
  • ter recebido as doses iniciais de CoronaVac ou AstraZeneca, além do reforço com Pfizer ou AstraZeneca antes de maio (ou seja, há pelo menos 6 meses);
  • não ter contraído covid-19 ou contraído a doença no máximo até maio (ou seja, há pelo menos 6 meses);
  • ter disponibilidade para participar de acompanhamentos presenciais em Belo Horizonte.
  • pessoas com doenças crônicas controladas (como hipertensão, diabetes e outras) podem se inscrever – passarão por uma avaliação médica para conferir se podem ou não participar dos testes clínicos, assim como todos os inscritos.

Quero participar. Como me inscrevo? 

Caso você atenda a todos os critérios, faça a sua inscrição aqui. Se preferir, pode ligar ou chamar no WhatsApp pelo número (31) 9 9972-0292 – ou, ainda, ligar no telefone (31) 3401-1152.

Quando começa a terceira e última fase?

Nesta segunda etapa, a SpiN-TEC passa por comprovações de segurança  e de imunogenicidade (capacidade de provocar uma resposta imune no corpo). As expectativas, segundo o coordenador dos testes clínicos da SpiN-TEC, Helton Santiago, são de que o recrutamento e vacinação dos 360 voluntários termine em fevereiro de 2024.

(com assessoria da UFMG)

Vacina Calixcoca, contra a dependência de cocaína e crack, desenvolvida com apoio da Fapemig, vence Prêmio Euro

Vacina Calixcoca, contra a dependência de cocaína e crack, desenvolvida com apoio da Fapemig, vence Prêmio Euro – Foto: divulgação

A pesquisa da vacina Calixcoca, solução terapêutica contra a dependência de cocaína e crack, é a iniciativa destaque da segunda edição do Prêmio Euro Inovação na Saúde. A cerimônia de entrega foi realizada na noite da última quarta-feira (18), em São Paulo. 

A equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conquistou a premiação de 500 mil euros (cerca de R$ 2,6 milhões). O prêmio é organizado pela multinacional farmacêutica Eurofarma, que atua em mais de 20 países.

O coordenador da pesquisa, professor Frederico Garcia, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina, agradeceu à sociedade brasileira que apoiou a campanha. “Desenvolver ciência na América Latina não é fácil. A UFMG é, hoje, uma universidade que está fazendo a diferença. Só temos a agradecer o apoio da nossa reitora, Sandra Regina Goulart Almeida, e do nosso pró-reitor de Pesquisa, Fernando Reis”, celebrou. 

Mais votada por médicos de 17 países, a Calixcoca superou outras 11 iniciativas inovadoras no campo da saúde desenvolvidas na América Latina, entre elas a SpiN-Tec, vacina contra a covid-19 (também da UFMG), e o fitoterápico para tratamento da diabetes mellitus e obesidade, desenvolvido na Universidade de Uberaba (Uniube). Ambos foram agraciados com 50 mil euros por terem ficado entre os finalistas.  

Todas as três pesquisas receberam apoio do Governo de Minas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), para o seu desenvolvimento. Em julho, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, também anunciou o aporte de R$ 10 milhões para avanços no projeto da Calixcoca durante visita da ministra Nísia Trindade à UFMG. A vacina também conta com financiamento do Governo Federal e com verbas de emendas parlamentares.  

Inovação

Em entrevista concedida à Fapemig, Frederico Garcia, coordenador do projeto, destacou as inovações da pesquisa. 

Uma delas é a utilização de uma molécula sintética como plataforma de vacinas. “As vacinas convencionais normalmente utilizam plataforma proteica, que pode ser uma proteína de vírus ou bactéria. A gente dá um passo importante ao usar uma molécula totalmente sintética para fazer uma plataforma vacinal. Existem vantagens: você controla todo ciclo de produção de maneira mais simples; tem um custo menor do que as vacinas proteicas; não precisa de cadeia fria para transporte e nem de refrigeração para a estocagem”, destaca. 

