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Nova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em três estados

Nova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em três estados - Foto: Robson Valverde
Nova variante do vírus Sars-CoV-2 é identificada em três estados – Foto: Robson Valverde

Uma linhagem do vírus Sars-CoV-2 que vem se espalhando pelo mundo foi detectada no Brasil. A linhagem, chamada de XEC, que pertence à variante Omicron, foi identificada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina. O primeiro achado foi realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras referentes a dois pacientes residentes na capital fluminense, diagnosticados com covid-19 em setembro. A identificação foi realizada pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, que atua como referência para Sars-CoV-2 junto ao Ministério da Saúde e à Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Ministério da Saúde e as secretarias Estadual e Municipal de Saúde do Rio de Janeiro foram rapidamente informados sobre o achado. As sequências genéticas decodificadas foram depositadas na plataforma online Gisaid nos dias 26 de setembro e 7 de outubro. Depois das sequências do Rio de Janeiro, também foram depositados, por outros grupos de pesquisadores, genomas da linhagem XEC decodificados em São Paulo, a partir de amostras coletadas em agosto, e em Santa Catarina, de duas amostras coletadas em setembro.

Monitoramento

A XEC foi classificada pela OMS no dia 24 de setembro como uma variante sob monitoramento. Isso ocorre quando uma linhagem apresenta mutações no genoma que são suspeitas de afetar o comportamento do vírus e observam-se os primeiros sinais de “vantagem de crescimento” em relação a outras variantes em circulação. Esta variante começou a chamar atenção em junho e julho de 2024, devido ao aumento de detecções na Alemanha. Rapidamente, espalhou-se pela Europa, pelas Américas, pela Ásia e Oceania. Pelo menos 35 países identificaram a cepa, que soma mais de 2,4 mil sequências genéticas depositadas na plataforma Gisaid até o dia 10 de outubro deste ano.

De acordo com a pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC Paola Resende, dados do exterior indicam que a XEC pode ser mais transmissível do que outras linhagens, porém será necessário avaliar o seu comportamento no Brasil. “Em outros países, essa variante tem apresentado sinais de maior transmissibilidade, aumentando a circulação do vírus. É importante observar o que vai acontecer no Brasil.  O impacto da chegada dessa variante pode não ser o mesmo aqui porque a memória imunológica da população é diferente em cada país, devido às linhagens que já circularam no passado”, explica Paola, que também atua na Rede Genômica Fiocruz.

A detecção da XEC no Brasil foi realizada a partir de uma estratégia de vigilância que ampliou o sequenciamento de genomas do Sars-CoV-2 na capital fluminense em agosto e setembro. Esta ação contou com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Durante três semanas, foi realizada a coleta de amostra de swab nasal para envio ao Laboratório de Referência do IOC/Fiocruz em casos positivos para Sars-CoV-2 diagnosticados por testes rápidos em unidades básicas de saúde. Embora tenha apontado a presença da XEC, o monitoramento confirmou o predomínio da linhagem JN.1, que é majoritária no Brasil desde o final do ano passado.

“Realizamos essa ação para compreender em tempo real o que estava ocorrendo no Rio, uma vez que havia um leve aumento nos diagnósticos de covid-19 na cidade. Isso foi muito importante para detectar a variante XEC, que precisará ser acompanhada de agora em diante”, detalhou a virologista.

Dados atuais da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e do Infogripe, da Fiocruz, não indicam alta nos casos de covid-19 na cidade. A virologista alerta para o enfraquecimento da vigilância genômica do SARS-CoV-2 no Brasil e reforça a necessidade de manter o monitoramento em todo o território nacional.

“Atualmente, estamos sem dados genômicos de diversos estados porque não têm ocorrido coleta e envio de amostras para sequenciamento genético. É muito importante que esse monitoramento seja mantido de forma homogênea no país para acompanhar o impacto da chegada da variante XEC e detectar outras variantes que podem alterar o cenário da covid-19”, destacou Paola.

