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Minas se despede do período chuvoso, mas não do calor

Minas se despede do período chuvoso, mas não do calor - Foto: reprodução
Minas se despede do período chuvoso, mas não do calor – Foto: reprodução

Abril deixa para trás o período chuvoso e é o primeiro mês que se inicia após o encerramento do verão, em 20 de março. No entanto, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) projeta temperaturas acima da média em Minas Gerais e em outros estados do Brasil. Quanto à ocorrência de chuvas, o esperado é que o volume fique dentro da média histórica, que para a capital mineira é de cerca de 80 milímetros no quarto mês do ano.

Em Minas, as temperaturas devem sofrer variações ao longo do primeiro mês completo de outono. Isso se deve à variabilidade climática e não há um fenômeno específico envolvido, explica o meteorologista Claudemir Azevedo. O profissional do Inmet afirma que a partir da próxima semana, por volta do dia 6, domingo, deve haver uma diminuição nas marcações dos termômetros mineiros de 3°C a 4°C.

No entanto, a “esfriada” deve ser breve, visto que para o fim de abril a previsão é de temperaturas acima da média na maior parte do estado e na capital mineira, cuja média histórica para o mês é de 27,6°C. As regiões da Zona da Mata e Vale do Jequitinhonha devem ser a exceção no estado, com valores dentro da média, prevê o meteorologista do Inmet.

Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, na Região Sudeste do país, também devem ter temperaturas acima da média durante o mês de abril. Já na maior parte do Espírito Santo, de acordo com o Inmet, os termômetros devem manter as marcações dentro da média histórica. As regiões Centro-Oeste, Sul e uma pequena parte da Nordeste também devem ter um abril mais quente que a média. A previsão para as demais partes do Nordeste e a Região Norte é de temperaturas dentro dos valores históricos.

Sem uma redução no calor, a maior parte do Brasil não terá uma trégua do verão, que de acordo com o Inmet, foi o sexto mais quente do país desde 1961. Quanto às precipitações no mês, o Inmet informou que nas “regiões Centro-Oeste e Sudeste haverá chuvas mal distribuídas, com tendência de volumes mais concentradas no leste do Sudeste. Na Região Sul, a seca deverá ser percebida principalmente no extremo-sul do Rio Grande do Sul e na parte central de Santa Catarina. Em outras áreas, as chuvas acima da média podem ajudar na recuperação do solo.”

BALANÇO

O mês de abril, climatologicamente, é marcado pela redução das chuvas sobre o estado de Minas Gerais, informa Claudemir Azevedo. Oficialmente, o período chuvoso terminou ontem (31/3), e os balanços completos e oficiais da Defesa Civil estadual e municipal de BH sobre a temporada ainda serão emitidos.

Com base nos dados registrados pela Defesa Civil do estado entre 25 de setembro e a manhã de ontem (31/3), o período chuvoso 2024/2025 em Minas deixou 26 mortos, 2.062 desabrigados e 9.896 pessoas desalojadas, que são aquelas que precisaram desocupar suas casas e se deslocar para domicílios de parentes ou amigos. Os números são superam amplamente os do mesmo período entre 2023/2024, em que seis pessoas morreram, 399 ficaram desabrigadas e 2.833 desalojadas.

Ipatinga, no Vale do Aço, foi o município mineiro que mais registrou mortes provocadas pelas fortes chuvas e suas consequências. Deslizamentos de terra deixaram 10 mortos, entre eles duas crianças. Na madrugada de domingo (12/1) para segunda-feira (13/1), uma chuva torrencial de 204 milímetros em poucas horas – quase o volume previsto para todo o mês de janeiro – devastou o Bairro Bethânia.

As chuvas também deixaram vítimas em outros 13 municípios mineiros. Em BH, de acordo com a Defesa Civil Estadual, não houve danos humanos, como mortes, desabrigados ou desalojados. No entanto, a capital mineira registrou diversas quedas de árvores sobre residências, vias públicas e veículos. Somente entre 17 e 18 de março, 70 espécimes caíram na Região Metropolitana de BH, de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). Além disso, houve deslizamentos de terra e outros efeitos geológicos decorrentes das fortes chuvas na capital mineira.

PANCADAS HOJE

Para hoje (1º/4), a previsão do Inmet para Minas é de céu nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas nas Regiões Metropolitana, Oeste, Sul/Sudoeste, Campo das Vertentes, Zona da Mata e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba. Demais regiões, céu parcialmente nublado. A máxima prevista para o estado é de 36°C, no Norte de Minas, e a mínima, de 15°C, no Sul/Sudoeste e Campo das Vertentes. Em BH, a máxima deve ser 29°C e a mínima de 18°C.

