
No dia 17 de fevereiro, o Jornal Folha Regional mostrou a indignação dos pais e responsáveis por alunos, que pediam melhores condições no transporte escolar e no prédio da Escola Municipal Lídio José Marques, no distrito de Vilelândia (Três Barras), em Carmo do Rio Claro (MG).
Segundo uma das mães responsáveis pela reclamação, os veículos que transportavam os alunos estavam em ‘’péssimo estado para uso’’. Posteriormente, o proprietário de uma das Kombis, que presta serviço terceirizado para a prefeitura, realizou reparos na mesma. (Assista aos vídeos)
A Secretária Municipal de Educação, Lenise Souza, afirmou que ‘’tem conhecimento das condições do transporte escolar e tem trabalhado ativamente para solucionar essa questão”.
Lenise disse ainda que a prefeitura adquiriu em 2022, seis novos ônibus escolares com recursos próprios, e que em junho de 2022, foi enviado um projeto de financiamento para a Câmara Municipal para a compra de mais sete novos ônibus, porém não foi aprovado.
‘’Em dezembro, novamente, enviamos um novo projeto de remanejamento de orçamento para a aquisição de mais cinco ônibus, onde, inclusive, o vereador que questionou a qualidade do transporte escolar foi responsável por decidir não votar o projeto, o que quase inviabilizou a compra desses ônibus tão necessários para a comunidade escolar. É importante frisar que estamos empenhados em garantir um transporte escolar seguro e de qualidade para os alunos, e que a aquisição de novos ônibus é uma das medidas tomadas para solucionar esse problema’’, disse a secretária.
As condições do prédio da escola também têm sido alvo de intensas reclamações dos responsáveis pelos alunos que se sentem preocupados com a permanência dos filhos no local. Os pais solicitaram que a prefeitura realize uma ampla reforma, até a construção de uma nova instituição.
‘’Quanto à questão dos interesses exclusivos dos pais de alunos, gostaríamos de enfatizar que a Secretaria de Educação tem o dever de zelar pela qualidade do ensino e dos serviços prestados aos alunos, incluindo o transporte escolar, a reforma da escola, temas os quais foram discutidos na reunião. Sendo assim, é natural que ouçamos as demandas dos pais e tomemos medidas para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos’’, frisou Lenise.
A secretária disse que o assunto em questão tem sido usado como ferramenta política no município. ‘’Infelizmente, temos observado que este assunto tem sido aproveitado para autopromoção, o que é inaceitável. Pedimos que os vereadores sejam mais responsáveis em suas ações e atuem em conjunto com a Secretaria de Educação para encontrar soluções efetivas para os problemas enfrentados pelos pais e alunos, que não só cobrem, mas também sejam eficientes em buscar recursos com seus parlamentares’’.
No dia 16 de fevereiro, a secretária esteve presente em uma reunião na Escola Municipal Lídio José Marques, para analisar a situação e ouvir as demandas dos responsáveis pelos alunos. Os pais foram proibidos de registrar, com imagens, o momento de expor as necessidades para a servidora. Lenise disse que essa não foi uma atitude contra a transparência, e sim para evitar discursos politiqueiros e aproveitamentos pessoais.
‘’É uma medida para garantir a efetividade das discussões e evitar que a questão do transporte escolar seja utilizada como palanque político. Esperamos contar com a compreensão e colaboração dos vereadores para garantir o melhor para os alunos e suas famílias’’.
Na ocasião foi marcada uma reunião entre o legislativo, os pais, a secretária de educação e o até então secretário de transporte, Tiago Ablas Pereira, que foi realizada na última segunda-feira (27). Tiago foi exonerado na mesma data, por motivo distinto ao citado aqui.
Os representantes das duas pastas não estiveram presentes na reunião e encaminharam ofícios afirmando que já teriam compromisso na data marcada. A ausência dos secretários causou revolta entre os vereadores e pais que compareceram ao encontro.
O vereador Antônio Marcos Esteves, expressou indignação com o ocorrido. Ele disse, durante a reunião, que o não comparecimento de Lenise e Tiago é ‘’uma total falta de respeito com o legislativo e com a comunidade’’.
‘’Temos aqui hoje em plenário, moradores, pais e mães de alunos da escola Lídio José Marques, tendo em vista que em uma quinta-feira, nós tivemos uma reunião na escola, onde a secretária já sabia da convocação para hoje e no dia ela não tinha nenhum compromisso marcado, tanto que ela afirmou que estaria aqui hoje. Ela me mandou uma resposta dessa, que já tinha um compromisso marcado, ela foi convocada a mais de quinze dias atrás. Abalaram lá das Três Barras, pais de alunos, para vir aqui cobrar um problema que vêm enfrentando desde o começo do ano. Enfrentar todo esse tempo, há previsão de chuva forte para hoje. Enfrentar tudo isso para dar bem-estar aos seus filhos. Peço que providências sejam tomadas. O prefeito já deixou claro que não precisava convocar, era apenas convidar. Não está resolvendo aqui, já fomos até a promotoria, falta ir até a Secretaria Regional de Ensino’’, disse o vereador.
A superintendente de Passos (MG), Sra. Lael Helena Keller Souza, informou que devido a escola ser municipal, as questões devem ser tratadas diretamente com a secretaria de educação e executivo. E que o Estado utiliza apenas três salas do município em mútua cooperação como parceria com rede estadual de ensino.
”Por meio do diretor da Escola Estadual Monsenhor Mário, solicitei um levantamento das necessidades de manutenção predial e após esse trabalho, se a prefeitura autorizar poderemos fazer as intervenções necessárias”, informou Lael.
A superintendente informou que se caso as demandas não forem atendidas pelo executivo, não há necessidades de encaminhar para a Secretaria Estadual de Educação, podendo levar diretamente a SRE de Passos. Porém ressaltou que as questões, em primeiro momento, devem ser discutidas no município.