A virologista reforçou ainda que os dados sobre os genomas do Sars-CoV-2 em circulação são relevantes para ajustar a composição das vacinas da covid-19. A OMS conta com um grupo consultivo técnico sobre o tema, que se reúne duas vezes ao ano. Em abril, o comitê recomendou formulação de imunizantes baseados na linhagem JN.1. A próxima reunião está marcada para dezembro.

Origem

Análises indicam que a XEC surgiu pela recombinação genética entre cepas que circulavam anteriormente. O fenômeno ocorre quando um indivíduo é infectado por duas linhagens virais diferentes simultaneamente. Nessa situação, pode ocorrer a mistura dos genomas dos dois patógenos durante o processo de replicação viral. O genoma da XEC apresenta trechos dos genomas das linhagens KS.1.1 e KP.3.3. Além disso, a linhagem apresenta mutações adicionais que podem conferir vantagens para a sua disseminação.

SP registra 1° caso da subvariante EG.5 do coronavírus no Brasil

SP registra 1° caso da subvariante EG.5 do coronavírus no Brasil – Imagem: reprodução

O Brasil registrou o primeiro caso da subvariante EG.5 do coronavírus, conhecida como Eris, em São Paulo. A Eris foi identificada pela primeira vez em fevereiro deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nos Estados Unidos, a Eris se tornou a principal variante. A OMS classificou a presença dela como “de interesse”. Segundo especialistas, o surgimento de mutações pode gerar uma onda de novos casos de Covid.

No Brasil, o primeiro caso foi registrado na capital paulista e os sintomas iniciais começaram no final de julho, de acordo com o jornal O Globo. A paciente seria uma mulher de 71 anos que não viajou nas últimas semanas.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu uma nota com medidas que devem ser seguidas para evitar novas infecções pela subvariante EG.5. Entre elas, está o uso de máscaras por pessoas com comorbidades e mais vulneráveis ao coronavírus.

Dados da OMS mostram que até a última sexta-feira (11), 1,5 milhão de pessoas foram infectadas pela Covid-19 no mundo entre 10 de julho e 6 de agosto.

Com dose de reforço em ritmo lento, Minas vai viver pior transmissão da Covid-19

Minas Gerais vai vivenciar, até o final de janeiro, um recorde de casos diários de Covid-19 ainda não observado desde o início da pandemia. A alta na transmissão causada pela variante ômicron, que já infectou ao menos 226 pessoas em 30 municípios, deve atingir o pico nas duas próximas semanas e pode trazer de volta restrições de circulação e no comércio e causar um colapso no funcionamento de serviços essenciais. Na contramão do crescimento de diagnósticos positivos para a doença, cerca de 3 milhões de mineiros estão com a dose de reforço da vacina contra o coronavírus atrasada. 

Ontem, em entrevista coletiva, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, atualizou a situação epidemiológica de Minas, e citou que a explosão de novos casos pode, inclusive, prejudicar a oferta de serviços essenciais, com a necessidade de afastamento de profissionais por infecção pelo coronavírus. “A ômicron vai disseminar tão rápido que os serviços essenciais vão ficar colapsados por tantas pessoas doentes. Serviços de saúde, de transporte público vão ser impactados por números de pacientes sintomáticos que não vão poder conviver”, calculou. 

Baccheretti, no entanto, acredita que a elevação da transmissão não deve representar uma alta exponencial nas internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Atualmente, no Estado, a taxa de ocupação dessa modalidade de leitos exclusivos para Covid é 18,78%. Em Belo Horizonte, no entanto, o índice é de 73%. “Iremos ter mais do que 18 mil casos diários (recorde atual em 24h) na próxima semana. Nosso pico vai ser muito alto, sendo muito acima do que vivenciamos no ano passado, mas as internações não vão aumentar de forma drástica”, estimou o secretário. 

