
As cidades da região, como São José da Barra (MG), Passos (MG) e Alpinópolis (MG), estão sendo afetada pela fumaça das queimadas no interior de São Paulo, Amazônia e no Pantanal.
No último sábado (24), os municípios mineiros foram surpreendidos por fortes rajadas de vento acompanhadas de fumaça, fuligem e poeira. Nos últimos dias foi possível observar, a olho nu, uma grande quantidade de fumaça no céu, além do ‘sol rosa’, devido as partículas poluidoras em suspensão na atmosfera, que são resultado tanto do clima seco quanto da grande quantidade de incêndios registrados neste período.
Devido aos riscos, diversos municípios aumentaram as escalas de atendimento das unidades hospitalares para receberem uma quantidade maior de pessoas com possíveis problemas respiratórios relacionados à piora na qualidade do ar.
A situação ocorre devido à chegada da frente fria e dos incêndios florestais no interior do estado de São Paulo, no Pantanal e na Amazônia. Além disso, o tempo seco tem dificultado a dispersão da fumaça e aumentado o risco de queimadas em várias partes do país.
Fumaça de queimadas atinge cidades de dez estados
Com a intensificação da temporada de incêndios na Amazônia e no Pantanal, em decorrência da mudança do clima, cidades de dez estados registraram episódios de fumaça e diminuição na qualidade do ar.
Imagens obtidas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos mostram a concentração do monóxido de carbono sobre uma faixa que se estende do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, passando sobre o Peru, Bolívia e Paraguai. Na última semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) fez um alerta sobre os cuidados necessários para a saúde nesses casos.
Segundo nota divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o fogo na Amazônia estava concentrado principalmente no sul do Amazonas e nos arredores da Rodovia Transamazônica (BR-230).
“Amazonas e Pará concentram, juntos, mais da metade (51,6%) dos focos de incêndio registrados no bioma de 1º de janeiro a 18 de agosto de 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desde 1º de julho, 67,2% dos focos registrados estão nos dois estados.”, informou o ministério.
Área afetada
De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), este ano o fogo consumiu 3,2 milhões de hectares da Amazônia, o que representa 0,77% do bioma. No Pantanal, quase 1,9 milhão de hectares foi consumido pelo fogo, atingindo 12,5% do território.
Um alerta de perigo extremo de fogo do Sistema de Alarmes do Lasa-UFRJ foi divulgado com previsões para a Bacia do Paraguai, no Pantanal. Segundo o informativo, até a próxima quinta-feira (22), toda a região enfrentará condições climáticas que dificultam o combate a incêndios até por meios aéreos, com alta velocidade de propagação do fogo.
O ministério (MMA), 1.489 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atuam no combate aos incêndios florestais na Amazônia. Desde o dia 24 de julho, 98 incêndios teriam sido extintos, mas 75 persistem ativos e podem reunir até milhares de focos de calor.
Resposta a incêndios
No Pantanal de Mato Grosso atuam 348 brigadistas do Ibama e ICMBio, além de 454 militares das Forças Armadas, 95 da Força Nacional e mais dez da Polícia Federal. Das 98 áreas de incêndio, 50 teriam sido extintas e 46 permanecem ativas, das quais 27 estão controladas.
Uma sala de situação criada pelo governo federal concentra a resposta federal aos incêndios no país desde junho. Na Amazônia Legal, foram disponibilizados R$ 405 milhões do Fundo Amazônia para apoiar as guarnições do Corpo de Bombeiros dos estados. No Pantanal, também foi liberado um crédito extraordinário de R$ 137,6 milhões, além do repasse de mais R$ 13,4 milhões ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para assistência humanitária e combate a incêndios florestais.
A Defesa Civil compartilhou as principais dicas para a população se prevenirem da fumaça. Confira.
- Lágrimas artificiais podem aliviar a ardência e a secura nos olhos. Recomenda-se consultar um médico antes.
- Um umidificador ajuda a reduzir as partículas no ar, tornando o ambiente mais úmido. Bacias com água e toalhas molhadas são alternativas eficazes.
- Usar máscara ao sair de casa. É importante priorizar a saúde e optar por máscaras que ofereçam a proteção adequada.
- Manter portas e janelas fechadas, incluindo as do carro, para evitar que a entrada de fumaça.
- Evitar a prática de atividades físicas ao ar livre e optar por exercícios em locais fechados e bem ventilados.
- Ao dirigir, usar faróis baixos, manter uma distância segura dos outros veículos e manter as janelas fechadas.