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Em decreto, prefeito de Caxias retira obrigatoriedade de uso de máscaras no município

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O prefeito de Duque de Caxias, Washigton Reis (MDB), assinou na última terça-feira (5) um decreto em que retira a obrigatoriedade do uso de máscaras faciais de combate à epidemia de Covid-19 no município.

Segundo o decreto, “fica desobrigado o uso de máscara facial no período da pandemia de Covid-19 em local aberto ou fechado, em todo o território do município de Duque de Caxias”. O texto diz ainda que, em caso de suspeita ou infecção pelo coronavírus, o decreto não se aplica, e o uso de máscara deve ser mantido. O decreto passa a valer a partir de hoje, dia 05.

Para retirar o uso de máscaras, a prefeitura argumenta que já atingiu todas as faixas etárias da vacinação e que os indicadores de contaminação da doença estão em queda. Segundo os dados da prefeitura, 70% da população alvo da campanha de vacinação (de 12 anos para cima) já tomou a primeira dose da vacina, e 46% a segunda. A campanha de vacinação em Caxias foi marcada por longas filas e aglomerações. A prefeitura chegou até mesmo a pular idade no calendário.

Para o infectologista Alberto Chebabo, a medida do prefeito de Caxias é precipitada:

A cobertura vacinal ainda é muito baixa. No Rio, a gente definiu a retirada da máscara em ambiente externo apenas com 65% da população total com a vacinação completa. E 75% para ambiente interno.

Segundo o especialista, a medida pode acarretar em riscos para aumento da contaminação pela doença.

Acho que a situação exige uso de máscara até conseguir uma cobertura vacinal maior que essa. O risco é de aumentar o número de casos, aumentar a circulação do vírus e a transmissão na cidade e até nos municípios ao redor, porque existe uma circulação muito grande de pessoas de um município para outro na região metropolitana.

Para o infectologista Marcos Junqueira do Lago, do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj, a medida adotada pela prefeitura de Duque de Caxias é precoce. Na opinião do especialista, a dispensa do uso da proteção facial só deveria ocorrer quando a imunização da população com duas doses da vacina contra Covid-19 atingisse um índice acima de 80%, considerado por ele como mais seguro.

— Eu acho que a flexibilização do uso de máscaras é importante, a gente precisa disso, mas na minha opinião, deveríamos esperar chegar a 80% ou idealmente 90% da população imunizada com as duas doses, para só assim estabelecer esses critérios (de dispensar a proteção facial) — afirmou Lago, que criticou ainda a falta de ações do poder público para punir o que chamou de “desobediência civil”, ao uso de máscaras durante a pandemia.

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