Noite de tempestade

Na noite de ontem, a Defesa Civil de Belo Horizonte teve que interditar a Avenida Teresa Cristina, nas regiões Oeste e Barreiro, diante do risco de transbordamento dos córregos Ferrugem e Arrudas, que acompanham a via. Na “despedida” do período chuvoso, algumas regiões da capital, entre elas o Barreiro, registraram grande volumes de precipitações. A interdição ocorreu entre as 19h29 e 19h55, quando a via foi liberada, informou a Defesa Civil. Entretanto, uma equipe do órgão permaneceu monitorando a avenida, uma vez que a capital seguia em alerta de tempestades válido até a manhã de hoje. Também choveu forte em Contagem, na região metropolitana. (Com Agência Brasil).

Verão começa nesta sexta-feira; estação será com onda de calor acima da média no país e muita chuva no Sudeste

Verão começa nesta sexta-feira; estação será com onda de calor acima da média no país e muita chuva no Sudeste – Foto: reprodução

O verão começou nesta sexta-feira (22) e os mineiros podem se preparar para uma estação chuvosa e com temperaturas acima da média. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), tanto no estado quanto na capital o cenário será parecido. O El Niño – que deve ter pico de atuação entre dezembro e janeiro de 2024 – continua influenciando as temperaturas e o regime de chuvas. Neste primeiro dia de verão e até o Natal o tempo tende a ficar nublado, com pancadas de chuva na capital mineira, enquanto as temperaturas variam entre 20°C e 29°C.

O verão no Hemisfério Sul começou à 0h27 (horário de Brasília) de hoje e termina à 0h06 de 20 de março de 2024. A estação é caracterizada pela elevação da temperatura em todo o país devido à posição da Terra em relação ao Sol mais ao sul, tornando os dias mais longos do que as noites e provocando rápidas mudanças nas condições do tempo. Assim, segundo o Inmet, há condição favorável para chuva forte, queda de granizo, vento de intensidade moderada a forte e descargas elétricas.

Minas Gerais segue o padrão, com a estação também marcada pelo calor e pelas chuvas. Segundo o meteorologista Claudemir Azevedo, em Belo Horizonte, por exemplo, o volume acumulado durante os três meses que compõem a estação é de 700mm, em média. “É um período bastante chuvoso”, reforça. “Em termos de temperatura, a média máxima para a capital é de 28°C, e a mínima, de 20°C.” Ele ressalta que, nesta época do ano, é comum as pancadas de chuva ocorrerem, principalmente, à tarde. Elas podem ser de forte intensidade, acompanhadas de raios e rajadas de vento.


SEM ONDA

Em BH, as chuvas devem ficar acima da média, assim como as temperaturas (cerca de 2°C acima da média). “Diferentemente do que aconteceu na primavera, com ondas de calor forte, em princípio, elas não devem ocorrer, pelo menos nesse início de estação.” Uma onda de calor é caracterizada por uma sequência de pelo menos três dias consecutivos de temperaturas máximas acima da média história para determinado local.

O meteorologista pontua que o começo do verão deve ser marcado por pancadas de chuva em Belo Horizonte e Região Metropolitana, assim como em todo o estado. Em Minas Gerais, o cenário se repete em relação às chuvas e à temperatura. Os maiores volumes devem se concentrar nas regiões Central, Sul, Zona da Mata e Triângulo. “Mas, de maneira geral, chove bem em todas as regiões do estado, incluindo o Norte e o Vale do Jequitinhonha.”

As zonas de convergência, comuns na primavera e no verão, devem ser afetadas pelo El Niño, que continua atuando para deixar as temperaturas acima da média. “De acordo com o meteorologista, com o fenômeno, a tendência é de um início de verão típico, com pancadas de chuva. “Aqueles cenários de vários dias consecutivos de chuva branda ainda não estão previstos.” Há expectativa de chuvas mais fortes, neste início de estação, na Zona da Mata.

NO BRASIL

No verão, as chuvas são frequentes em praticamente todo o país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste da Região Nordeste, onde os acumulados de chuva costumam ser inferiores a 400mm.

Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a chuva é provocada, principalmente, pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Já no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pelo período chuvoso.

Em média, os maiores volumes de chuva podem ocorrer nas regiões Norte e Centro-Oeste, com acumulados entre 700mm e 1.100mm.

O Inmet alerta que, atualmente, estamos sob a influência de um El Niño forte. O pico do fenômeno deve ocorrer entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. A partir de fevereiro, o fenômeno perde intensidade gradualmente até o outono do ano que vem. Até lá, junto com outros fatores, ele deve continuar influenciando o clima no país, como a manutenção das temperaturas elevadas em algumas regiões.

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