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Padre suspeito de desviar verba de hospital há 10 anos se entrega à polícia

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A investigação, que corre apurando os itens comprados pelo pároco, revelou que 29 imóveis de luxo foram adquiridos por ele na operação

Padre Egídio (de máscara) é investigado por uma série de denúncia de desvio de verba de hospitalImagem: Reprodução/TV Tambaú

Egídio de Carvalho Neto, de 56 anos, é um padre que se tornou suspeito em desviar verbas de organizações filantrópicas para comprar imóveis de luxo em João Pessoa (PB). O sacerdote se entregou à polícia pouco antes do mandado de prisão emitido pelo Tribunal de Justiça da Paraíba na manhã desta sexta-feira (17).

De acordo com as investigações, o padre desviava a verba do Instituto São José, um hospital que atende pessoas em vulnerabilidade social através do Sistema Único de Saúde (SUS), além da Ação Social Arquidiocesana.

operação Indignus visa investigar condutas criminosas no Hospital Padre Zé e também na Ação Social Arquidiocesana (ASA) – Foto: Reprodução

A apuração da polícia, que continua, constatou até o momento que Egídio comprou 29 imóveis de luxo, localizados em São Paulo, na Paraíba e em Pernambuco, bem como outros bens de alto valor.

Segundo a promotoria, o desvio de recursos públicos feito pelo padre é estimado em R$ 140 milhões e aconteceram entre 2013 até setembro de 2023. A polícia afirma que a verba afeta diretamente o Hospital Padre Zé, que atende à população carente.

O desembargador Ricardo Vital de Almeida emitiu a ordem de prisão de acordo com o pedido do Ministério Público da Paraíba.

“Presentes a prova da materialidade delitiva e indícios de autoria, aliados à necessidade da custódia para garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou, ainda, para assegurar a aplicação da lei penal, resta autorizada a imposição da segregação cautelar”, diz a ordem de prisão.

Egídio recebia um salário de R$ 15 mil por gerenciar o hospital. A partir de janeiro de 2021 até setembro de 2023, o padre recebeu R$ 4,5 milhões, o que resulta num valor mensal de R$ 140,9 mil.

Além disso, dois carros de alto padrão e vinhos com valor médio de R$ 1 mil, são algumas outras das aquisições incompatíveis à renda formal de Egídio.

Os funcionários do hospital contaram, em depoimento a polícia, que os servidores do estabelecimento eram pressionados a assinarem documentos “prontos” sem questionar ou analisar as informações.

O padre corre o risco de sofrer expulsão da Igreja Católica. Outras duas mulheres, que atuavam na administração do hospital, são suspeitas de auxiliarem o esquema de desvio do pároco: a tesoureira Jannyne Dantas Miranda e Silva e Amanda Duarte Silva Dantas, da contabilidade.

Padre suspeito de desviar verba de hospital há 10 anos se entrega à polícia – Foto: Redes sociais
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