Com um cenário preocupante, a aposta do Executivo é na ampliação da vacinação e na manutenção do uso de máscaras pela população. Mas o desejo do Estado esbarra na desmobilização da população em relação à busca pela vacina. Balanço da secretaria aponta que 3 milhões de mineiros já poderiam ter tomado a dose de reforço contra a Covid, mas ainda não foram aos postos. “Temos que acabar com o discurso de ser uma vacina experimental. É uma vacina testada em três partes. Quem não tomou vacina, que tome. Quem não tomou reforço, que tome”, pediu Baccheretti.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Renato Kfouri, reforçou que, mesmo com a ocorrência de transmissão do vírus entre vacinados, os imunizantes disponíveis já demonstraram eficácia em relação às infecções graves do coronavírus. Para isso, ele sugere que as autoridades façam uma busca ativa e aumente a oferta de imunização para chegar às pessoas que estão com a aplicação atrasada. “Continuar mobilizando as pessoas a se vacinar é um fenômeno que a gente sempre encontra quando vai caindo a percepção de risco da população”, analisa. 

Estado não descarta restrições

O Governo de Minas não descarta adotar medidas restritivas para conter a alta dos casos de Covid-19. De acordo com o secretário Fábio Baccheretti, todas as regiões ainda estão na onda verde do programa Minas Consciente, que baliza o funcionamento do comércio e serviços, mesmo com a incidência maior de diagnósticos da doença. Conforme o gestor, as restrições poderão ser adotadas caso haja uma pressão sobre o sistema de saúde com o aumento de hospitalizações. 

“A incidência já puxou a pontuação para cima no Minas Consciente e a diferença está na ocupação de leitos para precisar de uma medida nova”, alertou o secretário. Caso se tenha alguma restrição, os anúncios devem ocorrer nas próximas semanas. “Se for necessário alguma medida restritiva nós vamos adotar”, garantiu. Um primeiro sinal da adoção de medidas restritivas é a sinalização de que o Campeonato Mineiro, com início em 26 de janeiro, não terá 100% de torcida nos estádios. 

O assunto é tratado pela secretaria junto à Federação Mineira de Futebol (FMF). “Grandes públicos não são recomendados neste momento. Estamos conversando e iremos fazer essas primeiras reuniões, observando o decorrer da pandemia”, detalhou Baccheretti. Em BH, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) informou que também monitora a situação para definir a capacidade dos estádios.

Cássia confirma variante ômicron em circulação no município

A Prefeitura de Cássia informou, na tarde desta quinta-feira, que a variante ômicron foi identificada no município. Segundo nota divulgada pela administração em rede social na tarde de ontem, a Seção de Vigilância em Saúde informa que, diante do aumento considerável no número de notificações para covid, neste mês, foram encaminhadas amostras para análise de sequenciamento genético, sendo detectada a variante ômicron em circulação no município.

De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura, 20 novos casos foram registrados em Cássia nesta quinta-feira e o município atingiu 2.008 ocorrências desde o início da pandemia.

De acordo com a secretária de Saúde de Cássia, Gabriela Nascimento Brusiquesi, o pronto- socorro municipal foi adaptado devido ao aumento na procura por atendimento nos últimos dias.

“Dentro das possibilidades do município, o espaço físico do Pronto Socorro Municipal foi adaptado, contando com a boa vontade de todos os funcionários que, para atender a grande demanda do momento, estão inclusive trabalhando em um local improvisado, atendendo a população da melhor maneira que é possível dentro das condições atuais”, disse.

No dia 6 deste mês, vereadores do município protocolaram um ofício solicitando providências para separar pessoas sintomáticas e com confirmação de infecção pelo coronavírus ou pelo vírus causador da gripe Influenza no atendimento no pronto-socorro.

“Como foi dito, foi adaptado um espaço físico e todas as medidas de segurança sanitária estão sendo tomadas para que a população seja atendida com o mínimo de risco possível”, afirma a secretária.