Segundo o pesquisador, outra vantagem, quando comparada a vacina anticocaína em desenvolvimento nos Estados Unidos, é que o resultado obtido pela equipe é melhor do ponto de vista de quantidade de anticorpos produzidos, o que, acredita-se, vá se manter em humanos também. Garcia salienta, ainda, a comprovação, pelos estudos pré-clínicos, da segurança e da eficácia do imunizante. “A vacina é uma solução que propicia aos pacientes com dependência voltar a realizar seus sonhos. O próximo passo é iniciar os estudos com humanos”, diz.

Dependência

No discurso de agradecimento, o professor ressaltou o compromisso com os pacientes que sofrem com a dependência química. “Sabemos como é difícil ter uma pessoa dependente em casa, como é sofrido para um acometido pela dependência ter que lidar com a ambivalência de usar ou não droga e como é ainda mais difícil para uma gestante dependente proteger seu feto e lidar com a dor da abstinência. Temos a missão de cuidar dessas questões”, finalizou. 

Além de Frederico Garcia, os estudos reúnem os professores Maila de Castro, da Faculdade de Medicina, Gisele Goulart, da Faculdade de Farmácia, Ângelo de Fátima, do Instituto de Ciências Exatas, e os pesquisadores Paulo Sérgio de Almeida, Raissa Pereira, Sordaini Caligiorne, Brian Sabato, Bruna Assis, Larissa do Espírito Santo e Karine Reis, vinculados ao Núcleo de Pesquisa em Vulnerabilidade e Saúde (NAVeS).

Confira a cerimônia transmitida pelo canal da Eurofarma Brasil no YouTube.

https://www.youtube.com/watch?v=Kg2CRAznKoI&ab_channel=EurofarmaBrasil

Começam os testes de nova possível vacina contra o HIV em humanos

Vacina contra o HIV é testada em humanos — Foto: RF._.studio/Pexels/Reprodução

Uma nova vacina experimental contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV) começa a ser testada em humanos, conforme anunciou, na quarta-feira (20), a companhia norte-americana de imunologia Vir Biotechnology. A empresa espera ter os dados iniciais do teste de fase 1 no segundo semestre de 2024.

“O primeiro participante foi dosado em um ensaio de fase 1 avaliando a segurança, reatogenicidade (capacidade de gerar reação) e imunogenicidade (resposta imune ao corpo) do VIR-1388, uma nova vacina experimental de células T para a prevenção do vírus da imunodeficiência humana (HIV)”, disse a Vir Biotechnology.

O imunizante VIR-1388 é baseado na plataforma vetorial do citomegalovírus humano (HCMV) e foi projetado para estimular o corpo a produzir células imunológicas conhecidas como células T, que reconhecem várias proteínas do HIV de uma forma diferente em relação às vacinas contra o HIV pesquisadas anteriormente.

“O VIR-1388 foi desenvolvido usando aprendizados aplicados do VIR-1111, a vacina experimental inicial de células T do HIV com prova de conceito da empresa, baseada no HCMV”, relatou a companhia.

“O HIV continua a ser um grande desafio de saúde pública global, sem vacinas aprovadas, apesar de décadas de esforços de investigação”, disse Carey Hwang, vice-presidente sênior de investigação clínica da Vir Biotechnology.

“O início do nosso primeiro ensaio clínico avaliando o VIR-1388 é um marco importante na nossa busca pelo desenvolvimento de uma vacina contra o HIV, e estamos gratos a todos os nossos parceiros pelo seu apoio a este ensaio de fase 1.”

O ensaio é apoiado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), parte dos Institutos Nacionais de Saúde e pela Fundação Bill & Melinda Gates.

O NIAID forneceu financiamento durante todo o ciclo de vida de desenvolvimento do produto VIR-1388, enquanto a fundação apoiou o desenvolvimento da empresa de terapias para o tratamento do HIV, a prevenção da tuberculose e a prevenção da malária.

