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Estiagem e alta demanda fazem cotação da saca de café ultrapassar R$ 2 mil pela primeira vez na história; entenda

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Estiagem e alta demanda fazem cotação da saca de café ultrapassar R$ 2 mil pela primeira vez na história; entenda - Foto: reprodução
Estiagem e alta demanda fazem cotação da saca de café ultrapassar R$ 2 mil pela primeira vez na história; entenda – Foto: reprodução

A cotação da saca de café ultrapassou os R$ 2 mil pela primeira vez na história na quarta-feira (27). E alguns fatores estão por trás dessa alta. Um deles é a estiagem que afetou bastante as lavouras, principalmente no Sul de Minas, reduzindo a produtividade. Mas outro fator é o mercado externo, que também impacta no preço.

“Quando a gente fala do cenário interno, a gente tem que falar da bolsa de Nova York, enfim, termômetro de precificação para café no mundo, que está atingindo níveis recordes, hoje inclusive, já acima dos 320 centes por libra peso, e isso em função do quadro fundamental. Ou seja, nós temos um cenário de oferta restrita diante das adversidades climáticas que o Brasil vem enfrentando recentemente, que o Vietna também enfrentou, com impacto negativo na safra”, explicou João Marcelo Oliveira de Aguiar, que é professor do Centro de Excelência da Cafeicultura e também superintendente da Fundação Procafé.

Ainda segundo o especialista, há ainda um cenário de níveis alarmantes de estoques a nível global e uma demanda que segue aquecida diante um consumo cada vez mais resiliente e cada vez mais crescente.

Segundo ele, os recordes de exportação registrados recentemente estão ligados a uma demanda cada vez maior do café pelo mundo.

“Quando a gente fala de recorde de exportação, muitas pessoas podem ter uma impressão equivocada que esses recordes eles estão sendo originados por um excesso de oferta, mas não, nós temos uma oferta restrita e esses recordes de exportação eles estão sendo originados por uma demanda super aquecida”, disse o especialista.

Conforme o professor, os estragos nas lavouras causados pela seca deste ano são significativos.

“Olha, colocar número de produção para o ano que vem sem um levantamento de safra específico seria até uma irresponsabilidade. Todavia, nós que estamos mais próximos do campo, a gente já começa a perceber que os estragos dessa seca desse ano associada a essas elevadas temperaturas, ele não é pequeno. Nós temos aí já uma frustração garantida para a safra do ano que vem”, disse o professor.

Ele disse ainda, que diante das cotações valorizadas, a orientação para os produtores é fazer uma gestão escalonada das vendas.

“Na realidade, acertar o pico das cotações é muito difícil. E a estratégia ideal para os produtores é fazer a gestão de risco escalonando suas vendas, que dessa forma, ele participa de eventuais novas escaladas das cotações e numa eventual queda das cotações, ele garantiu ao menos uma parte de uma boa rentabilidade”, concluiu.

Via: G1

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