Segundo ela, foi montada uma estrutura ao lado do pronto-socorro, na parte externa, onde estão sendo atendidos os casos suspeitos ou com diagnóstico confirmado. Já os atendimentos de urgência e emergência permanecem na parte interna da unidade, onde foi montada uma sala de estabilização e isolamento para pacientes com covid positivos que chegaram em estado mais grave.

“A Secretaria de Saúde, juntamente com toda equipe de funcionários, está empenhada em atender da melhor maneira possível as necessidades da população, mesmo com número reduzido de funcionários. Muitos, inclusive, estão afastados por problemas de saúde, muitos trabalhando à exaustão devido ao número elevado de pacientes, aumentado pelo surto atual. No atual cenário ainda encontramos dificuldade de contratação de profissionais da área. Para acatar a sugestão exatamente da forma como foi feita, precisaríamos de um local separado e apropriado para esses atendimentos. Os testes rápidos de antígeno para covid são realizados de forma rápida, facilitando o atendimento e o devido acompanhamento de casos positivados e necessitados de cuidados especiais ou eventuais internações. A Prefeitura Municipal, a Secretaria de Saúde e todos os profissionais, não medirão esforços no sentido de oferecer o melhor serviço possível à população de nossa cidade, de acordo com as possibilidades do município”, disse a secretária.

Via: Clic Folha.

Festa de confraternização contaminou 23 funcionários de empresa de MG com a variante ômicron

A Secretaria Municipal de Saúde de Extrema (MG) confirmou que 23 pessoas foram contaminadas com a variante ômicron do vírus causador da Covid-19. Todos são funcionários de uma empresa e participaram de uma confraternização na semana passada em São Paulo.

Segundo o médico-coordenador do controle da Covid-19 em Extrema, Enis Donizetti Silva, a notificação sobre o surto chegou no início da semana através da Vigilância Sanitária e da Vigilância Epidemiológica.

“Eram 11 casos inicialmente. Essas pessoas tinham participado de uma confraternização na sexta-feira anterior em São Paulo. Esses 11 casos inicialmente nós começamos a avaliar junto à empresa e a partir da ocorrência desse surto, pedimos para fazer uma avaliação em todos os colaboradores. Isolamos a empresa, mandamos todo mundo para casa e desse grupo todo que foi testado, ocorreram mais positivos. Então hoje, na verdade, só dentro dessa empresa, nós temos 23 casos positivos”, disse o médico.

Segundo o médico, todos os pacientes estão em isolamento domiciliar, com sintomas leves. Nenhum deles precisou ser hospitalizado. Outras empresas também estão sendo monitoradas.

“Todos estão sendo monitoradas, fazendo teleacompanhamento com a nossa saúde primária, todos eles do ponto de vista de evolução clínica, passam de um quadro leve a moderado, nenhum deles precisou de internação, no entanto a gente tem outros pacientes de Covid internados nos nossos hospitais, nós estamos colhendo material de todo esse grupo e estamos também vigiando outras empresas, porque essa empresa compartilha refeitório com outras empresas em Extrema”, completou.

Com as últimas notificações, a prefeitura já acionou um plano de prevenção na cidade para alertar a população.

“Nós distribuímos em média, 50 mil, 60 mil máscaras mês cirúrgicas N95 para toda a população. Intensificamos isso desde então, intensificamos a comunicação com a população, através de carros de som, cartazes e da rádio da cidade, publicações nas nossas redes sociais”, disse o médico.

Todos os casos síndrome respiratória no município devem procurar uma “unidade sentinela”, que funciona perto do pronto socorro. O coordenador alerta a população sobre os cuidados a serem tomados no Natal e no Ano Novo.

“O importante e fundamental é a vacina, todos esses casos receberam duas doses, é um fato importante, mesmo com duas doses você pode ficar doente. Essa variante tem uma enorme transmissibilidade. No Natal e no Ano Novo, não deixe de usar máscaras, ter cuidados com aglomerações, fazer comemorações em ambientes abertos e ventilado, usar máscara o maior tempo possível”, completou o coordenador.