O que se avalia na fase 1

O ensaio de fase 1 randomizado, duplo-cego e controlado por placebo está avaliando a segurança, reatogenicidade e imunogenicidade de três doses diferentes de VIR-1388 em comparação com placebo, segundo a empresa. Ele será realizado em locais nacionais e internacionais dentro da rede de ensaios de vacinas contra o HIV, financiado pelo governo federal.

Será testado, inicialmente, em um grupo menor para avaliar os possíveis efeitos colaterais graves. Cerca de 100 pessoas devem ser divididas em grupos, com três deles recebendo dosagens diferentes e um quarto, tomando placebo.

“O ensaio foi concebido para inscrever aproximadamente 95 participantes com idades entre 18 e 55 anos que não vivem com HIV, com anticorpos específicos para o HCMV existentes e com boa saúde geral, conforme determinado pelo histórico médico, exame físico e testes laboratoriais”, completou a Vir Biotechnology.

Um estudo opcional de acompanhamento de longo prazo aumentará a participação no estudo por até três anos após a primeira dose ser administrada no participante.

Vetor HCMV

O vetor HCMV é uma versão enfraquecida do vírus projetada para entregar o material da vacina contra o HIV ao sistema imunológico sem causar doença nos participantes do ensaio. Ele está presente em grande parte da população global há séculos. A maioria das pessoas que vivem com HCMV não apresentam sintomas e não sabem que têm o vírus.

“O HCMV permanece detectável no corpo durante toda a vida, o que sugere que tem potencial para transmitir e depois ajudar com segurança o corpo a reter o material da vacina contra o HIV durante um longo período de tempo, superando potencialmente a diminuição da imunidade observada com vetores de vacina de vida mais curta”, explicou a empresa.

De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), aproximadamente 1,5 milhões de pessoas foram recentemente infectadas pelo HIV e cerca de 650 mil pessoas em todo o mundo morreram de causas relacionadas com a Aids em 2021.

Anvisa autoriza novos testes da 1ª vacina 100% nacional contra a Covid

Anvisa autoriza novos testes da 1ª vacina 100% nacional contra a Covid – Foto: reprodução

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou na última sexta-feira (1º), o início de uma nova etapa do ensaio clínico com a SpiN-Tec – a primeira vacina 100% nacional contra a covid-19, desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O objetivo é que o imunizante esteja disponível até o fim de 2024.

Em nota, a Anvisa informou que o início da primeira fase do ensaio clínico foi autorizado pela agência em outubro do ano passado e, com base nos resultados preliminares de segurança e imunogenicidade obtidos, foi autorizado o prosseguimento do teste. “O objetivo dessa nova fase é obter dados adicionais de segurança e imunogenicidade, utilizando a dose que apresentou o melhor desempenho na primeira fase”, informa a nota.

Nessa nova fase serão incluídas 372 pessoas saudáveis de ambos os sexos, com idade entre 18 e 85 anos, que já tenham completado o esquema vacinal primário contra a covid-19 e pelo menos uma dose de reforço há pelo menos seis meses. Pessoas que tiveram covid-19 há pelo menos seis meses também podem participar do estudo.

O ensaio clínico, de acordo com a Anvisa, está sendo realizado em três centros em Belo Horizonte: na Faculdade de Medicina da UFMG, no Centro Freire de Pesquisa Clínica e no Centro Infection Control. A segunda etapa vai começar tão logo os voluntário sejam reunidos pelos centros de pesquisa.

Os resultados da primeira fase de testes da SpiN-Tec foram divulgados pela Fiocruz em maio deste ano. Os dados preliminares não indicaram problemas de segurança e apontaram resposta imunológica ao vírus.

A vacina SpiN-Tec consiste na fusão de duas proteínas (S e N), que resultam em uma proteína quimera. Essa associação confere à nova vacina um diferencial em relação aos demais imunizantes, que contemplam apenas a proteína S. Desta forma, os desenvolvedores do novo imunizante esperam oferecer uma proteção mais ampla contra possíveis novas variantes.

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