Uma empresária divulgou uma sequência de vídeos onde mostra uma situação que tem gerado revolta nos moradores do bairro Nossa Senhora de Fátima (Can-Can), em São José da Barra (MG). Nas imagens, Karina Castro, mostra possivelmente, como a água chega até a residência da população. Os vídeos foram gravados nos dias 28 de fevereiro e 1° de março.
Segundo a empresária, um encanamento leva a água direto do rio para a caixa d’água que abastece as casas do bairro. Ela ainda afirma que a poucos metros da captação da água é feito o descarte de esgoto diretamente no Rio Grande.
‘’Ela [a água] vai direto desta gambiarra aqui. Se alguém quiser vir aqui, não tem nenhuma segurança, eu entrei com muita facilidade. Vai direto para o pessoal do bairro, aí eu pergunto para a gestão: a quantos anos as pessoas estão bebendo essa água? Há quanto tempo o povo da Barra está bebendo água direto do rio’’, disse Karina.
Água amarelada, turva e com odor forte
Nos últimos meses, moradores de diversos bairros, incluindo do centro de São José da Barra, têm reclamado da qualidade que a água chega às residências. Segundo a população, a água que sai das torneiras está turva, amarelada e com odor forte.
Uma moradora do bairro Nossa Senhora de Fátima relatou que a água é impossível de ser utilizada.
‘’Ela [água] está saindo das torneiras muito amarela e fedida, não serve para nada. Para beber não tem como, fazer comida também não. Nós tomamos banho nessa água porque não tem outro jeito. As roupas brancas já estão encardidas, podres. Isso é um descaso, estamos usando água suja’’, disse a dona de casa.
Ela ainda afirma que há dias que a situação é ainda pior.
‘’A água amarela é quando está nos melhores dias, algumas vezes a água sai laranja e até marrom. Nesses dias, nem para lavar o chão a água serve. Tem que comprar água porque não está dando para usar. É revoltante isso, a água nunca chegou no Can-Can desse jeito’’, disse.
No dia 14 de março, o Jornal Folha Regional publicou a reclamação dos moradores. Na ocasião, o diretor do Saae, Anderson de Barros, se pronunciou afirmando que são realizados todos os procedimentos e quantitativos estabelecidos na Portaria de Potabilidade nº 888 do Ministério da Saúde, para o tratamento da água.
De Barros disse que o SAAE estava realizando um estudo para diagnosticar o problema, o qual já aponta causas relacionadas ao desgaste do sistema de fornecimento de água, além do surgimento de um fator natural referente a reprodução e morte do mexilhão dourado, que é um molusco bivalve invasor, que vem causando grandes prejuízos para todas as empresas que se utilizam do Lago de Furnas, ponto ao qual é captada a água consumida em São José da Barra, porém é realizado um tratamento para que a água chegue potável aos consumidores.
“Atualmente no tratamento da água é utilizado o PAC (Policloreto de Alumínio), Cloro e Flúor. Os quantitativos são relativos de acordo com a necessidade da água captada. A responsável por todo esse processo é a Técnica do Saae de São José da Barra, Iara Sales Rodrigues, CRQ/MG 024023938, assessorada pela CISAB SUL (Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico do Sul de Minas) e sua equipe técnica composta de químicos e engenheiros sanitaristas”, frisou De Barros.
A redação do Jornal Folha Regional entrou em contato com o Saae de São José da Barra, referente aos vídeos gravados pela empresária e uma possível solução sobre as reclamações do moradores, porém, até o fechamento da matéria não retornaram.