Quinto caso suspeito da variante Ômicron é investigado em Minas Gerais

Minas Gerais registrou, na última quarta-feira (15), o seu quinto caso suspeito da variante Ômicron da Covid-19. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES). A Fundação Ezequiel Dias (Funed), informou que os testes dos outros quatro casos suspeitos até então não ficaram prontos nesta quarta, como estava previsto.

O quinto registro da nova variante é referente a um paciente do sexo masculino e que vinha da África do Sul. Assim como nos outros quatro casos, este também foi registrado em Belo Horizonte, ainda conforme a SES.

“Em todos os casos, após o teste positivo para Covid-19 por meio de teste RTPCR, coletou-se amostra para sequenciamento genético na Funed”, explica a pasta.

Dos cinco casos suspeitos em investigação, três são de pessoas procedentes da África do Sul, uma do Moçambique e outra de Gana, sendo duas mulheres e três homens.

O quinto caso suspeito de Minas Gerais já constou no balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta. Ao todo, o país tem 19 casos confirmados da Ômicron e sete em investigação, sendo que São Paulo lidera com 13 casos da variante, sete deles confirmados nas últimas 24h.

 Resultados devem sair a partir de sexta

A previsão, ainda de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), é que a identificação da variante aconteça em 5 a 7 dias úteis, “a partir do sequenciamento genético dos primeiros casos em análise, ou seja, entre sexta-feira (17) e segunda-feira (20)”.

A pasta lembra ainda que um caso notificado já foi descartado, conforme resultado de análise laboratorial e que, até esta quarta, o Estado não tinha nenhum caso confirmado da variante B.1.1.529.

“A SES-MG mantém o monitoramento genômico e a vigilância epidemiológica acompanhando a incidência da doença causada pelo coronavírus no estado. A Secretaria reforça que os dados são dinâmicos e podem ser atualizados a qualquer momento”, complementa.

Omicron: nova variante detectada na África do Sul é a pior já existente

Uma nova variante da covid-19 detectada na África do Sul foi classificada nesta sexta-feira (26) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante preocupante” e batizada de omicron. A organização informou que evidências preliminares sugerem que essa variante oferece um risco maior de reinfecção de covid-19 do que suas antecessoras.

A classificação “variante preocupante” é a principal adotada pela OMS – e a mesma usada para descrever a delta, gama etc.

Nesta sexta-feira (26/11), Sajid Javid, o ministro da Saúde do Reino Unido, a descreveu como uma “grande preocupação internacional”.

“Uma das lições desta pandemia foi que devemos agir rapidamente e o mais cedo possível”, disse ele.

“Estamos entrando no inverno e nosso programa de reforço ainda está em andamento, então devemos agir com cautela”, acrescentou.

Enquanto isso, existe o temor na comunidade científica de que a variante possa ser “a pior já existente”.

Mas por quê?

Embora haja poucas informações concretas até o moment, cientistas temem que essa nova versão do coronavírus, conhecida como B.1.1.529, seja mais mais transmíssivel e “drible” o sistema imunológico.

Em termos práticos, isso significa não só mais infecções, o que aumenta consequentemente as hospitalizações e mortes, mas a possibilidade de que as vacinas disponíveis hoje possam ser menos eficazes contra ela.

A chave para entender por que a nova variante trouxe tamanha preocupação se deve ao seu alto número de mutações.

Vírus fazem cópias de si mesmos para se reproduzir, mas não são perfeitos nisso. Erros podem acontecer, resultando em uma nova versão ou “variante”.

Se isso der ao vírus uma vantagem de sobrevivência, a nova versão prosperará.

Quanto mais chances o coronavírus tem de fazer cópias de si mesmo em nós — o hospedeiro — mais oportunidades existem para que as mutações ocorram.

Por isso, é importante controlar as infecções. As vacinas ajudam a reduzir a transmissão e também protegem contra formas mais graves da covid.

