
Na manhã da última sexta-feira (07), foi inaugurada a unidade de valorização sustentável Viasolo, que vai recepcionar e processar o lixo de Passos (MG). O investimento inicial da empresa é da ordem de R$15 milhões, com expectativa de investir R$80 milhões.
A Prefeitura terá uma economia de R$2 milhões por ano com transporte e transbordo, pois o lixo era enviado para outra cidade a 120 km de distância e, principalmente, atende a um Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público.
De acordo com o diretor executivo da Viasolo Engenharia Ambiental, Alan Pierre, a unidade de valorização sustentável não é só um aterro sanitário. “O que está sendo inaugurado hoje é o Aterro Classe 2, com o objetivo de fazer o recebimento de resíduos sólidos domiciliares, inicialmente”, disse, acrescentando que vai gerar 30 empregos diretos e aproximadamente 100 indiretos.
O projeto está implantado em uma área de aproximadamente 40 hectares. “O que foi implantado é a primeira etapa da célula do Aterro Classe 2, a unidade de pré-tratamento de afluente e a parte administrativa de balança e controle operacional. Ao longo dos anos, a gente tem o objetivo de implementar outras tecnologias. Sendo a triagem dos resíduos domiciliares ou seletivos”, explicou Alan Pierre.
Inicialmente será feita a triagem dos resíduos domiciliares. “Vamos buscar uma escala necessária para que esse aterro tenha o volume para gerar biogás suficiente para implementarmos uma térmica. Que basicamente é a captação dos gases que são gerados pelo aterro sanitário. Fazemos uma filtragem desses gases, passamos em motores e queimamos o excesso num flare, gerando energia.

Essa energia a gente conecta na rede da CEMIG. Mas para isso o aterro tem que ter pelo menos 4 ou 5 anos de operação e tem que ter um volume de resíduos maior do que o que a gente tem aqui hoje”, contou.
O espaço inaugurado tem capacidade licenciada para 27 anos e receber um volume maior do que o da Prefeitura de Passos.
“E com essa térmica de geração de energia, a empresa tem a oportunidade também de gerar créditos de carbono. Esses créditos são gerados a partir da gestão e da destruição do gás metano que é extremamente nocivo à atmosfera. Também estamos preparando a área para receber resíduos industriais. Isso é um polo atrativo para o município.
O município quando quer atrair uma indústria precisa de um equipamento desse para que esses resíduos industriais tenham a destinação correta. Temos também tecnologia para a ser implementada, já está previsto em licenciamento ambiental, para o tratamento de resíduos de serviço de saúde, os resíduos hospitalares que são tratados em autoclave. O conceito é multitecnológico e ao longo dos anos vamos implementando uma ou outra tecnologia assim que ela vai se apresentando viável”, salientou.
A empresa venceu o processo licitatório e com isso a prefeitura vai remunerar a empresa por tonelada de resíduo domiciliar. “Cada tonelada tem o custo de R$144,00”, finalizou Alan Pierre.
Termo de Ajustamento de Conduta

A Secretaria de Obras, Habitação e Serviços Urbanos, informou que a respeito do Aterro Sanitário foi fruto de um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público e também de licitação, na qual a Prefeitura de Passos licitou a destinação final dos resíduos sólidos urbanos, que contempla não só o resíduo domiciliar, mas também outros gerados no perímetro urbano (varrição, volumoso, de empresas).
No Ponto de Transbordo da Prefeitura eram recebidos resíduos domiciliares e algumas empresas levavam os resíduos gerados por elas pela produção e execução da atividade.
São empresas que no exercício da atividade gera rejeito e eles levavam. A partir de hoje estas mesmas empresas terão que levar os resíduos até o novo espaço, que fica na Estrada Rural das Areias.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos e a Lei do Saneamento Básico determinam que é responsabilidade do gerador dar a destinação final ao material. “Como no município não havia um aterro, a prefeitura abraçou estes comerciantes. Mas, o correto seria o município já estar cobrando por estes serviços de recepção destas empresas.
Como agora tem um Aterro Sanitário dentro do seu perímetro e estas empresas têm condições de levar, cobra-se um valor pelo quilo e devolve, assim, a estas empresas a responsabilidade que sempre foi delas. A partir de agora cabe a cada empresa o encaminhamento do rejeito de sua produção. Haverá também uma certificação de que estas empresas estão dando destinos corretos e as tornam ambientalmente regulares”, informou a engenheira do Departamento de Limpeza.