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Presidente de Furnas pede ‘desculpas’ e anuncia medidas para tentar amenizar crise hídrica

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O presidente de Furnas Centrais Elétricas, Clóvis Torres, pediu nesta sexta-feira (17) desculpas aos moradores do Sul de Minas pela seca que atinge os municípios banhados pelo Reservatório de Furnas e anunciou medidas para tentar amenizar danos. O lago opera com o menor volume útil dos últimos 20 anos.

“Eu gostaria, portanto, de pedir desculpas, pela falta de empatia, pela falta de atenção e trazer uma palavra de conforto e mais atenção e mais empatia será dada à região”, disse Clóvis Torres durante o encontro.

O encontro, realizado em Alfenas (MG), reuniu mais de 50 prefeitos da região, além de representantes de Furnas e outras autoridades. Considerado um dos principais reservatórios do país, o Lago de Furnas regula outras 12 barragens e banha 34 cidades, 29 delas que ficam no Sul de Minas.

Entre as medidas anunciadas pelo presidente da empresa está a construção de diques em alguns municípios, a revitalização de nascentes, a reabertura do escritório da empresa em Minas Gerais e a renovação das balsas que fazem o transporte de moradores de cidades banhadas pelo lago.

O presidente da empresa também falou sobre a intenção da realização de projetos de apoio ao setor agrícola e a pescadores que dependem do lago em parceria com a Alagoa, a Associação dos Municípios do Entorno do Lago de Furnas. Durante o encontro, prefeitos da região também levaram demandas, como por exemplo, a resolução do problema do despejo de resíduos sólidos no lago.

Abaixo de cota mínima prevista em tombamento

A questão do baixo nível da Represa de Furnas não envolve só a preocupação com a geração de energia elétrica, mas também o uso da água do reservatório para a exploração do turismo e outras atividades econômicas.

Em dezembro de 2020, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou a Proposta de Emenda à Constituição, que instituiu o tombamento dos lagos de Furnas e de Peixoto, que abastece a Hidrelétrica Mascarenhas de Moraes, como patrimônios imateriais do estado.

O objetivo é que as cotas mínimas do nível das águas sejam estabelecidas e respeitadas, sendo 762 metros para Furnas e 663 metros para a Represa Mascarenhas, mais conhecida como Lago do Peixoto.

Com o atual volume útil, Furnas está hoje com uma cota de 754 metros acima do nível do mar, oito metros abaixo do que é considerado aceitável para a exploração do turismo e outras atividades.

Em junho deste ano, a baixa do lago fez o reservatório virar praticamente um pasto na maioria das cidades da região. Na época, o volume útil do lago era de 37%, mais do que o dobro do nível atual.

O Sistema Nacional de Meteorologia emitiu alerta na época prevendo que as chuvas deveriam ficar na média ou abaixo dela até novembro e sem previsão de conseguir manter o nível dos reservatórios do país.

Pior nível dos últimos 20 anos

Depois de fechar o mês passado com 17,22% de seu volume útil, o pior nível para um mês de agosto em 20 anos, o nível do Lago de Furnas caiu ainda mais na primeira quinzena de setembro e atualmente está em 15,16%.

Considerada a maior caixa d’água do Brasil, o lago artificial de Furnas foi criado na década de 1950 para abastecer a Usina Hidrelétrica de Furnas, até hoje uma das mais importantes para a geração de energia elétrica do país.

Na época, várias cidades do Sul de Minas foram inundadas e a população precisou ser deslocada. Até hoje, quando a água baixa, é possível reviver o passado e ver ruínas de construções antigas que foram cobertas pela água.

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