Na África do Sul, apenas 23,5% da população está totalmente vacinada, em comparação com 60% no Brasil, segundo dados da plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

O programa de vacinação do país desacelerou nos últimos meses — não por causa da falta de suprimentos, mas devido à indiferença pública.

Especialistas dizem que é possível que a nova variante possa ter se originado em um paciente cujo sistema imunológico não foi capaz de se livrar de uma infecção por covid rapidamente, dando ao vírus mais tempo para se transformar.

A B.1.1.529 tem 32 mutações na proteína S (“spike” ou espícula), através da qual o vírus se liga em células humanas para efetuar a invasão em nosso organismo.

Essa é a parte do patógeno que a maioria das vacinas usa para “preparar” o sistema imunológico contra a covid.

Mutações na proteína spike podem, portanto, não só afetar a capacidade do vírus de infectar as células e se espalhar, mas também tornam mais difícil para as células do sistema imunológico atacarem o patógeno.

No caso específico do chamado domínio de ligação ao receptor, uma parte da proteína S que é chave para a ligação do vírus às células humanas e sua infecção, foram encontradas dez mutações em comparação com apenas duas na variante Delta que varreu o mundo.

Segundo a Agência de Segurança em Saúde britânica, a proteína spike da nova variante é “dramaticamente diferente” da usada nas vacinas de covid-19 até agora.

“É a variante mais significativa que encontramos até o momento”, disse o secretário de Transporte do Reino Unido, Grant Shapps, à emissora Sky News.

No entanto, serão necessárias várias semanas de análise para determinar, de fato, a transmissibilidade da variante e os efeitos disso na eficácia das vacinas, disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier.

Nesta sexta-feira (26/11), vários países decidiram restringir a entrada de viajantes do sul da África. Além da África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia, Zimbábue, Essuatíni (antiga Suazilândia) foram alguns dos países afetados.

Entre os que impuseram restrições, estão Reino Unido, Alemanha, Itália, Japão, Singapura, Israel e República Tcheca.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs que toda a União Europeia suspenda os voos da região.

Até a conclusão desta reportagem, o governo brasileiro ainda não havia anunciado nenhuma medida nesse sentido.

No entanto, o órgão emitiu um alerta para secretarias estaduais e municipais sobre o risco da nova variante.

Mais cedo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão imediata de voos provenientes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

O que se sabe
Ainda não se sabe muito sobre essa nova variante, mas ela seria mais transmíssivel do que as demais.

Seu número reprodutivo está em 2, o que é “realmente muito alto”, segundo a consultora médica-chefe da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, Susan Hopkins.

Essa é a métrica que os cientistas usam para indicar quão contagiosa uma doença é: ou seja, cada pessoa infectada estaria, em média, passando o vírus para mais duas pessoas.

É um nível de transmissão não registrado desde o início da pandemia, antes de as restrições começarem a ser impostas, segundo Hopkins.

Quando o número reprodutivo excede 1, isso significa que a epidemia está fora de controle e aumentará exponencialmente.

Os casos confirmados — menos de 100 até agora — ainda estão concentrados em Gauteng, uma província da África do Sul, mas há indícios de que a nova variante pode ter se espalhado ainda mais.

Ela já foi detectada em Hong Kong, Israel e Botsuana. E, nas últimas horas, na Bélgica.

A B.1.1.529 provavelmente receberá um codinome grego da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (26/11).

Uma reunião de emergência decidirá se a nova variante será classificada como “variante de preocupação” ou apenas “uma variante de interesse”.

Atualmente, são quatro as “variantes de preocupação”: Alpha, Beta, Gamma (detectada inicialmente em Manaus) e Delta.

Elas representam um risco maior para a saúde pública, por exemplo, tornando o vírus mais infeccioso, causando doenças mais graves ou permitindo que ele resista às vacinas em uma proporção maior dos casos.

Em uma coletiva de imprensa organizada pelo Ministério da Saúde da África do Sul, o brasileiro Tulio de Oliveira, diretor do Centro de Resposta a Epidemias e Inovação do país, disse que nova variante tinha uma “constelação incomum de mutações” e que era “muito diferente” de outras que estão em circulação.

