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Vazão do Ribeirão Bocaina cai 50% e SAAE faz manobras para garantir distribuição de água em Passos

Vazão do Ribeirão Bocaina cai 50% e SAAE faz manobras para garantir distribuição de água em Passos - Foto: divulgação
Vazão do Ribeirão Bocaina cai 50% e SAAE faz manobras para garantir distribuição de água em Passos – Foto: divulgação

A estiagem severa do inverno traz impactos diretos nas nascentes e vazões de rios e ribeirões. Em Passos (MG), manobras vêm sendo feitas na estação de captação para garantir a distribuição de água no município. O nível do Ribeirão Bocaina, por exemplo, caiu 30% de maio até agora. Com isso, a vazão do manancial está 50% abaixo do normal.

O difícil acesso revela a forte proteção que a própria natureza impõe para preservar as nascentes. E mesmo com todo o cuidado, o córrego onde desagua há três nascentes de uma propriedade, tem ficado com o nível cada vez mais baixo nesta estiagem.

“Por mais que a gente consiga lutar, tentar preservar, está diminuindo. Então o pessoal toma conscientização que vai faltar água. Se continuar assim, vai terminar. Ficar sem água assim é muito difícil e raro, mas com o tempo seco, muito seco, a falta de chuva longa, está diminuindo. A gente pensa que se continuar assim, em breve não vai ter água nenhuma no leito”, disse o produtor rural Arthur Eliziário de Abreu.

Para preservar tudo isso, o produtor rural cuida da mata ciliar, que fica às margens do curso d’água. É uma alternativa para evitar que a nascente fique seca.

“Fica tudo cercado para proteger a entrada de animais, para proteger de fogo. A gente fica, na propriedade, sempre alerta, principalmente agora que está havendo muito incêndio e essa propriedade tem uma rodovia que corta ela e um acesso fácil a fogo. Então é assim que a gente faz a preservação. Olhando, cuidando”, completou o produtor.

Muitas nascentes que ficam na área rural de Passos, desaguam no Ribeirão Bocaina. Esse é o principal manancial da cidade e abastece 62% da população. Mas com tanto tempo sem chuva e com menos água nas nascentes, fica cada vez mais difícil fazer a captação.

“Quase 80 mil pessoas atendidas por esse sistema é o que vai acontecer, nós temos ali três bombas e acaba que a gente vai mudando a forma de captação. Nós fazemos um sistema de dragagem ali dentro, a gente vai tirando os sedimentos, aquela areia que vai acumulando na barragem ali e quando precisa, desliga uma bomba e faz o rodízio das bombas. A gente vai fazendo rodízio em vez de ligar três bombas, a gente liga duas, em menores consumos, uma bomba para continuar atendendo a população sem a população sentir o impacto”, explicou o diretor geral do SAAE, de Passos, Esmeraldo Pereira Santos.

Para o consultor e engenheiro ambiental Danilo Junior neto Araújo, a redução de água nas nascentes é preocupante.

“Em períodos de cheia, temos chuvas, as infiltrações e recarrega esses aquíferos, reduzindo essas áreas de infiltração de água do solo. Consequentemente, reduz a quantidade de água para ser aflorada nos períodos de seca. Então essa é uma problemática que ocasiona”, disse o consultor.

Para evitar uma seca extrema nas nascentes, o engenheiro reforça que a conservação do meio ambiente é um assunto urgente.

” Mantendo áreas permeável nas áreas verdes, calçadas e canteiros, e posterior também manter as áreas permeáveis dentro dos lotes e na área rural a gente tentar preservar essas faixas de proteção e também não compactar tanto o solo próximo a essas nascentes nessas áreas de recarga com atividades, um pastoreio intensivo como alguns tipos de cultura. A gente tentar manter essas áreas do entorno propensas com uma maior infiltração de água do solo”, explicou o consultor.

Ainda segundo o diretor do SAAE, Esmeraldo Pereira Santos, mesmo com o cenário atual de estiagem, por enquanto não há previsão do município adotar o esquema de racionamento de água. Mas ele reforça a importância dos moradores fazerem um uso consciente.

Via: G1

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