
Passos (MG) já registrou neste ano quase um terço da quantidade de casos de dengue que foram notificados em todo o ano passado. Além da falta de consciência de alguns, a cidade enfrenta uma dificuldade no combate ao mosquito transmissor: a falta de inseticida.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde de Passos, em uma semana, a cidade registrou 233 novos casos prováveis de dengue. Ao todo, desde o início do ano, a cidade teve 864 casos. O número representa quase 30% de todos os casos registrados em 2022.
Passos ainda enfrenta a mesma situação do ano passado: clima quente e chuvoso, o que contribui para a proliferação do Aedes aegypti. Mas o problema pode piorar, porque o município não tem recebido o inseticida responsável por quebrar o ciclo de transmissão do mosquito.

“O desabastecimento desse inseticida fornecido pelo Estado, atrapalha a ação de combate e controle do Aedes aegypti, porque nesse cenário que nós estamos agora seria crucial pra fazer o bloqueio vetorial, a gente fazer o controle da população de mosquitos adultos”, disse o diretor de Saúde Coletiva de Passos, Bruno Teixeira Guimarães.
O inseticida estava entre os mais eficazes para o combate à dengue. Era ele o responsável por quebrar a resistência do mosquito. Com a falta do produto, a medida agora será a aplicação de um novo inseticida adquirido pelo município.
“A diferença dele, do Estado fornecer para nós com esse atual que nós vamos adquirir, é que ele é um produto 100% natural, ele é extraído da planta pyridium, à base de piretrina, então ele não causa nenhuma intoxicação em organismos aquáticos, animais domésticos e nós, seres humanos”, completou o diretor.
A Secretaria de Estado de Saúde informou em nota que o fornecimento de insumos para o controle vetorial é de competência do Ministério da Saúde e que já solicitou o envio do insumo.
O Ministério da Saúde informou que, no último ano, enviou para Minas Gerais mais de 37 mil litros do inseticida para o controle do mosquito Aedes, além de outros insumos.
Novas remessas do inseticida deverão ser distribuídas aos estados conforme as solicitações realizadas.
Em novo contato com a Secretaria de Estado de Saúde, a produção da EPTV Sul de Minas, Afiliada Rede Globo, questionou sobre a distribuição do material, mas ainda não recebeu retorno. (G1)