Oliveira foi quem descobriu a variante inicialmente detectada na África do Sul, chamada de Beta pela OMS.

“Essa variante nos surpreendeu, ela deu um grande salto na evolução (e) muitas mais mutações do que esperávamos”, disse.

Em entrevista ao programa Newsday, da BBC, Oliveira afirmou que o vírus está “se espalhando em grande velocidade” em partes da África do Sul.

Segundo ele, as infecções na província de Gauteng — onde fica a maior cidade do país, Joanesburgo – parecem estar “amplificadas”.

“Esperamos estar errados sobre isso”, disse Oliveira, acrescentando que as equipes estão tentando estabelecer o quão transmissível é a nova variante.

Mas, em sua visão, as vacinas existentes podem continuar a fornecer alguma proteção.

“Esperamos que as vacinas protejam contra hospitalizações. Ainda pensamos que, neste momento, as vacinas são a nossa melhor arma”.

A preocupação agora é que esse vírus seja radicalmente diferente do original que surgiu em Wuhan, na China.

Algumas das mutações foram observadas antes em outras variantes, o que dá algumas dicas sobre seu provável desempenho nessa variante.

Por exemplo, a N501Y, presente nas variantes Alpha, Beta e Gamma, parece tornar mais fácil a propagação de um coronavírus.

Existem algumas mutações que tornam mais difícil para os anticorpos reconhecerem o vírus e podem reduzir a eficácia das vacinas, mas existem outras que são completamente novas.

O professor Richard Lessells, da Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul, disse: “Nossa preocupação em relação às mutações é saber que esse vírus possa ter melhorado a transmissibilidade, maior capacidade de se espalhar de pessoa para pessoa, mas que também possa ser capaz de driblar partes do sistema imunológico.”

São Sebastião do Paraíso e Piumhi têm casos de investigação sobre contaminação pela delta

De acordo com informações da Superintendência Regional de Saúde de Passos (SRS-Passos), além dos cinco casos confirmados de contaminação pela variante delta do novo coronavírus em Itamogi, os municípios de São Sebastião do Paraíso e Piumhi registram casos em investigação.

Segundo a assessoria de imprensa da SRS, a atualização foi feita com dados passados pela coordenadora da superintendência em Belo Horizonte. A assessoria também informou que é necessário aguardar a coordenadora retornar da capital para analisar os dados.

Em Itamogi, os cinco casos foram confirmados em uma mesma família que havia viajado para São Paulo. Um deles chegou a ser internado em São Sebastião do Paraíso e apenas dois idosos haviam sido vacinados.

Conforme dados atualizados no último dia 23/8, foram notificados à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) um total 91 de amostras genotipadas que identificaram a variante delta. Trata-se da linhagem B.1.617.2 classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma variante de Atenção e/ou preocupação (VOC – Variants of concern) sob vigilância mundial, devido à possibilidade de maior transmissibilidade, bem como a necessidade do desenvolvimento de estudos que comprovem a efetividade dos imunizantes disponíveis até o momento.

Quanto ao perfil destes casos notificados à SES-MG, a idade variou entre 8 a 93 anos, com mediana de 48 anos. Um total de 51 casos do sexo feminino (56%) e 40 casos do sexo masculino (44%). Destes, 2 casos evoluíram a óbito, sendo um de Rio Novo e outro de Uberaba. A localização destes casos está detalhada no painel de monitoramento das variantes, aberto para consulta pública.

Vacinação

Até esta quarta-feira, 475 pessoas já haviam sido imunizadas com a terceira dose de vacinas contra a covid-19 em Passos e 461 adolescentes receberam a primeira aplicação dos medicamentos. De acordo com o vacinômetro divulgado pelo portal da prefeitura do município, 414 idosos na faixa etária de 80 a 89 anos e 61 pacientes com comorbidades, de 18 a 59 anos, receberam a chamada dose de reforço. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos que tomaram a primeira dose, 27 estão privados de liberdade e 434 têm comorbidades.

O município tem mais de um terço da população (40,5%) vacinada com duas doses (44,4 mil) e dose única da vacina Janssen (2,2 mil). Com a primeira dose, a cobertura atinge 72%.

Via: Clic Folha.

MG registra os 5 primeiros casos da variante Mu, descoberta na Colômbia; casos de Delta vão a 236

Minas Gerais registrou os cinco primeiros casos da variante Mu, descoberta inicialmente na Colômbia e que tem demandando atenção da Organização Mundial de Saúde (OMS) devido a sua possível capacidade de resistir a vacinas. Até o momento, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), são dois casos em Guanhães e outros três em Virginópolis, ambos municípios do Vale do Rio Doce. O número de casos da variante Delta, por sua vez, aumentou no Estado e saltou para 236.

Em entrevista exclusiva ao quadro Café com Política, da rádio Super 91,7 FM, na quinta-feira (2), quando os casos ainda não haviam sido divulgados, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, comentou que esta cepa não causa preocupação no Estado, mas que seria observada, assim como outras. “Novas variantes são descobertas o tempo todo em estudos genômicos. A diferença é notar se é uma mutação isolável e não replicável. A UFMG, por exemplo, encontrou, em Belo Horizonte, uma cepa nova (em abril deste ano; relembre), mas ela foi muito pouco encontrada, foi uma achado sem relevância epidemiológica”, lembrou o secretário. “Entra a variante existir e se propagar, a diferença é grande. Na maioria das vezes, isso não aconteceu. Há várias cepas que surgem, o vírus muda muito”, completou.

Ele também ressaltou que o melhor caminho para evitar variantes que causem preocupação é a vacinação completa. “O ponto fundamental é sempre a vacinação com duas doses. A variante só surge com a mutação do vírus. Se a gente bloqueia a transmissão, com a imunidade de rebanho, ele para de se replicar, reduz muito essa replicação, e o risco de vir uma nova variante e ser mais resistente cai muito”, comentou.

A variante B.1.621, de acordo com a nomenclatura científica, ou Mu, é classificada como uma “variante de interesse”, segundo a OMS indicou em seu boletim epidemiológico semanal, divulgado na terça-feira, sobre a evolução da pandemiaa. Essa variante tem mutações que podem indicar resistência às vacinas. Ela foi descoberta em janeiro, na Colômbia. Desde então, foi encontrada em outros países da América do Sul e na Europa.

Delta

Já os casos da variante Delta em Minas Gerais, uma das mais preocupantes, visto que ela é mais transmissível, chegaram a 236 nesta sexta-feira, segundo o Painel de Monitoramento da Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG).

Até a terça-feira (31), eram 174 casos de infecção.

A cidade com mais registros segue sendo Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, com 38 identificados. Em seguida, há Belo Horizonte, com 24, e Itabirito e Unaí, ambos com 12.
 

Minas registra segunda morte causada pela variante Delta

A Secretária de Estado de Saúde (SES-MG) confirmou que a segunda morte causada pela variante Delta em Minas Gerais aconteceu em Uberaba (MG), e foi de uma mulher de 56 anos. Já a primeira morte ocorreu com uma idosa, de 74 anos, no sábado (21), em Rio Novo. Ela era moradora do Rio de Janeiro.

Conforme o Painel de Monitoramento das Variantes da SES-MG, Uberaba teve o registro de um caso da variante Delta; justamente o paciente que evoluiu para óbito.

Segundo informações da SES-MG, além das duas mortes confirmadas, já foram registradas 91 amostras genotipadas que identificaram a variante Delta no estado, em pessoas entre 8 e 93 anos, com média de idade de 48 anos.

Deste total, foram confirmados 51 casos do sexo feminino (56%) e 40 casos do sexo masculino (44%), sendo que entre estes, dois casos, já citados, evoluíram para óbito.

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